domingo, 25 de setembro de 2011

De Rerum Natura...

Domingo, 25 de Setembro de 2011

As (muitas) fraudes em trabalhos académicos – 2

Um texto anterior que escrevi sobre o tema para que aponta este título foi inspirado num artigo muito esclarecedor e completo da autoria de Teresa Guilherme, intitulado “O mundo das fraudes académicas” e publicado na revista Visão do dia 15 do corrente mês Setembro.

A jornalista aponta se não todas as vertentes do assunto, pelo menos as que estão mais directamente ligadas à cópia e ao plágio que (nisso parece haver um acordo) estão implantadas “de pedra e cal” nas instituições de ensino superior.

De “de pedra e cal” porque, ao conhecimento que essas instituições não podem deixar de ter do assunto, junta-se uma estranha inércia para o enfrentar de modo eficaz. Por outro lado, não se pode negligenciar o facto de estarmos a falar de práticas que beneficiam de larga aceitação social, fazendo nascer e consolidar-se à sua volta múltiplas empresas, devidamente identificadas, que a alimentam de modo (aparentemente) impune.

No referido artigo de investigação põe-se a tónica no facto de os estudantes cometerem fraudes mas os professores também, sendo acrescida, naturalmente, a responsabilidade destes últimos em tal matéria; no facto de os estudantes, mesmo que já estejam em mestrado e doutoramento, desconhecerem que devem identificar as fontes consultadas para realizarem os trabalhos e como o devem fazer; na falta de controlo por parte dos professores, que, desdobramos em múltiplos afazeres burocráticos, não conseguem, mesmo que queiram, dar a devida atenção aos trabalhos que, obrigatoriamente, têm de solicitar às suas muitas dezenas ou centenas de estudantes; na corrida a graus académicos de quem tem um genuíno interesse pelo saber e de quem tem a ideia de que, por ter pago as propinas tem direito ao grau, independentemente do que apresentar para o obter.

Para os leitores que se interessam por este assunto deixamos a ligação para a entrevista realizada no âmbito do trabalho jornalístico em causa, a Isabel Capeloa Gil, directora da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa: aqui.