domingo, 5 de junho de 2011

Um artigo "antigo"à esquerda do PT, a ex-querda. No Blog Democracia Política e novo Reformismo de Gilvan Cavalcanti de Melo.

A viagem (quase) redonda do PT

Luiz Werneck Vianna - Julho 2009

Com a expressão “viagem redonda”, metáfora-síntese do seu clássico Os donos do poder, Raymundo Faoro queria aludir às grossas linhas de continuidade que, segundo a sua interpretação, dominavam o processo de formação histórica brasileira da colônia ao nosso tempo. Na sua explicação, tal continuidade se deveria a um fator estruturante desse processo — o patrimonialismo na ordem estatal centralizada —, nunca removido, e que, a tudo superior, se imporia como um desígnio da Providência na reprodução da vida social.

A ação da Providência nos negócios humanos é objeto de um pequeno ensaio de Hannah Arendt, “De Hegel a Marx”, contido em A promessa da política (Difel), em que confronta as posições desses autores sobre o assunto. Neste pequeno e brilhante texto, ela sustenta que só existiria uma diferença essencial entre Hegel e Marx: enquanto Hegel teria projetado sua visão histórica mundial exclusivamente para o passado, deixando sua consumação esbater-se no presente, Marx, contrariamente, a conceberia no sentido do futuro, compreendendo o presente como “simples provedor”.

Transformar o mundo

Não haveria mais por que interpretar o mundo, pois os filósofos, diz Marx na 11ª. tese sobre Feuerbach, já fizeram isso — exemplar a obra de Hegel —, cabendo, agora, transformá-lo. A ação consciente dos homens já não deveria ser prisioneira da Providência nem vítima dos ardis com que a história parece se voltar contra as intenções dos humanos, tomando rumos que escapariam inteiramente do seu cálculo.

Estes dois registros — o da Providência e o da “vontade política” — parecem oportunos quando se considera a trajetória do Partido dos Trabalhadores (PT), às vésperas de comemorar seus 30 anos, no governo há quase oito, e que ora se credencia para disputar mais uma sucessão presidencial. Com efeito, o PT nasce, no início dos anos 1980, com destino declarado de ser um agente de ruptura com a herança perversa, sempre renovada em nossa história — “os quinhentos anos” perdidos —, a fim de instituir uma nova fundação para o país. O ator, ao recusar os caminhos da Providência, ele próprio se apresentava como providencial. A interpretação do país estaria feita, o que faltava era a vontade política de transformá-lo.

Oito anos incompletos de governo do PT, no entanto, a “viagem redonda” de seis séculos, de João 1º a Vargas, da metáfora de Faoro, parece retomar seu curso, como se o partido assumisse, inconscientemente, a tradição que pretendeu renegar. Sintomático disso tanto a acomodação do seu sindicalismo às estruturas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como sua atual valorização do nacional-desenvolvimentismo, ideologia da modernização brasileira, cuja forma mais bem acabada se encontra nas formulações do Iseb (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), agência de intelectuais criada, ao tempo do governo JK, como lugar de reflexão sobre os rumos a serem seguidos para os fins de desenvolver o país.

O DNA do PT

De batismo, porém, suas marcas de origem são opostas às da sua maturidade, pois o PT vem ao mundo como contestador da modernização à brasileira, centrada no Estado e em suas agências, e, por isso mesmo, um projeto que teria sua origem em terreno externo à sociedade civil e se realizaria sem o seu controle. Nesse sentido, o PT nasce como uma expressão do moderno, personagem da sociedade civil, e que tem como valor a sua autonomia diante do Estado. O Estado, longe de ser o lugar da representação racional da sociedade, significaria o lugar em que os interesses privados dominantes se apresentariam, em nome da modernização, como de interesse público.

Se o DNA do PT traz o registro das lutas operárias dos anos 1970 contra a estrutura corporativa sindical — daí, o motivo principal da sua aversão à era Vargas —, a teoria que vai animar a sua atuação é bem anterior à sua própria fundação, tendo sido desenvolvida, entre meados de 1950 e 1960, nas obras de alguns dos mais importantes intelectuais e cientistas sociais do país, de que são exemplos, entre outros, Raymundo Faoro, Florestan Fernandes e Francisco Weffort. As afinidades eletivas entre as práticas do PT e o resultado de suas reflexões levaram muitos desses intelectuais, como é conhecido, a se filiarem aos seus quadros. Weffort foi seu secretário-geral, e Florestan Fernandes, influente deputado da sua bancada na Assembleia Constituinte de 1986.

Florestan, um crítico do Iseb, tinha procurado demonstrar que as coalizões pluriclassistas em que se ancorava o projeto da modernização nacional-desenvolvimentista, ao contrário de viabilizar uma emancipação da vida popular do controle exercido sobre ela pelas elites dominantes no comando do Estado, na verdade, o preservavam, além de não tornar a sociedade menos desigual. Weffort, compartilhando o argumento com Florestan, assentava sua crítica, no entanto, no terreno especificamente sindical. Segundo ele, a estrutura corporativa sindical fazia o movimento operário refém do Estado e de suas manipulações populistas, levando-o a declinar dos seus interesses classistas e a abdicar da construção de uma identidade própria.

Mas será, sobretudo, nos trabalhos de Faoro que o emergente PT vai encontrar a maior parte das suas escoras intelectuais. Nosso capitalismo, na sua análise famosa, não teria sido obrigado a remover antigas elites para encontrar passagem para sua imposição. Ele teria sido gerado no ventre do patrimonialismo, preservando-se os monopólios administrados pelo Estado ou concedidos por ele, enquanto os interesses privados teriam sido abafados pela ação onipresente das agências estatais na vida econômica e social. Daí teria resultado um capitalismo politicamente orientado, confundidas as esferas pública e privada, não se revestindo a sociedade civil de autonomia diante do Estado.

“Névoa estamental”

A forma patrimonial do Estado teria ainda envolvido as relações entre as classes sociais em uma “névoa estamental”, travando o processo de formação de identidades sociais fortes e definidas, raiz da debilidade do nosso sistema de representação política e da usurpação da voz da sociedade civil pelo Estado e sua burocracia. Nesse contexto, os movimentos nacional-desenvolvimentistas, mesmo que de inspiração reformista, ao invés de vitalizarem a sociedade, reforçariam ainda mais a presença do Estado — estado-maior do projeto de modernização — e dos interesses econômica e socialmente dominantes articulados com ele. Da modernização não deveria provir o moderno, que suporia autonomia dos sujeitos na trama do social, e sim heteronomia.

Com maior ou menor intensidade, essas referências cognitivas sobre o estado de coisas no Brasil vão se instalar no código genético do PT, vindo a se combinar com outras influências culturais. Assim com a incorporação de amplos setores provenientes do mundo da catolicidade, avessos à cultura material, e com a de numerosos segmentos da esquerda com história de resistência armada ao regime militar. A presença da esquerda católica trouxe consigo uma valorização da “alma do povo”, da espontaneidade de suas manifestações e da autenticidade da vida popular, orientações que se demonstraram eficazes no estímulo a vários movimentos sociais, apesar do sentimento negativo que portavam quanto à política e suas instituições.

Com essa configuração heteróclita, sua opção estratégica foi a da conquista do governo — e não do Estado — pela via eleitoral. Contudo, em razão da interpretação que lhe servia de norte, o PT recusava-se a alianças com outros partidos, chegando a negar o seu palanque eleitoral a Ulysses Guimarães, líder das oposições brasileiras ao regime militar, no segundo turno da sucessão presidencial de 1989. Após a terceira tentativa de vencer a sucessão presidencial, essa política mostrou seus limites, e não à toa, em 2002, o empresário José de Alencar veio a integrar a chapa de Lula.

A ida ao centro político, movimento bem-sucedido com a vitória eleitoral, implicou uma inflexão de largo alcance. A conquista do governo não seria compreendida como recurso tático para uma posterior conquista do Estado, em uma trajetória de revolução permanente. O ator declinou do papel de herói providencial e adaptou-se às circunstâncias, com uma forte representação de empresários nos ministérios e a direção da vida econômica entregue a operadores merecedores da confiança do mercado.

História absolvida

Mas o centro político não se constitui apenas de personagens sociais e políticos. É também uma história e um denso repertório de temas, entre os quais o do papel ativo do Estado na construção do país. Tal mudança de orientação, como natural, não se limitou a repercutir no plano superficial da política, implicando uma revisão nos juízos predominantes no governo do PT sobre o nosso passado, sobretudo no segundo mandato presidencial de Lula, em particular quanto aos governos Vargas e JK. A história do Brasil foi absolvida. Valorizam-se as agências estatais — BNDES, Banco do Brasil, Petrobrás, Caixa Econômica Federal — no papel de indutoras do desenvolvimento econômico, e, com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo se põe à testa de um projeto de modernização.

Mais que mudanças tópicas ou de ênfase, é toda uma forma de Estado que ressurge, em particular no novo papel concedido às corporações e à representação funcional, evidente nas funções delegadas ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). O Estado se amplia com a incorporação de representantes das entidades classistas de empresários e de trabalhadores, e são guindadas à condução de ministérios estratégicos as lideranças das múltiplas frações da burguesia brasileira — a industrial, a comercial, a financeira, a agrária, inclusive estes culaques à brasileira, que começaram a sua história na pequena e média propriedades —, lado a lado com as centrais sindicais e com os representantes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST).

Sob essa formatação, instituiu-se um Estado de compromisso entre classes e frações de classes com interesses contraditórios entre si, que passam a ser processados no interior do governo e arbitrados, em casos de litígio, pelo vértice do poder executivo em estilo decisionista. Tem-se, então, no âmbito do Estado a presença de um parlamento paralelo, à margem do sistema da representação política, onde se delibera sobre políticas e se decide sobre a sua implementação. Os conflitos de interesse, na lógica dessa construção, não deveriam se expressar no terreno aberto da sociedade civil, quando tendem a se encontrar com os partidos e as correntes de opinião, e sim restritos a negociações realizadas no interior de agências estatais, evitando-se, desse modo, uma radicalização que viesse a comprometer a difícil convivência entre contrários na fórmula vigente do Estado de compromisso.

O Estado como condomínio aberto a todas as classes traz também para si os movimentos sociais, como os de gênero e os de etnia. Articula-se igualmente com as Organizações Não Governamentais (ONGs), boa parte delas dependentes do seu financiamento, e, por meio de programas de assistência social, como o bolsa-família, vinculam-se diretamente os setores socialmente excluídos. Dessa complexa articulação, apequena-se o espaço para o exercício da política a partir das motivações e expectativas da sociedade civil, inclusive por parte dos partidos políticos, convertidos em partidos de Estado, destituídos de relações vivas com seus representantes. Na prática, a política se reduz a ser mais outro monopólio do Estado, e o fluxo da sua comunicação parece conhecer apenas um sentido: o de cima para baixo.

As forças que deveriam trazer a descontinuidade se tornam as portadoras da continuidade, trazendo de volta a lógica política dos processos de modernização. Com eles, os imperativos de aceleração do tempo, a via de mudanças guiadas pelo alto e a subsunção do social ao Estado. Dessa vez, porém, a modernização não nos chega de um projeto previamente amadurecido na reflexão e nos embates político-ideológicos, mas dos acidentes do caminho.

Adaptação às circunstâncias

Nos idos de 2003, havia a alternativa da mobilização social de um governo que vinha da esquerda em torno de um programa de reformas políticas, sociais e econômicas, cujo alcance poderia experimentar um leque de possibilidades entre soluções moderadas ou radicais. As radicais, de pronto, no contexto da época, pareciam apontar para uma crise institucional que poderia inviabilizar o cumprimento do mandato. As moderadas, por sua vez, desagradando a gregos e a troianos, comprometeriam a conquista de um segundo mandato.

A opção, como se sabe, foi a adaptação às circunstâncias, garantindo-se uma linha de continuidade com o governo anterior. O êxito imprevisto desse movimento, ao garantir a estabilização do governo, concedeu-lhe o tempo para que, por ensaio e erro, viesse a experimentar, e logo a praticar com evidente sucesso, o antigo repertório da tradição republicana brasileira, e nele os temas do nacional-desenvolvimentismo, do Estado como agente de indução de economia, o papel das estatais e das corporações sociais.

Faoro talvez pudesse dizer que esse movimento de encontro do PT com um capitalismo politicamente orientado não teria sido mais uma “mistificação de cúpula”, uma vez que persistiam as estruturas garantidoras da sua reprodução. A história não deixou de ser irônica quanto ao ator que não soube interpretá-la e que, vindo do campo do moderno, fez ressurgir a modernização, muitos dos seus personagens e de suas instituições.

De qualquer forma, este ciclo de modernização sob a condução do governo do PT, embora revele, ao tempo em que a consolida, a mesma assimetria nas relações entre o Estado e a sociedade civil nos processos desse tipo, é o mais brando, quanto ao uso de meios repressivos, entre quantos conhecemos desde o Estado Novo — no governo JK, lembre-se, os sindicatos estavam sob estrita vigilância do Estado, e os trabalhadores do campo viviam sob forte controle social dos proprietários de terras.

Na periferia do mundo são perturbadoras as relações entre o moderno e a modernização. Se esta, da perspectiva de uma agenda democrática, não pode implicar o rebaixamento da autonomia dos seres subalternos, aquele não pode se limitar aos planos cognitivo e ético-normativo, indiferente às questões substantivas. Mas é um argumento senil, anacrônico, o que tergiversa sobre os valores da democracia, da auto-organização do social e da autonomia do indivíduo, em nome de alegadas urgências da questão social. Onde isso prevaleceu — a história, aí, não é irônica —, não se teve nem o moderno nem a modernização.

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Luiz Werneck Vianna é professor do Iuperj e autor, entre outros, de Esquerda brasileira e tradição republicana (Revan).

Do amigo Alvaro Caputo, uma deliciosa e verdadeira crônica de Bruzunganga, o reino dos Palocci, da Dilmas etc.


A reforma política já chegou

João Ubaldo Ribeiro no Globo

5 de junho de 2011

Suspeita-se na ilha que a propalada operação de safena a que se submeteu recentemente Zecamunista foi na verdade um implante criado pela diabólica medicina da União Soviética, que, quando não mata, como foi o caso de Zeca, injeta tamanha dose de energia no indivíduo que ele sozinho vale por todo um Politburo, coisa braba mesmo, do tempo do camarada Stalin Marvadeza e da NKVD. Não sei se os rumores procedem, mas de fato Zeca, exibindo a cicatriz do peito por trás de uma correntinha com uma foice e um martelo e umas contas de Xangô (quando uma vez eu perguntei a ele que mistura era essa, ele me deu um sorriso de desdém e respondeu apenas que não era materialista vulgar), está mais elétrico do que nunca. Na hora em que o peguei, ele ainda recebia abraços e apertos de mão pela palestra que acabara de fazer no bar de Espanha, esclarecendo a todos sobre o sistema político brasileiro. Infelizmente, perdi a palestra, mas ele, muito modestamente, me disse que não tinha sido nada de mais.

- Foi o bê-á-bá – disse ele. – Comecei pela questão da soberania.

- Ah, sim, a soberania popular. Todo poder emana do povo, etc., isso é muito bonito.

- Bonito pode até ser, mas não é verdade. Foi isso que eu disse a eles. Expliquei que soberania é o direito de fazer qualquer coisa sem dar satisfação a ninguém. E quem é que aqui tem o direito de fazer o que quiser, sem dar satisfação a ninguém, é o povo? Claro que não. É, por exemplo, o deputado, que se cobre de todos os tipos de privilégios e mordomias, se trata melhor do que o coronel Lindauro tratava as mucamas e, quando alguém reclama, ele manda esse alguém se catar, isso quando dá ousadia de responder, porque geralmente não dá. Todos eles fazem o que querem e não têm que prestar contas, a não ser lá entre eles mesmos, para ver se algum não está levando mais do que outro, nisso eles são muito conscienciosos. Fiz que nem Marx, botei a história de cabeça para baixo. Não foi o rei Luís XIV que disse que o Estado era ele? Pois aqui não, aqui o Estado é o governo, é grana demais para um rei só, tem que dar para todos os governantes, cada um com seu quinhão. O Estado são eles e é deles, tem que meter isso na cabeça e parar de pensar besteira. Antes de qualquer postura abestalhada, vamos encarar a realidade objetivamente, não tem nada de povo, povo não é nada, tem mais é que botar o povo pra comprar bagulho sem entrada e sem juros e cuidar do que interessa ao País.

- E o que é que interessa ao País?

- Ô inteligência rara, o que interessa ao País é o que interessa a eles. Que todos eles continuem se locupletando numa boa, não tem nada que mexer em time que está ganhando. Você viu isso muito claramente no caso do Palocci, não viu? Não se mexe em time que está ganhando.

- Que caso do Palocci, o caso do caseiro?

- Que caso do caseiro, cara, deixe de ser leso, o caso do caseiro já entrou para as piadas de salão do PT. Estou falando no caso do dinheiro que dizem que ele ganhou por cultivar bons contatos. Você viu, pegou mal, ficou aquele mal-estar e aí o que é que aconteceu? Exatamente isso que você vai dizer, mas deixe que eu digo. Aconteceu que era mais um trabalho para o Super-Lula! Eu vou ter que dar a mão à palmatória, o bicho não é inteligente, não, ele é um gênio, gênio. Você viu como, com dois beliscões aqui e três cascudos ali, ele enquadrou todo mundo e tudo entrou nos eixos? Mas, ainda mais que isso, muito mais que isso, ele fez a reforma política! Ele fez a reforma política e, como se diz nas operações policiais, sem disparar um único tiro!

- Pode me chamar de leso outra vez, porque não entendi que reforma.

- O bipresidencialismo! Dois presidentes, em lugar de um só! E isso sem precisar mudar nada na Constituição, já está aí, já está em operação, não é preciso alterar lei nenhuma, esse cara é um gênio mesmo. É por isso que ela faz tanta questão de ser chamada de presidenta, eles já deviam ter combinado isso desde o comecinho da campanha eleitoral. Presidente é ele, presidenta é ela. Governante é ele, governanta é ela. O entrosamento é perfeito. Ele não suporta trabalhar e aí o trabalho todo de despachar, ler, discutir, assinar etc., ela faz. Das jogadas políticas, dos discursos, das viagens e das mensagens na TV ele cuida. E de mandar sancionar ou vetar o que for necessário, claro. Fica perfeito, como com o casal que não briga pelo pão porque um só gosta do miolo e o outro da casca. Ele criou – e ainda por cima com os votos do otariado todo – o bipresidencialismo, que já veio com ele de fábrica, ele é um gênio!

- E você acha que isso vai funcionar mesmo?

- Já está funcionando. Trouxa será aquele que, querendo coisa graúda do governo, não vá falar com ele primeiro. E mais trouxa será quem o contrariar. Caso perfeito para quem acha que não se mexe em time que está ganhando. Não mudou nada, tudo continua na mesma, só que agora o presidente não apenas conta com uma supergovernanta para cuidar do trabalho chato, como continua mandando, e ainda com a vantagem de ter alguém para levar a culpa, se alguma coisa der errado, pois, como diziam os antigos, a vitória tem muitos pais, mas a derrota é órfã, quem mais sabe disso é ele.

- Zeca, você realmente está muito inspirado hoje. Esse bipresencialismo que você sacou está muito bem pensado, ele continua mandando mesmo e deixando isso bem claro. Mas eu me lembro de você dizendo, antes da eleição, que, se ela ganhasse, em pouco tempo nem mais o cumprimentaria.

- Bem, eu subestimei a governantabilidade dela. E, além disso, beija-mão não é bem um cumprimento.

sábado, 4 de junho de 2011

"A primeira como tragédia, a segunda como farsa". Mesmo personagens histriônicos como os do Guanabara, têm seus dias de Kronstradt.

04/06/2011 - 19h43

Bombeiros do Rio podem ser condenados a 12 anos de reclusão

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DAMARIS GIULIANA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Os líderes da invasão ao quartel central do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro podem ser condenados a até 12 anos de reclusão, de acordo com código penal militar.

Veja imagens do protesto
Veja momento em que Bope invade quartel dos bombeiros no Rio
Após prisões, bombeiros do Rio fazem operação-padrão
Bombeiros presos no Rio são transferidos para corregedoria
Após invasão de quartel, 600 bombeiros são presos no Rio
Governador determina prisão de bombeiros que invadiram quartel
Bope invade quartel tomado por bombeiros no Rio de Janeiro
Cabral e Garotinho trocam críticas em meio à crise dos bombeiros
Garotinho diz que seu carro foi atingido por dois tiros no Rio
Cabral chama bombeiros presos de "vândalos" e troca comando da corporação

Luiza Souto-3.jun.11/Folhapress
Pátio do quartel central do Rio é ocupado na sexta-feira à noite por bombeiros
Pátio do quartel central do Rio é ocupado na sexta-feira à noite por bombeiros em campanha salarial

Segundo a Secretaria de Segurança, porém, ainda não é possível dizer qual a punição que será aplicada aos bombeiros detidos, pois a corregedoria precisa avaliar caso a caso. A previsão é de que os crimes sejam tipificados até segunda-feira.

Se enquadrados por motim, o artigo 149 do código penal militar prevê pena de 4 a 8 anos de reclusão, com aumento de um terço para os líderes.

Para um procurador aposentado da Justiça Militar consultado pela Folha, será inviável punir os integrantes do movimento. "É motim, mas eles terão de ser julgados juntos. E como a pena é de reclusão, não detenção, terão de aguardar o julgamento presos. Isso vai se estender por anos, prescrever e não será resolvido", avalia.

INVASÃO

O quartel central do Corpo de Bombeiros do Rio foi ocupado na sexta-feira (3) à noite por cerca de 2.000 manifestantes, de vários batalhões da cidade, alguns acompanhados por familiares --mulheres e crianças-- que reivindicam melhores salários. Durante quase cinco horas --das 21h às 2h-- o comandante geral da PM, coronel Mario Sergio Duarte, esteve no local negociando com os invasores. Ao longo da madrugada, alguns bombeiros deixaram o quartel.

Policiais militares do Batalhão de Choque invadiram às 6h de hoje o quartel com o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação. O comandante do batalhão de choque, Valdir Soares, ficou ferido durante a ação. Uma criança de dois anos foi atendida no hospital Souza Aguiar por ter inalado gás, mas já foi liberada.

A informação inicial era de que cerca de 600 bombeiros foram presos após a invasão e transferidos --em um forte esquema de segurança-- para a Corregedoria da Polícia Militar em São Gonçalo, na região metropolitana no Rio, na manhã deste sábado.

No entanto, a PM confirmou posteriormente que são 439 presos.

"VÂNDALOS"

Em entrevista coletiva neste sábado, o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), qualificou os bombeiros que invadiram o quartel de "vândalos irresponsáveis" e a invasão de ação "inaceitável do ponto de vista do Estado de Direito democrático e do respeito à instituição centenária, admirada pelo povo do Rio de Janeiro".

Cabral refutou a alegação dos manifestantes de que recebiam o pior salário do país, dizendo que, em seu governo, a corporação está tendo pela primeira vez um plano de recuperação salarial. 'Não é verdade [que é o pior salário do Brasil]. E mesmo que fosse, não se justificaria a entrada no quartel, agindo contra a instituição. É intolerável', afirmou.

De acordo com o governador, o salário médio dos bombeiros é de R$ 1.500 e chegará a R$ 2.000 no final do ano.

Há cerca de um mês os bombeiros estão em campanha salarial. Eles reivindicam um aumento de R$ 950 para R$ 2.000, além de melhorias em suas condições de trabalho.

De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, os bombeiros amotinados podem ser expulsos da corporação, conforme o resultado do processo disciplinar que será aberto contra eles.

O comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, Pedro Machado, foi exonerado do cargo. Em seu lugar, foi nomeado o coronel Sergio Simões, até então subsecretário de Defesa Civil do município do Rio.


Eis alguns dos fiadores de Palocci, incluindo ACM, da "oposição".

2/1 Revista Eletrônica

http://doisporum.com/?p=16114

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Marta Bellini.

Sobre a epidemia de conformismo...



Blog heterodoxias21



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O medo dos intelectuais
Publicado por Rui Bebiano


Porque são cada vez mais invulgares – já quase insólitos neste ocidente do mundo no qual as missões e os destinos cedem facilmente o lugar a metas e objectivos, onde a infinita demanda da felicidade partilhada é trocada sem vacilações pela exibição a prazo do sucesso – vale a pena ler textos judiciosos, e de certa forma a contracorrente, como o oportuno artigo publicado vai para dois anos no diário El País pelo filósofo iraniano Ramin Jahanbegloo, hoje professor de ciência política na Universidade de Toronto mas que em 2006 foi detido e torturado pelas autoridades do seu país. Nele se aborda a «epidemia de conformismo» que afecta a vida pública deste nosso norte tal qual a conhecemos, com o seu cortejo dos mesquinhos interesses individuais a sobrepor-se, sem qualquer vergonha na atitude de quem os alimenta e lhes dá voz, à presença das vozes críticas. «El temor de los intelectuales a la política» deve ser lido na sua totalidade, mas sublinho aqui algumas frases:

«Os intelectuais críticos são hoje uma espécie em vias de extinção. Temem a política, e pode dizer-se que a política mostra uma absoluta indiferença por tudo o que se possa denominar intelectual.»

«Nunca se mostraram tão profundamente opostas a consciência crítica e a esfera pública.»

«Parece que os intelectuais de hoje pensam que todas as verdades morais são relativas, que já não existe necessidade de se ser a voz moral de um mundo sem voz.»

«Se não se lê e se não exerce o espírito crítico, a história pode converter-se numa simples repetição dos erros humanos.»

«Como assinalou Max Weber, o compromisso intelectual reclama a ética do herói, pois é necessária uma grande valentia moral para enfrentar as responsabilidades que se adquirem na esfera pública.»

«Enquanto nós, humanos, continuarmos a acreditar que esperança não é uma palavra vã, os intelectuais manter-se-ão úteis em todas as sociedades.»


Diamante Casa Civil. Lindo!


Vocês, com certeza, já ouviram o termo "omertà". Pois é, Dr. Temer, pois é...

Jornal O Estado de São Paulo, domingo, 04/06/2011. Caderno Aliás, artigo de Roberto Romano

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Diamante de 20 quilates

Sem um verdadeiro pacto federativo, demagogos chantageiam o Executivo e usam em proveito próprio os problemas do governo

04 de junho de 2011 | 14h 05
Roberto Romanno

Montesquieu assevera que um país enorme não pode ser dirigido de maneira republicana. O controle das massas em vastos territórios exige o despotismo. O filósofo tinha em mente a Rússia e outros Estados absolutistas. Os pensadores democráticos idealizaram um recurso para sanar o defeito indicado: a criação ou reforço de unidades políticas menores, reunidas por interesses comuns, cada qual mantendo seus alvos e liberdades. Surgiram então as federações modernas, a começar pelos Estados Unidos da América.

Mesmo ali, a busca do equilíbrio entre as unidades e o todo federativo trouxe problemas insolúveis. Só uma guerra conseguiu impor limites entre os direitos e deveres federais e os das unidades inferiores. Os EUA distribuem competências, salvam prerrogativas. Os Estados possuem leis diferenciadas, inclusive para arrecadar impostos.

A via para o poder municipal, estadual e nacional segue dois itinerários, fora dos quais é quase impossível o mando político. Os grandes partidos, Republicano e Democrata, açambarcam o mercado eleitoral, deixam às demais tendências o papel de meros pesos na balança. Em linguagem de M. Weber e R. Michels, eles são dominados por oligarquias que controlam a máquina da agremiação. Daí a relevância das eleições primárias. Nas últimas, os oligarcas tinham escolhido Hillary Clinton; as bases, Obama.

Por que evocar os EUA, quando se trata de refletir sobre os partidos políticos brasileiros? Desde quando éramos colônia aquele país nos serve de modelo comparativo, em detrimento de nossa autoestima. Os EUA resultam de uma rebelião, de baixo para cima, contra a coroa. O Brasil surge em sentido oposto. Dom João e seus descendentes imperiais tudo fizeram para impedir a prática republicana e federativa. Os princípios das revoluções modernas (a inglesa e a accountability, a americana e a federação, a francesa e a igualdade entre dirigidos e governantes) foram aqui proibidos. Nossa gente sempre foi controlada, de maneira despótica, por um centro esmagadoramente superior em direitos às unidades menores. Tais privilégios (com a desculpa de que os países vizinhos se esfacelaram em microssoberanias) resultam no reforço do absolutismo trazido da velha Europa, o monopólio das políticas públicas e dos impostos nas mãos do Executivo. A soma ditatorial de poderes deixa as regiões sem iniciativa na ordem pública (educação, segurança, transportes, hospitais, esgoto, água, etc.).



Sem verdadeiro pacto federativo, arrancar benefícios para as unidades menores exige grupos de pressão regional no Congresso. Demagogos pressionam o Executivo, movem a chantagem nos plenários e comissões, gabinetes e corredores. Líderes usam em proveito próprio ou grupal os problemas dos governos. Eles garimpam a corrupção ou a falta de comando. Anthony Garotinho apenas repete o modus operandi geral ao imaginar ter encontrado, no caso Palocci, um diamante de 20 quilates. Em suma: a flexível política partidária é gerada pelos excessivos poderes presidenciais (exasperados nas ditaduras do século 20) e pelas oligarquias que trocam apoios a preço vil.

Nos EUA, dois partidos monopolizam a política. No Brasil, o PMDB, federação oligárquica sem par ou concorrente, domestica regiões com base na troca de obséquios e recursos. O partido se firmou no governo Sarney como sanguessuga de votos e, no outro lado, de impostos. Dominando o favor, ele é o núcleo do poder político nacional. Os demais partidos o mimetizam, sem a maestria das suas práticas retrógradas e autoritárias.

Quanto ao PT e ao PSDB, o segundo saiu do PMDB, do qual guardou alguns costumes. Mas seu programa visava a instaurar no Brasil uma democracia moderna e federativa. Em oito anos do governo FHC ele foi digerido pelos oligarcas peemedebistas e seus colegas do PFL e se transformou num arremedo de oligarquia. Hoje, três ou quatro pessoas decidem as vias partidárias, sem preocupação com programas, conquistas de novos eleitores, etc. FHC, em artigo recente, indicou as mazelas tucanas, propondo remédios que, pelo andar da carruagem, jamais serão usados.

O PT reuniu várias correntes (marxistas, católicos, movimentos sindicais) e tinha como alvo socializar o Estado e a sociedade. Em oito anos de governo ele foi domesticado pelas oligarquias e se mostra como federação de micro-oligarcas. Basta ver as tensões entre o partido no Acre, em São Paulo, etc. Os grupos fortes do PT disputam a hegemonia junto à Presidência. O caso Palocci entra no cabo de guerra em que se joga o poder de fato.

No Brasil, dominado por organismos políticos que parasitam o Executivo federal, é impossível fazer oposição e fugir de retaliações contra as cidades e Estados. Daí a tibieza tucana na oposição e falta de coesão do PT nesta crise pré-inflacionária, de corrupção e de comando vivida pelos poderes. O Brasil, enorme território, ainda é governado de maneira despótica. Ele ignora as práticas modernas: democráticas, republicanas, federativas. E nenhum partido mostra disposição para mudar, de fato e de direito, tal cenário.

Roberto Romano é filósofo, professor de ética e filosofia na Unicamp. Autor de O Caldeirão de Medeia (Perspectiva)



No site do PT, a magnífica lição de ética...

| 18:52
02/06/2011

O fogo amigo contra Antônio Palocci

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Não é nem nunca foi segredo pra ninguém que Antonio Palloci tem boas relações no meio empresarial e no mercado de capitais – relações estas que já existiam muito antes de ele virar ministro da Fazenda, em 2003.

Na campanha de 2002, Palloci foi um dos principais interlocutores do partido com a burguesia industrial e financeira. Ele ajudou a construir pontes para o entendimento político-econômico que a conjuntura iria exigir, em caso de vitória do PT.

Por ter esse perfil – e ter cumprido esse papel – Palloci sempre foi visto por muita gente, dentro do PT inclusive, como um quadro conservador. Em compensação, e justamente por causa disso, ele ganhou a simpatia das grandes empresas de comunicação, virou o preferido delas, o amigo do “outro lado”.

Palloci, um político habilidoso como poucos, não rejeitou as novas amizades, nem deveria, mas acho que exagerou ao confiar demais em algumas delas.

Nestes dias em que todos os jornalistas de política de todos os jornais do Brasil só falam em “fogo-amigo contra Palloci”, eu me pergunto: será que eles estão se referindo ao PT ou a eles mesmos?

Porque declarações de autoridades petistas contra Palloci, até agora, eu só vi foi em off. Quem “fala” nas matérias é sempre uma “fonte do governo”, uma “pessoa muito ligada ao Palácio”, um “parlamentar descontente”, um sujeito oculto qualquer.

Se é que essas pessoas misteriosas realmente existem, o que elas fazem não é fogo-amigo, é apenas coisa de gente miúda querendo sair das sombras. Porque fogo-amigo, pra mim, tem que ter nome e RG, tem que ter assinatura.

Não vejo a assinatura do PT nos recentes episódios envolvendo Antonio Palloci. Pelo contrário, quem partiu pra cima do ministro e o ataca todos os dias são pessoas do seu novo círculo de relações, fora do governo e fora do partido.

Os dados sigilosos da empresa de Palloci foram vazados, segundo dizem, por um secretário tucano da Prefeitura de São Paulo, administrada pelo “neogovernista” Gilberto Kassab. E quem transformou as informações em fato escandaloso foi um jornal paulista com histórico bem consolidado de oposição aos governos no PT – o mesmo valendo para o restante da velha mídia impressa e eletrônica, que não pensou duas vezes antes de jogar o “amigo” na fogueira.

Mas atenção: nenhum desses amigos-da-onça quer realmente derrubar Palloci.

Os setores da mídia que há três semanas chafurdam no tema tem como foco, na verdade, enfraquecer o governo Dilma, atacar o PT e desestabilizar a base de apoio, exatamente como fizeram em 2005.

O jogo é o mesmo e continua sendo jogado.

Por isso não cabem aqui falsas ilusões, como a de que o ex-presidente Lula, com todo seu capital político, ficaria sentado em casa, assistindo pela TV ao bombardeio contra o governo do nosso partido.

Lula está aí é pra isso mesmo, pra fazer política e dialogar com sociedade e os movimentos sociais, como sempre fez, exercendo agora um importante papel de mediação. Ao contrário do que dizem alguns colunistas “amigos” de Palloci, a atuação de Lula só fortalece a presidenta Dilma e o nosso Governo.

Estão redondamente enganados os que acreditam que provocarão cizânias entre nós com fofocas, picuinhas e intrigas. O PT não pode e não vai entrar nessa. É muito importante que os petistas façam uma profunda reflexão sobre fatos passados para melhor compreender o presente.

Sou pela permanência de Palloci na Casa Civil. Não falo pela presidenta nem pelo governo. Falo por mim. E assino embaixo.

Francisco Rocha da Silva (Rochinha) é membro da Comissão de Ética e Disciplina do PT.

Diário de São Paulo.

política 03/06/2011 23h30

Palocci fala, mas não diz como ficou milionário

Para a TV, ministro se recusa a relevar clientes e faturamento de sua empresa de consultoria

Fernando Zanelato
DIÁRIO SP
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Foram 19 dias de silêncio desde a revelação da compra de um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de R$ 882 mil em São Paulo e, quando o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, resolveu falar sobre como conseguiu, em quatro anos, multiplicar por 20 seu patrimônio, pouco esclareceu.

Em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, nesta sexta-feira à noite, o homem forte do governo da presidente Dilma Rousseff se negou a revelar o nome dos seus clientes e, muito menos, sobre o faturamento da Projeto, sua empresa de consultoria. "Acho que não tenho o direito de fazer a divulgação de terceiros. Eu acho que eu devo assumir os esclarecimentos relativos à minha empresa", se justificou.

Em dois únicos momentos, admitiu ter faturado "em valores aproximados" R$ 20 milhões somente em 2010 - metade desse montante teria sido pago após a vitória de Dilma, em novembro. Sobre esse número, compatível às grandes empresas do setor, justificou dizendo ser o encerramento de contratos "que eu tinha há dois anos, há cinco anos, há três anos". "Ou seja, aqueles serviços prestados até aquele momento foram pagos nesse momento", afirmou.

Depois, sobre o faturamento da Projeto entre os anos de 2007 e 2009, concordou ter ganho "algo nesse sentido" ao ser perguntado se era metade, 30% ou 20% dos R$ 20 milhões.

Palocci apostou na tática de negar enfaticamente ter, de alguma forma, ajudado ou atuado dentro do governo em favor de seus clientes. "Eu nunca participei. Quando uma empresa privada tinha negócio com o setor público, eu nunca dei consultoria num caso como esse", garantiu.

Sobre o trabalho em si, explicou ter ajudado "setores de indústrias, trabalhei no setor de serviços financeiros, no setor de mercado de capitais, bancos e empresas e fundos de mercado de capitais". "São empresas que vivem da iniciativa privada e consideraram útil o fato de eu ter sido ministro da Fazenda, de ter acumulado uma experiência na área econômica, de conhecer a área econômica", completou.

Palocci também assumiu para si a responsabilidade da primeira crise da gestão Dilma e negou que sua presença na Casa Civil paralisa o governo. "Não há uma crise no governo, há uma questão em relação à minha pessoa, eu prefiro encarar assim e assumir plenamente a responsabilidade que eu tenho nesse momento de prestar as informações aos órgãos competentes e dar as minhas explicações", citando o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e a Procuradoria-Geral da República, que já investigam o caso.

O ministro, que culpou a oposição e disse ser vítima de perseguição política, afirmou que seu cargo está à disposição da presidente, mas que não tratou desse assunto com ela. No final, afirmou apostar na "boa fé das pessoas" para provar que não cometeu irregularidades.

Oposição não fica satisfeita e quer ouvir ministro na Câmara
A declaração do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, ao "Jornal Nacional" não foi suficiente para acalmar a oposição. Nesta sexta-feira, antes mesmo do petista aparecer na televisão, o líder do DEM, ACM Neto (BA), disse que vai cobrar a presença de Palocci na Comissão de Agricultura da Câmara. A convocação, suspensa pelo presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), foi aprovada na quarta-feira após uma manobra dos oposicionistas e uma bobeada da base aliada.

"A oposição não vai se dar por satisfeita. Na televisão, o ministro Palocci pode falar o que quiser. Na comissão, não. Na comissão os deputados vão tocar na ferida. Independentemente do que o ministro diga na televisão, não vamos voltar atrás na convocação. O requerimento foi aprovado, o ministro está convocado e não vamos abrir mão disso. Ele vai ter que comparecer."

O PPS também já avisou que se Maia cancelar a convocação, seja por qualquer motivo, vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para obrigar o ministro a comparecer à Câmara. "Vamos aguardar até a próxima terça-feira. Mas já avisamos que, se ele anular a convocação, iremos ao STF para garantir o respeito a Constituição." Desde o início da crise Palocci se nega a falar com os parlamentares.

Análise

Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política

'Foi uma fala vazia e vaga'
Ele não disse muito do que nós já sabíamos. Omitiu a lista dos clientes, os próprios valores recebidos. A aposta foi insistir que os órgãos competentes já estão investigando e agora vamos ter que esperar as decisões. Só o fato dele vir a público, se colocar sempre muito humilde, para a opinião pública mais geral tem um impacto, mas para a oposição e até para alguns setores da base, entendo que ele deu mais munição porque não trouxe nenhum fato novo ou uma resposta mais contudente.

Murilo de Aragão, mestre em ciência política

'Ele foi firme e deu o recado'
Ele foi bem. Ninguém tira nota 10 numa situação como essa. Ele deu as explicações que podia, conseguiu de certa forma negar enfaticamente que tenha tido qualquer relação com o governo e também, de forma mais moderada, mostrou que a sua experiência lhe dá condições de ser consultor. Além disso, se colocou à disposição para dar esclarecimentos aos órgãos de controle e chamou para si a responsabilidade. Não sei se é suficiente para parar a pressão, mas a aparição foi positiva para ele.

Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia da Unicamp

'Só convenceu a si mesmo'
Não apresentou nenhum argumento mais sólido que contraria o que foi dito até agora. Disse que vai apresentar para as autoridades, mas a população não vai ter acesso a esses dados, ou seja, isso não é nada. Além do que, tentou culpar a oposição, mesmo com os principais partidos e personagens da oposição dando apoio a ele. O que o Palocci quis fazer é hipnotizar a opinião pública com a ajuda da TV. Sua situação agora é absolutamente igual a de hoje (sexta) de manhã. Nada mudou.


Blog Josias de Souza


As dez respostas que Palocci se esquiva de fornecer

Angeli

Dezenove dias depois da revelação de sua fortuna, Antonio Palocci foi aos refletores. Pronunciou “explicações” que, por inconsistentes, borrifaram querosene na crise.

O ministro pede à platéia que o ouça com "boa-fé". Ou providencia um complemento ou se arrisca a perder até o benefício da dúvida. Vão abaixo dez perguntas irrespondidas:

1. Quem foram os clientes da Projeto, empresa de consultoria de Palocci?

O ministro não forneceu a lista nem à Procuradoria-Geral da República. Ao distinto público, nem pensar. “Acho que não tenho o direito de fazer a divulgação de terceiros”. Beleza. Nesse caso, Palocci deveria demitir-se. De um servidor público, exige-se a transparência do cristal, não a opacidade do copo de geléia. A sonegação dos dados estimula a suspeita de que Palocci vendeu acesso ao Estado.

2. Afinal, que tipo de serviços Palocci vendia aos seus clientes?

O ministro soou vago. Disse que trabalhou para indústrias, bancos, fundos de investimento e empresas prestadoras de serviço. Absteve-se de esmiuçar a natureza dos serviços. Incompreensível.

3. Como assegurar que Palocci não vendeu facilidades no governo do PT?

O ministro disse coisas definitivas sem definir muito bem as coisas. Jura que não defendeu interesses privados em repartições públicas. À Globo, afirmou que trabalhou para “um conjunto de empresas que pouco tem a ver com investimentos públicos”. À Folha, afirmou que “trabalhava em projetos de novos investimentos”, que, “uma vez ou outra, poderiam ser aquisição de empresas”. Mas aquisições e fusões não dependem de aprovação de órgãos governamentais? Sim, reconhece Palocci. Mas “essa parte nunca fiz”, ele alegou. Dar-lhe crédito tornou-se uma questão de fé. Coisa aceitável em igrejas, não na Casa Civil.

4. Quanto o Palocci faturou como consultor entre 2006 e 2009?

Ouça-se o ministro: “Os números da empresa são números que eu gostaria de deixar reservados porque não dizem respeito ao interesse público. [...] Respeite o direito de eu não falar em valores”. Errado. Se o que Palocci deseja é privacidade, deveria fugir do Congresso Nacional e da Esplanada dos Ministérios. Tornou-se milionário no exercício do mandato de deputado. Em quatro anos, multiplicou o patrimônio por vinte. A platéia tem direito à curiosidade.

5. Por que o faturamento de Palocci saltou para R$ 20 milhões em 2010?

O ministro atribui o salto à decisão de fechar a consultoria antes de assumir a Casa Civil. Os pagamentos foram “antecipados”. Soou confuso. À Folha, disse que “a empresa só recebeu pelos serviços efetivamente prestados até 2010”. À Globo, declarou que pingaram no final de 2010 pagamentos relativos a “serviços prestados ao longo de anos”. Inclusive coisas que “estavam previstas para ser pagas um ano depois, seis meses depois”. Faltou explicar o porquê de tamanha generosidade com um personagem que, àquela altura, coordenava a transição em nome de uma presidente eleita. Palocci era um ministro à espera da nomeação.

6. Como se explica que Palocci, consultor solitário, tenha amealhado em 2010 faturamento igual ou superior ao das maiores consultorias do país?

Em representação ao Ministério Público, senadores de oposição compararam a Projeto de Palocci com duas gigantes do ramo da consultoria. Ao atingir a marca dos R$ 20 milhões, a firma de Palocci equiparou-se à LCA, cuja equipe é “formada por mais de cem pessoas”. Superou a Tendências, que dispõe de “70 funcionários”, atende a cerca de “100 clientes” e fatura anualmente “entre R$ 13 milhões e R$ 15 milhões”. Palocci não refuta as cifras. Apenas repisou o lero-lero: seu faturamento foi maior em 2010 porque fechou o balcão. De novo, a crença depende da fé. Muita fé.

7. Por que Palocci não informou a Dilma o nome de seus clientes e o faturamento de sua empresa?

Eis o que disse o ministro: “Não achei que era adequado importunar a presidente com esse tipo de informação, esse tipo de detalhe”. Nem depois da revelação de que virara um milionário? “Não acho adequado levar essas informações à presidente”. Dilma não perguntou? “Não”. Neste caso, tem-se, além de um ministro sob suspeição, uma presidente da República inepta.

8. Como fez Palocci para separar o caixa eleitoral de Dilma da caixa registradora de sua empresa?

O ministro assegurou: “Não existe nenhum centavo que se refira a política ou campanha eleitoral” na escrituração da Projeto. Em seguida, fez declaração que desmerece a anterior. Não participou da coleta que forniu as arcas eleitorais. “Minha atividade na campanha foi política”. Nesse ponto, nem a fé estimula a crença.

9. Por que Palocci não divulga os ofícios que remeteu ao procurador-geral?

“Nenhuma informação da minha empresa é secreta”, afirmou o ministro. Mas os dados só estão disponíveis “para os órgãos de controle”. Por quê? Medo da luz do Sol.

10. Por que Palocci trocou o milionário escritório de consultoria pelo contracheque mixuruca de ministro?

Ninguém perguntou. Mas, decerto, foi por altruísmo, pelo desejo irrefreável de servir à causa pública.


VANDALUZIA, TEU NOME É O PALÁCIO GUANABARA.

VÂNDALO, GOVERNADOR E CHALEIRAS, É QUEM PAGA 900 REAIS PARA UM BOMBEIRO, RESPONSÁVEL POR SALVAR VIDAS, VIDAS LEVADAS POR ENCHENTES QUE MATAM POR INCÚRIA DOS ADMINISTRADORES, POR CORRUPÇÃO, ETC. E A IMPRENSA, HEIN? PENSE QUE, A CADA DIA MAIS, A IMPRENSA SE TRANSFORMA EM CAIXA DE RESSONÂNCIA DE OPERADORES DO ESTADO, POR MAIS INSENSÍVEIS QUE ELES SEJAM, POR MAIS QUE ABUSEM DA RETÓRICA, POR MAIS....PARO POR AQUI.

MINHA HOMENAGEM A TODOS OS BOMBEIROS DO BRASIL, UMA CORPORAÇÃO QUE DIGNIFICA SUA FARDA.

RR

Início do conteúdoO Estado de São Paulo

Cabral diz que bombeiros agiram como vândalos no Rio

Governador diz que já foi aberto processo disciplinar contra os manifestantes que invadiram quartel

04 de junho de 2011 | 13h 39

Carolina Spillari

Os bombeiros que participaram de uma manifestação por maiores salários no Rio de Janeiro foram chamados de irresponsáveis pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em entrevista coletiva neste sábado, 4. "Amotinados, os irresponsáveis dizem ser o pior salário do Brasil. E mesmo que fosse, não se justificaria a entrada no quartel central da instituição de uma maneira irresponsável, intolerável", disse.

De acordo com o governador, o Corpo de Bombeiros não viu os investimentos feitos nos últimos quatro anos, que, segundo ele, chegam a R$ 120 milhões melhorias destinadas a viaturas, novos caminhões, novas estruturas e equipamentos da Defesa Civil.

Um processo disciplinar já está aberto contra os manifestantes, afirmou Cabral. "A abertura do processo disciplinar já foi determinada por mim", afirmou. O governador disse que os "440 vândalos presos por invasão ao prédio público, por depredação e vão responder administrativa e criminalmente". O governador também anunciou o nomeação do novo comandante da Corpo de Bombeiros, o Coronel Sérgio Simões, hoje secretário da Defesa Civil.

Os bombeiros reivindicam aumento salarial e melhores condições de trabalho. Eles afirmam que o salário inicial de R$ 950,00 é o menor da categoria em todo o país e exigem um salário de no mínimo R$ 2 mil para soldados que iniciam a carreira. A manifestação começou na madrugada deste sábado, 4. Depois de invadir o quartel, eles foram presos pelo Bope. Eles foram autuados por motim e deixaram o batalhão em ônibus da PM.



Marta Bellini. O pior: na "entrevista"coletiva que vejo, agora, ninguém perguntou sobre o salário do bombeiros. Jornalistas...

sábado, 4 de junho de 2011

Fim das ideologias...



... mas, não o fim dos trabalhadores. Desde ontem, dia 3 de junho, bombeiros do Rio de Janeiro, protestam. No final da tarde de ontem, dois mil bombeiros, sairam em passeata da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e foram à Sede do Bope, a tropa de elite militar. Seiscentos entraram na sede do Bope, alguns com suas mulheres e filhos. Foram sitiados, bombardeados e sairam agora de manhã presos, por ordem expressa, do SR governador do Rio de Janeiro, o democrático peemebedista, Sérgio Cabral.



Bombeiros recebem um ridículo salário de R$900,00 reais. Nem chegam a dois salários mínimos brazileru. Infelizmente, os bombeiros - que expressam suas condições trágicas de trabalho - estão, nesse momento, sendo levados para a Corregedoria de Niterói, RJ.



Repito: salário de bombeiros, R$900,00. Dos deputados em Brasília: R$26.000,00 mais apartamento, viagens, auxílio moradia, auxílio telefone, carros, assessorias .... cerca de R$ 120.000,00 por mês.



Na madrugada de 3 ára hoje, 4/06, a Comissão de Direitos Humanos não pôde entrar na sede do Bope. Parabéns, Sr Sérgio Democrático Cabral!

A resposta de Palocci...

04/06/2011 - 12h23

Em nota, Palocci responsabiliza imobiliária por apartamento alugado "de laranja"

Camila Campanerut
Do UOL Notícias
Em Brasília

Em resposta à reportagem da revista “Veja”, a ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, respondeu neste sábado (4) por meio de nota oficial que a responsabilidade pelo apartamento que ele morava com a família em São Paulo é da imobiliária Plaza Brasil que contratou em 2007.

De acordo com a nota, o contrato foi firmado em “bases regulares de mercado” entre o ministro e a administradora de imóveis e os pagamentos dos aluguéis pelo ministro eram feitos “regularmente através de depósitos bancários”, dos quais o próprio Palocci teria como comprovar mediante apresentação de comprovantes.

“O ministro e sua família nunca tiveram contato com os proprietários, tendo sempre tratado as questões relativas ao imóvel com a imobiliária responsável indicada pelos proprietários”, justifica a nota oficial enviada pela Casa Civil.

Segundo reportagem da revista “Veja” de hoje, Palocci vive há quatro anos em apartamento de 640 metros quadrados, cujo dono é uma “empresa de fachada que está em nome de um laranja de 23 anos, que mora em um casebre de fundos na periferia de Mauá, no ABC Paulista e ganha R$ 700 por mês e teve o celular bloqueado por falta de pagamento”.

A denúncia acontece um dia depois de o ministro quebrar o silêncio de 18 dias, vir a público e tentar explicar como conseguiu aumentar seu patrimônio em 20 vezes em quatro anos por meio de trabalhos de consultoria a empresas, enquanto cumpria o mandato de deputado federal.

O papel de articulador de Palocci vem perdendo força e o próprio partido, o PT, vem trabalhando para descolar da imagem da legenda e do governo qualquer possível irregularidade cometida por Palocci, o que o deixa ainda mais vulnerável para manter-se no cargo.

Veja a íntegra da nota:

Esclarecimentos em relação a reportagem publicada pela revista Veja:

1. O imóvel em que vive a família do ministro Antonio Palocci Filho em São Paulo foi alugado em 1º de setembro de 2007 por indicação da imobiliária Plaza Brasil, contatada para este fim.

2. O contrato foi firmado em bases regulares de mercado entre Antonio Palocci Filho e os proprietários Gesmo Siqueira dos Santos, sua mulher, Elisabeth Costa Garcia, e a Morumbi Administradora de Imóveis.

3. O contrato foi renovado em 1º de fevereiro de 2010 entre Antonio Palocci Filho e a Morumbi Administradoras de Bens, sucessora da Morumbi Administradora de Imóveis.

4. Os alugueis são pagos regularmente através de depósitos bancários, dos quais o ministro dispõe de todos os comprovantes.

5. O ministro e sua família nunca tiveram contato com os proprietários, tendo sempre tratado as questões relativas ao imóvel com a imobiliária responsável indicada pelos proprietários.

6. O ministro, assim como qualquer outro locatário, não pode ser responsabilizado por atos ou antecedentes do seu locador.

7. A revista não informou o teor da reportagem ao ministro ou a sua assessoria, motivo pela qual estes esclarecimentos não constam da reportagem.

Reinaldo Azevedo/Veja


04/06/2011
às 8:19

Fala o laranja: "Não tenho como brigar com o Palocci"

Fala o laranja: "Não tenho como brigar com o Palocci"

Se a situação do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, já parecia enrolada, ela se complica bastante a partir de hoje. Reportagem de Leonardo Coutinho na VEJA desta semana mostra que o mega-apartamento que o ministro aluga há quatro anos, em São Paulo, de 640 metros quadrados, pertence a uma empresa de fachada que está em nome de um laranja de 23 anos, que mora em um casebre de fundos na periferia de Mauá, no ABC paulista, ganha R$ 700 por mês e teve o celular bloqueado por falta de pagamento. Não obstante, ele é “donos” de um apartamentaço com quatro suítes, três salas, duas lareiras, todo ladeado por varandas, avaliado em R$ 4 milhões. Não se aluga um igual por menos de R$ 15 mil; o condomínio chega R$ 4.600, e a parcela mensal de IPTU é de R$ 2.300.

O leitor é uma pessoa boa e luta para pensar sempre o melhor. Que culpa tem Palocci se a empresa que é dona de seu apartamento é de fachada e se aquele que aparece formalmente como dono é um laranja? Pois é… Um “consultor” da sua estatura, com a sua experiência, um dos mais bem pagos DO PLANETA, ex-ministro de estado — o que valorizou muito seu passe, como ele insistiu ontem no Jornal Nacional — deveria ter mais cuidado para saber onde se mete, não é mesmo? As coisas poderiam parar por aqui, e teríamos só uma história de um ministro imprudente, que aluga um apartamento de luxo, cuja soma de gastos supera o seu salário. Mas as coisas não param por aqui!

Preste atenção!
- VEJA resolveu saber quem era o dono do apartamento que o ministro aluga. De acordo com 14º Ofício de Registro de Imóveis de São Paulo, ele pertence à Lion Franquia e Participações Ltda.
- E quem é o dono da Lion? São dois sócios: Dayvini Costa Nunes, com 99,5%, e Felipe Garcia dos Santos, com 0,5%. Felipe tem 17 anos e foi emancipado no ano passado.
- Dayvini e Felipe são laranjas. Leia na revista como ele acabou “dono” do imóvel. A Lion não existe. Usou endereços falsos nos últimos três anos.
- A Lion recebeu o apartamento de um certo Gesmo Siqueira dos Santos, tio de Dayvini, que responde a 35 processos, incluindo falsificação de documentos.

“Não tenho como brigar com Palocci

VEJA encontrou Dayvini com os dados sobre a posse do imóvel e a tal Lion. Ele afetou surpresa, disse que não sabia de apartamento nenhum e até ironizou: afirmou que sua vontade era pegar o imóvel que estava em seu nome, vender, pagar as contas e comprar uma boa casa para a família. Certo!

Ontem, no entanto, Dayvini telefonou para a VEJA para mudar a sua versão. Sim, ele é laranja da Lion, mas afirmou que participou da fraude. Reproduzo trecho da sua segunda entrevista:

VEJA - Um homem ligou dizendo ser seu tio. O que ele quer?
Dayvini -
Desde que você falou comigo, não consigo dormir, por causa dessas coisas que envolvem pessoas com quem não tenho como brigar, como o Palocci, entendeu? Eu não tenho como bater de frente com essas pessoas. Sou laranja.

VEJA - O seu tio disse que o senhor sabia que era laranja.
Dayvini -
Ontem, quando você chegou na minha casa, estava um pouco nervoso.

VEJA - O senhor mentiu ontem ou está mentindo agora?
Dayvini -
Eu menti ontem.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

TV câmara: notem a data, 22/08/2005. "Palocci convenceu". Meses depois, ele pediu demissão...convenceu a si mesmo, isto sim.

TV Câmara Hoje

Palocci convenceu a Oposição e o mercado financeiro

22/08/2005 00:00

Eles dizem agora: "Com Palocci ou sem Palocci, todos nós somos o Palocci". E nós, os Palhaços !

Jornal do Commercio de Recife, Coluna Pinga Fogo

Publicado em 03/06/2011, Às 10:03

Dirigente histórico do PT nacional, Francisco Rocha, conhecido como Rochinha, voltou na história para demarcar uma linha de discurso que deve servir em defesa do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, na má explicada evolução de seu patrimônio.

Desembarcou Rochinha em 2005, ano em que o governo do então presidente Lula mergulhou na sua mais grave crise com a denúncia de um suposto esquema de compra de voto conhecido como mensalão.

O petista enxerga naquele escândalo a mesma estratégia de que se vale agora, segundo sua avaliação, a "oposição e setores da mídia" para enfraquecer o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT.

"Os setores da mídia que mais lincham o Palocci são os que sempre se consideram amigo dele muito antes de 2002 (ano da primeira vitória presidencial de Lula). Os que sempre o diferenciaram do resto do PT. Estou consciente de que o foco não é o Palocci. O foco é o governo Dilma e o PT".

E continua Rochinha: "Esses meios de comunicação sabem que Palocci sempre teve trânsito direto nos meios financeiros e capitalistas da alta sociedade. Esse é um espaço sobretudo para ganhar dinheiro. Não foi só o Palocci. Há nesse meio muitos Paloccis"
.


Caro Roque: vários órgãos da imprensa querem saber o que devemos pensar depois da "entrevista"(gravada) do Palocci no Jornal Nacional....gozado, não?

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Nos EUA. Aqui, basta seguir as páginas policiais...

In News & Analysis
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lobbyist_money-200x300.jpgAs Senate Majority Leader Harry Reid (D-Nev.) was running for re-election, about $1 out of every $20 he raised for his massive war chest came from a tiny but elite group of Washington insiders: federally registered lobbyists and their immediate family members, according to a new analysis by the Center for Responsive Politics of campaign finance data and lobbying reports.

In 2009 and 2010 alone, Reid raised about $919,000 from 572 lobbyists who were registered and actively lobbying during either one of those years, the Center found. That's more than any other member of the U.S. Senate, but he's hardly the only member of Congress to post notable numbers.

Sen. Blanche Lincoln (D-Ark.) -- the chair of the Senate Agriculture Committee who ultimately lost her seat in November to Republican John Boozman after barely escaping her own party's primary -- ranked second behind Reid in terms of contributions from active, federally registered lobbyists during 2009 and 2010, at $637,400 from 469 individual lobbyists.

Sen. Chuck Schumer (D-N.Y.) and Republican Senate candidate Rob Portman of Ohio -- who served in President George W. Bush's cabinet -- both raised more than half a million dollars from active registered lobbyists during 2009 and 2010, according to the Center's research, pulling in about $599,400 and $519,525, respectively.

And Sen. Patty Murray (D-Wash.), who raised about $466,000 from active, registered lobbyists during 2009 and 2010, rounds out the top five Senate beneficiaries during this time frame.

Among congressmen seeking re-election in the U.S. House of Representatives in 2010, then-House Majority Leader Steny Hoyer (D-Md.), raised the most money from registered lobbyists during the past two years, at $250,400 from 165 individual lobbyists.

More than 20 other House members raised between $100,000 and $200,000 from active, registered lobbyists during 2009 and 2010, including then-Speaker of the House Nancy Pelosi (D-Calif.), then-Minority Leader John Boehner (R-Ohio) and then-Minority Leader Eric Cantor (R-Va.).

All this information and more is now available on the OpenSecrets.org website, as the Center for Responsive Politics endeavors to help readers connect the dots in the world of political influence.

Tables displaying the top recipients of cash from active, federally registered lobbyists during two-year election cycles is now available here in the OpenSecrets.org lobbying database, where a drop-down menu will allow you to view top Senate recipients, top House recipient or the top recipients of lobbyist money among parties, leadership PACs and other political action committees.

Within each member profile on OpenSecrets.org, you can also now see which active, federally registered lobbyists have donated money to House members over a two-year election cycle or a six-year election cycle for senators.

Augmenting the new icons that the Center for Responsive Politics announced last month, three types of arrows now appear alongside the names of companies and organizations that are displayed in each member of Congress' top contributors list.

A pink arrow represents that the organization hired lobbyists to lobby the federal government during the election cycle selected for the lawmaker, a two-year period for House members and a six-year period for senators.

An orange arrow signifies that the organization listed itself is an active lobbying firm.

A red arrow shows that lobbyists representing the listed organization contributed to this congressional member's campaign. By clicking on that red arrow, you'll see the list of specific lobbyists who donated money to the listed candidate, along with the dollar amounts they personal gave and the dollar amounts any of their spouses or children also contributed.

For instance, based on the number of pink and red arrows, we see that 18 out of the top 20 contributors to House Assistant Minority Leader James Clyburn (D-S.C.) hired federal lobbyists in 2009 or 2010 who also gave money to Clyburn during that two-year period.

Meanwhile, one organization hired federal lobbyists during this two-year period, but none of these individuals gave any money to Clyburn during the 2010 election cycle. Note the presence of a pink arrow and absence of a red arrow.

clyburnimage1.jpgAnd if you click on the red arrow corresponding to one of these organizations, say, General Electric, Clyburn's No. 1 donor during the 2010 election cycle, you can see that 10 individual lobbyists who lobbied for GE's interests of gave Clyburn a combined $6,567 during this time:

ClyburnGELobbyistMoney.pngOne of these 10 lobbyists is Paul Brathwaite, of the Podesta Group. Brathwaite, a former congressional aide and executive director of the Congressional Black Caucus, gave Clyburn $1,500 during the 2010 election cycle.

And if you click on Brathwaite's name, you'll be taken to a new feature within Brathwaite's lobbyist profile that outlines all his political contributions in 2009 and 2010.

In Brathwaite's case, he personally donated a total of $52,150 to federal candidates and committees during 2009 and 2010, according to the Center's research. And no contributions from his family members were found by the Center.

BrathwaiteDonations.pngNotably, only four other political groups received more money from Brathwaite than Clyburn:
Similar research is now displayed within each lobbyist profile on OpenSecrets.org.