Citações ... em Portugal!

Do Blog Entre as brumas da memória, de Joana Lopes, aqui
«A crise que vivemos é particularmente  difícil de engolir porque não estamos a fazer sacrifícios em nome de  nada. Não estamos a construir nada. Não estamos a investir em nada.  Estamos apenas a pagar a agiotas e a repor desfalques.
O  mínimo dos mínimos que podemos fazer é evitar que isto se repita.  Podemos e devemos gritar na rua. Devemos exigir auditorias, a  renegociação da dívida e fazer pressão sobre a União Europeia. Mas não  nos podemos esquecer de adoptar uma causa qualquer, por pequena que  seja, que garanta que esta indignidade não se repete. Uma das coisas que  queremos certamente é transparência nas contas e na acção de quem  fiscaliza as contas e responsabilização. Já que temos de pagar, paguemos  para ver.»
José Vítor Malheiros, Pagar para ver (Público 18/10/2011, sem link)
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«Na entrevista de ontem, o ministro  das finanças Vítor Gaspar fez-me lembrar um jogador de casino. Daqueles  jogadores que, em desespero de causa, sentem um impulso súbito, uma  espécie de intuição, um feeling. Começando a suspeitar que há qualquer  coisa de errado nas perdas que foi somando (ao distribuir metodicamente,  por várias jogadas, as fichas de que dispunha e dando assim conta que  foi ficando cada vez com menos), decide subitamente apostar tudo, de uma  só vez, no mesmo número de sempre. Confiando, portanto, que esse golpe  de asa lhe trará o resultado mágico que ambiciona. Esperando que ventos  de sorte o bafejem.»
Nuno Serra, Gaspar no casino####
«O único dos "25 mais ricos" que  pagará a crise é o mais rico deles, o trabalhador Américo Amorim, que  irá esfalfar-se mais meia hora por dia sem remuneração (por isso me  pareceu vê-lo, de cartaz na mão, no meio dos "indignados"). Felizmente  emprega na sua Corticeira 3 300 outros trabalhadores, que irão dar-lhe 1  650 horas diárias de trabalho gratuito, equivalentes a 206  trabalhadores de borla. Poderá assim despedir 206 dos que não se  contentam com ter trabalho e ainda querem salário.»
Manuel António Pina, Não havia novo Governo?