sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A pequena notícia dá conta dos elementos éticos mais hediondos do Brasil. A elite que se julga uma "raça" superior, mas que não passa de horda.





São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 2011



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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br






DUCHA GELADA

Uma partida de futebol de garotos de até 11 anos acabou em briga de adulto no Paulistano, o clube mais elitizado de SP. No final de novembro, o time da casa recebeu na sede, nos Jardins, o clube Esperia, de Santana, zona norte. A provocação entre torcidas foi parar na delegacia. O empresário José Corona Neto e sua mulher, a promotora Maria Lia Pinto Porto Corona, sócios do Paulistano, registraram ocorrência no 78º DP. Lia teria levado um soco no rosto, cortado o lábio e quebrado um dente. "Estavam xingando as crianças de "viado, bicha". Quando falei "vamo [sic] manter o nível", uma senhora interpretou que eu disse que ela era baixo nível", diz a promotora.

CARTÃO VERMELHO

Segundo o BO, Corona Neto teria provocado a torcida adversária. "Ele disse que nós éramos uns pobretões da zona norte", conta a advogada Cláurea dos Santos Chalian, mãe de um jogador do Esperia, que venceu a partida por 1 x 0. Os visitantes dizem que entraram pelos fundos do Paulistano e ficaram sob a mira de seguranças.

NO RINGUE

Áurea Monteiro dos Santos, 70, é apontada como a agressora de Lia. A septuagenária teria dado um tapa na promotora, reagindo ao ser chamada de "velha esclerosada". Corona chegou a ser suspenso pelo Paulistano.