sábado, 29 de outubro de 2011
Jornal da USP.
A ética e o assessor anônimo
A Fapesp e o CNPq criaram, recentemente, códigos de conduta para cientistas, visando a prevenir eventos antiéticos como a fabricação de resultados, a falsificação de dados, o plágio, a inclusão de autores nos trabalhos sem que estes tivessem uma contribuição significativa para a realização do estudo. A repercussão na mídia reflete o crescente interesse público pela ciência e a atividade dos cientistas. Preocupação ética mais antiga com a atividade científica foi originada pelos produtos que ameaçam a humanidade ou a natureza, como os agrotóxicos ou armas.
Acompanhando a tendência global, introduzi, em 2008, na pós-graduação no Instituto de Química da USP, a disciplina Ética Para os Profissionais de Química, envolvendo a discussão de problemas originários do questionamento público e da vivência dos próprios cientistas, orientadores e alunos de pós-graduação. Revelou-se como figura de destaque nas discussões o assessor anônimo, personagem não contemplada nesses códigos de conduta. Como sabemos, a análise de projetos de pesquisa, solicitações de bolsa, verba para a aquisição de equipamento de pesquisa, o financiamento de viagens junto aos órgãos financiadores dependem quase que decisivamente do parecer de assessores ad hoc, cuja identidade é mantida em segredo. É o assessor anônimo.
A favor do anonimato são usados dois argumentos, discutíveis. Um, que “em todas as partes do mundo é assim”. É a falácia da “prática comum”: a defesa com base em que, se todo mundo age de uma dada maneira, então tal prática é válida. Omitem-se a análise e a crítica. Em segundo, que o anonimato do assessor garante uma avaliação isenta, visto que ele não temerá represálias e conflitos pessoais no caso de uma recomendação desfavorável. Pressupõe-se que os cientistas sejam incapazes de manter a objetividade ao analisar projetos de seus pares em procedimento aberto e que os solicitantes não consigam aceitar objetivamente uma análise parcial ou inteiramente desfavorável a suas pretensões. Ora, na hipótese de os cientistas não conseguirem atuar objetivamente em procedimentos transparentes, é razoável supor que serão objetivos e isentos em assessorias às escondidas?
Expectativa e esperança que carecem de lógica. O segredo é solo fértil para a manifestação das fraquezas humanas das quais nem todo cientista escapa, por um lado, e o surgimento de boataria sem fim, por outro. Algumas das más práticas são constatáveis nos próprios pareceres aos quais os solicitantes têm acesso (sem assinatura do “parecerista”, obviamente). Vejamos alguns exemplos. Já ocorreu a não recomendação de pedido de bolsa de pós-doutorado no exterior, com o assessor anônimo alegando que o solicitante nunca havia trabalhado no assunto proposto, daí o trabalho no laboratório a visitar teria o aproveitamento comprometido. Pedido igual foi recusado por outro assessor (ou, quem sabe, o mesmo), porque o solicitante, já tendo trabalhado no tema, teria pouco aproveitamento com a permanência no exterior.
Da minha vivência posso citar o caso da recusa sucessiva de relatórios referentes a projeto cujo equipamento foi financiado por uma das agências mencionadas. Embora elaborados em conformidade com as exigências e anexados os artigos publicados em revistas estrangeiras indexadas, o relatório foi recusado – a primeira vez por ser sucinto, a segunda vez por muito detalhado. O assessor cometera a imprudência, ainda, de comentar com um amigo comum que “estrepei fulano” (usando, porém, termos chulos). Por motivos óbvios, respeitei o anonimato do “isento” anônimo. Mais difíceis de comprovação são as queixas de que o assessor anônimo, normalmente da mesma área de pesquisa que o solicitante, se apropriou das ideias deste e, eventualmente, “segurou” o projeto por tempo suficiente para tirar vantagem. São boatos apenas? Possivelmente.
Mais uma vez de vivência pessoal, um evento pouco lisonjeiro. Colegas que atuavam em área semelhante à minha me procuraram dizendo saber que solicitação minha a uma das agências financiadoras recebera parecer negativo. Queriam me assegurar que nenhum deles fora o assessor e me pediam que, portanto, não tomasse represálias, caso indicado para analisar pedidos deles. Acredite o leitor, a resposta gentil, de que jamais suspeitei deles, nem pensaria em desforra, exigiu considerável autocontrole.
Tratasse de casos raros, não levantaria este questionamento. Mas os pesquisadores todos sabem que o procedimento do assessor anônimo é, com certa frequência, de ética questionável. Daí, creio que – enquanto continuarmos descrentes da objetividade do cientista que atue às claras e for mantida a figura suspeitosa do assessor anônimo, salvaguardada a honra daqueles que às claras ou no anonimato, igualmente, não abrem mão da honestidade – os avanços em ética continuarão insuficientes. Isto, além da questionável alocação de fundos públicos com base em recomendações anônimas.
Tibor Rabóczkay é professor titular aposentado do Instituto de Química da USP
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Linha de Frente, Roberto Romano fala do livro escrito por Nêumanne, sobre Lula...
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O livro, escrito por José Nêumanne Pinto, revela um precioso mapa da política nacional, apontando quem são os responsáveis pelo mito do lulismo, fenômeno de popularidade que escondeu a ruína das instituições democráticas, garante Roberto Romano, para quem Lula é um grande mestre dos gestos e da retórica, algo que fica claro através de uma série de casos relatados no bom livro.
27/10/11 - 17h46
Publicado Por: Gabriel Mandel
Não deixem de ler O que sei de Lula!
Ariel Palácios, em O Estado de São Paulo.
A mais emblemática caricatura de Alfredo Astiz, “o anjo loiro da morte” ou “o corvo”. A ilustração é do genial Alfredo Sábat, filho do supimpa Hermengildo Sábat. Mais caricaturas e informações sobre Sábat filho, no site wwww.alfredosabat.com
O tribunal oral federal número 5 da capital argentina anunciou nesta quarta-feira à noite as sentenças de 18 militares acusados de 86 casos de crimes contra a Humanidade realizados na Escola de Mecânica da Armada (ESMA), o maior centro clandestino de detenção da ditadura militar argentina (1976-83). A condenação mais esperada era a do ex-capitão Alfredo Astiz – apelidado de “o anjo loiro da morte” – uma das figuras mais emblemáticas do regime militar. Os parentes das vítimas de Astiz – que completará 60 anos no próximo dia 8 de novembro – celebraram quando ouviram que os juízes federais condenavam o ex-capitão à prisão perpétua.
Do lado de fora do edifício do tribunal, no bairro portenho de Retiro, representantes de organismos de defesa dos direitos humanos, ex-prisioneiros sobreviventes também festejaram. “Acabaram 30 anos de impunidade”, gritavam exultantes. No entanto, duas dezenas de pessoas, simpatizantes dos militares, protestaram contra a condenação dentro do tribunal.
Estimativas de ONG argentinas e de organismos internacionais como a Anistia Internacional indicam que a ditadura argentina assassinou 30 mil civis. Destes, 5 mil teriam passado pela ESMA. Menos de 150 sobreviveram às torturas e os fuzilamentos feitos pelos oficiais da Marinha.
O tribunal também condenou perpétua o capitão de corveta Jorge ‘Tigre’ Acosta, famoso pelos requintes de crueldade que aplicava aos civis detidos na ESMA. Segundo testemunhas, o capitão de corveta falava sozinho à noite, em delírio místico. O próprio Acosta explicava que conversava com “Jesucito” (O pequeno Jesus), ao qual “perguntava” qual dos prisioneiros deveria torturar no dia seguinte.
Acosta foi um dos criadores dos “voos da morte” (voos sobre o rio da Prata ou o mar, desde os quais eram jogados os prisioneiros, ainda vivos), uma das modalidades preferidas do grupo de tarefas da ESMA para eliminar vestígios dos corpos. Durante o julgamento no tribunal número 5, Acosta afirmou que havia “lutado como um soldado em uma guerra”.
Entre os outros ex-militares julgados estão Alfredo Donda Tigel, que sequestrou seu próprio irmão e a cunhada – militantes da esquerda – os assassinou e ficou com suas filhas. Donda foi condenado a prisão perpétua.
A Justiça determinou perpétua para os oficiais Oscar Montes, Antonio Pernías, Raúl Scheller, Ricardo Cavallo, Jorge Rádice, Alberto González, Julio César Coronel e Ernesto Weber. Este era apelidado de “220” pelos colegas militares pelo prazer que sentia em aplicar essa voltagem nas torturas.
Além deles, Juan Carlos “Lobo” Fotea Daneri foi condenado a 25 anos de prisão. Manuel Tallada recebeu 25 anos; Carlos Capdevilla, que realizou os partos clandestinos na ESMA, foi condenado a 20 anos de prisão. Um dos mais ferozes torturadores, Juan Antonio “Piranha” Azic, recebeu a pena de 18 anos.
A longa lista de sequestros, torturas e assassinatos de civis – além do roubo de bebês e o ocultamento da identidade dessas crianças – implicou em quase dois anos de audiências. No total, prestaram depoimento de 160 testemunhas, incluídos um grupo de 79 sobreviventes do centro de detenção clandestino.
A ESMA, segundo o jornalista Eduardo Aliverti, era “um clube de perversão”. Ali, afirma, “a tortura e os assassinatos tiveram características diferentes dos outros centros de detenção da ditadura”.
BEBÊS - O sequestro de bebês foi uma das marcas desse centro clandestino. Diversas estimativas calculam que ali teriam nascido entre 150 e 250 bebês. Suas mães, as prisioneiras, eram assassinadas poucos dias após os partos. Na sequência, as crianças eram entregues a famílias de militares ou policiais estéreis.
Outra das marcas da ESMA foram os negócios realizados no “El Pañol” (O Paiol), um armazém no qual acumulavam-se eletrodomésticos, móveis e obras de arte roubadas das pessoas sequestradas. Os apartamentos e casas dos desaparecidos eram vendidas por uma imobiliária montada pelo almirante Emilio Massera, um dos três integrantes da primeira junta militar que governou a Argentina após o golpe de 1976. Massera morreu há quase um ano, depois de uma década em estado vegetativo.
A capa do jornal Página 12 quando Massera pegou o ferry boat de Caronte
HITLER E NATAL - Nas salas de torturas da ESMA os militares colocavam a todo volume marchas militares alemãs e discursos de Adolf Hitler para abafar os gritos de prisioneiros cujas unhas eram arrancadas, seus testículos apertados com alicates, os mamilos queimados com brasas de cigarro e os lábios vaginais eletrocutados.
Segundo os sobreviventes, nas celas da ESMA, que acumulavam dezenas de prisioneiros, ninguém podia conversar, sob o risco de ser espancado. Os depoimentos indicam que esta era uma forma dos carcereiros eliminar qualquer noção de tempo e espaço dos detidos, que boa parte do tempo tinham um capuz cobrindo sua cabeça.
Antes das sessões de tortura os prisioneiros recebiam uma boa refeição – chamada de a “última ceia” – servida pelos oficiais com um sorriso sarcástico. Depois, eram levados pela “Avenida da Felicidade”, denominação do corredor que ligava as celas com as salas de torturas. Ali, a longa sequência de torturas começava com choques elétricos. As fortes descargas causavam apagões no resto das instalações da Esma. Para que a condução elétrica fosse melhor, os homens de Massera molhavam os corpos dos torturados.
Os moradores do bairro de Núñez acreditavam que a ESMA era um quartel comum. Poucos sabiam sobre o cotidiano dantesco que transcorria nesses edifícios, localizados sobre a movimentada Avenida Libertador. No Natal, tal como nos edifícios residenciais vizinhos, a Esma ostentava um frondoso pinheiro com luzes coloridas. Massera dizia que orgulhava-se de ser “um bom cristão”.
ASTIZ, O “ANJO LOIRO DA MORTE”
Oficial autor de torturas e assassinatos foi o “garoto mimado” da ditadura
“É o mais sinistro paradigma do terrorismo de Estado”. Com esta frase, o escritor e jornalista Jorge Camarasa, definiu ao Estado a personalidade do ex-capitão Alfredo Astiz, um dos mais famosos integrantes da ditadura argentina (1976-83), apelidado de “O anjo loiro da morte” por suas vítimas e “O Corvo” por seus amigos (por seu ar sempre sombrio). Camarasa é o autor de “O Verdugo – Astiz, um soldado do terrorismo de Estado”, biografia não-autorizada do frio torturador que foi a estrela da ESMA.
“Astiz possuía várias patologias. Ele costumava lembrar dos aniversários de prisioneiros, aos quais levava presentes na ESMA. Astiz era capaz de retirar um prisioneiro da cela, levá-lo a um restaurante e depois transportá-lo de volta para uma sessão de torturas na ESMA. E por incrível que pareça, ele pretendia que fosse uma espécie de relação na qual todos seriam amigos!”
“Garoto mimado” da ditadura, a alta hierarquia militar encomendava a Astiz as missões mais complexas. Entre seus assassinatos mais famosos de Astiz estão os das freiras francesas Alice Domon e Leonie Duqueta, além de três fundadoras das Mães da Praça de Mayo, entre elas, Azucena Villaflor.
Durante uma operação para sequestrar militantes de esquerda, Astiz e seu grupo entraram na casa de uma estudante. Ali estava Dagmar Hagelin, uma jovem sueca, sem atividades políticas, amiga da jovem procurada. A adolescente, assustada, fugiu e – a 100 metros de distância – foi derrubada com um tiro certeiro de Astiz na nuca. O oficial, ao comprovar sua pontaria, soltou uma gargalhada.
Astiz foi recompensado por seus serviços com o cargo de governador das ilhas Geórgias durante a Guerra das Malvinas, em 1982. No entanto, essas ilhas foram o primeiro ponto recuperado pelos britânicos durante o conflito. Após um único tiro de bazuca disparado pelos britânicos, Astiz desistiu de resistir “até a morte”, como havia prometido. Com com um copo cheio de whisky em uma das mãos, assinou a rendição incondicional.
Astiz foi beneficiado em 1987 pelas leis de Perdão aos Militares e recuperou a liberdade. Durante doze anos era visto frequentemente em discotecas acompanhado de belas mulheres. No entanto, nunca mais pode sair do país, já que a Justiça da França o condenou à revelia pelo assassinato das freiras francesas e pediu sua captura internacional. As Justiças da Itália, Espanha e Suécia também pediram sua captura pelo sequestro e morte de cidadãos desses países.
Em 1998 foi detido por um mês e expulso da Marinha por declarar à revista Trespuntos que era “o homem melhor preparado no país para matar um presidente”. Em 2003, foi novamente processado graças à anulação das leis de Ponto Final e Obediência Devida (as leis de perdão aos militares) e colocado em prisão preventiva. Há poucos dias, na reta final de seu julgamento, afirmou no tribunal que considerava-se um “perseguido político”.
DELÍRIOS - Miriam Lewin, uma das sobreviventes da ESMA e ex-prisioneira de Astiz, analisou para o Estado os delírios de grandeza de Astiz: “ele tinha absoluta certeza que estava destinado a grandes missões em sua vida e acreditava que era um cavaleiro nas Cruzadas!”. Autora de “Esse inferno” – livro que relata a passagem de várias prisioneiras mulheres nesse centro de torturas – Lewin sustenta que “Astiz é o ex-integrante da ditadura com o perfil psicológico mais intrincado”.
Leopoldo Fortunato Galtieri, ditador com intenso approach pelos destilados
MODALIDADES DE TORTURAS DA DITADURA
- Picana elétrica: criada nos anos 30 na Argentina por Leopoldo Lugones Hijo, filho do escritor Leopoldo Lugones. Era o instrumento para assustar o gado com choques elétricos. Aplicado a seres humanos, tornou-se no instrumento preferido de tortura na Argentina.
- Submarino molhado: afundar a cabeça de uma pessoa em uma tina d’água. Ocasionalmente a tina também estava cheia de excrementos humanos.
- Submarino seco: colocar a cabeça de uma pessoa dentro de um saco de plástico e esperar que ela ficasse quase asfixiada.
- O rato no cólon: colocação de um rato, faminto, no cólon de um homem. Nas mulheres, o rato era colocado na vagina.
Diversas testemunhas indicam que os torturadores argentinos ouviam marchas militares do Terceiro Reich e discursos de Adolf Hitler enquanto torturavam.
FRACASSOS ECONÔMICOS E MILITARES: Além de ter sido a mais sanguinária Ditadura foi um fracasso tanto na área militar como na esfera econômica.
Fiascos Militares:
- Entre 1976 e 1978 a Ditadura colocou quase a totalidade das Forças Armadas para perseguir uma guerrilha que já estava praticamente desmantelada desde antes do golpe, em 1975. Analistas militares destacam que este desvio das Forças Armadas argentinas (que havia iniciado no final dos anos 60 mas intensificou-se a partir do golpe) reduziu drásticamente o profissionalismo dos militares.
- Em 1978, a Junta Militar argentina levou o país a uma escalada armamentista contra o Chile. Em dezembro daquele ano, a invasão argentina do território chileno foi detida graças à intermediação papal. O custo da corrida armamentista colocou o país em graves problemas financeiros.
- Em 1982, perante uma crise social, perda de sustentabilidade política e problemas econômicos, o então ditador Leopoldo Fortunato Galtieri – famoso por seu intenso approach ao scotch – decidiu invadir as ilhas Malvinas para distrair a atenção da população. Resultado: após um breve período de combate, os oficiais do ditador renderam-se às tropas britânicas.
Desastres econômicos:
- Em sete anos de Ditadura, a dívida externa subiu de US$ 8 bilhões para US$ 45 bilhões.
- A inflação do governo civil derrubado pela Ditadura, que era considerada um índice “absurdo alto” pelos militares havia sido de 182% anual. Mas, este índice foi superado pela política econômica caótica da Ditadura, que encerrou sua administração com 343% anual.
- A pobreza disparou de 5% da população argentina para 28%
- A participação da indústria no PIB caiu de 37,5% para 25%, o que equivaleu a um retrocesso dos níveis dos anos 60.
- Além disso, a Ditadura criou uma ciranda financeira, conhecida como “la plata dulce”, ou, “o doce dinheiro”.
- Ao mesmo tempo em que tomavam medidas neoliberais, como a abertura irrestrita das importações, os militares continuavam mantendo imensas estruturas nas empresas estatais, que transformaram-se em cabides de emprego de generais, coronéis e seus parentes.
- Os militares também estatizaram US$ 15 bilhões de dívidas das principais empresas privadas do país (além das filiais argentinas de empresas estrangeiras).
- No meio desse caos econômico, os militares provocaram um déficit fiscal de 15% do PIB.
- A repressão provocou um êxodo de centenas de milhares de profissionais do país. Os militares, em cargos burocráticos, exacerbaram a corrupção na máquina estatal.
‘GUERRA’ OU REBELIÃO LOCALIZADA? – Os militares deram o golpe e instauraram a ditadura mais sanguinária da História da América do Sul (América do Sul, não América Latina) com o argumento (um dos vários) de que a guerrilha controlava grande parte do país. Segundo os ex-integrantes da ditadura, os militares argentinos implementaram uma “guerra”.
No entanto, trata-se de um exagero para justificar os massacres cometidos durante a ditadura.
A pequena guerrilha argentina, mais especificamente o ERP, dominava às duras penas uma pequena porcentagem da província de Tucumán, a menor província da Argentina (Tucumán inteirinha equivale a 0,81% da área geográfica do país).
A magnificação da guerrilha foi útil para os militares e também para o prestígio dos guerrilheiros. A nenhum dos dois lados era conveniente admitir a realidade, de que a área controlada pela guerrilha era ínfima.
Os militares e os setores civis que apoiaram o golpe (e os saudosistas daqueles tempos) afirmavam (e ainda afirmam) que o país estava em guerra civil nos nos 70.
Mas, “guerra civil”, rigorosamente, seriam conflitos de proporções mais substanciais, tais como a Guerra da Secessão dos EUA, a Guerra Civil Espanhola, a Guerra Civil Russa logo após a proclamação do Estado Soviético, a Guerra das Duas Rosas (Lancasters versus Yorks, na Inglaterra) ou a Guerra Civil da Grécia após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Ainda: a Guerra Civil da Nicarágua, e a de El Salvador. Isto é: bombardeios de cidades, grandes êxodos de refugiados, centenas de milhares de mortos, uma boa parte de um país controlado por um dos lados, e outra parte controlada por outro lado. Isso não ocorreu na Argentina nos anos 70.
PERFIL: Ariel Palacios fez o Master de Jornalismo do jornal El País (Madri) em 1993. Desde 1995 é o correspondente de O Estado de S.Paulo em Buenos Aires. Além da Argentina, também cobre o Uruguai, Paraguai e Chile. Ele foi correspondente da rádio CBN (1996-1997) e da rádio Eldorado (1997-2005). Ariel também é correspondente do canal de notícias Globo News desde 1996.
Images & Visions. Em homenagem a Marta Bellini.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Fotografias da pintora Frida Kahlo serão expostas em Lisboa
Marta Bellini...
Ouvido ao telefone
Contributo de Jorge Pires da Conceição.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Rádio CBn São Paulo, entrevista de Roberto Romano para Roberto Nonato.
No Blog de Marta Bellini, uma porção de verdades, não raro insuportáveis, sobre a razão de Estado nauseante.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Líbia... entre tiranos
A Líbia, ainda por Joana Lopes, Blog ENTRE AS BRUMAS DA MEMÓRIA aqui
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Estado.
Senado aprova Lei de Acesso à Informação
O Senado aprovou hoje, por maioria de votos, o projeto de lei do Executivo que regulamenta o acesso às informações oficiais, com as modificações feitas pelos deputados. O texto aprovado fixa o prazo máximo de segredo dos documentos em 50 anos, eliminando a hipótese de sigilo eterno.
"É preciso deixar bem claro que a Lei de Acesso à Informação não será voltada apenas ao passado, mas também para o cidadão saber controlar como estão sendo investidos os recursos do governo", afirmou o senador Walter Pinheiro (PT-BA), cujo parecer havia sido aprovado em três comissões temáticas antes de seguir ao plenário.
Em 47 artigos, o projeto descreve os procedimentos para que União, Estados e municípios garantam o acesso dos cidadãos a informações públicas. A proposta prevê três níveis de classificações de documentos: ultrassecretos, que terão prazo de sigilo de 25 anos, secretos, com sigilo de até 15 anos, e reservados, que serão abertos após cinco anos. Esses prazos poderão ser renovados apenas uma vez. Pela legislação em vigor, o sigilo dos documentos ultrassecretos é de 30 anos.
German Law Journal, nova edicão.
12 German Law Journal No. 10 (2011)
Special Issue
Legitimacy and the Future of the European Court of Human Rights: Critical Perspectives from Academia and Practitioners - PDF - Kanstantsin Dzehtsiarou & Alan Greene
The European Court of Human Rights: Yesterday, Today and Tomorrow - PDF - Mr. Justice John Hedigan
European Consensus and the Evolutive Interpretation of the European Convention on Human Rights - PDF - Kanstantsin Dzehtsiarou
Marriage, Family, Discrimination & Contradiction: An Evaluation of the Legacy and Future of the European Court of Human Rights’ Jurisprudence on LGBT Rights - PDF - Sarah Lucy Cooper
Separating Normalcy from Emergency: The Jurisprudence of Article 15 of the European Convention on Human Rights - PDF - Alan Greene
Dismantling the Iron-Cage: the Discursive Persistence and Legal Failure of a “Bureaucratic Rational” Construction of the Admissibility Decision-Making of the European Court of Human Rights - PDF - Andrew Tickell
“A More Secure Europe of Rights?” The European Court of Human Rights, the Court of Justice of the European Union and EU Accession to the ECHR - PDF - Noreen O’Meara
The ECHR, the EU and the Weakness of Social Rights Protection at European Level - PDF - Roderic O’Gorman
The Future of the European Court of Human Rights - PDF - Michael O’Boyle
German Law Journal GbR
ISSN: 2071-8322
ISSNL: 2071-8322
Editors in Chief:
Russell A. Miller [millerra@wlu.edu] & Peer C. Zumbansen [PZumbansen@osgoode.yorku.ca].
Student Editors -
Osgoode Hall Law School, York University, Toronto, Canada:
Managing Editor: Mekhala Chaubal
Senior Editors: Mani Kakkar, Rachel Migicovsky, Evan Sczcucinski, Ajit Singh, Sanja Sopic, Nicholas Voight
Junior Editors: Satomi Aki, Nicola Dalla Guarda, Nicholas DiCastri, Roberto Henriquez, Nikolai Kovtouchenko, Emma Sarkisyan, Christopher Stienberg
Osgoode Hall Law School, York University
4700 Keele Street
Toronto, ON M3J 1P3
Canada
00 1 416 736 5535
Washington & Lee University School of Law, Lexington, Virginia, USA:
Executive Editor: Richard Bruno
Managing Editor: Jen Nguyen
Senior Editor: Jonathan Foley
Lead Editors: Ryan Brimmer, Robbie Clarke, & David Gundlach
Symposium Editors: Katie Abplanalp & Dan Goldman
Junior Editors: Brian Calabrese, Peter Choi, Sue Fultz, Stephen Harper, Hanna Jamar, Chaz Klaes, Rae Mueller, Alexandra Price, & Mary Katherine Vigness
Washington & Lee University School of Law
Sydney Lewis Hall 461
Lexington VA 24450
USA
00 1 540 458 8516
NEW BOOK: The Embedded Firm
Corporate Governance, Labor and Finance Capitalism
Introduction
GLJ Editor Scholarship: Conflict of Laws, Legal Theory, Feminist Legal Theory
From Multiculturalism to Technique: Feminism, Culture and the Conflict of Laws Style
Stanford L. Rev. (2012) - preprint here.
Interdisciplinary, Innovative, Critical: New Textbook on Legal Sociology
VI Colóquio Platônico, Itataia 2011.
VI Colóquio Platônico
17:00 - Abertura 17:30-19:00 19:00-19:15 - Intervalo 19:15-20:45 21:00 - Jantar Dia 20 de novembro de 2011 9:30-11:00 11:00-11:30 - Intervalo 11:30-13:00 13:00-16:30 - Almoço 16:30-18:00 18:00-18:30 - Café 18:30-20:00 21:00 - Jantar Dia 21 de novembro de 2011 9:30-11:00 11:00-11:30 - Intervalo 11:30-13:00 13:00-15:00 - Almoço 15:00-16:30 16:30-17:00 - Café 17:00-18:30 18:30-18:45 - Intervalo 18:45-20:15 21:00 - Jantar Dia 22 de novembro de 2011 9:30-11:00 11:00-11:30 - Intervalo 11:30-13:00 13:00-16:30 - Almoço 16:30-18:00 18:00-18:30 - Café 18:30-20:00 21:00 - Jantar Dia 23 de novembro de 2011 9:30-11:00 11:00-11:30 - Intervalo 11:30-13:00 13:00-15:00 - Almoço 15:00-16:30 16:30-17:00 - Café 17:00-18:30 18:30-18:45 - Intervalo 18:45-20:15 21:00 - Jantar Dia 24 de novembro de 2011 9:30-11:00 11:00-11:30 - Intervalo 11:30-13:00 13:00-16:30 - Almoço 16:30-18:00 18:00-18:30 - Café 18:30-20:00 21:00 - Jantar
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