segunda-feira, 23 de maio de 2011

Paulo Araújo, comentando criticamente minha entrevista ao Terra. Aceito o puxão de orelha!


Caro Roberto
Ótima entrevista ao Jornal Terra. Concordo com suas ponderações iniciais e, principalmente, com a questão referida ao segredo e à democracia que surgiu mais ao final da entrevista.
No entanto, vou divergir em um aspecto dela. Dado o histórico dos governos petistas, não me parece verossímil que a presidente Dilma não estivesse a par do que fazia Palocci com sua empresa de consultoria. Talvez não soubesse os detalhes, mas certamente não reprova o método. Se reprovasse, não o nomearia Ministro. Eu desconfio e me pergunto se a candidata eleita escolheu fazer, como se diz, a conveniente "vista grossa" aos negócios do aloprado Palocci.
Quem patrocinou o vazamento do fato para a imprensa? E o principal, qual o alvo estratégico desse vazamento? Que prejudicou Palocci e, por tabela, Dilma é também um fato. O que não está claro é quem no governo e/ou fora dele espera obter vantagens com o vazamento, e quais vantagens.
Erenice Guerra, que era a figura de proa no círculo íntimo político de Dilma, não é "um simples caseiro". A quantas anda, e em qual velocidade, a investigação posta a cargo dos operadores do Estado e seus subordinados a respeito das denúncias que culminaram com a demissão de Erenice?
Francenildo fez a pergunta correta: “Por que ele não explicou de onde veio o dinheiro? Na minha época eu tive que explicar”. Dilma não respondeu à pergunta de Francenildo. Por quê? Assimetria absolutista. O governo não deve accountability a um "simples caseiro".
O jornal Valor de hoje trouxe um artigo do professor Renato Janine Ribeiro que, no meu entender, está na contra-mão do que na entrevista ao Jornal Terra foi o essencial: accountability. Cito passagens do artigo. Os grifos são meus:
"Podemos resumir assim a questão do ministro Antonio Palocci: se, nos últimos anos, ele usou o conhecimento intelectual que obteve como ministro para aconselhar empresas, não cometeu falha legal nem, provavelmente, ética. Nossa lei não impõe quarentena após o exercício de cargos públicos. Mas, se ele empregou conhecimentos (ou relações) no governo para favorecer tais empresas, está errado moralmente e talvez também do ponto de vista legal. Como está errado se o que recebeu estes anos foi em recompensa por benefícios eventualmente concedidos a empresas.
O problema é descobrir em qual hipótese está Palocci."
Da verdade faz parte toda a verdade. Se é verdade que a lei não impõe a quarentena é também verdadeiro que o sucesso empresarial de Palocci ocorreu durante o exercício de cargos públicos.
Mas Palocci, assim como Erenice, não é um "simples caseiro". Portanto, para o caso Palocci a seguinte proposta, a meu ver completamente contraditória com o pressuposto republicano da accountability:
"Tenho uma proposta. Por que não confiar essas informações, hoje sigilosas, a uma comissão de pessoas que conheçam bem o mundo dos negócios e mereçam nosso pleno respeito ético? Não é impossível encontrar três notáveis, em cuja palavra possamos confiar, e que prometam guardar total segredo sobre o assunto - a não ser, claro, que concluam pela culpa do ministro. Porque, hoje, a situação é ruim. O ministro e o governo, não fornecendo detalhes sobre o caso, expõem-se à suspeita. O interesse do ministro, e sobretudo do governo, deveria estar em eliminar as desconfianças. Até agora, não conseguiram. Dizer que foi a empresa que enriqueceu, e não o dono de 99% dela, ou lembrar que seus antecessores no ministério também lucraram depois de sair do governo, não convence os desconfiados de que Palocci tenha agido corretamente. Por isso, sugiro: busquem-se três pessoas dignas, sem compromisso com a oposição nem o governo, que possam examinar o caso."
O PT vai encarar a corrupção?
Autor(es): Renato Janine Ribeiro
Valor Econômico - 23/05/2011

Uma comissão de três cidadãos notáveis acima de qualquer suspeita para decidir o segredo e, por consequência, o direito?

“Por que ele não explicou de onde veio o dinheiro? Na minha época eu tive que explicar”


Marta Bellini.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

APOIOS.... Gratíssima!

Foto: flores da casa do professor Roberto Romano

APOIOS


Professora Marta,
Sei o quanto ficou abalada com tudo isso e diante dessa situação é impossivel ficar calada!!
....Te adoro!! Sabe que sou sua fã... firme aí... tenho esperança que veremos o fim de tudo isso...
beijos
***********************************


Olá professora Marta,
A cada dia lhe admiro mais, pode contar com o meu apoi sempre!!!
Beijos
*************************************************************************

Querida amiga e colega Martha, fiquei tão indignado com tudo que me foi narrado, que não tenho palavras suficientemente fortes para lhe apoiar. Nossa redemocratização, se é que em algum dia tivemos uma democracia, cada vez mais me assusta e me confirma o receio de um fascismo profundamente enraizado entre aqueles que detêm e fortemente se agarram no poder! Um abraço muito sincero..



**************************************************************
A cada dia que passa sinto mais ORGULHO de ti! Agradeço imensamente por todos os ensinamentos academicos e de vida que você me proporcionou e ainda, mesmo não estando geograficamente juntos, me proporciona. Agradeço também pelos votos de confiança, pelos infinitos sorrisos dados, pelos abraços apertados e pelas horas de diálogo.

Admiro intensamente sua sabedoria, força e coragem.


Nestes dois ultimos anos, infelizmente foram vários os momentos que senti dor e ódio ao ver as injustiças realizadas no seu meio e contra você. Não tenho palavras para descrever sua garra nestes, uma verdadeira luta contra a ditadura. E eu, como uma criança assustada diante a barbarie, ainda era acalmado com seus esclarecimentos.

Quando me perguntam quem é Marta Bellini, logo respondo: "Uma GRANDE pesquisadora, humilde, linda, sorridente, um amor de pessoa e mãe, justa, guerreira, de opniões bem fundamentadas e influentes".

Desejo todo o carinho do mundo para ti. Que você tenha sempre motivos de orgulho para olhar sua linda carreira. Que muitas outras pessoas possam ter o privilegio de ter os estudos orientados por ti. Que o mundo possa sorrir sempre como você!

Afetuosamente e em eterna gratidão, deixo simbolicamente aqui um abraço apertado em sinal de minha admiração por ti e apoio ao manifesto.

Beijos

**************************************************************
Olá Marta, como vai? Nossa, estou atônito... Parabéns pelo manifesto. Tenho orgulho de ter sido teu orientado. Você continua a dar bons exemplos. Que Deus te abençoe e proteja sempre. Um beijo grande e lembranças à família.

Marta Bellini.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Grata pelo apoio, Nevton!



Cara Professora, tenha em mim um aliado para qualquer demanda.


Nevton de Souza

Candidato ao CAD/2011.

Images & Visions. Filhos da puta, além de urubus. As fotos da imprensa...são indisíveis dado o seu sadismo frio.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A foto que causou polêmica na Suécia

© Foto de Nathan Weber. Seis fotojornalistas retratando o mesmo acontecimento. Haiti, 2010.

© Foto de Paulo Hansen. A imagem da mesma situação premiada no Photo of the Year, na Suécia.

Na polêmica foto acima, de autoria de Nathan Weber, aparecem os seis fotógrafos que retrataram o cadáver de Fabienne Cherisma, uma menina de 15 anos, morta à bala pela polícia. Ela estava junto com um grupo de saqueadores em Porto Príncipe, no Haiti, após o terremoto que devastou o país em 2010. A foto abaixo, feita no mesmo acontecimento, foi premiada no Photo of the Year, na Suécia e é de autoria do fotojornalista Paulo Hansen. Na época, a imprensa sueca e a opinião pública discutiram a ética no fotojornalismo e o fato de premiar uma imagem que vários fotógrafos fizeram. A circulação dessa foto alimentou um ceticismo em relação ao trabalho do fotojornalista. Muitos disseram que os fotógrafos exploraram um triste acontecimento feito “urubus”, que estavam mais preocupados em fazer uma boa foto pra vencer algum prêmio ou ganhar algum dinheiro.

Terra TV. Maria Lins entrevista Roberto Romano sobre Palocci e outros mais.

23/05/2011.

Excelente página.

Quem deseja uma excelente página, leia o Historiador Gunter Axt

http://www.gunteraxt.com/artigos.html

Corrupção e paradigmas do pensamento. Uma palestra "antiga".

Corrupção e paradigmas do pensamento

Roberto Romano

Unicamp

Dezembro de 2008

Quando se discute a corrupção dos costumes políticos, fraudes econômicas e violência social, surge na fala popular e mesmo em textos de analistas um inevitável par de imagens que não define a essência dos referidos problemas. Da antiga filosofia aos nossos tempos as teorizações sobre a natureza e a sociedade seguem modelos inspirados em nossa forma somática ou nos instrumentos que produzimos. Projetamos o mundo e a sociedade como imenso corpo, ou os ideamos na figura de refinada máquina, construída por um artífice cujo ato devemos repetir. À linhagem mecânica, que vai de Platão a Hobbes e ao século 18, contrapõe-se a seqüência orgânica, seguindo Aristóteles e os estóicos, e deles aos românticos do século 19 e 20.

A ordem social seria, numa forma doutrinária, imenso organismo cuja saúde e doenças exigem cuidados especiais, remédios para as suas crises ou velhice. Todos já leram ou ouviram alguém falar que a corrupção política, a inflação, a violência seriam variações do câncer, cuja tendência é a metástase que ameaça a sociedade. Tais imagens, não raro, impedem a tarefa de produzir idéias novas no debate sobre valores éticos. Se o mercado, a ordem estatal e societária, entram na categoria dos corpos, nos quais “doença” e saúde dependem de certos médicos (estadistas, economistas, etc.), importa buscar receitas e trato cirúrgico. O nazismo e o stalinismo abusaram dessas imagens. Neles surgiram projetos para “curar” a vida pública, as finanças, etc. Os seus intelectuais não se descuidaram da cirurgia : se grupos ou indivíduos eram considerados doentes pelo Partido, servia a técnica da ablação: nos campos de trabalho forçado ou nas câmaras de tortura, dissidentes foram extraídos da vida social. Sob totalitarismo, quem recusa os remédios oferecidos pelo Estado é visto como doente e causador de moléstias. O mesmo ocorre com os que, supostamente, prejudicam o corpo econômico e a saúde financeira. Ainda hoje a China comunista usa tal medicina, pois fuzila funcionários ou dirigentes de empresa ditos improbos. Pelos reiterados casos de corrupção na vida chinesa, a doutrina do organismo e os seus processos cirúrgicos são pouco eficazes para definir valores ou corretas atitudes éticas.

Outra imagem usada para descrever a natureza e a sociedade encontra-se na máquina. Platão é o fundador dessa linha. O demiurgo, que alguns chamam Deus, fabrica o mundo a partir das idéias eternas, que ele copia, e da matéria preexistente. A fabricação cósmica é descrita no diálogo “Timeu”. O ser divino é comparado ao modelador de cera, ao operário que recorta a madeira, ao construtor que reúne saberes para construir navios, edifícios, etc. De maneira similar, a ordem política seria obra técnica. Estado e sociedade constituiriam grandes máquinas que permitiriam o convívio dos indivíduos e grupos. Hobbes e o “Leviatã” continuam essa tradição do Estado máquina, modelo essencial no século das Luzes, era da moderna democracia. O mal político ou ético não seriam doenças do suposto corpo social. Ele se compara à desregulagem dos engenhos, ao desgaste de suas peças, ao modelo técnico ultrapassado. Para resolver os desafios sociais, em vez de extirpar membros seria preciso imaginar máquinas políticas adequadas ao crescimento e complexidade dos aglomerados humanos. Quando um coletivo aumenta o número de seus integrantes, surgem novas maneiras de gerar e distribuir riquezas, novas formas de mercado (financeiro, ideológico, religioso, científico). A máquina estatal deve se atualizar técnica e politicamente.

Com o desenvolvimento técnico e científico, bem como artístico, várias tentativas são hoje empreendidas para ir além dos modelos mecânicos ou orgânicos. Filósofos como Elias Canetti desenvolveram teorias do coletivo seguindo os parâmetros da revolução quântica. Outros, como François Dagognet, se interrogam sobre o próprio estatuto das imagens e paradigmas e a complexificação trazida pela cibernética, computadores, avançados instrumentos de precisão. Teóricos de várias origens estudam modelos de percepção social, assumem a tarefa de imaginar quais deles estariam à altura dos nossos dias. Os exemplos utilizados na antiga reflexão ética, moldados a partir do corpo, dos instrumentos, dos ofícios, foram extraídos das artes e das técnicas. Com a engenharia genética e a informática, surge a oportunidade de recuperar o trabalho da imaginação, produzir mecanismos de controle da ordem social. A marcha tecnológica amplia o imaginário do artificio aplicado à sociedade e à política.

As imagens das redes de neurônios, cuja leitura se faz de maneira sempre mais instantânea, indica que em poucos anos será possível o acesso aos pensamentos dos agentes societários. Isso possibilita, também em escala previsível, o aperfeiçoamento de relações simbióticas entre seres vivos e instrumentos eletrônicos, o que pode remediar ou corrigir falhas do nosso organismo. “Tais nexos”, diz um pesquisador em bioética, “poderia incluir arranjos ambientais ou acrescer a conjunção de humanos e máquinas”. É alvo da NASA, desde 1960, complementar os corpos pelo uso de instrumentos eletrônicos. Os progressos são efetivados não só no setor físico. Mesmo as intenções anímicas podem ser lidas diretamente na atividade do córtex parietal. Isto em animais. Mas já existem projetos nos EUA de criar “próteses neurais” que permitiriam entender o cérebro e como as mentes e máquinas podem interagir. Certa máquina do projeto Touring tem como alvo computar todo processo de raciocínio que possa ser representado por um algoritmo. Cientistas do MIT trabalham com sensores e algoritmos que poderiam reconhecer emoções como interesse, estresse, fadiga.

Voltemos ao pensamento platônico. Qual a causa da corrupção dos que têm por ofício proteger a vida e as riquezas públicas ? E porque a cidadania também se corrompe ou se deixa corromper? A causa está, diz Platão, na fraqueza técnica da pedagogia antiga , quando se trata de ensinar o respeito da lei. Acostumadas a ler textos legais e depois esquece-los, as pessoas ignoram os ditames éticos no convívio político. A solução é dada pelo filósofo com apelo à uma outra figura técnica. Para que a lei seja obedecida pelos guardiães e pela cidadania, é preciso que os legisladores e dirigentes operem como tintureiros exímios. Eles devem imergir as almas na tinta das leis por um tempo certo e intensidade correta. Assim, os indivíduos guardam as ordens legais em sua própria mente, de maneira indelével. A educação platônica pode ser resumida naquele tingimento de almas. Críticas foram levantadas contra o pensador. As suas propostas nada deixaram para a liberdade individual.

O que se passa hoje no caso da neurociência e da engenharia médica levanta as mesmas invectivas endereçadas ao sistema platônico. Os adversários dizem que se a consciência fosse capturada pela ciência, nada sobraria do livre arbítrio, não haveria escolha entre o bem e o mal. Daí para a imputabilidade seria um passo. Cortes de justiça tendem a aceitar argumentos das defesas, segundo os quais certos medicamentos ou processos técnicos comprometem a mens rea dos acusados, a condição mental exigida para a culpa.

Finalizemos. As antigas figuras da vida ética, a do corpo e a da máquina, em nossos dias tendem a ser peças do museu imaginário. Mas elas operam nas mentes e discursos de políticos e de analistas, são bem recebidas pela opinião pública. Com a neurociência, a cibernética e as tecnologias de leitura avançada dos poderes psíquicos, o projeto platônico de implantar as leis na mente humana pode se fazer realidade. Em vez de esperar que um banqueiro ou político burlem a lei, a educação e a tecnologia preveniriam aquele ato, enxertando mandamentos éticos e legais na mente da criança que agirá no universo social e no mercado. Delírio à maneira de Orwell ? No entanto, tal projeto pode ser visualizado. A DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) contava com verbas conhecidas (fora as secretas), acima de 3 bilhões de dólares em 2006. Grande parte daqueles projetos entram nas pesquisas de neurociência. Apesar da crise mundial, tais projetos tendem a ser mantidos, sobretudo por interesses estratégicos. Para todos os prismas mencionados, uma fonte excelente é o livro de Jonathan D. Moreno : “Mind Wars. Brain Research and National Defense” (New York, Dana Press, 2006).

Ou seja: instrumentos para o controle moderno da corrupção pública e privada podem ser disponíveis em prazo breve. Eles ajudariam a impor determinada ética aos grupos, aos mercados, aos poderes. Mas a crítica feita a Platão e a Hobbes se mantêm, como na Grécia antiga : se a técnica permite prevenir desvios éticos, trará ela bons costumes e livre opção? Temos um desafio para a democracia que só poderá ser vencido com saberes e imaginação. Sem tais elementos, repetiremos idéias e receitas envelhecidas de governo, no mesmo passo em que a sociedade se torna mais complexa e...corrompida.

Até onde irá descer o PT ?

Maluf diz confiar plenamente na integridade de Palocci

Deputado defendeu ministro ao chegar na convenção do PP, em São Paulo

22 de maio de 2011 | 11h 59

SUZANA INHESTA - Agência Estado

O deputado federal Paulo Maluf, do Partido Progressista (PP-SP) afirmou neste domingo, 22, na capital paulista que acredita na integridade do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre quem pairam dúvidas a respeito do aumento do patrimônio. "Confio plenamente na integridade do ministro Palocci", disse, ao chegar na convenção estadual de seu partido. A opinião foi compartilhada pelo presidente nacional do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), que o acompanhava.

Ao ser questionado sobre os escândalos que envolveram seu nome - Maluf chegou a ser preso em 2005, junto com seu filho, Flávio, acusados de lavagem de dinheiro e corrupção passiva - o deputado usou sua atuação de administrador como defesa. "Sou inocente de todas as falsas acusações. Tenho 44 anos de vida pública e você não anda em São Paulo um quilômetro sem obras minhas. Quem denuncia é quem não tem coragem de fazer (obras)", declarou.

Maluf lembrou que encabeça a chapa única que concorre à presidência regional da legenda e que tem muito orgulho de ser novamente presidente do Partido Progressista em São Paulo. "Vida pública é vocação e a minha vocação é essa. Tenho paixão por tudo o que fiz e tenho a força de um homem de 18 anos", afirmou Maluf , que em 2011 completará 80 anos.

Maluf afirmou que o PP estará nas eleições de 2012 com candidatos próprios em mais de 200 municípios e que não descarta futuras coligações. Embora a legenda já tenha um pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o ex-deputado federal Celso Russomanno, o deputado não falou especificamente da disputa na capital paulista. Sobre a possibilidade um racha interno na legenda, Maluf reconheceu que, às vezes, há problemas. "Partido é sempre partido e, às vezes, acaba sendo contra o próprio partido, mas continua funcionando bem, graças a Deus."



domingo, 22 de maio de 2011

Apoio a Marta Bellini.


domingo, 22 de maio de 2011

Grata, Ana!



Olá, Marta.
Tenho acompanhado as notícias de Maringá através da internet, veículo pelo qual tomei conhecimento do absurdo desfecho do caso que corretamente denunciou. Fiquei horrorizada com os fatos.

Esta Universidade, que outrora foi espaço de lutas e combate, que teve papel importante na defesa do ensino público e gratuito, hoje, vive uma realidade que remonta aos tempos da ditadura. Não só pela falta de democracia, pela forma como são conduzidos procesos administrativos, nos quais as vítimas passam a réus, mas sobretudo porque a qualidade dos professores não é medida por suas capacidades senão pelo seu grau de concordância e submissão ao "status quo".

Quero lhe manifestar minha solidariedade e apoio, por sua coragem, garra e força.Coloco-me à disposição e peço que estenda minha solidariedade à prof. Patrícia Lessa.
Um grande abraço solidário
Ana Pagamunici

Marta Bellini. Mas eu terminaria assim: SAUDAÇÕES HUMANAS!

domingo, 22 de maio de 2011

E a Capes, óh.....



GRATA, Andreas e Patrícia Lessa


Mi total solidaridad para con mi amiga de hace 25 años Marta Bellini y con las/sus/mis luchas por un mundo menos discriminador y más igualitario! Andreas L. Doeswijk

*****************************************


Assunto:

MANIFESTO DE APOIO À MARTA BELLINI ESCRITO PELA PROFª PATRÍCIA LESSA



APOIO FEMINISTA AO MANIFESTO DA DOUTORA MARTA BELLINI,

Carta dirigida aos grupos de pesquisa em estudos feministas e estudos de gênero, feministas autônomas, grupos LGBTTs, entidades governamentais e não-governamentais em gênero e educação, pesquisadores/as em gênero e educação, companheiras e companheiros sensíveis às causas de gênero e sexualidade,

Escrevo em apoio ao Manifesto (mensagem abaixo) da Drª Marta Bellini, professora do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação para o Ensino da Ciência e da Matemática (PCM) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), com quem ministrei as disciplinas:AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: TEORIA E APLICAÇÕES ÀS CIÊNCIAS E À ANÁLISE DA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA (em 2009 e 2010) e METODOLOGIA DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A MATEMÁTICA (em 2010).
A mesma professora, ainda, sugeriu a criação da disciplina CIÊNCIA, SEXUALIDADE E GÊNERO NO ÂMBITO EDUCATIVO, planejada por mim e pelas colegas Drª Ana Maria Benevides (PCM/UEM) e Drª Eliane Maio Programa de Pós-Graduação em Educação (PPE/UEM).
Ana Maria Benevides, segundo as últimas sugestões da Capes acatadas pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PPG), passa a ser colaboradora do programa, e, a professora Eliane Maio, como é de outro programa não pode se responsabilizar pela disciplina. Com isso, deduzimos que após as últimas medidas tomadas contra o PCM, a disciplina provavelmente não será ministrada no segundo semestre de 2011 como estava prevista em nossas agendas e dos/as academicos/as.
Em 2010, a então coordenadora do PCM, Drª Marta Bellini solicitou que a UEM apurasse algumas irregularidades administrativas da coordenação anterior, cujo responsável era o professor M. Neves. Tudo foi entregue e documentado na UEM. De lá para cá quase nada se comenta sobre a apuração dos documentos encaminhados pela referida professora, mas o PCM sofreu vários ataques da PPG sob o escudo dos avaliadores/inquisidores da Capes, tudo direcionado para o retorno do professor Marcos Cesar Danhoni Neves, sem que as denuncias tenham sido investigadas e o caso resolvido. Mas, eles dizem que uma coisa não está relacionada a outra!
Desde a informal visita dos professores Dr. José André Peres Angotti e Dr. André Luis Mattedi Dias (apresentado em relatório à PPG/UEM), nos dias 28 e 29 de outubro de 2010, comecei a questionar o tratamento diferencial entre o acusado: Marcos Cesar Danhoni Neves, nomeado no relatório como "o Pesquisador", e a Drª Marta Bellini. Além disso, os dois dias da visita foram bastante peculiares, as entrevistas foram realizadas em grupos fechados. Perguntamos: quais foram os critérios e quem distribuiu os grupos para os avaliadores externos? De que área são os avaliadores? da mesma área do professor Marcos Cesar Danhoni Neves?
Na segunda visita os professores sugeriram o meu desligamento do programa. Hoje a PPG cumpriu a tarefa. Nessa sexta-feira 13 fui desligada e minhas duas orientandas, pesquisadoras na área de sexualidade, estão formalmente sem orientação. De modo informal, disse a elas, e digo a vocês, estarei com elas até o dia das defesas. A comissão da PPG que me desligou, juntamente com outros/as colegas, ao ser perguntada sobre se os professores/as desligados/as tinham orientandos/as não soube responder. O que demonstra um total descaso com os/as estudantes. A falta de uma preocupação pedagógica, educacional e humanista é visivel nesse caso. Meus dois projetos em andamento, agendados para qualificação no segundo semestre, são sobre a inclusão das travestis no ensino e a discussão da sexualidade na escola.Pergunto: quem ira orientá-las? Será que escrever sobre travestis não é um tema que se pesquise em educação para ciências? Não é de admirar que seja sugerida a mudança de tema, pois, os/as tranvestis já são excluídos/as do espaço escolar, agora quem sabe, também, do conhecimento!
As perguntas que não querem calar são: Quem irá orientar minhas duas ex-orientandas? Como ficam os projetos de qualificação planejados para o segundo semestre de 2011? A disciplina “CIÊNCIA, SEXUALIDADE E GÊNERO NO ÂMBITO EDUCATIVO” será ministrada por quem? Será ministrada ou termina aqui?
Quanto a mim, forjada no seio das batalhas feministas, graças aos conhecimentos e ações compartilhados/as por muitos/as dessa lista, serei solidária a companheira, amiga e colega Marta Bellini e minhas duas ex-orientandas (soa estranho isso!), pretendo lutar até o fim contra tamanha injustiça, egoísmo e má administração pública.
Nosso Grupo de Estudo das Pedagogias do Corpo e da Sexualidade (GEPECOS) trabalhou e tem trabalhado ativamente em eventos na área de Estudos Feministas e de Gênero, seja, participando nas discussões em educação, educação para ciência ou educação informal. Participamos com uma mesa redonda intitulada: PEDAGOGIAS DO CORPO Y TECNOLOGIAS DE GÉNERO na Argentina em 2010, por mim coordenada, na qual estavam presentes dois pós-graduandos da UEM, um deles do PCM; levamos um ônibus com mais de 20 trabalhos (vários do PCM) para serem apresentados no Evento Internacional "Fazendo Gênero", na Universidade Federal de Florianópolis em 2010; apresentamos vários trabalhos (vários de PCM) e propomos atividades no II Simpósio Internacional de Educação Sexual (SIES) em Maringá em 2011.
Caso o PCM avalie que este grupo de pesquisa não serve para encaminhar discussões pedagógicas e pesquisas na área de Educação para Ciência, não iremos sucumbir, vamos sim, buscar outras redes que encampem as questões de gênero e sexualidade, que conforme os desfechos desse caso, somente somos fortalecidas a acreditar que é uma discussão urgentíssima nas IES brasileiras, principalmente nas áreas das ciências ligadas à educação, à matemática e à física, que são redutos, geralmente, machistas.
Além disso, com esse processo de desligamento do PCM penso que, os grupos de gênero e sexualidade devem pressionar a Capes para inclusão das revistas de grande circulação em estudos feministas, gênero e sexualidade em diversas áreas, principalmente aquelas relacionadas à educação. E que levem em consideração as publicações que tenho na Revista de Estudos Feministas, que é uma revista importante na área de minhas pesquisas.
É na educação que devemos pensar essas questões, e, em nome da educação apoiar a Dra. Marta Bellini, que está sendo vítima de misoginia, quando suas denuncias sérias são reduzidas a desavenças pessoais com o Marcos Cesar Danhoni Neves.
E olhos vermelhos dela, assim como os meus e das companheiras de lutas... Não se iludam, é raiva!

Saudações feministas,


Patrícia Lessa – GEPECOS/UEM
Maringá, 13 de maio de 2011.

Marta Bellini.

domingo, 22 de maio de 2011

Moções de Apoio...

Roque Sponholz

Companheiros e Companheiras,

Há mais de um ano a Profª Marta Bellini, da Universidade Estadual de Maringá, vem sofrendo uma implacável perseguição política por parte dos órgãos administrativos da UEM por solicitar a apuração de denúncias de desvio de verbas e privilégio na escolha de bolsas para o PCM - Programa de Pós Graduação Para a Ciência e a Matemática.

Marta Bellini é uma lutadora de nossas fileiras e neste momento precisamos cercá-la de solidariedade. Marta foi vanguarda na greve de 6 meses da UEM (2001-2002), sempre esteve presentes nas lutas políticas de nossa instituição, foi dirigente sindical do SINTEEMAR, sendo um dos primeiros sindicatos do país a romper com a CUT. Atualmente participa da construção de uma oposição sindical à CUT que retornou ao nosso sindicato e sempre atuou e apoiou a construção da CSP-CONLUTAS em nossa região.

Pedimos solidariamente que encaminhem moções de apoio à professora, assim como a exigência de apuração dos fatos denunciados nesta Pós-Graduação.

Abaixo, deixamos como contribuição uma moção de apoio para que possa ser utilizada como modelo.

Atenciosamente,

Bruno Coga, da CSP-CONLUTAS NORTE-PR
Phillip Natal e Alex Raval, da ANEL NORTE-PR

ENCAMINHAR PARA:

martabellini@uol.com.br, com cópia para reitoria@uem.br
****************************************************************************
Moção de Apoio à Prof. Drª Marta Bellini
Pela transparência política

Considerando o recente manifesto escrito pela Profª Doutora Luzia Marta Bellini, expondo sua situação de espera há mais de um ano quanto à analise dos documentos enviados à reitoria e à PPG em 2010 para estudo de suas solicitações acerca de projetos do Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e Matemática.

Considerando que os fatos expostos sobre Projeto da Fundação Araucária, Projeto da Capes não são recentes e que nada foi feito, nem pela reitoria da UEM, muito menos pela CAPES e PPG.

Considerando que a maneira silenciosa como a PPG, a Reitoria e o CCE da UEM, conduziram e conduzem este caso, bem como a recente reintegração do Profº Marcos Cesar Danhoni Neves (ex- coordenador do PCM no período que foi solicitada a apuração das irregularidades)

Considerando a ingerência do Pró-reitor de Pesquisa e do Diretor de Pesquisa da PPG sobrepondo-se à Coordenação do PCM

Considerando o histórico exemplar desta professora em sala de aula e na defesa intransigente da Universidade Pública, com mais de 10 livros publicados, 30 artigos e uma pesquisadora renomada em nossa Universidade.

Considerando o apoio que começa aparecer para a apuração dos fatos, vindo de intelectuais de nossa universidade, conselheiros do COU e demais membros de nossa comunidade universitária.

Nós, da ______________________, viemos através desta moção, exigir da reitoria que remeta ao COU a analise dos documentos enviados à Procuradoria Jurídica em 2010, documentos dos professores do PCM, assim como a apuração da política adotada pela PPG e pelo Diretor do CCE para a tomada das decisões até agora encaminhadas.


ABAIXO, O MANIFESTO DIVULGADO PELA PROFESSORA:

Manifesto: quem é quem na história sobre Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá
Caros colegas do PCM e outros setores da UEM,
Depois de quarenta anos de ditadura, de 25 anos lecionando na Universidade Estadual de Maringá, os acontecimentos de 2010 e 2011 acerca do PCM, nos levaram a viver, eu e meus colegas, uma situação de ditadura militar sem por nem tirar. Só que não estamos submetidos aos instrumentos de tortura como choques elétricos no corpo, nos órgãos genitais, aos costumeiros afogamentos e pauladas literais. Esses foram substituídos pela silenciosidade administrativa, pelo escárnio, pela indiferença, pelo desrespeito. Pauladas simbólicas. Choques simbólicos. ESCÁRNIO PURO!
O professor Valdeni Soliano Franco, coordenador do PCM, teve que tolerar a desgraça maior a que um intelectual de seu porte assistiu: suspensão por 30 dias em março de 2011, mediante um documento que caiu em seu nariz sem sequer ter sido avisado da medida prevista em Resolução N. 557/2000-CAD. O interventor, Pró-reitor da PPG, sequer conversou conosco, professores que estávamos dando aulas. Não o vi no PCM. Nada nos perguntou, ou seja, anos, nada perguntou aos docentes que estavam trabalhando no PCM. Não nos deu segurança profissional ou moral. Descaso com os docentes que, nesse ano de 2011, estão dando aulas e orientando e publicando.
Enquanto um grupo de professores trabalhava, outro grupo de sete professoras fazia lock out. Explicando: expressão inglesa para greve por determinação do empregador, que, visando exercer pressões sobre os trabalhadores, utiliza do seu poder para frustrar negociação coletiva ou dificultar o atendimento das reivindicações coletivas.
Nada se compara a isso. Atendeu-se o grupo que fez lock out. O que queria o grupo? Impor a volta de um professor, desligado do Programa de Pós pelo conselho, por falta administrativa. O documento das professoras pedia ao reitor da UEM sindicância para os professores Luzia Marta Bellini e Valdeni Soliani Franco que, eufemisticamente, foi chamado sindicância para o PCM nos anos de 2009 e 2010, quando fui coordenadora e depois o professor Valdeni Soliani Franco.
Para quê essa sindicância? Por que nós éramos, segundo as professoras do lock out, “comandantes” do PCM e elas, as “comandadas”, de acordo com o documento que estas depositaram no setor jurídico da Reitoria da Universidade. MAS, as professoras “comandadas”, para serem atendidas pela Reitoria e Pró-reitoria de Pesquisa da UEM, deixaram de dar aulas e orientar por seis meses. Os “comandantes” levaram a pós-graduação sozinhos. Sozinhos, mas levando o PCM pela força intelectual, pela motivação moral, pela delicadeza com os alunos, pela esperança da boa formação e pela responsabilidade com o ensino e pesquisa. E, nós, é que somos os “comandantes”! Não seria melhor, nos chamar de otários?
Felizmente, a comissão de sindicância terminou no prazo legal, dentro dos trâmites legais e indiciou dez professores. Creio que, inclusive que eu e ao professor Valdeni fomos indiciados. Mas, se temos dez, então, há mais docentes da Universidade indiciados. Estamos à espera do relatório da comissão. Exigimos transparência desse relatório.
Os professores “comandantes” continuaram a trabalhar. Deram aulas, atenderam grupos de pesquisa, ajudaram alunos a escrever relatórios e artigos para eventos do segundo semestre de 2011, e mais: suportaram o silêncio da PPG, de seu Pró-reitor e de seu Diretor de Pesquisa como cordeiros. Pois bem: esses cordeiros estão sendo imolados. Depois de terem trabalhado quietos, uma comissão da CAPES vem à UEM/PPG, na surdina da semana – aqui, também, é bom que se diga, que a coordenação do PCM não foi avisada do dia em que esta viria à UEM, de sua composição. Nesse dia, as dez e meia horas da sexta-feira, dia 06/05/2011, saindo de uma banca de apresentação de projetos do Colóquio do PCM, o coordenador do PCM, professor Valdeni Soliani Franco, é chamado pela Pró-reitoria para ter conhecimento de que o relato sobre o credenciamento dos professores ficaria pronto naquele dia.
Foi o último que soube da vinda dos relatores na hierarquia administrativa da UEM. Nós, professores “comandantes” tivemos conhecimento do relatório da comissão enviada pela Capes na terça-feira a tarde quando íamos dar aulas. Na sala de aula, da terça-feira, as orientandas das professoras “comandadas” já conheciam o conteúdo do relatório sem antes terem ido conversar com o coordenador do PCM, professor Valdeni Soliani Franco. O Comandante Valdeni seria um fantoche? Não! Digo. Foi um professor decente; atendeu aos pedidos da administração da Universidade e, mesmo assim, ficou como um enfeite na administração do PCM. Democracia? Conselho coletivo? O que é isso?
A administração da PPG e da reitoria, e do Centro de Ciências Exatas, desde 2010, quando eu, como coordenadora do PCM enviei documentos do PCM para análise e parecer dos problemas desse pós, fez o que não se comete: guardou os documentos.
A omissão do Diretor de Pesquisa, PPG, da UEM foi escandalosa do meu ponto de vista. A omissão começou com o ex – pró-reitor. Recebeu os documentos e o pôs na gaveta porque eu não havia enviado por protocolo. Ponto de exclamação aqui. ! O atual pró-reitor chamou, informalmente, a aluna Marlova Caldatto, de doutorado do PCM, para perguntar, em sua sala, a sós, como estava o programa. Ora, que ética temos aqui. Por que o professor Valdeni Soliani Franco foi deixado às moscas pela administração? “Comandante” Valdeni, responda-me, por favor!
O primeiro relatório da CAPES, enviado em março de 2011, com quatro meses de atraso, é outro tema digno de filme de terror na época da ditadura militar no Brasil. Os professores enviados, professores Angotti e Mattedi, estabeleceram uma visita e depoimentos dos professores durante a crise do PCM, anteriormente à sua vinda à UEM. Quando cheguei à PPG para dar meu depoimento, na hora marcada, em 28 de outubro de 2010, esperei cerca de quarenta minutos e saíram da sala do pró-reitor, o diretor do centro em que o pós está lotado, o diretor de pesquisa e o pró-reitor. O Diretor de centro perguntou-me: “está bem, professora Marta?”. Eu disse não. A resposta: “mas se Deus quiser, tudo dará certo”. Esqueci-me de perguntar: “Que Deus e a quem daria certo”. Conversa administrativa com Deus na hierarquia.
Na sala de depoimento da PPG fui submetida a muitas perguntas e levei cinco quilos de documentos. Uma pergunta do Professor Angotti deu-me a certeza de que ele tinha informações anteriores a meu depoimento sobre mim. Perguntou-me o professor: “a senhora trabalhou 15 anos na Pós-Graduação da Ecologia, não? Por que saiu de lá?”
DOIS ERROS DO professor ou de quem lhe deu a “informação”. EU NÃO TRABALHEI 15 ANOS NA ECOLOGIA. Trabalhei doze. EU NÃO SAI DA PÓS EM ECOLOGIA. Aí, o professor Angotti se traiu. Ele, realmente, tinha informações sobre a minha vida profissional. Erradas, é claro. Quem as deu? Perguntei isso a ele por email. Não respondeu. Perguntei ao coordenador da área da Capes, professor Nardi. Ele não respondeu. Perguntei ao Diretor de Pesquisa da UEM. Por fim, depois de perguntar muito, por email e receber a resposta: “se eu fosse a senhora parava de enviar esses emails”, soube, pelo diretor de pesquisa, por email, documento portanto, que a comissão tinha vindo à UEM com todas as informações … da UEM (conforme email documental de 2010).
O relatório chegou em março de 2011. Havia sido prometido pela comissão em trinta dias. Como não vinha o relatório foi solicitado pelo pró-reitor atual. Chegou um relatório “imparcial”. Vejamos a imparcialidade:
- o Professor Angotti é colega próximo do professor desligado do PCM, em pauta na crise do PCM. Colegas de área, inclusive. O professor Angotti trocou emails com o professor desligado do programa sobre um projeto da Capes que seria aprovado para o PCM em 2008/2009.
- o professor Angotti e o professor Mattedi – representantes da Capes – escrevem que não analisaram os documentos, por mim fornecidos, que orientavam – cronologicamente e com dados – os problemas do PCM.
Fizeram um relatório com base subjetiva, bem “adequado” à realidade de quem trabalha com PESQUISA EM ENSINO DE CIÊNCIAS. EMPIRICAMENTE, anotaram suas percepções. Que HUME os tenha em boa conta. E mesmo sabendo dos limites do empirismo, fizeram o relatório.
Frases colhidas ou pérolas coletadas do relatório:
- “a coordenadora estava com os olhos vermelhos”. O que isso quer dizer? Eu estava chorando? Não tinha dormido a noite anterior? Estava com problemas clínicos nos olhos? TODO PESQUISADOR precisa fazer inferências com bases mais sólidas. Não fizeram.
- “fomos bem recebidos pela administração da UEM, [...] hotéis bons, almoços … inclusive o reitor nos levou de carro [...]. O que falar quer dizer? Os administradores da UEM estavam sendo respeitosos ou submissos à comissão? Vi ambigüidade nessas frases. E quanta cientificidade!
Nos depoimentos não tivemos ATAS, nem gravações, nada dentro de trâmites legalizados
. A peça foi montada com base nas sensações, nas percepções, enfim, nos sentidos dos professores da comissão. Nada que o filósofo LOCKE pudesse por defeito. E na era de Einstein. E… na área de CIÊNCIAS! E do ponto de vista jurídico SEM VALOR ALGUM.
Há mais pérolas para mostrar. Termino, ainda, a análise do objetivo relatório.
Agora, em 11 de maio de 2011, depois de um ano e meio, vem mais uma comissão, de colegas do professor desligado do PCM, recredencia-o, PASSANDO POR CIMA, MAIS UMA VEZ DA AUTONOMIA DO PCM, fantochizando o coordenador professor Valdeni Soliani Franco. Além disso, descredencia professores recém chegados no PCM, quatro deles dando disciplinas nas lacunas abandonadas pelas professoras em greve, as “comandadas”. Quanta ética! Professores, em sala de aula, colaborando com o PCM e os alunos para dar disciplinas abandonadas pelas grevistas comandadas, são chamados pelo diretor de pesquisa da PPG/UEM para assinarem um documento dizendo que saiam do pós por vontade própria. Quanto zelo pelos alunos e quanto RESPEITO pelos professores comandantes!
OUSO DIZER: O PCM FOI E ESTÁ SENDO COMANDADO (para usar a metáfora das SETE professoras em lock out) PELA PPG E, QUIÇA, PELA DIRETORIA DO CCE. Nada está sendo permitido àqueles que trabalharam – DENTRO DA LEI E REGRAS INSTITUCIONAIS – no programa de pós-graduação.
E os alunos do PCM?
Estão, disseram alguns, decepcionados com a Universidade Estadual de Maringá. Querem parar o curso, não pela orientação dos professores “comandados”, mas pelo descaso do reitor e dos administradores da PPG em relação ao Curso. Se ficarem aqui, na UEM, nessa lenga-lenga, nesse silêncio, nessa instabilidade administrativa e emocional, não conseguirão, dizem, fazer um bom trabalho de dissertação e tese. Eu não tenho mais ilusões. Não me vejo trabalhando nessas circunstâncias e nem posso jogar-me numa luta em que os outros jogam num campo obscuro. Creio que os alunos devem mesmo procurar suas saídas. Para outras instituições? Não sei.
Sei que, como professora doutora, com mais de dez livros publicados, mais de 30 artigos, mais de 30 orientandos em todos os níveis, dando aulas e pesquisando:
- Não ACATO tanto desrespeito, tanta incerteza e fragilidade na política pública da UEM.
- Não aceito negociar princípios.
- Não aceito o adjetivo de “justiceira” a mim imputado pela ex-vice-diretora do CCE, em reunião de Conselho Interdepartamental, tentando me desqualificar diante dos colegas professores e usando seu poder de vice-diretora.
- Não aceito o substantivo comandante dado pelas sete professoras que fazem lock out , das sete “comandadas” que abandonaram o programa sem avisar o coordenador, que fizeram a política dos coronéis, só se remeteram à PPG e à reitoria passando por cima dos órgãos decisivos do PCM e da UEM.
Por que não foram ao Conselho de Ensino e Extensão? Ou ao Conselho Universitário? Não! Foram procurar o chefe maior da Universidade. Pergunto novamente: democracia? As sete professoras não precisavam ir ao órgão colegiado da pós-graduação, se a desconfiança era tão grande, mas poderiam e podem ir ao Conselho Universitário nos denunciar à voz coletiva maior da Universidade. Não temos nada a temer.
MINHA PROPOSTA FINAL:
TRANSPARÊNCIA! DEMOCRACIA! QUE O CONSELHO UNIVERSITÁRIO – que tem força política pública maior do que o reitor – faça a análise de todos os documentos, de todos os docentes do PCM – e que a política miúda da PPG e de seu Diretor de Pesquisa, seja também revista à luz dos conselheiros da Universidade Estadual de Maringá.
Maringá, 12 de maio de 2011
Professora doutora Luzia Marta Bellini

Blog do Villa

Blog do Villa

Sociedade tem direito de cobrar ministro

Sociedade tem direito de cobrar ministro, dizem especialistas

Para eles, governante não representa só a si mesmo: ele deve se explicar a quem o paga para servir ao País

22 de maio de 2011 | 0h 00


Gabriel Manzano - O Estado de S.Paulo

O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, "precisa, sim, vir a público e dar explicações sobre o espantoso aumento de seu patrimônio". A frase, da cientista política Celina Vargas do Amaral Peixoto, da FGV-Rio, resume a impressão dominante entre historiadores e cientistas políticos - ainda que, como ponderam alguns deles, o ministro não tenha nenhuma obrigação legal de revelar sua vida financeira.

Essa dispensa legal, adverte o historiador Marco Antonio Villa, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), não representa grande coisa: "Legalidade e justiça, no Brasil, são coisas dissociadas". "Entre nós, a ética não está consolidada na política e a lei não é garantia de justiça", afirma. "Se o ministro ganhou em um ano o que não havia ganho a vida inteira, isso causa grande estranheza. Por isso mesmo, ele deve dizer à opinião pública que tipo de consultoria prestou, a quem, e por quanto dinheiro."

Celina Vargas, que entre 1998 e 2002 ajudou o governo a criar o Código de Conduta da Alta Administração - um texto de 19 artigos que impõe normas e limites ao comportamento de ministros e funcionários diretos da Presidência - lembra que a população "paga e dá sustentação ao governo". Portanto, "tem direito de "cobrar e saber o que se faz com o dinheiro dos impostos."

É a mesma cobrança que faz o filósofo Roberto Romano, professor da Unicamp, antigo estudioso de questões éticas da sociedade. "Um deputado não representa só o seu eleitorado, representa todos os cidadãos. Ouvir suas explicações nesses episódios é um direito da sociedade."

Razões de Estado. Romano vê uma explicação histórica para o atual modo de relacionamento entre Estado e povo no Brasil: "É a reiteração de um modelo absolutista que surgiu com o Estado moderno". Nesse modelo, o indivíduo vale mais no mercado se está ou esteve próximo do poder. Com ele veio o conceito da chamada razão de Estado, "e a razão de Estado é mentirosa e interesseira, e se dedica a esconder as coisas do País", diz Romano. "É um instrumento para separar o cidadão comum do operador do Estado."

Foi por perceber esse perigo - pois ele dá poder ao governante e enfraquece a sociedade - que as revoluções francesa, americana e inglesa "consagraram um grande princípio, o da accountability". "Ele exige que o político sempre preste contas ao cidadão", conclui o professor.

E por que esse tipo de episódio é tão frequente no País? Romano e Celina Vargas dão a mesma resposta, que se aplica a todo o mundo político: o lobby nunca foi devidamente regulamentado no Brasil e isso deixa um campo aberto entre o público e o privado, entre a política e os negócios. Assim, enquanto nos EUA e na Europa o lobista é uma profissão normal, com regras e punições, no Brasil o assunto jamais é definido em lei. "E o que se vê é a prática de um lobby selvagem, não profissionalizado", acrescenta Romano.

As "cláusulas contratuais de confidencialidade", que Palocci tem usado como grande argumento para não informar ao País os detalhes de seu trabalho como consultor, despertaram ironia do filósofo José Arthur Giannotti, da USP. Numa entrevista, na sexta-feira, ele resumiu: "Quando um cliente procura um político para uma consulta, deve saber que, de um momento para outro, pode ter sua confidencialidade exposta. Mas ele sabe que nada será dito. Isso é obvio, porque senão ele não precisaria procurar o político".

Veja.com Palocci e outros e outros e outros e outros...

22/05/2011 - 14:28


Comportamento

Brasil, um país sem vergonha da corrupção

Cultura política brasileira dispensa de explicações autoridades como Palocci

Carolina Freitas
Palocci afirmou que as decisões já foram tomadas pela presidente Dilma e comunicadas à Casa Civil

Tranquilidade: Presidência blindou o ministro Antonio Palocci (Sergio Dutti/Agência Estado)

"O Rei Tiago I, da Inglaterra, dizia que só respondia a Deus. Nossos políticos são piores: não respondem nem a Deus”, Roberto Romano

Flagrante desonestidade. Assim o juiz da corte criminal de Londres justificou na última sexta-feira a condenação do ex-parlamentar britânico Elliot Morley a um ano e quatro meses de prisão. Morley admitiu ter usado o auxílio-moradia para embolsar 30.000 libras de hipotecas já quitadas. Foi um dos 170 parlamentares acusados em 2009 de usar a verba de forma irregular. O escândalo provocou a renúncia do presidente da Câmara dos Comuns, Michael Martin, que assumiu ter falhado na tarefa de zelar pela ética no Parlamento.

No mesmo ano, no Brasil, outra flagrante desonestidade vinha à tona sem mobilizar a Justiça, motivar renúncias ou provocar punições. Mais de 200 parlamentares fizeram turismo com cotas de passagens aéreas exclusivas para viagens de trabalho. Fretaram jatinhos e bancaram o transporte de parentes, amigos e cabos eleitorais. Uma farra. Pressionados, alguns devolveram o valor das passagens, sem se desculpar. Foi como se tudo não passasse de um engano.

A comparação escancara: os políticos brasileiros ignoram a importância da transparência. “O Brasil herdou de Portugal a ética distorcida do autoritarismo, instaurado com a chegada da família real no século XIX”, afirma o filósofo Roberto Romano, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Os políticos brasileiros acham um insulto exigir deles explicações.”

É o caso de Antonio Palocci, ministro-chefe da Casa Civil, que agora se recusa a dizer como multiplicou, em quatro anos, seu patrimônio por vinte. Ao contrário dos liberais franceses e ingleses, os monarcas portugueses nos ensinaram a exercer o poder como um privilégio. “No liberalismo tem de ser possível explicar cada ato do governo. É o princípio de accountability”, diz Romano. “Não há divisão entre o governante e o governado. O privilégio de cargo não é admitido.”

Enquanto isso a estrutura do estado brasileiro garante privilégios aos detentores do poder. O maior exemplo é o foro privilegiado para integrantes do Executivo e do Legislativo. “Não importa se é de direita ou de esquerda. Todos seguem a mesma ética autoritária quando chegar ao poder”, afirma Romano. “Ética é um conjunto de atitudes automáticas e inconscientes. A pessoa age sem consciência de que está fazendo errado. Não pode se dar ao luxo de pensar ou sentir culpa.” Para mudar uma classe política de ética torta só um choque de realidade. E olhe lá. “O Rei Tiago I, da Inglaterra, dizia que só respondia a Deus. Nossos políticos são piores: não respondem nem a Deus”, diz Romano.

Foro íntimo – A falta de compromisso com a transparência fica evidente quando se analisa casos em que a vida pessoal de homens públicos está em jogo. Em 2009 o governador da Carolina do Sul, no Estados Unidos, Mark Sanford, sumiu por uma semana. Reapareceu e convocou uma coletiva de imprensa. Ninguém suspeitava do motivo. Queria pedir perdão à família e à população por ter passado a temporada com uma amante argentina, com quem mantinha um caso há dez anos.

No Brasil, foi necessária muita pressão da oposição e da imprensa para que o então presidente do Senado, Renan Calheiros, assumisse ter uma filha fora do casamento, fruto do relacionamento com a jornalista Monica Veloso. E, nesse caso, havia um componente indubitavelmente público: evidências de que um lobista pagava, em nome do senador, pensão à Monica. Renan renunciou à presidência da Casa. Escapou, no entanto, da cassação e, em 2010, foi reeleito.

Segundo filósofo Roberto Romano, a opinião dos eleitores não causa preocupação aos corruptos. A prioridade é convencer os colegas políticos a continuar lhe dando base de sustentação. Foi o que a Presidência fez quando veio a público o enriquecimento de Palocci. Dilma Rousseff reuniu seus melhores estrategistas para blindar o ministro e muniu os petistas de argumentos de defesa. A presidente mostrou que, a exemplo de seu antecessor, levará a situação até o limite do suportável. Como se nada tivesse acontecido.

De um amigo, vem a notícia, velha, bem velha...

....olha essa..!!!!! Que País é esse?

NÃO POSSO ACREDITAR!!!!



LEMBRAM DA JORGINA?

Pois ela tá aí de volta, e com cargo no governo do Rio.

Esta é a prova mais evidente de que o crime compensa.

Obs: A CEDAE - Cia de Águas e Esgoto, pertence ao Governo do PMDB do Estado do Rio de Janeiro!



Gente, é inacreditável e vergonhoso esse nosso (?) Brasil.

Tantos procurando postos de trabalho, e uma delinquente comprovada, que foi condenada e presa como autora de uma das maiores roubalheiras do Brasil na época (hoje estaria somente no final da relação...) é nomeada ASSESSORA DA PRESIDÊNCIA de uma entidade autárquica do governo do Estado do Rio de Janeiro!


Não há mais a mínima vergonha na cara ou respeito com a opinião pública!


A notícia:

Fraudadora condenada sai da cadeia durante o dia e é nomeada assessora de órgão público do governo do Estado do Rio!


Pasmem! Jorgina de Freitas a maior FRAUDADORA do INSS já identificada, foi nomeada ASSESSORA do Presidente da CEDAE, Wagner Victer. Inacreditável !


Essa "senhora" é a maior fraudadora da Previdência Social que o Brasil já conheceu.


Trata-se da ex-procuradora do INSS, Jorgina de Freitas, que em 1992, foi condenada junto com o juiz Nestor José Nascimento e o advogado Ilson Escóssia por fraudes que desviaram R$ 310 milhões do INSS.
Posteriormente, Jorgina foi condenada a devolver aos cofres públicos R$ 200 milhões (sobre os R$110 milhões faltantes, não se falou mais...). Ela fugiu do Brasil e foi presa na Costa Rica em 1997.


Agora, embora continue cumprindo a pena, Jorgina de Freitas passou ao regime semi-aberto, porque conseguiu um emprego. Adivinhem onde?
Foi contratada pela CEDAE como assessora do presidente da empresa, Wagner Victer.

Acreditem se quiserem!

BRASIL, UM PAÍS DE TOLOS ... E DE PULHAS TAMBÉM !!!