sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Thiago Coser.

recebi esta notícia numa rede social, não sei se é verdade, espero que sim. É a postura ética que espero desde sempre dos deputados. Salário acima de 6 mil é roubo. Abraços.


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Milagre em Brasília...divulguem, espalhem, pulverizem, disseminem!!!!

O deputado federal José Antonio Reguffe (PDT-DF), que foi proporcionalmente o mais bem votado do país com 266.465 votos, com 18,95% dos votos válidos do DF, estreou na Câmara dos Deputados fazendo barulho. De uma tacada só, protocolou vários ofícios na Diretoria-Gera...l da Casa. Abriu mão dos salários extras que os parlamentares recebem (14° e 15° salários), reduziu sua verba de gabinete e o número de assessores a que teria direito, de 25 para apenas 9. E tudo em caráter irrevogável, nem se ele quiser poderá voltar atrás. Além disso, reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete, o chamado “cotão”. Dos R$ 23.030 a que teria direito por mês, reduziu para R$ 4.600. Segundo os ofícios, abriu mão também de toda verba indenizatória, de toda cota de passagens aéreas e do auxílio-moradia, tudo também em caráter irrevogável. Sozinho, vai economizar aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões (isso mesmo R$ 2.300.000,000) nos quatro anos de mandato. Se os outros 512 deputados seguissem o seu exemplo, a economia aos cofres públicos seria superior a R$ 1,2 BIlhão. “A tese que defendo e que pratico é a de que um mandato parlamentar pode ser de qualidade custando bem menos para o contribuinte do que custa hoje. Esses gastos excessivos são um desrespeito ao contribuinte. Estou fazendo a minha parte e honrando o compromisso que assumi com meus eleitores”, afirmou Reguffe em discurso no plenário. ................ Quantos poderiam seguir este exemplo??

pesquisas, ah, as pesquisas...

Radar político
30.setembro.2011 11:44:55

Com maior aprovação no Sul, governo Dilma é ótimo ou bom para 51%

Andrea Jubé, da Agência Estado

O governo Dilma Rousseff foi avaliado como ótimo ou bom por 51% dos entrevistados, de acordo com a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) encomendada ao Ibope e divulgada nesta sexta-feira, 30. O levantamento anterior, de julho, indicava aprovação de 48%. A melhoria na avaliação cresceu mais entre os eleitores da região Sul, que teve os maiores índices de ótimo ou bom, de 57%.

No Nordesde, o índice ficou em 52%, a frente ainda, embora dentro da margem de erro, do Sudeste, com 50%. Na pesquisa anterior, a aprovação no Sul era de 45%. Já no Nordeste, a aprovação era maior, de 52%. O Ibope realizou 2.002 entrevistas em 141 municípios entre os dias 16 a 20 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Em relação à pesquisa feita em março, a avaliação positiva do governo Dilma caiu cinco pontos porcentuais, de 56% para 51%.

A fatia dos entrevistados que consideram o governo ruim ou péssimo oscilou dentro da margem de erro da pesquisa, de 12% para 11%, em relação à rodada anterior, divulgada em julho. O governo é melhor avaliado entre os entrevistados com mais de 50 anos, faixa em que 55% consideram-no ótimo ou bom. “Quanto menor o nível de renda familiar do entrevistado, melhor a avaliação do governo Dilma”, diz a análise da pesquisa.

Dilma. A aprovação pessoal da presidente Dilma também cresceu e passou de 67% para 71% em relação à rodada anterior, divulgada em julho. A desaprovação da presidente caiu quatro pontos porcentuais, de 25% em julho para 21%, na pesquisa divulgada hoje. Segundo a CNI/Ibope, Dilma é melhor avaliada entre os entrevistados de 50 anos ou mais (75% de aprovação) e entre aqueles que cursaram somente até a quarta série do ensino fundamental (77%). Para o gerente de Pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, “faxina” contra a corrupção promovida pelo governo federal contribuiu para a alta de popularidade da presidente.

Atualizado às 14h52

Marta Bellini.

Estudantes na porta da reitoria da Universidade Estadual de Maringá

Estudantes na porta da reitoria da Universidade Estadual de Maringá
Olha aí os narizes!
EU QUASE QUE NADA SEI. MAS DESCONFIO DE MUITA COISA. GUIMARÃES ROSA.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SOLIDARIEDADE aos alunos da Universidade Estadual de Maringá

VIA FACEBOOK


Que horror! Botar polícia para investigar as ações de estudantes a reitoria faz... Queremos POLÍCIA para investigar quem ROUBOU os equipamentos de quatro BLOCOS da UEM. Cadê os equipamentos do Bloco I-12 e demais??? POLÍCIA É PARA LADRÃO!!!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011


29, setembro de 2011
O homem que tentou invadir o Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira, em Brasília, para entregar uma carta à presidente Dilma Rousseff permaneceu cerca de uma hora armado na portaria da sede da Presidência da República. Após se render, Maycon Kuster Pinheiro, 31 anos, natural do Espírito Santo, foi interrogado por seguranças do Planalto e será encaminhado a uma delegacia da Polícia Federal (PF).

Marta Bellini.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sindigatos ...

Um país ocupado

Este texto de José Vítor Malheiros foi publicado anteontem no Público, mas transcrevo-o para quem não tenha tido a oportunidade de o ler.
do blog de JOANA LOPES ENTRE AS BRUMAS DA MEMÓRIA AQUI

«É espantoso como, no espaço de poucos meses tanta coisa mudou. Não só nas nossas expectativas mas principalmente nas nossas atitudes. Apesar de algum debate nos media, de algumas declarações politicas mais fogosas, de alguma indignação mais localizada, de alguns dirigentes sindicais mais aguerridos, aceitamos como inevitável esta crise e parecemos resignados a sofrê-la. Na esperança ténue, de que um dia passe. Enchemos bem o peito de ar, fechamos a boca com força e aceitamos que, durante os próximos anos, nos devemos resumir a tentar manter o nariz de fora de água, apenas o nariz, sem fazer ondas, sem fazer barulho, sem gritar, sem protestar, sem dar nas vistas, sem viver, ondulando ligeiramente os braços para nos mantermos à tona, sem olhar para o que está à nossa volta. A palavra de ordem é apenas respirar. Respirar e esperar. Até que passe. Ou até que nos habituemos. Respirar assim só é difícil nos primeiros tempos. Depois habituamo-nos. É uma questão de ritmo.
Não é que não queiramos, não é que não gostemos, mas sabemos que fomos vencidos. Não sabemos quando, nem como, nem por quem, mas sabemos que fomos vencidos. É verdade que sonhámos que não íamos ser vencidos mas hoje é evidente que esse sonho não fazia sentido. A derrota era inevitável. Toda a gente diz.

Mas isto não é uma crise. Nem é uma simples derrota. Nem sequer é uma guerra. Isto é uma ocupação. Isto é uma ocupação.

Portugal é um país ocupado e não é o único. A presença do ocupante sente-se em cada rua, em cada esquina, em cada casa, em cada olhar. Os cartazes da propaganda do ocupante estão por todo o lado. O ocupante diz nos que estávamos enganados e que temos de pensar de uma outra forma. Que agimos mal e que temos de pensar de uma outra forma. Que estávamos enganados em pensar que tínhamos direitos e temos de abdicar deles porque esses direitos destroem a economia. Que estávamos enganados em pensar que os nossos filhos podiam viver numa sociedade de bem-estar e que temos de os desenganar. Que estávamos enganados em pensar que as desigualdades se iriam reduzindo e que a justiça social era o mais belo dos objectivos. Que estávamos enganados em pensar que a solidariedade era fonte de progresso, quando só a competição entre as pessoas garante o progresso. Que estávamos enganados em defender soluções colectivas, quando a vitória é sempre individual. Quando acreditámos que a saúde podia ser para todos. Quando pensámos que a democracia se exprime pelo voto e no espaço público quando na realidade o poder está no euro , no dólar e nas bolsas. Quando pensámos que as pessoas são mais importantes que o dinheiro. Quando pensámos que havia sempre alternativas.
Isto não é uma crise porque não estamos a corrigir nada do que nos trouxe até aqui. Isto não é uma crise porque não estamos a fazer um sacrifício em nome do futuro. Isto é algo que estamos a ser obrigados a reviver em nome do passado. Isto é apenas o regresso do passado, a vitória que julgávamos ter vencido mas que regressou da tumba. Esta é uma vingança do passado, por nos termos preocupado tanto com o presente que nos esquecemos do futuro. Isto é uma ocupação. Uma ocupação com mais colaboracionistas que resistentes, como todas as ocupações. Colaboracionistas maravilhados com a pujança do ocupante, com a sua filosofia hegemonista, com a sua musculada e sadia visão do mundo, com um mundo de eficiência e sem parasitas. Sem sindicatos e sem esquerdistas. Sem solidariedade e com total obediência aos chefes e ao serviço dos mais ricos.
Só que não é possível viver assim. E apesar de tudo há alternativas. A alternativa é procurar sempre e incansavelmente a alternativa, sem sacrificar nada do que nos é caro.»
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Comentários:

O texto me lembra as greves e as ocupações pela oposição aos governos do PMDB, PT e aliados no Brasil. Cadê os sindicalistas da CUT? O gato comeu. Estão nos gabinetes dos deputados da ex-querda. Dos senadores amigos. Nas instituições públicas. Cargos de presente. Greve dos professores em Belo Horizonte. Cadê os cutistas? Ocupação das reitorias das universidades federais e estaduais. Cadê os sindicalistas? Estão nas churrascarias aumentando o volume dos abdomens. Arredondando os glúteos. A postura dos sindicalistas parece a de hipopótamos (com perdão aos hipopótamos, adoro-os). Os sindicalistas sobrevivem vivem de nossos impostos sindicais. Lavam-se no dinheiro dos sindicalizados e não sindicalizados. É fácil viver assim. O dinheiro cai do céu. ôps, cai do nosso bolso graças à cumplicidade dos cutistas e cia com o governo Lula e Dilma. Imposto sindical. Churrascarias, carros, viagens. A vingança é a obesa barriga dos rapazes. Mas é vingança pouca. Eles gostam de ser feios.

Associação Juízes para a Democracia

Entidade de juízes sai em apoio a corregedora que criticou 'bandidos de toga'

AJD critica manifestações de cúpulas dos tribunais 'que objetivam garantir seus poderes arbitrários'

28 de setembro de 2011 | 22h 40

Fausto Macedo / SÃO PAULO - O Estado de S.Paulo

Veja também:
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Ministra está estimulada com o trabalho, diz Gilmar Mendes
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Peluso comanda reação de juízes contra corregedora que vê 'bandidos de toga'

“Na cultura política brasileira há longa e nefasta tradição de impunidade dos agentes políticos do Estado, dentre os quais estão metidos a rol os membros do Poder Judiciário, notadamente os desembargadores dos tribunais estaduais e federais, e ministros dos superiores”, declarou ontem a Associação Juízes para a Democracia (AJD), em comunicado público de defesa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Subscrita pelo juiz José Henrique Rodrigues Torres, presidente do Conselho Executivo da AJD, a carta é um manifesto de apoio à cruzada da ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, que sofre ataques de magistrados desde que apontou para “bandidos da toga” e denunciou resistências ao CNJ.

“Reações corporativas, animadas por interesses particulares, e manifestações das cúpulas dos tribunais, que a pretexto da preservação de suas atribuições, objetivam garantir seus poderes arbitrários, não podem prevalecer sobre o relevante papel desempenhado pelo CNJ na apuração de desvios de conduta funcional e responsabilização dos magistrados faltosos com seus deveres de probidade”, assevera Torres.

A AJD, “entidade não governamental e sem fins corporativos”, assinala que a competência disciplinar do CNJ está prevista na Constituição, artigo 103, e “constitui uma salutar conquista da sociedade civil para efetivar o princípio republicano”. “Os mecanismos de controle da moralidade administrativa e da exação funcional dos magistrados em geral garantem legitimidade social ao Poder Judiciário e a independência judicial”, observa Torres.

A entidade diz esperar que o STF “pondere sobre os interesses em questão e coloque-se à altura dos desafios que a realidade lhe impõe e das expectativas sociais em torno de tão relevante tema, valendo-se da oportunidade para romper com posições conservadoras e anacrônicas em relação à estrutura e funcionamento do Poder Judiciário, que tanto tem concorrido para o mau funcionamento e descrédito do serviço público judicial”.

E ressalta: “O CNJ atende a interesses democráticos, republicanos, em garantia da própria independência da classe. Os juízes não existem para a magistratura, mas como garantidores dos direitos das pessoas. Essa é a função que lhes cabe.”

Veja on line

29/09/2011 - 08:04

Justiça

Ficha Limpa: aniversário com pendência judicial

STF deve julgar constitucionalidade da lei em outubro; movimentos temem que decisão seja adiada com demora na escolha do 11º ministro da Corte

Luciana Marques
STF: julgamento da Ficha Limpa pode ocorrer sem plenário completo

STF: julgamento da Ficha Limpa pode ocorrer sem plenário completo (Fernando Bizerra Jr./EFE)

A Lei da Ficha Limpa ainda enfrenta uma pendência judicial dois anos depois de o projeto de lei ter sido enviado ao Congresso - com apoio de 1,5 milhão de brasileiros - e um ano após a sua aprovação. O Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu que a lei não vale para 2010 em março deste ano, ainda precisa julgar a constitucionalidade do texto. O ministro Luiz Fux garantiu à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que entrou com uma ação na corte a favor da lei, que colocará o processo em pauta em outubro deste ano.

"É questão de segurança jurídica. Ninguém - nem os políticos, nem os eleitores - pode permanecer nessa situação de dúvida", defendeu o presidente da OAB, Ophir Cavalcante. Os defensores da nova lei, contudo, estão preocupados com a repetição da vergonhosa cena ocorrida no STF em setembro de 2010, quando houve empate no julgamento da Ficha Limpa. Os ministros decidiram, então, aguardar a indicação do Palácio do Planalto para a 11ª cadeira do tribunal para finalizar o julgamento. Hoje a Corte trabalha novamente com dez ministros, diante da aposentadoria de Ellen Gracie.

“Tenho certeza que o Supremo não vai querer passar pelo mesmo dissabor de não conseguir dar uma solução para essa questão. Esperamos que a presidente Dilma nomeie alguém comprometido com as mudanças que a sociedade quer”, avalia o juiz Marlon Reis, representante do Movimento de Combate à Corrução Eleitoral (MCCE).

Legislação – Mesmo que o STF dê a última palavra a favor da Ficha Limpa, a lei ainda estará sujeita a mudanças. Um projeto que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados prevê que o político, para se tornar inelegível, tem que ter as contas reprovadas não só por tribunais de contas, mas também pela Justiça. Hoje a lei diz que a rejeição de contas pelo órgão fiscalizador é suficiente para barrar a candidatura de políticos. Em 2010, o Tribunal de Contas da União (TCU) avaliou que mais de 8.000 gestores tinham contas irregulares e, portanto, estariam impedidos de se candidatar.

O relator da matéria, deputado Ronaldo Fonseca (PR-DF), nega que o objetivo do texto seja burocratizar o processo de inelegibilidade. “Não vai retardar o processo, pelo contrário, vai moralizar porque o Judiciário tomará uma decisão mais isenta”, avalia. O professor de ética da Unicamp Roberto Romano criticou iniciativas dos parlamentares para derrubar parte da lei. “Eles vão tentar enquanto puderem, porque tudo o que interesse a eles é a falta de transparência e de responsabilidade. Eles querem legislar sem obedecer às leis”, disse.

Situação atual – A indefinição sobre a validade da Ficha Limpa para 2010 – diante do atraso da votação no STF – ainda traz consequências. Três candidatos ao Senado - João Alberto Rodrigues Capiberibe (PSB-AP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Jader Barbalho (PMDB-PA) - ainda não conseguiram tomar posse porque foram considerados inelegíveis nas eleições passadas. Como a decisão do STF só ocorreu em março, os políticos tiveram que reivindicar seus mandatos.

João Capiberibe foi o único dos três a conseguir autorização do STF para exercer o mandato. Sua diplomação está marcada para quarta-feira no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) e a posse no Senado será no dia 11 de outubro. Ele ocupará a vaga do senador Geovani Borges (PMDB-AP). Capiberibe reclamou do atraso na decisão: “A impressão que me dá é que houve uma pressão do PMDB, que perderá o mandato, para atrasar as decisões”.

A esposa do socialista, Janete Capiberibe (PSB-AP) e outros dois deputados que tinham sido barrados pela Lei da Ficha Limpa – João Pizzolatti (PP-SC) e Magda Moffato (PTB-GO) - tomaram posse em julho na Câmara dos Deputados.

Ato – Na manhã desta quarta-feira, haverá um ato na Câmara dos Deputados em comemoração à Lei da Ficha Limpa. A data também celebra o aniversário da publicação no Diário Oficial da primeira lei de iniciativa popular aprovada no país, sobre compra de votos. O MCCE, que reúne cinquenta entidades, pedirá aos deputados que aprovem uma lei estabelecendo o dia 29 de setembro o "Dia Nacional da Democracia Direta".

“Comemoramos o fato de que, a partir das eleições de 2010, o tema passou a ser pautado nas discussões políticas. Já se estabeleceu um novo padrão porque os partidos precisam escolher candidatos fichas limpas”, afirmou Marlon Reis.

Antigo, mas atual, atual...

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Pedaços da palestra proferida no dia 12/06/2007 no evento Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre.

ELEIÇÕES E JUSTIÇA

Roberto Romano

1) Mentiras


Durante o tenso debate encenado sobre a retórica, no Górgias, Sócrates insiste: os cidadãos procuram corretamente conselhos em todas as técnicas, do campo náutico à medicina. Os retores, aproveitando tal confiança em juízos especializados, afirmam que também o seu mister é uma técnica, persuadir os que decidem a norma política. Sócrates replica de modo direto, afirmando que, apesar dos retores, a política e a moral exigem saberes técnicos, os quais devem ser adquiridos antes que o retor ensine as pessoas a persuadir. Caso contrário, ocorre apenas que o ignorante imagine saber mais do que os especialistas. ( 1) Trata-se a retórica de um saber ou apenas de experiência, algo limitado ao incerto e inseguro campo empírico ? A resposta socrática é positiva. retórica é forma empírica de ação e pensamento. E o que se produz com ela? Certa gratificação e prazer. Quem é gratificado pela retórica? O povo. A arte de persuadir seria, então, algo belo e bom ? Longe disso. A retórica é prática que, sem poder ser considerada uma ciência, pertence a pessoas perspicazes e sem medo, superiormente dotadas para a lisonja. A retórica é uma empiría, como a arte de cozinhar.

No fim do diálogo Sócrates desafia Cálicles e sua profecia do julgamento que levou o filósofo à morte, dizendo que só um homem sem justiça (adikount´anthrôpon) o conduziria ao tribunal, pois é deslocado (atopon) que um homem justo denuncie ao tribunal um outro que não comete injustiça. Não seria de espantar se a sentença dos juízes fosse a condenação à pena capital. E Sócrates enuncia a sua auto-percepção: “Acredito que eu sou, em companhia de alguns atenienses (oimai met´oligôn Athênaiôn) o único homem hoje ocupado em assuntos estatais. Por isto, as palavras que pronuncio não se destinam a agradar, mas dizem o que mais vale, não o mais agradável. Sou incapaz das finuras aconselhadas por você, de modo que não saberia o que dizer diante do tribunal. Eu seria julgado como seria julgado o médico que acusasse certo cozinheiro face a um tribunal de crianças. O cozinheiro poderia dizer, justificando-se : “crianças, eis um homem que lhes causa misérias. Ele machuca (…), aos lhes cortar ou queimar. Ele seca e sufoca, de modo que vocês não sabem para onde fugir. Eles lhes dá para beber o que é amaríssimo, forçando a sua fome e sede! Não comigo, que lhes dou grande quantidade de variadas guloseimas doces! Paralisado pelas necessidades de sua situação, o que poderia dizer o médico? Suponha que ele diga a verdade : ´Tudo o que fiz, era para a sua saúde !´. Alguns clamores, protestos, os juízes não seriam violentos?” . Algo análogo, diz Sócrates, enfrentarei no tribunal.

O Górgias ataca a política ateniense e os políticos. Nele, dois ideais são confrontados com a experiência. Sócrates elege o ideal que o conduz à felicidade pessoal. Atrás dele surge a imagem de Platão, destinado à política por origem familiar e pelas suas próprias inclinações. O diálogo apresenta o problema, desenvolvido na República e nas Leis, da sociedade justa ou injusta ( 2). O ataque é dirigido às cidades mal administradas, “que medem seu ´poder pelo número de navios nos portos e dólares no tesouro, o seu ´bem estar´ pelas condições de consumo dos cidadãos. Tal seria a sociedade ateniense, a de Péricles, cujos princípios corruptos conduzem à corrupção das instituições musicais, dramáticas, políticas e sociais”. (3 ) Platão condena os políticos por adular os preconceitos da massa. Sócrates diz no Górgias: “Prefiro que a lira seja desprovida de acordo e dissonância, e que o mesmo ocorra com o côro pelo qual sou responsável, e que a maioria dos homens esteja em desacordo comigo, e me contradigam, em vez de não ser, eu mesmo, consoante comigo mesmo e me contradizer”. O termo usado para falar em acordo musical e político, nesta passagem, é “homologein”, importante na ordem jurídica ocidental.

A retórica é adulação dos governados, algo que se transforma em tirania quando os demagogos atingem o poder. No processo eleitoral democrático o povo esquece o que exige na vida particular. Nesta última, quando se busca o auxílio de um médico, artesão, etc., a busca é por indivíduos técnicamente bem treinados, competentes. Nas eleições e consultas ao povo, tal elemento é afastado, salientando-se a corrente de palavras que opera com feitiço, um encantamento dos eleitores. Assim, eles confiam a direção do Estado a pessoas incompetentes e sem retidão. No Górgias, Platão distingue as “epistemai-téknai” fúteis das sérias. Existiria uma retórica perversa e pervertida, aproximada à lisonja e à cozinha (inferior à ginástica e à medicina) e a boa retórica, que ensina e produz a virtude, superior à ginástica e à medicina. ( 4)

Não cabe aqui seguir as inspeções modernas do pensamento platônico no âmbito político. Como fruto das utopias renascentistas, do socialismo no século 19 e 20, do nazismo sobretudo, críticos de Platão indicam nele um teórico totalitário. E neste rumo, também foi acentuado a “solução” platônica que substituiria as eleições democráticas, doentes de virulenta demagogia, produtoras de servidão voluntária. Karl Popper, na conhecida obra sobre a sociedade aberta, acusa o suposto ou real totalitário. Leo Strauss assume atitude diferente face à “noble lie”. A fórmula tem uma polissemia que exige prudência. As duas palavras —gennaion pseudos— foram interpretadas de formas contraditórias. Sejam quais forem as exegeses, a “nobre mentira” instalou-se no mais profundo nível da Razão de Estado. Com as descrições da Guerra do Peloponeso, em especial o episódio da ilha de Melos, ela fornece a armadura dos que, dirigindo o Estado, desconfiam de eleições e debates, fogem da transparência e da “accountability”. Eleições livres (livres sobretudo de manipulações eleitorais) e razão de Estado formam um par de muito difícil consonância.

Platão imagina que determinadas situações exigem a nobre mentira. Consciente de que a educação não basta para manter três setores hierarquizados de guardiães, auxiliares e produtores na suposta “cidade bela” (Kallipolis), Sócrates afirma que os três grupos devem crer que estão em determinado grupo porque nasceram da terra. Todos os cidadãos precisam ver cada um dos outros como irmãos. Mas um grupo é misturado com ouro, outro com prata, outro com bronze. Que mentira será eficaz para conseguir a divisão entre os três setores (filósofos/reis, guardiães, trabalhadores) ? Surge a fórmula da mentira como remédio (hos pharmakon chresimon), o mais parecido com a verdade. ( 5) A tese platônica espanta porque, mesmo na democracia demagógica de Atenas, o ideal era não mentir em assuntos de Estado.


Jon Hesk, discute a tese de Platão e mostra dois exemplos de mentira condenada no campo democrático. A primeira, se passou nos EUA de nosso tempo, com o comportamento de Oliver North na crise Iran/Contras. Dois comitês do Congresso tentaram convencer North de que era errado enganar os legisladores, o povo americano e o governo iraniano. Um político diz ao militar investigado que existem vínculos essenciais entre a transparência, a honestidade e a política normativa na América, ao contrário do que se passa nas terras não democráticas. Um senador (Hamilton) se perturba com o apelo de North à noção de que ocasionalmente é necessário e justificável mentir ao povo.

Mas Demóstenes, em discursos virulentos, também denunciou a mentira e o engodo como ameaças ao processo democrático. Mentiras podem existir em regime tirânico, diz ele, ou numa oligarquia, porque tais sistemas não exigem o debate dos cidadãos e dos que decidem as políticas públicas. ( 6) O pensamento ocidental, desde o Renascimento, divide-se entre os que defendem a mentira do Estado (e a sua ordem burocrática) e os que estabelecem, como Humboldt, os limites da ação estatal. Rousseau indica o ponto: “o pretexto do Bem Público é sempre o mais perigoso flagelo do povo” ( 7) A fórmula da razão de Estado é simples: “salus populi suprema lex esto”. Um comentador de Rousseau matiza o dito do genebrino: as mentiras oficiais causam danos insuspeitados. O “legislador, embora justificadamente use mentiras e outras formas de engodo para atingir as pessoas com seus propósitos, deveria persuadir em vez de forçar o povo comum a aceitar seus ditames” (8 )


2) Razão de Estado


Os comentadores da Razão de Estado indicam a inconexão nela encoberta entre quem fala com poder e quem obedece. “O político mente para ganhar eleições; o desempregado mente para conseguir emprego, e até existe quem minta exclusivamente para chamar a atenção”. Mentir é próximo de manipular, pois é um ato unilateral: “eu” engano, minto, e “eles” não devem perceber. A razão de Estado é uma política paradoxal porque tende a reduzir todo enunciado político à manipulação dos dirigidos, neles criando a aceitação temporária do que se diz e se faz. A adesão aos atos do governante é fabricada com meticulosa astúcia. A cada vez o engano deve ser retomado, sem que se acumule realmente qualquer obediência cuja origem seja a vontade efetiva do coletivo.

A razão de Estado arruina a fé pública porque é “um engano radical, uma ruptura de fé que arruina todo contrato discursivo; na mentira [e na Razão de Estado, RR] o ouvinte não é capaz de explicitar nenhuma estrutura; trata-se de um discurso ´fora da lei´”. ( ) Quando descoberta, a mentira precisa de razões excusas para justificar seu abuso. A verdade não precisa se desculpar, salvo justamente diante da razão de Estado, como se apreende da história desta política que não ousa dizer seu nome. Os julgamentos das seções especiais de Justiça em Vichy, os julgamentos de Moscou e muitos outros julgamentos demonstram esse ponto.

Quais mentiras operam na cultura ocidental, berço da razão de Estado? Na ficção, que sem dúvida não é verdadeira mas também não é mentirosa, pois não intenta enganar. Na lingua política comum, não presa à Razão de Estado, pois nela se encontram os eufemismos, as evasivas, os silêncios, as desinformações. Esta lingua promete sem prometer e deseja agradar e conseguir votos, persuadir mais do que convencer. Mas não pode ser dita mentirosa, e sim demagógica. Nela, os interesses pragmáticos se sobrepõem a todos os demais interesses. A lingua da publicidade exagera para persuadir, é prescritiva de modo sutil. ( ) A fala cotidiana conta com fórmulas mentirosas, que não podem ser tomadas ao pé da letra. Assim nas desculpas, saudações, expressões de contentamento ou tristeza. “Existem classes e profissões nas quais se pressupõe, por princípio, que forçam os seus representantes a mentir, como, por exemplo, os teólogos, os políticos, as prostitutas, os diplomatas, os poetas, os jornalistas, os advogados, os artistas, os fabricantes de alimentos, os operadores da bolsa, os juízes, os médicos, os falsificadores, os gigolôs, os generais, os cozinheiros, os traficantes de vinho”. ( ) Mas as mentiras profissionais são partilhadas. Passemos ao caso da mentira como ato de violência e poder.

A mentira real se identifica com a injustiça. Ela é violência só justificada pela aceitação do violentado. Nela, as duas partes —mentiroso e enganado— sabem que estão mentindo um ao outro, mas ao dirigido só resta aderir ao dominante. Na mentira real a competência linguistica é assimétrica: mente-se à criança, ao doente, ao fraco, ao vulnerável, ao que depende de tutores. A Razão de Estado se instala com a dominação assimétrica absolutista. É o caso de James I, que afirma ser o rei “accountable” apenas perante Deus. Aos súditos, ele ensina e manda sem que eles possam exigir prestações de contas. A luta contra a Razão de Estado formou as revoluções democráticas na Inglaterra, na América e na França. Na democracia, a competência lingüistica é simétrica e compartilhada.

A Razão de Estado contraria o genero humano porqueque sua mentira é injustiça que não toma governantes e governados como iguais, mas reduz o governado a meio do governante. A mentira se oculta na Razão de Estado, porque senão ela perde efeito. Fé pública e verdade garantem deveres, leis, contratos. Pitt Rivers ( ) afirma que a mentira mede a hierarquia. Mentir é uma relação que se faz cima para baixo. Trata-se de saber quem possui direito à verdade. Mentira é não dizer a verdade a quem possui direito a ela. A ordem que chega de cima não é mentira, mas palavra de poder, modelo de ação para quem a recebe. Quem precisa fazer sua informação subir mente se esconde não a purifica o conveniente para o seu nível. Os totalitarismos “nunca reivindicaram a si mesmos como prováveis, mas como verdadeiros”.

3) Eleições

Se quisermos conhecer a “realidade” de um coletivo humano, as eleições ajudam bastante. Mas os escrutínios eleitorais trazem muitas incertezas. Em primeiro lugar, pensa François Dagognet ( ), porque o poder, desde o início, “se imiscui na operação e a embrulha: ele deseja em demasia uma ´representação´que lhe seja favorável”. Nas eleições e nos escrutínios, são misturadas três imagens: “a real (se esta palavra tem algum sentido) a normativa ou potencial, pois se trata de encontrar uma direção futura, a desejada ou procurada, porque os manipuladores tendem a se perenizar e cuidam bem de desregular os indicadores”. O ponto maior é que eleições visam menos o conhecimento de ideais, ou exigências coletivas, e geram mais a afirmação de poder de grupos. Na história eleitoral os grupos poderosos reduziram o voto público (com as mãos erguidas, em voz alta, etc) em proveito do voto secreto. O voto secreto é mais indicado, quando se trata de instaurar a justiça e a liberdade? Leiamos Montesquieu: “A lei que fixa o modo de dar os bilhetes dos sufrágios é lei fundamental na democracia. É um grande problema saber se os sufrágios devem ser públicos ou secretos. Cicero escreve que as leis que os tornaram secretos nos últimos tempos da República foram em grande parte a causa de sua queda”. ( ) E Rousseau afirma o seguinte: “quanto à maneira de recolher os sufrágios, ela era entre os primeiros romanos tão simples quanto seus costumes, embora menos simples do que em Esparta. Cada um dava seu sufrágio em voz alta, um funcionário os anotava…Este uso era bom, enquanto reinou a honestidade entre os cidadãos e cada um tinha vergonha de fornecer publicamente seu voto a uma deliberação injusta ou assunto indigno, mas quando o povo se corrompeu e os votos passaram a ser comprados, foi conveniente que eles fossem dados em segredo”. (Contrato Social, IV, IV).


4) Justiça

Dos retores criticados no Górgias à “nobre mentira” da República, daí ao elogio da dissimulação e do engodo trazidos pela Razão de Estado, passando aos procedimentos de Goebbels e similares, para atingir a era dos que Vance Packard chamou “Os persuasores ocultos” e atualmente nas técnicas de persuasão à distância analisados por Peter Sloterdijk ( ) ou nos laboratórios de neurotecnia que visam mover pessoas com o uso de meios eletrônicos ( ), temos a constante busca da justiça, conduzida por alguns seres humanos, mas também a perene afirmação da injustiça, pela maior parte dos que dirigem os Estados. A democracia resistiu aos totalitarismos, mas rende-se, cada vez mais, aos encantos e facilidades de legitimação trazidos pelas eleições, ganhas na sua maioria com poderosa assessoria dos novos retores, os donos do marketing político. Se os retores gregos embelezavam as palavras com fins de persuasão, hoje os seus herdeiros embelezam todo o corpo dos políticos, fabricam seres artificiais com ajuda de todas as formas cosméticas. O Brasil foi bem servido nesta faina de cosmetizar a política para reforço da injustiça. Platão diz que a Justiça é como um bicho escondido em moitas. Ela foge das mãos e pernas dos que a procuram. Poucos podem atingi-la em tempo certo. Eleições também enganam e mostram enganos. E tudo isso pertence à ordem do poder político.

NOTAS

(1) Cf. Kennedy, G. A. : On Rhetoric: A Theory of Civic Discourse (Oxford University Press, 1991) ; Sarkar, H. : “Kant. Let us compare”. The Review of Metaphysic, volume 58, 2005.
(2) E.R. Dodds, Gorgias. A revised text with introduction and commentary (Oxford, Clarendon, 1992, second impression), p. 31.
(3) Dodds, op. cit. p. 33.
(4) Cf. Brès, Yvon: La Psychologie de Platon (Paris, PUF, 1973), p. 52.
(5) Cf. Hesk, J. : Deception and Democracy in Classical Athens (Cambridge, University Press, 2000), p. 154.
(6) Cf. Hesk, op. cit.
(7) Citado por Besse, G. : “J.-J. Rousseau: maître, laquais, esclave” . In Hegel et le siècle des Lumières, livro coletivo organizado por J. d´Hondt (Paris, PUF, 19749.
(8) Watkins, F. “Introdução” a Rousseau Political Writings (Thomas Nelson & Son Ed.) 1953.
(9) H. Parret, “Élements d´une analyse philosophique de la manipulation et du mensonge”, Documents de Travail, Università di Urbino, 1978, citado por Victoria Camps.
(10) Neste plano, o clássico de Vance Packard, The hidden persuaders (New york, David Mac Kay & Co. 1957) é a referência fundamental.
(11) Herman Kesten (Ed.) : Schwierigkeinten, heute die Wahrheit zu schreiben (Munique, 1964), citado por H. Weinrich, Metafora e menzogna; la serenità dell´arte (Bolonha, Il Mulino, 1976). Cf. Camps, p. 36.
(12) Pitt Rivers “Honor and social status” . In J.G. Peristiany (Ed.), Honor and Shame: The Values of Mediterranean Society Chicago: University of Chicago Press, pp. 19-77. Citado por Amélia Valcárcel na edição espanhola : Antropologia del honor, Barcelona, Crítica, 1979, pp. 30 e ss.
(13) “Élection” in Philosophie de l´Image (Paris, Vrin, 1984), pp. 186 ss.
(14) O Espirito das Leis, II, cap. II. Citado por Dagognet.
(15) Die Verachtung der Massen (FAM, Sonderdruck, Suhrkamp, 2000).
Moreno, J. D. Mind Wars. Brain Research and National Defense (NY, Dana Press, 2005).

Comissão da Verdade, Códigos de ética, transparência...onde mesmo? Onde? No céu, talvez...

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Meu comentário (dois minutos) na seção Direto ao Assunto da Jovem Pan, dia 28/09/2011. Se tudo der certo, estarei semanalmente no espaço, se não...

Segredo e Corrupção.

Vivemos, no Brasil, sob o tacão do segredo. No Congresso, deputados absolvem uma colega usando o manto do segredo. Licitações são fraudadas em silêncio até que a imprensa e os promotores trazem os mal feitos à luz do dia. Acordos entre partidos cujos programas são, ou deveriam ser, conflitantes, recebem acertos em segredo. Tudo, podemos dizer sem exagerar, no Estado brasileiro, é determinado pelo segredo. Só não é segredo que muitos dirigentes do país metem a mão nos cofres públicos. E isto é algo antigo. As honrosas exceções se tornam cada vez mais honrosas, e cada vez mais exceções. Diógenes, o filósofo grego, saía com uma lanterna para poder encontrar um homem digno da palavra. Se entrássemos nos parlamentos, gabinetes, plenários brasileiros, com luzes de milhares de volts, com certeza teríamos dificuldade de perceber um político eticamente correto. Vivemos o mundo do é dando que se recebe, por baixo dos panos. E agora, as cortinas se abrem, exibindo a falta absoluta de pudor dos que mandam. Eles não mais fingem honestidade, usam a desonestidade alheia para justificar a própria : “todos são assim”, proclamam quando descobertos pela midia.

O princípio do segredo destrói a democracia como diz o grande jurista Norberto Bobbio. Não é possível publicar todas as medidas de um poder estatal. Medidas de segurança da nação devem permanecer sigilosas. Mas impedir que um povo, após determinado prazo, ignore sua própria história, é um atentado contra a sua alma.

É disso que falamos quando vemos que, no Senado da república, dois ex-presidentes tudo fazem para tirar do povo brasileiro o direito de conhecer seu pretérito. É bom lembrar que um deles, o mais velho, serviu fielmente ao regime ditatorial e, na última hora, pulou para o barco de Tancredo Neves. O segundo, bem, o segundo foi simplesmente levado à renúncia, devido às façanhas da famigerada república das Alagoas.

Deixemos os que se julgam donos da história de lado. Mas o que dizer dos democratas, ou supostos democratas, que no mínimo silenciam diante da tentativa de censura conduzida pelos oligarcas? Tal fato levanta suspeitas sobre a pretensa falta de coragem para enfrentar aqueles donos do Brasil. Seria um acordo secreto, rabo preso, cumplicidade na busca de manter a história do Brasil em segredo? É preciso que os nossos parlamentares, nas duas casas de leis, digam a que vieram. Se para representar o povo, ou se para servir como tapetes confortáveis, e vermelhos, sob os pés dos ex-presidentes da república. Um deles, como se estivéssemos ainda na ditadura de 64, consegue censurar órgãos de imprensa (o jornal O Estado de São Paulo continua sob censura injustificável numa democracia), anular procedimentos e processos na própria justiça. Autoritarismo, numa república, se alastra como doença ruim. Se forem mantidas as censuras na midia, logo qualquer político em dificuldades com a ética julgará, com apoio de magistrados, que tem o direito de prender e arrebentar jornalistas e críticos.

É bom comparar a história de hoje com a dos tempos antigos. Rousseau, o filósofo mais republicano dentre os modernos, dizia que nas antigas repúblicas virtuosas, o cidadão “tinha vergonha de dar publicamente seu voto a uma opinião injusta ou a um assunto indigno, mas quando o povo se corrompeu e seu voto foi comprado, foi conveniente que o segredo fosse instituído para conter os compradores pela desconfiança e fornecer aos salafrários o meio de não serem traidores”.

Nos comícios romanos, o voto era aberto. Quando o povo de Roma se corrompeu, ele se tornou secreto. O mesmo podemos dizer do voto secreto e do segredo nos parlamentos. Eles servem sobretudo para esconder a corrupção política, econômica e social que grassa hoje na sociedade brasileira. Para tais doenças a luz da opinião pública, como um sol benfazejo, é o melhor remédio, o melhor desinfetante.


Marta Bellini. ;E bem assim, cara amiga: eu favoreço, tu me favoreces, eles se favorecem, todos se favorecem...

Charge: Solda

FAVOR. Verbo FAVORECER. Nunca vi esse verbo ser tão utilizado no país. No senado, congresso, ministérios, universidades ....

Em Z. Guiotto Blog. Antigo, mas atual...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A Comissão da Verdade (final)

Roberto Romano*


“Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência”. Assim falou Jarbas Passarinho na reunião em que foi assinado o AI-5. Mas também escutamos, em data mais recente: “quem está na oposição pode fazer bravatas, porque não tem o comprometimento de governar, mas à frente do governo deve-se ter um comportamento realista” (Luis Inácio da Silva). Os dois políticos afirmam que, uma vez no poder, ninguém deve se preocupar com valores éticos. “Salus populi suprema lex esto”*. Temos aí o núcleo duro da razão de Estado, cujo nome, a partir do século 19, é “realismo”.
A razão de Estado vem do século 16. O realismo a traduz na era do nacionalismo europeu. O desejo de aumentar ao infinito as potências européias foi batizado por August Ludwig von Rochau. Ele distingue a mera teoria da política prática (Realpolitik). A ética exige princípios para governar os povos. Mas segundo a Realpolitik o poder é alheio aos valores. Sujeitar o poder a leis seria irracional, porque o forte não pode ser dirigido pelos fracos. “Nem princípios, tratados ou idéias unirão as forças alemãs esfaceladas, mas apenas uma força superior que devore o resto” (Rochau).
Essa doutrina foi aceita em muitas partes da Europa. “Dominar”, diz o mesmo autor, “significa exercitar o poder. Só exercita o poder quem possui poder. Tal relação imediata entre poder e dominação constitui a verdade primeira de toda política. Ela é a chave de toda história”. Que seja lido o livro de Rochau Grundsätze der Realpolitik, angewendet auf die staatlichen Zustände
Deutschlands (1853). Ali foi escrita, pela primeira vez, a palavra Realpolitik. A literatura sobre o nascimento daquele termo não é numerosa. Entre os analistas cito Friedrich Meinecke: A idéia da raison d´État na história dos tempos modernos e, recentemente, Otto Pflanze, Bismarck and the Development of Germany: The Period of Unification, 1815-1871.
Tanto a direita brasileira, que hoje protesta com todos os pulmões contra o plano sobre direitos humanos (ancorada em alguns itens), quanto a esquerda, foram nutridas com o leite apodrecido de doutrinas similares à de Rochau, inimigas dos direitos humanos. O realismo amamenta todos os que, tendo sido um dia oposição, chegando ao poder renegam valores ou escrúpulos. As duas ditaduras que moldaram o país no século 20, a de Vargas e a de 1964, baniram do vocabulário a reverência aos direitos humanos. Sobral Pinto foi obrigado a citar a lei de proteção dos animais para defender um perseguido político da esquerda. Necessidade idêntica sentiram os dignos advogados que defenderam presos políticos, sobretudo depois do AI-5.
Enquanto o realismo imperar nas hostes políticas nacionais, de esquerda e direita, projetos sobre direitos humanos serão apenas causa de guerra política na conquista ou conservação do poder. Note-se o tom ambiguo: a direita se levanta contra possíveis atentados à propriedade, mas apoia a política econômica do governo. Disse Delfim Netto sobre tais seres: “eles mamam nas tetas do governo”. Mas querem exclusividade. O plano dos direitos humanos, por sua vez, leva dirigentes governamentais a nele incluir matérias fiscais e controle da imprensa. Mas o alvo seria aprimorar os costumes dos que operam em nome do Estado ou lideram a sociedade. O apelido do realismo é esperteza que ignora valores e direitos. Ela dominou a política de Bismarck e orientou os partidos totalitários. O resultado? Duas guerras mundiais, seguidas pelas matanças que desgraçam o mundo. A esperteza orientou os ditadores, mas também dirigiu a esquerda realista. Louvemos os direitos humanos. Sigamos o exemplo dos Arns. Paulo denunciou, sob saraivadas de calúnias, a tortura contra os presos políticos. Zilda defendeu a vida infantil e a velhice. Se neles nos espelharmos, a violenta batalha de hoje, que tende a piorar o convívio no país, se transformará em diálogo pacificador. O poder pelo poder só traz infelicidade aos povos. Tal lição ainda precisa ser assimilada no Brasil.
* "Seja o bem-estar do povo a lei suprema".[Cícero, De Legibus 3.3.8 / Divisa do Estado de Missouri, EUA]
*Roberto Romano é professor de Ética e Filosofia Política na Unicamp.
FONTE: Correio Popular online, 20/01/2010

quarta-feira, 28 de setembro de 2011



Marta Bellini...

Marta Bellini. Cara amiga: uma pessoa muito chegada a mim, das mais importantes intelectuais do país, recebeu a seguinte resposta quando falou algo sobre a bula de um remédio que lhe destruía o corpo : "A senhora não tem de ficar lendo bulas de remédio, mas deve ter fé em seu médico que estudou para cuidar da senhora". A pessoa assim atacada por uma conhecida médica paulista, se levantou em protesto contra a grosseria e autoritarismo da médica.

Foucault falou pouco sobre a máfia de branco. Sempre que cito o caso, os de avental imaculado tentam, primeiro, duvidar do fato. Depois, dizem que, "na hipótese", haveria falta de ética da esculápia. Um detalhe: o consultório da referida mais parecia um salão de beleza, ela mesma estava vestida segundo a moda perua. Ou seja...a falta de ética não se deu apenas com o autoritarismo idiota, e corporativista. Ele abrange outros setores do besteirol humano. Ah! Como é bom reler
Bouvard et Pécuchet nestes tempos brasileiros! RR



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Burla, ôps bula de remédios ...

Meu EX- médico há mais de 4 anos receitou-me crestor. Tomei. Minha colega de trabalho desisitiu de tomar o Crestor após intensas dores musculares. Na burla abaixo isso é chamado de mialgia. Na fisiologia é chamado de dissolução de músculos que provoca dores terríveis no corpo. MAS entre o aviso da minha colega e a ciência médica de meu EX-médico, vacilei. Vacilei e as dores de meu corpo foram chamadas pela reumatologista de fibromialgia. E um ciclo de remédios caros atormentou minha conta bancária. Músculos distorcidos, dinheiro jogado fora e um bom tempo para desintoxicação. Merde!

Efeitos Colaterais de Crestor - Bula

Crestor é geralmente bem tolerado. Os eventos adversos observados com Crestor são geralmente leves e transitórios.(Leves? Transitórias?) Em estudos clínicos controlados, menos de 4% dos pacientes tratados com Crestor foram retirados dos estudos devido a eventos adversos. Esta taxa de retirada foi comparável à relatada em pacientes recebendo placebo. - Comum (>=1/100, < 1/10) Cefaléia, mialgia, astenia, constipação, vertigem, náusea e dor abdominal. - Incomum (>=1/1000, <1/100) Prurido, exantema e urticária. - Raro (>=1/10.000, <1/1000) Miopatia (incluindo miosite), reações de hipersensibilidade (incluindo angioedema), rabdomiólise e pancreatite. Como ocorre com outros inibidores da HMG-CoA redutase, a incidência de reações adversas ao fármaco tende a aumentar com a elevação da dose. Efeitos músculo-esqueléticos: raros casos de rabdomiólise os quais foram ocasionalmente associados com dano da função renal, foram relatados com rosuvastatina e com outras estatinas. Efeitos laboratoriais: como com outros inibidores da HMG-CoA redutase, foi observado um aumento relacionado à dose das transaminases hepáticas e da CK em um pequeno número de pacientes em tratamento com rosuvastatina (o que que é isto?). Foram observados testes de análise de urina anormais (teste de fita reagente positivo para proteinúria) em um pequeno número de pacientes tomando Crestor e outros inibidores da HMG-CoA redutase. A proteína detectada foi principalmente de origem tubular. Na maioria dos casos, a proteinúria diminui ou desaparece espontaneamente com a continuação do tratamento e ela não é um indicativo de doença renal aguda ou progressiva DOENÇA RENAL? Ai, Meu Deus!. Outros efeitos: em um estudo clínico controlado de longo prazo, Crestor mostrou não ter efeitos nocivos ao cristalino (não mostrou ai Meu Deus!). Nos pacientes tratados com Crestor, não houve danos na função adrenocortical. Experiência pós-comercialização As seguintes reações adversas têm sido relatadas durante a pós-comercialização de Crestor: Efeitos músculo-esqueléticos Muito raras: artralgia. Como com outros inibidores da HMG-CoA redutase, a frequência relatada para rabdomiólise no uso pós-comercialização é maior com as doses mais altas administradas. Efeitos hepatobiliares Muito raras: icterícia e hepatite; Rara: aumento das transaminases hepáticas. Efeitos do sistema nervoso Muito raras: perda de memória. ATENÇÃO: este é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis para comercialização, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer. Neste caso, informe seu médico. Informe seu médico? Eu informei e ele disse que a dose era pequena, era outra coisa.

Comentários certíssimos de Marta Bellini sobre os códigos de ética científica e sobre roubos disfarçados (ou não) de artigos, livros, etc.

Não acredito em iniciativas desse tipo quando sabemos que o mal é outro. Está no modelo fast food que aplicamos. A corrupção dos costumes é tanta que um professor/pesquisador encobre o outro, quando não a própria Universidade encobre tudo.

Noto que professores e seus orientandos no afã de produzir rápido e bastante, copiam as ideias de colegas. Ou como digo: tiram casquinhas de nosso trabalho. Gostam tanto da pesquisa do outro e resolvem fazer algo semelhante. Levantei, após um artigo meu de 2006 sobre o conceito de evolução em livros didáticos, na universidade onde trabalho, outros 3 artigos sobre evolução. Concepção em estudantes, visão blá blá... Nada contra ler o meu artigo e tirar de lá lições parta sua pesquisa. Mas reprisar a pesquisa é demais. Fast food acadêmico para entupir Lattes. Alunos publicam resenhas de trabalhos feitos em disciplinas sem muito cuidado. Copiam as ideias dos professores tratadas em sala de aula e publicam. E revistas publicam! Na segunda-feira fui assistir à palestra do querido e culto amigo Rodney Bassanezzi, professor aposentado da Unicamp e atual docente da UFABC. Lá esse relatou a síndrome da casquinha que muitos pesquisadores de outros países tiram de nossos artigos. A vida acadêmica está longe da santidade que propagamos.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Se existisse nos campi o que os gregos chamam "aidós", não seria preciso código.

Fapesp lança Código para disseminar cultura de integridade ética na ciência

Edição das imagens:
Everaldo Silva

[27/9/2011]

fapesp_lafer_290x240_.jpgO crescimento da pesquisa e o consequente aparecimento de casos de más condutas nas atividades científicas motivaram a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) a lançar um código para disseminar a cultura de integridade ética na ciência. O Código de Boas Práticas Científicas, lançado pela Fapesp na manhã desta terça-feira (27), estabelece normas e diretrizes no sentido de educar, orientar e, eventualmente, punir pesquisadores, instituições e periódicos científicos que recebam bolsas, auxílios e apoios da Fundação.

O Código é um documento referencial para a ciência brasileira e, certamente, servirá como modelo para outras instituições de fomento à pesquisa, sinalizou Celso Lafer, presidente da Fapesp. “É difícil dizer se este Código é o primeiro ou não no país. Mas sem dúvida nenhuma é o primeiro que terá repercussão e ressonância pela importância que tem a Fapesp como instituição de apoio à pesquisa”, ressalvou.[

Lafer apresentou o documento à imprensa na sede da Fapesp, em São Paulo. Ainda de acordo com ele, o Código foi formulado a partir de diagnóstico da experiência internacional em pesquisa conduzida por Luiz Henrique Lopes dos Santos, membro da diretoria científica da Fundação.

No Estudo, intitulado Sobre a Integridade Ética da Pesquisa, Lopes dos Santos afirma que estatísticas internacionais apontam que 72% de pesquisadores consultados declararam já ter observado a prática de conduta eticamente questionável por seus pares. “2% confessaram já ter praticado má conduta grave e 33% confessaram já ter praticado conduta ao menos eticamente questionável”, escreveu. O levantamento, segundo ele, analisa estatísticas realizadas entre 1987 e 2005.

fapesp_brito_290x240_.jpgCom base na experiência internacional, a Fapesp estabeleceu no Código um conjunto de estratégias assentado sobre três pilares, explicou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fundação. “O primeiro pilar é o da educação, de educar a comunidade científica, especialmente os jovens cientistas. Tem o pilar da prevenção, que é uma atividade relacionada com a orientação aos pesquisadores quando houver dúvida. E tem um terceiro pilar que é o da investigação e sanção justa e rigorosa”, disse.

A Fundação, segundo ele, irá requerer que as instituições de pesquisa organizem, periodicamente, treinamentos e cursos sobre boas práticas nas atividades científicas. E, além disso, criem serviços internos para oferecer orientação em casos de dúvidas sobre a integridade ética de suas atividades.

Exemplares do Código, que pode ser consultado no site da Fapesp, serão encaminhados para pesquisadores, bolsistas e instituições de pesquisa apoiadas pela Fundação. A formulação do documento foi discutida com as Universidades Estaduais Paulistas (Unicamp, USP e Unesp) e avaliada em conjunto com outras instâncias da comunidade científica, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Academia Brasileira de Ciência (ABC). “O cientista que quer que a ciência tenha um valor no mundo entenderá o que estamos propondo”, afirmou Brito Cruz.

CBN Campinas, 27/09/2011



CBN Total


Política

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Política - 27/09/2011

'O Código de Conduta me parece um golpe de propaganda', opina especialista
O código de conduta ética da prefeitura de Campinas foi divulgado esta semana, por meio do Diário Oficial. O professor de Filosofia da Unicamp, Roberto Romano, é o entrevistado.
Cbn

Leia a matéria no site da CBN Campinas:

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http://www.portalcbncampinas.com.br/noticias_interna.php?id=42244

CBN Campinas


Thiago Coser.

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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Roberto Romano comenta o "codigo de ética inventado em Campinas...



26 de Setembro de 2011


Campinas adota código de ética para funcionários da prefeitura
26/09/2011 - 19h12
Redação

Depois dos escândalos de corrupção, a cidade de Campinas adota um código de ética para os funcionários de primeiro escalão da prefeitura:
Band News FM


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Campinas adota código de ética para funcionários da prefeitura

http://www.bandnewsfm.com.br/ancora.asp?ID=536419