País
Serra ressurge em pesquisas e cria dúvida sobre candidato tucano em 2014
A repentina aparição de José Serra (PSDB-SP) em pesquisas de
intenção de voto para as eleições à Presidência, no ano que vem, mostra que o
tucano ainda teria forças para entrar no páreo. Fora do cenário político desde
outubro do ano passado, quando foi derrotado pelo petista Fernando Haddad na
disputa para a prefeitura de São Paulo, Serra aparece até a frente do também
tucano Aécio Neves, que até então era considerado o candidato do PSDB.
Em pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas em 177 cidades brasileiras, Serra aparece na terceira colocação, com 21,7% das intenções de voto, ficando em empate técnico com Marina Silva, que tem 22,5%. Neste cenário, o tucano estaria em plenas condições de chegar ao segundo turno das eleições com a presidente Dilma Rousseff, que é líder da pesquisa com 32,2% das intenções de voto. Na simulação com o senador mineiro Aécio Neves, os tucanos ficariam com apenas 15,4% dos votos, o que beneficiaria Marina Silva.
Na opinião de cientistas políticos, o ressurgimento de Serra mostra que o tucano ainda tem potencial para uma eventual disputa à Presidência. No entanto, não seria capaz de captar novos eleitores, além dos já cativos.
>> Oposição teme volta de Lula com plebiscito
Na avaliação do professor de Ciência Política da Unicamp, Valeriano Costa, o PSDB abrir uma disputa interna entre Serra e Aécio, quando o mineiro já era consolidado como o candidato tucano em 2014, seria um “tiro no pé”. Ele acredita que, caso isso aconteça, a oposição irá facilitar o lado da presidente Dilma.
“O Serra voltou às pesquisas por um motivo ainda a ser avaliado, o que causa certo constrangimento para Aécio, que já era dado como certo na coligação de oposição. Os resultados mostram que Serra ainda tem um eleitorado fiel, mas as chances dele ganhar seriam pequenas porque não consegue ampliar os votos já garantidos, diferentemente de Aécio, que teria mais chances de conquistar novos eleitores durante a campanha. É um cenário complexo, mas um racha no PSDB complicaria a situação da oposição e facilitaria o trabalho dos petistas”, analisa Valeriano Costa.
Segundo o cientista político, se Serra se animar com as intenções de voto das pesquisas, mas não tiver o apoio do PSDB, ele poderia migrar para outro partido de oposição e, com isso, “seria o suicídio”.
“Se Serra sair do PSDB para entrar na disputa, ele e Aécio iriam disputar o voto dos mesmos eleitores, e cada um acabaria ficando com cerca de 10% a 15%, inviabilizando o segundo turno para ambos. Se isso de fato ocorrer, Serra deverá arcar com as consequências e pagará o preço do racha da oposição”, avalia Valeriano Costa.
Na opinião de outro cientista político, o professor de Filosofia da Política, Roberto Romano, também da Unicamp, o fato de Serra estar na “geladeira” desde a derrota para Haddad, fez com que o nome dele ressurgisse, pois, por não estar ocupando nenhum cargo executivo no momento, ele não está na linha de frente das críticas dos manifestantes brasileiros que estão tomando as ruas pedindo melhorias.
“Nesse momento estamos assistindo a fraqueza de todas as forças políticas brasileiras. E o Aécio, como oposição, não dá nenhuma oferta de soluções para os problemas do país, apenas sugestões ocas, sem nenhum significado. E neste cenário, Serra, que estava na geladeira, é o único que tem no PSDB paulista alguma coisa a apresentar em termos de um plano federativo”, opina Roberto Romano.
De acordo com o professor da Unicamp, o plano de conciliação nacional do PSDB em torno das eleições de 2014, com a volta de Serra, está comprometido.
"Na eleição do Lula criou-se o termo Lulécio (Lula e Aécio) e depois veio o Dilmasia (Dilma e Anastasia), e isso fez com que o PSDB paulista seja desconfiado do PSDB mineiro. Se Aécio for de fato o candidato, terá que enfrentar a oposição silenciosa em São Paulo. Não interessava para o PSDB que o Serra voltasse como figura popular, pois efetivamente atrapalharia o plano de conciliação nacional para eleição presidencial, que agora está novamente comprometido"
*Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil
Em pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas em 177 cidades brasileiras, Serra aparece na terceira colocação, com 21,7% das intenções de voto, ficando em empate técnico com Marina Silva, que tem 22,5%. Neste cenário, o tucano estaria em plenas condições de chegar ao segundo turno das eleições com a presidente Dilma Rousseff, que é líder da pesquisa com 32,2% das intenções de voto. Na simulação com o senador mineiro Aécio Neves, os tucanos ficariam com apenas 15,4% dos votos, o que beneficiaria Marina Silva.
Na opinião de cientistas políticos, o ressurgimento de Serra mostra que o tucano ainda tem potencial para uma eventual disputa à Presidência. No entanto, não seria capaz de captar novos eleitores, além dos já cativos.
>> Oposição teme volta de Lula com plebiscito
Na avaliação do professor de Ciência Política da Unicamp, Valeriano Costa, o PSDB abrir uma disputa interna entre Serra e Aécio, quando o mineiro já era consolidado como o candidato tucano em 2014, seria um “tiro no pé”. Ele acredita que, caso isso aconteça, a oposição irá facilitar o lado da presidente Dilma.
“O Serra voltou às pesquisas por um motivo ainda a ser avaliado, o que causa certo constrangimento para Aécio, que já era dado como certo na coligação de oposição. Os resultados mostram que Serra ainda tem um eleitorado fiel, mas as chances dele ganhar seriam pequenas porque não consegue ampliar os votos já garantidos, diferentemente de Aécio, que teria mais chances de conquistar novos eleitores durante a campanha. É um cenário complexo, mas um racha no PSDB complicaria a situação da oposição e facilitaria o trabalho dos petistas”, analisa Valeriano Costa.
Segundo o cientista político, se Serra se animar com as intenções de voto das pesquisas, mas não tiver o apoio do PSDB, ele poderia migrar para outro partido de oposição e, com isso, “seria o suicídio”.
“Se Serra sair do PSDB para entrar na disputa, ele e Aécio iriam disputar o voto dos mesmos eleitores, e cada um acabaria ficando com cerca de 10% a 15%, inviabilizando o segundo turno para ambos. Se isso de fato ocorrer, Serra deverá arcar com as consequências e pagará o preço do racha da oposição”, avalia Valeriano Costa.
Na opinião de outro cientista político, o professor de Filosofia da Política, Roberto Romano, também da Unicamp, o fato de Serra estar na “geladeira” desde a derrota para Haddad, fez com que o nome dele ressurgisse, pois, por não estar ocupando nenhum cargo executivo no momento, ele não está na linha de frente das críticas dos manifestantes brasileiros que estão tomando as ruas pedindo melhorias.
“Nesse momento estamos assistindo a fraqueza de todas as forças políticas brasileiras. E o Aécio, como oposição, não dá nenhuma oferta de soluções para os problemas do país, apenas sugestões ocas, sem nenhum significado. E neste cenário, Serra, que estava na geladeira, é o único que tem no PSDB paulista alguma coisa a apresentar em termos de um plano federativo”, opina Roberto Romano.
De acordo com o professor da Unicamp, o plano de conciliação nacional do PSDB em torno das eleições de 2014, com a volta de Serra, está comprometido.
"Na eleição do Lula criou-se o termo Lulécio (Lula e Aécio) e depois veio o Dilmasia (Dilma e Anastasia), e isso fez com que o PSDB paulista seja desconfiado do PSDB mineiro. Se Aécio for de fato o candidato, terá que enfrentar a oposição silenciosa em São Paulo. Não interessava para o PSDB que o Serra voltasse como figura popular, pois efetivamente atrapalharia o plano de conciliação nacional para eleição presidencial, que agora está novamente comprometido"
*Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil