Robôs interagem com o público em instalação na Galeria de Arte no dia 5
[19/2/2009] Um projeto novo no Brasil e que promete empolgar o grande público terá apresentação inédita no espaço da Galeria de Arte Unicamp (Rua Sérgio Buarque de Holanda, s/n – no andar térreo do prédio da Biblioteca Central) no próximo dia 5, às 12h30. Trata-se da instalação Aural, um ambiente evolutivo aplicado ao som de trajetórias robóticas que põem em cena câmeras, os olhos da instalação, e apresenta algumas possibilidades do que pode ser uma visão robótica. A iniciativa é coordenada pelos pesquisadores que atuam em arte e tecnologia da Universidade, Artemis Moroni (do Centro de Tecnologia da Informação “Renato Archer” – CTI) e Jônatas Manzolli (do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora – Nics).
Essa exibição permanece no local até o dia 20, quando três músicos farão a estréia da obra “Variações robóticas”, que foi composta por Manzolli e com alguns trechos produzidos pelo Aural. O som da marimba, piano digital e cello se entrelaçará com os acordes evolutivos do Aural. Pela primeira vez acontece a integração da música criada pelo conceito de processos evolutivos e do sistema de visão artificial. Uma comunidade de robôs produz juntos sons e imagens.
O usuário que participar dessa instalação poderá, através do desenho de uma curva do mouse, disparar uma cadeia de eventos sonoros. O projeto, abraçado pela Fapesp e Pibic, foi desenvolvido para criar texturas sonoras que se auto-organizam a partir de interações simples com os agentes do sistema, os robôs móveis.
No Aural, as trajetórias geradas pelos robôs são associadas às estruturas sonoras de um ambiente chamado JaVOX. Em computador, o usuário faz desenhos de curvas, associando a elas trajetórias que guiam a produção sonora. Tais curvas são transmitidas para um robô-mestre, o Nomad, percorrer numa arena monitorada por um sistema de visão artificial.
Outros robôs móveis, iCreates, estarão presentes no ambiente. Em caso de colisão, o iCreate se afasta. Este comportamento é observado pelo sistema de visão artificial, que monitora as trajetórias dos robôs, enviando-as de volta para o JaVOX. Assim, o fluxo de informação parte e retorna para ele. A amplificação sonora é realizada no entorno do espaço onde os robôs navegam e, para isso, são empregadas duas caixas acústicas e uma placa de som conectada a um computador central. A instalação Aural consiste na descrição do processo de “sonificação” através de populações de clusters e acordes, criando novas sonoridades a cada passo.
De acordo com Manzolli, nos primórdios da era da arte computacional, destacou-se, no mundo, o professor da Unicamp Valdemar Cordeiro. Foi ele quem dirigiu a primeira pesquisa em computador no país, em 1968, à frente de uma equipe de matemáticos, físicos, artistas e engenheiros, utilizando os meios eletrônicos para programação de arte. Em 1971, o professor deu um passo muito importante ao promover uma exposição internacional de arte de computador. E a proposta se expandiu.