quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Obrigado Roque!


Nota deste Blog: 1) o dono do PDT não sabe, mas cometeu um crime contra o estatuto do idoso. Se existe gente séria no Ministério Público, é preciso que o referido seja processado em boa e devida forma. 2) Onde estão os "éticos do PDT, como o senador Cristovam Buarque? Eles fazem o que, dentro daquele lugar onde idosos são insultados, comissões de ética atacadas, etc? RR


PDT evita comentar; Paulinho ataca Comissão de Ética

30 de novembro de 2011 | 23h 16

EUGÊNIA LOPES, ANDRÉ JUBÉ VIANNA E ROSA COSTA - Agência Estado

Surpreendido, o PDT atacou ontem o "mensageiro" e se esquivou sobre a recomendação da Comissão de Ética Pública da Presidência de demitir o presidente licenciado do partido, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), afirmou ontem que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República é integrada por "gagás e velhinhos" que perseguem o ministro.

Segundo Paulinho, como é conhecido o presidente da Força, o PDT vai aguardar a reação da presidente Dilma Rousseff para só então se pronunciar sobre a recomendação da Comissão de exonerar o ministro Lupi.

"Esperamos que ela não ouça essa comissão de gagás. Essa é uma comissão de gagás, de velhinhos que ficam perseguindo o ministro Lupi. Vamos ver se a Dilma vai ouvir essa comissão de retardados", disse Paulinho. "Na verdade, essa comissão de ética sempre perseguiu o ministro Lupi", emendou. Para o presidente da Força, as denúncias não atingem diretamente o ministro.

No passado, Lupi já foi alvo de sanção da Comissão Ética, que o censurou por ocupar a presidência do PDT ao mesmo tempo em que assumiu o Ministério do Trabalho. O ministro acabou se licenciando da presidência do partido.

À exceção de Paulinho, os pedetistas evitaram ontem à noite dar declarações sobre a situação do ministro Lupi. A cúpula do PDT estava disposta a aguardar a reação da presidente. "Precisamos ver se a presidente Dilma vai capitular e atender à recomendação da comissão", observou um pedetista histórico. A avaliação do partido era que a Comissão de Ética fez um ato de "insubordinação" ao Planalto ao propor a demissão de Lupi. Afinal, alegam os pedetistas, a presidente da República e integrantes da base aliada, incluindo parlamentares do PT, já se declararam considerar as denúncias contra o ministro inconsistentes.

Oposição - Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), a recomendação da Comissão torna "absolutamente insustentável sua permanência na pasta". "O ministro não tinha qualquer condição de permanecer no cargo já há algum tempo. O que mais, além desse posicionamento da Comissão de Ética, a presidente Dilma está esperando? Isso só comprova que a faxina não existe. A presidente apenas reage e, nesse caso, perdeu o ''timing''", afirmou o tucano.


Quarta-feira, 30 de Novembro de 2011

Os cavalos também se abatem

Parece-me que entendi melhor quando a barbárie se instala numa sociedade. Não, não é quando ela se manifesta: é quando não é estranhada, quando se torna normal, quando ninguém a impede de alastrar, quando se olha para ela e se percebe que será em vão denunciá-la e que é uma ilusão combatê-la.

Não é preciso esforçarmo-nos muito para encontrarmos nos últimos anos, meses fortes indícios de retorno a esse estado primitivo da civilização. Se alguns são evidentes, outros passam despercebidos, arrancam-nos, até, um sorriso.

Um destes indícios são certos programas de televisão onde se manipulam, se expõem até ao tutano certas pessoas, como se fossem coisas, ou menos de que isso. Outras pessoas (muitas, a avaliar pelo horário de transmissão) assistem, envolvem-se, decidem...

Passei por um desses programas tipo big-brother e vi (não sei se verdade se encenação) um rapaz e uma rapariga envolvidos sexualmente. Estranhamente, (já) não estranhei; o que (ainda) estranhei foi o que se passou a seguir. E o que se passou a seguir foi esse momento, guardado em vídeo para a eternidade, ser mostrado, em estúdio, à rapariga e, como se adivinha, dissecado, comentado ao pormenor. De seguida, calhou a vez à mãe da rapariga. Próximo, bem próximo delas, outras pessoas apreciavam, riam, batiam palmas. Ouvi ainda dizer que a rapariga tinha estudos superiores, em direito, queria ser ou já era advogada.

Não pude deixar de me lembrar do filme Os cavalos também se abatem, de Sydney Pollack, baseado no romance They shoot horses, don't they?, da autoria de Horace MacCoy. Nesse filme de 1969, conta-se como na América, nos anos trinta, em plena grande depressão, os concursos de dança, tornados manipulação pura, atraíam. Percebi, ao ver o sofrimento extremo de Jane Fonda (é o sofrimento dela que tenho mais presente), que, com grande facilidade, pessoas podem transformar outras pessoas em não-pessoas. Estávamos nos finais dos anos setenta e eu pensei que aquela barbárie que o filme mostrava, com uma ligação à realidade, era distante de mais para se passar entre nós. Não era, afinal.


Marta Bellini.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os ceifadores de cabeças discordantes...

Recebi do colega Jo, da Universidade Estadual de Londrina


Produtivismo acadêmico está acabando com a saúde dos docentes.

A quarta mesa do Seminário Ciência e Tecnologia no Século XXI, promovido pelo ANDES-SN de 17 a 18 de novembro, em Brasília, debateu o “Trabalho docente na produção do conhecimento”. As análises abrangeram tanto a produção do conhecimento dentro da lógica do capitalismo dependente brasileiro, até o efeito do produtivismo acadêmico na saúde dos docentes.


Participaram dessa mesa, o ex-presidente do ANDES-SN e professor do departamento de educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher; a assistente social e também professora da UFRJ Janete Luzia Leite; e a professora visitante do curso de pós-graduação em serviço social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro Maria Ciavatta.


Leher iniciou sua fala lembrando que a universidade brasileira, implantada tardiamente, tem sua gênese na natureza do capitalismo dependente brasileiro. E é essa matriz que vai determinar o conhecimento gerado academicamente. “Também não podemos esquecer que a produção do conhecimento tem sido re-significada. Hoje, não há mais a busca da verdade, mas, sim, a sua utilidade. Sem contar que o conhecimento é uma forma de domínio, como já disseram Kissinger, Fukuyama e Mcnamara”, argumentou.


“Diante disso, está fora de lugar a perspectiva de que a universidade tem um caráter iluminista. Àquela aura do professor universitário intelectual não mais se sustenta”, constatou.


Para Leher, antes havia a valorização da cultura geral, em que era comum encontrar um físico escrevendo sobre arte. Essa ideia, no entanto, não ocorre mais na universidade submetida à lógica utilitarista e pragmática. “É a expropriação do trabalho acadêmico”, criticou.


No Brasil, esse processo foi iniciado com a ditadura militar, que centralizou no Ministério do Planejamento os programas de apoio científico e tecnológico. Como o governo precisava direcionar a inteligência na perspectiva desenvolvimentistas do país, mas queria silenciar a universidade, passou a utilizar-se dos editais para direcionar as pesquisas.

Desde então, mas, principalmente, a partir de 2000, a maioria dos recursos destinados à pesquisa foram se deslocando para o que passou a ser chamado de inovação. A hipótese de Leher é de que como Brasil é dependente e como os doutores formados nas universidades não conseguem empregos na iniciativa privada, a universidade está sendo re-funcionalizada para fazer o serviço que as empresas não querem fazer.“Isso se dá nas ciências duras, mas também nas ciências sociais. É o que explica, por exemplo, o tanto de editais para formar professores à distância, ou para fazer trabalho nas favelas. É a universidade oferecendo serviços”, exemplificou.

“Diante dessa pressão em oferecer serviços, em produzir, o professor que levar dois anos para concluir um livro é expulso da pós-graduação”, denunciou Leher.

A saída para essa situação está na aliança do movimento docente com os movimentos populares. “Ao contrário do que ocorreu em épocas anteriores, em que parcelas da burguesia apoiaram projetos de uma universidade mais comprometida com os povos, hoje eles estão preocupados em inserir cada vez mais a instituição na lógica do mercado”, constatou. “Temos, portanto, de construir um arco de forças políticas no movimento anti-sistêmico, ou seja, com movimentos como a Conae e o MST”, defendeu.

Esse diálogo vai exigir da academia, no entanto, um esforço epistemológico e epistêmico. “Se queremos o MST como aliado, por exemplo, temos de produzir conhecimento que trate, por exemplo, da agricultura familiar”, argumentou.

Qualidade no ensino
A professora Maria Ciavatta também criticou o produtivismo acadêmico ao qual estão submetidos os docentes universitários. “Numa recente publicação do ANDES-SN, li a seguinte frase, que reflete muito bem o atual estado em que nos encontramos: ‘antes, éramos pagos para pensar, agora, somos pagos para produzir’. Achei essa definição ótima”, afirmou.

Ciavatta argumentou que a baixa qualidade do ensino decorre, diretamente, da insuficiência de recursos, responsável pelos baixos salários pagos aos professores. Disse, também, que o Brasil não tem políticas públicas para educação, mas programas de governo.

Ela criticou veementemente o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico) do governo federal. “O discurso é o mesmo dos anos 90, de que precisamos treinar os jovens pobres porque eles precisam de trabalho. Ocorre que esses jovens, por não saberem o básico, também não aprenderão nada nos cursos técnicos”, previu.

“O que temos de defender é a universalização do ensino médio público, gratuito, de qualidade e obrigatório. Temos de responsabilizar o Estado nessa questão”, defendeu.

Ciavatta criticou a banalização do termo pesquisa. “Todos os professores têm de ser pesquisadores, quando, na realidade, a pesquisa científica exige um tempo para pensar”, argumentou. “A pesquisa é encarada como toda E qualquer busca de informação”, constatou.

Após citar os artigos da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que tratam da pesquisa, ela apontou a baixa qualidade do ensino como um empecilho. “A sofisticada proposta da LDB não se faz com alunos semi-analfabetos. Não basta a alfabetização funcional de muitos e a especialização de poucos. A inovação requer a generalização da cultura científica”, diagnosticou.

Para Ciavatta, a privatização das universidades públicas, com a criação de cursos pagos, se deu a partir do achatamento salarial dos anos 90, o que acarretou maior carga horária dos professores, precarização das relações de trabalho, produtivismo induzido e individualismo. “Sou de uma época em que líamos os trabalhos dos colegas. Hoje não temos mais tempo”, lamentou.

A eficiência prescrita e o produtivismo induzido limitaram, segundo ela, a democracia e a autonomia da universidade.

Para a pesquisadora, o viés positivista e mercantilista é que está pautando a produção do conhecimento. “O direito à educação está sendo substituído pelo avanço do mercado sobre a educação, que está sendo vista como um serviço”, afirmou.

Saúde dos docentes
O produtivismo acadêmico está tirando a saúde dos docentes das universidades públicas brasileiras. Essa é a principal constatação feita por estudo da professora do curso de Serviço Social da UFRJ Janete Luzia Leite. “Antes, a docência era vista como uma atividade leve. Agora, está todo mundo comprimido”, afirmou.

A causa dessa angústia está na reforma, feita em 2004, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Aliada ao Reuni, as mudanças na Capes foram um verdadeiro ataque à autonomia universitária”, denunciou.

O resultado foi a instituição de dois tipos de professores: o pesquisador, que ensina na pós e recebe recursos das agências de fomento para fazer suas pesquisas e o que recebe a pecha de “desqualificado”, que ficou prioritariamente na docência de graduação e à extensão. Esses, em sua maioria, são recém-contratados e terão suas carreiras truncadas e sem acesso a financiamentos.

Para Janete, os atuais docentes estão formando em seus alunos um novo ethos, em que é valorizado o individualismo, ocultada a dimensão da coletividade e naturalizada a velocidade e a produtividade.

Há, também, um assédio moral subliminar muito forte,
que ocorre, principalmente, quando o docente não consegue publicar um artigo, ou quando seus orientandos atrasam na conclusão do curso. “Com isso, estamos nos aproximando de profissões que trabalham no limite do estresse, como os médicos e motoristas”, afirmou.

O resultado é que os docentes estão consumindo mais álcool, tonificantes e drogas e estão propensos à depressão e ao suicídio. “É um quadro parecido com a Síndrome de Burnout, em que a pessoa se consome pelo trabalho. Ocorre como uma reação a fontes de estresses ocupacionais contínuas, que se acumulam”, explicou Janete Leite.

O problema, segundo ela, é que as pessoas acham que seu problema é individual, quando é coletivo, além de terem vergonha de procurar o serviço médico. “Com isso, elas vão entrando em suas conchas, temendo demonstrar fragilidades”.

Como forma de mensurar o nível de estresse dos docentes, a pesquisadora da UFRJ começou a fazer uma pesquisa nesse campo. Junto com um grupo de aluno, ela entrevista professores dispostos a falar de seus problemas.

“A primeira constatação que fiz é que as pessoas estão ansiosas para falar sobre seus problemas. Nossas entrevistas não duram menos do que uma hora e meia”, contou.

Já foi possível concluir que a atual realidade tem provocado sintomas psicopatológicos, como depressão e irritabilidade; psicosomáticos, como hipertensão arterial, ataques de asma, úlceras estomacais, enxaquecas e perda de equilíbrio; e sintomas comportamentais, como reações agressivas, transtornos alimentares, aumento de consumo de álcool e tabaco, disfunção sexual e isolamento.

Tudo isso, para Janete Leite, decorre da pressão atualmente feita sobre o docente. “O nosso final de semana desapareceu, pois temos de dar conta do que não conseguimos na semana, como responder e-mails de orientandos, ou escrever artigos”, afirmou.

Para ela, é preciso que haja uma reação dos docentes a esse processo. “Caso contrário, seremos uma geração que já está com a obsolescência programada”, previu.
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Comentário:

Quando falamos em Capes, é bom lembrar que são as COMISSÕES DA CAPES. São os próprios colegas que agem como mercadores. Quando fui inquirida, em 2010, por uma comissão da CAPES que veio à Universidade Estadual de Maringá, percebi o que é assédio moral. Um dos professores, Matteddi, achou estranho eu dizer que fazia avaliação com meus alunos. Logo quis me ensinar que em pós não se dá provas aos alunos. Eu respondi que meus alunos faziam avaliação. No relatório da referida comissão, há um erro enorme: afirmam que a Professora Eliana Sebeika Rapchan não tinha currículo Lattes. MENTIRA. A referida professora sempre teve currículo. Por que mentiram? Não sei.
Está público o currículo da Professora Eliana. É doutora desde 2000. Vejam o currículo: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do Está devidamente preenchido desde 2000. Por que em 2010 a Comissão da Capes que aqui esteve não procurou o currículo no Lattes? Por que desabonaram a professora e eu, que era a coordenadora do pós à época?
Eliane Sebeika Rapchan
ELIANE SEBEIKA RAPCHAN CONCLUIU O DOUTORADO EM CIENCIAS SOCIAIS PELA UNICAMP (2000) E O POS-DOUTORADO NO IP-USP (2005) CONSOLIDANDO SUA CARREIRA NA DEDICAÇÃO À PESQUISA EM TEORIA ANTROPOLÓGICA COM ÊNFASE NA ABORDAGEM DAS RELAÇÕES NATUREZA/CULTURA E NAS RELAÇÕES (TEÓRICAS, HISTÓRICAS, EPISTEMOLÓGICAS, IDENTITÁRIAS E OUTRAS) ENTRE A ANTROPOLOGIA SOCIOCULTURAL E AS BIOCIÊNCIAS, EM ESPECIAL A PRIMATOLOGIA, A ANTROPOLOGIA BIOLÓGICA E A ETOLOGIA, À LUZ DA ANTROPOLOGIA DA CIÊNCIA, DAS IDÉIAS E DO CONHECIMENTO, DESDE 2001. PARA TAL FIM, RECEBEU RECURSOS DO CNPQ (MODALIDADE APQ) ENTRE 2002-3. NA MESMA DIREÇÃO, HÁ TRABALHOS EM DESENVOLVIMENTO COM O INTUITO DE ANALISAR AS RELAÇÕES ENTRE HUMANOS E ANIMAIS A PARTIR DE REGISTROS ETNOGRÁFICOS, OBSERVANDO HÁBITOS, CRENÇAS E PRÁTICAS CULTURAIS. PARA A MESMA DIREÇÃO CONVERGE A MAIORIA DOS ARTIGOS PRODUZIDOS (3 CITAÇÕES NO SCIELO, 1 NO LILACS) E A PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS DIRIGIDOS A DISCUSSÕES COM ÊNFASE NA POSSIBILIDADE DE EXISTẼNCIA DE CULTURAS DE CHIMPANZÉS E NA VALIDADE DO USO DESSA EXPRESSÃO A PARTIR DAS PERSPECTIVAS DA ANTROPOLOGIA SOCIOCULTURAL, NA REFLEXÃO SOBRE AS VÁRIAS DIMENSÕES POSSÍVEIS DAS RELAÇÕES ENTRE HUMANOS E ANIMAIS NÃO-HUMANOS, NAS RELAÇÕES TEÓRICAS, METODOLÓGICAS, EPISTEMOLÓGICAS E IDEOLÓGICAS ENTRE ANTROPOLOGIA E BIOCIÊNCIAS E NAS INFLUÊNCIAS DO PENSAMENTO DARWINIANO SOBRE AS CIÊNCIAS SOCIAIS. DEVIDO A IMPORTÂNCIA E ACESSIBILIDADE, DESTACA-SE DENTRE ELES O CICLO: PENSAMENTO DARWINIANO E AS CIÊNCIAS SOCIAIS REALIZADO NO IEA-USP EM 2007 E QUE PODE SER VISTO NA ÍNTEGRA NO ENDEREÇO: www.iea.usp.br/iea/online/midiateca/filosofiadaciencia/v070524_700/web/Script/index_NN.htm. DENTRE AS 23 ORIENTAÇÕES E CO-ORIENTAÇÕES CONCLUÍDAS (INICIAÇÃO CIENTÍFICA, GRADUAÇÃO E MESTRADO) TAIS ÊNFASES DE PESQUISA TEM CONTRIBUÍDO OU PARTICIPADO, MESMO QUANDO DE FORMA INDIRETA. A PESQUISADORA É MEMBRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA (ABA) E PARTICIPA DE UM GRUPO DE PESQUISA DO CNPQ: O LABORATÓRIO DE PESQUISA EM ANTROPOLOGIA (LAPA). É TAMBÉM PESQUISADORA ASSOCIADA DO LABORATÓRIO DE ESTUDOS EVOLUTIVOS HUMANOS (LEEH) DO IB-USP.
Certificado pelo autor em 09/11/11

Manifesto dos professores em favor dos funcionários da Unicamp em greve.

Os professores da Unicamp abaixo-assinados vêm a público manifestar sua solidariedade aos trabalhadores da Universidade em greve

Todos nós, docentes e não docentes, participamos da construção da Unicamp como uma universidade reconhecida nacional e internacionalmente. Apesar de a notória redução do quadro de docentes e não docentes afetar sobremaneira nossas condições de trabalho, todos contribuímos para manter as atividades cotidianas de ensino, pesquisa e extensão num nível de excelência. A universidade não pode prescindir do importante trabalho dos técnico-administrativos, nem considerá-los cidadãos de segunda classe.

Ao tratar diferenciadamente trabalhadores docentes e não docentes, a administração da universidade estabelece uma cisão no interior desta comunidade e promove o mal estar entre os integrantes deste coletivo. A fratura não soma, desagrega.

Não podemos nos manter indiferentes frente à justa reivindicação dos técnico-administrativos por isonomia salarial com as demais universidades paulistas. Sua luta também nos diz respeito. A universidade não se faz apenas com professores.

Que a reitoria estabeleça uma negociação efetiva, respeitosa e democrática com os grevistas.

Pela isonomia salarial entre as universidades estaduais paulistas!

Pela contratação de trabalhadores docentes e não docentes!


  1. Adolpho Hengeltraub (IFGW)
  2. Alvaro Bianchi (IFCH)
  3. Amnéris Maroni (IFCH)
  4. Ana Lúcia Goulart de Faria (FE)
  5. Ana Maria Falcão de Aragão
  6. Andrei Koerner (IFCH)
  7. Andréia Galvão (IFCH)
  8. Angela Araújo (IFCH)
  9. Ângela Fátima Soligo (FE)
  10. Ângela Fátima Soligo (FE)
  11. Anna Christina Bentes da Silva (IEL)
  12. Anna Regina Lanner de Moura
  13. Antonio Carlos Amorim (FE)
  14. Antonio Miguel (FE)
  15. Aparecida Neri de Souza (FE)
  16. Arlete Moysés Rodrigues (IFCH)
  17. Armando Boito Jr. (IFCH)
  18. Áurea Maria Guimarães
  19. Bela Feldman-Bianco (IFCH)
  20. Bruno Wilhelm Speck(IFCH)
  21. Caio Navarro de Toledo (IFCH)
  22. Debora Mazza (FE)
  23. Dermeval Saviani (FE)
  24. Edgar da Rocha
  25. Edson Françozo (IEL)
  26. Edwiges Maria Morato
  27. Eleonora Cavalcante Albano
  28. Emília Pietrafesa (IFCH)
  29. Eneias Forlin (IFCH)
  30. Evelina Dagnino (IFCH)
  31. Fátima Évora (IFCH)
  32. Fernando Lourenço (IFCH)
  33. Fernando Teixeira da Silva (IFCH)
  34. Guilhermo Ruben (IFCH)
  35. Guita Grin Debert (IFCH)
  36. Hector Benoit (IFCH)
  37. Heloísa Pontes (IFCH)
  38. Izabel Andrade Marson (IFCH)
  39. Jesus Ranieri (IFCH)
  40. João Quartim de Moraes (IFCH)
  41. John Monteiro (IFCH)
  42. Jorge Miglioli (IFCH)
  43. José Carlos Pinto de Oliveira (IFCH)
  44. José Claudinei Lombardi (FE)
  45. José Marcos Pinto da Cunha (IFCH)
  46. José Vitório Zago (aposentado IMECC)
  47. Josué Pereira da Silva (IFCH)
  48. Laymert Garcia dos Santos (IFCH)
  49. Lidia Maria Rodrigo (FE)
  50. Liliana Segnini (FE)
  51. Luciana Tatagiba (IFCH)
  52. Luiz Carlos de Freitas (FE)
  53. Marcelo Esteban Coniglio (IFCH)
  54. Marcelo Siqueira Ridenti (IFCH)
  55. Marcia de Paula Leite (FE)
  56. Márcio Bilharinho Naves (IFCH)
  57. Marcos Nobre (IFCH)
  58. Margareth Rago (IFCH)
  59. Maria Angela Fagnani (FE)
  60. Maria Coleta de Oliveira (IFCH)
  61. Maria Cristina Bahia Wutke (Cotuca)
  62. Maria Stella Martins Bresciani (IFCH)
  63. Mauro Antônio Pires Dias da Silva (FCM)
  64. Neusa Maria Mendes de Gusmão (FE)
  65. Omar Ribeiro Thomaz IFCH)
  66. Osvaldo Giacóia (IFCH)
  67. Paulo Cesar Centoducatte (IC)
  68. Pedro Ferreira (IFCH)
  69. Pedro Ganzeli (FE)
  70. Plinio de Arruda Sampaio Jr. (IE)
  71. Rachel Meneguello (IFCH)
  72. Ricardo Antunes (IFCH)
  73. Rita Morelli (IFCH)
  74. Robert Slenes (IFCH)
  75. Roberta Gurgel Azzi (FE)
  76. Roberta Gurgel Azzi (FE)
  77. Roberto Luiz do Carmo (IFCH)
  78. Roberto Romano (IFCH)
  79. Ronaldo de Almeida (IFCH)
  80. Sebastião Velasco e Cruz (IFCH)
  81. Selma Venco (FE)
  82. Sérgio Silva (IFCH)
  83. Shiguenoli Miyamoto (IFCH)
  84. Silvana Rubino (IFCH)
  85. Silvia Hunold Lara (IFCH)
  86. Sílvio Camargo (IFCH)
  87. Silvio Seno Chibeni (IFCH)
  88. Sírio Possenti (IEL)
  89. Sônia Maria Fonseca (FE)
  90. Suely Kofes (IFCH)
  91. Tania Alkimin (IEL)
  92. Tania Conceição Iglesias (FE)
  93. Theresa Adrião (FE)
  94. Tirza Aidar (IFCH)
  95. Valeriano Mendes Ferreira da Costa (IFCH)
  96. Valério José Arantes (FE)
  97. Vanessa Rosemary Lea (IFCH)
  98. Vicente Rodriguez (FE)
  99. Walter Carnielli (IFCH)
  100. Yara Frateschi (IFCH)

Leio, com atraso de décadas, o instigante livro de I.F.Stone. Abaixo, uma excelente entrevista com o autor, no NYT.

Uma boa home page sobre o julgamento de Sócrates (e de outros importantes marcos da História):

http://law2.umkc.edu/faculty/projects/ftrials/ftrials.htm

I.F. Stone Breaks the Socrates Story:

An old muckraker sheds fresh light on the 2,500-year-old mystery and reveals some
Athenian political realities that Plato did his best to hide.

I. F. Stone

(This interview was originally published in The New York Times Magazine, April 8, 1979.
Stone further developed his ideas about the Socrates trial and published them in his 1988 book, The Trial of Socrates.)

By I.F. Stone

Last year, on his 70th birthday, in an interview with himself for this Magazine, retired journalist I.S. Stone spoke of his new-found joy in Greek studies and his hope of finding in them "one last scoop" that would help clear up some of the mystery which still surrounds the trial of Socrates, that cause célèbre which has tantalized scholars and historians for centuries. Now, he believes he has found new evidence that sheds light not only on the trial itself but on the complex politics of fifth-century Athens. Here – again in a self-interview – Mr. Stone sets forth his discovery and, at the same time, takes us on an adventure in learning and an armchair tour of the ancient world.


Isn’t it a little late in the day to be re-examining the trial of Socrates? I thought that was 25 centuries ago?

It was held, to be exact, in 399 B.C.

And now, in A.D. 1979, you have discovered something newsworthy – excuse the expression – about a trial that the wire services covered 2378 years ago?

This obsession with the trial of Socrates is not mine alone. Scholars and historians have been puzzled by it for centuries, and still are.

What’s the puzzle?

The Athens of Socrates’s time has gone down in history as the very place where democracy and freedom of speech were born. Yet that city put Socrates, its most famous philosopher, to death. Presumably this was because it citizens did not like what he was teaching. Yet he had been teaching there all his life, unmolested. Why did they wait until he was 70, and had only a few years to live, before executing him?

Why should this fascinate an old Washington muckraker like you?

Because it’s a black eye for all I believe in, for democracy and free speech. Anyone who starts out to study the problem of free speech in depth – as I did after ill health forced me to give up my Weekly – is irresistibly drawn back to ancient Athens, where it all began.

Isn’t that pretty far from home base, from current concerns and difficulties?

Not really. All our basic problems are there in miniature. I fell in love with the Athenians and the participatory democracy they developed. Free discussion was the rule everywhere – in the Assembly, the law courts, the theatre, and the gymnasiums where they spent much of their leisure. Free speech – what the Greeks called parrhasia – was as much taken for granted as breathing.

But then I was stopped, or stumped, by this contradictory and traumatic spectacle of what they did to Socrates. These people and this city, to which I look back for inspiration – how could they have condemned this philosopher to death? How could so blatant a violation of free speech occur in a city that prided itself on freedom of inquiry and expression?

But why should we care at this late date?

Because Plato turned the trial of his master, Socrates, into a trial of Athens and of democracy. He used it to demonstrate that the common people were too ignorant, benighted and fickle to entrust with political power. In Plato’s "Apology," the contrast drawn between the nobility of Socrates and the grim verdict of his juror-judges indicted democracy in the eyes of posterity. And thanks to his genius, no other trial except that of Jesus has so captured the imagination of Western man.

Plato made Socrates the secular martyred saint of the struggle against democracy. He stigmatized it as "mobocracy." Yet this was the very same "mob" which applauded the anti-war plays of Aristophanes when Athens was fighting for its life against Sparta. (No such antiwar plays were allowed, by either side, during our last two World Wars). This was the same "mob" whose eagerness for new ideas, and its readiness to hear them, drew philosophers from all over the ancient world. It made Athens – in the proud words of Pericles – "the school of Hellas," the university of the Greek world. It is the high repute of Athens that makes the trial of Socrates so puzzling.

And now you think you can throw a little fresh light upon it?

I’ve been happily bogged down in ancient Athens for several years, trying to explore all of Greek thought and civilization, in order to reach a better understanding of the trial. In my researches amid the ancient documents I recently stumbled on a crucial bit of evidence, hitherto overlooked, which makes the trial and its outcome a little less inexplicable.

I hope your life-insurance policies are fully paid up. The classical scholars will be lying in wait for you, with knives sharpened. No trial in history has been more intimately studied, pored over and speculated upon. And you, an interloper and – most horrid of academic epithets – a "journalist," believe you have found something they all overlooked! Have you seen any unidentified flying objects lately.?

Sneer if you will, but I’ve been encouraged by a remark of Jakob Burckhardt, the great Swiss historian of the Renaissance and of Greek culture: To emphasize the importance of restudying the classics in every generation, Burckhardt once said that, in a hundred years, someone would reread Thucydides and find something in his history "we had all overlooked."

How can a newspaperman find something new to report about a trial that took place so long ago?

You re-examine all the source material for yourself. You go back to the texts in the original language, so that you can evaluate every nuance. You search out internal contradictions and curious evasions. It’s no so different from digging the real truth out of a Pentagon or State Department document.

Could you fill me in on the sources for the trial – and do it, please, in less than three volumes?

I can do it in one sentence: The sources are scanty and one-sided. The only contemporary accounts are by two disciples of Socrates, Plato and Xenophon, both anxious to put their beloved master in as good a light as possible. But they do not give us a transcript of the actual trial. They give us their own conception of what Socrates said, or perhaps their own conception of what he should have said in his own defense. Plato’s exquisite, polished version, like his Socratic dialogues, can more reasonably be read as fictionalized biography. In Xenophon, we are told that Socrates’s "inner voice" forbade him to prepare a defense. There is even one ancient tradition that tells us he was silent before his judges.

What of the prosecution’s side?

We have no record of it. We know it only by indirection from the two "Apologies," one by Plato, the other by Xenophon – the word "apology" in Greek means defense -- and from the "memorabilia," or memoirs, of Socrates by Xenophon. It’s like trying to cover a trial when one is barred from the courtroom except to hear the defendant’s summation to the jury.

Do we know the actual charges against Socrates?

There were two charges: first, that Socrates violated the law by "refusing to do reverence to the gods recognized by the city, and introducing other new divinities," and second, by "corrupting the youth." But we do not have the text of the laws on which these charges were based, nor the specific allegations.

So we do not know just what Socrates is supposed to have said or done that made him seem disrespectful of the city gods. Nor do we know what was meant by the charge of corrupting the youth. Under Athenian legal procedure such specifics were required in a preliminary complaint and hearing before a magistrate, who then decided whether the allegations and the evidence were sufficient to warrant a trial. But we have no account of this preliminary procedure, the equivalent of our grand jury.

Didn’t Plato’s dialogue the "Euthyphro" cover the preliminary examination?

That’s a common impression, but it’s wrong. The "Euthyphro" pictures Socrates arriving for the preliminary hearing. But he gets no farther than the portico of the examining magistrate. There he engages in a long and inconclusive conversation with Euthyphro, the defendant in another case. The subject they discuss is the proper definition of piety or holiness. It’s charming, but tells us nothing of what happened when Socrates went in for his own arraignment.

Why do you think Plato chose to be so uninformative?

A lawyer might surmise that he blocked out as much as he could of the specific charges because they were too damaging and too hard to disprove.

Do you see the same defensive strategy in Plato’s "Apology"?

I do. Socrates evades the charge that he did not respect the city’s gods, and proves instead that he is not an atheist. But he was not charged with atheism. We never learn what was meant by corrupting the young. The reader of Plato’s "Apology" comes away with the impression that this wonderful old philosopher was condemned simply because he had spent his life exhorting his fellow citizens to be virtuous.

How do you account for his condemnation?

I believe the case against Socrates was political and that the charge of corrupting the youth was based on a belief – and considerable evidence – that he was undermining their faith in Athenian democracy.

If so, why wasn’t the charge brought earlier? He had been teaching for a long time. A quarter century before the trial, Socrates had already been attacked in Aristophanes’s play "The Clouds" for running a "think thank" whose smart-alecky graduates beat their fathers. If they thought him the source of such subversive teaching, why did the Athenians wait until 399 B.C., when he was already an old man, before putting him on trial?

Because in 411 B.C. and again in 404 B.C. antidemocrats had staged bloody revolutions and established short-lived dictatorships. The Athenians were afraid this might happened again.

I haven’t found that in Plato.

Plato didn’t intend that you should. Those are the realities his "Apology" was calculated to hide. Plato was a genius, a dazzling prestidigitator, with all the gifts of a poet, a dramatist and a philosopher. His "Apology" is a masterpiece of world literature, a model of courtroom pleading; and the greatest single piece of Greek prose that has come down to us. It rises to a climax which never fails to touch one deeply, no matter how often it is reread. I read the "Apology" in the original for the first time last year, slowly and painfully, line by line. When I came to the noble farewell of Socrates to his judges, it gave me chest pains, it was so moving; I gladly offer up my angina in tribute to its mastery. "I go to die," Socrates says, "and you to live, but which of us goes to the better lot is known to none but God.’ Even Shakespeare never surpassed that! But these very qualities also make Plato’s "Apology" a masterpiece of evasion.

Is there any way to check Plato’s picture of the trial against the views of the average Athenian?

We do have one piece of evidence which shows that even 50 years after the event, when there had been ample time for reflection and remorse the Athenians still regarded the trial as political, and the verdict as justified.

Where did you find that?

In a speech by the famous orator Aeschines, the great rival of Demosthenes, in the year 345 B.C., just 54 years after the trial of Socrates. This bit is well known to scholars but its significance has never been fully appreciated. With the clue Aeschines provides, we may begin to reconstruct the Athenian political realities. Aeschines cited the case of Socrates as a praiseworthy precedent. "Men of Athens," he said to the jury court, "you executed Socrates, the sophist, because he was clearly responsible for the education of Critias, one of the thirty anti-democratic leaders."

Who was Critias?

He was the bloodiest dictator Athens had ever known, a pupil of Socrates at one time, and a cousin of Plato’s. Aeschines was saying in effect that the antidemocratic teachings of Socrates helped to make a dictator of Critias, who terrorized Athens in 404 B.C. during the regime of the Thirty Tyrants and just five years before the trial of Socrates. Critias seemed to have been the most powerful member of the Thirty.

But why do you give so much weight to one sentence in one man’s speech to an Athenian jury court 50 years after the trial?

Aeschines could not have swayed the jury by that reference unless he was saying something about the relations between Socrates and Critias which was generally accepted as true by the Athenian public opinion of the time. Thought 50 years had passed, the dictatorship of Critias and the Thirty Tyrants must still have been a hateful memory. Justly or unjustly, Socrates’s reputation still suffered from his association with Critias. The reference to Critias and Socrates proved effective demagogy. Aeschines won his case.

How do you account for the deep and enduring prejudice against Socrates in his native city?

To understand this, one must touch on a damaging fact few historians have explained, or even mentioned, so great is the reverence for Socrates: Socrates remained in the city all through the dictatorship of the Thirty Tyrants.

Why do you put that in italics?

Because that single fact must have accounted more than any other for the prejudice against Socrates when the democracy was restored. The thirty Tyrants ruled only about eight months, but it was a time of terror. In that period they executed 1,500 Athenians and banished 5,000, one-tenth or more of the total population of men, women, children and slaves.

When the Thirty Tyrants took power, they murdered or drove out of the city all who were of the democratic party. A few months later, the moderates who had originally supported the Thirty Tyrants began to flee, especially after Critias murdered their leader, Theramenes. He, who had been one of the original Thirty Tyrants, was executed without a trial when he began to criticize the Thirty Tyrants for their brutality.

Socrates was neither exiled with the democrats nor forced to flee with the moderate oppositionists. He did not suffer at the hands of the thirty Tyrants unlike his chief accuser, Anytus, who lost much of his property when he fled and joined the fight to free the city. Socrates, in Plato’s "Apology," calls himself "the gadfly" of Athens, but it seems his sting was not much in evidence when Athens needed it most.

How does Plato handle this in the "Apology"?

He never mentions Critias, or his past as a pupil of Socrates, nor does he dwell on the fact that Socrates stayed in the city all through the dictatorship. Instead Plato has Socrates represent himself as a man above the battle of politics.

How does Plato do that?

He has Socrates tell of two incidents in which he defied unjust orders, once under the democracy, and again under the Thirty Tyrants. Under the democracy, he was presiding officer in the Assembly during the famous trial of ten generals accused of misconduct for failing to succor survivors and recover the bodies of the slain after a naval victory. Socrates said he blocked the attempt to condemn them in one proceeding, because the law called for a separate trial for each man. He added that he did so "although the orators were ready to impeach and arrest me."

Under the Thirty Tyrants, Socrates said, he had also resisted an unjust order. Socrates and four others had been ordered to arrest a wealthy resident alien whom the dictatorship wanted to kill so they could seize his property. Such executions for revenue purposes were common under Critias.

Instead of obeying the order, Socrates says, "I simply went home, and perhaps I should have been put to death for it, if the Government had not quickly been put down." But he himself neither helped put it down, nor tried to warn the victim, nor made a protest. Though he was always preaching virtue, he did not, like the Hebrew prophets, call such unvirtuous rulers publicly to account.

But few modern readers know enough to resist Plato’s beguiling narrative, and it serves to distract attention from the fact that nowhere in the ancient texts do we find Socrates resisting or deploring the overthrow of the democracy, nor welcoming its restoration. With the jury, this silence must have outweighed his eloquence. The dictatorship of the thirty Tyrants was the dictatorship of the wealthy landed aristocracy to which Plato and Critias belonged. This was the social circle from which most of Socrates’s followers were drawn. Athens understood this, though the modern reader often doesn’t.

Does Xenophon – our other "witness" on the trial – confront these compromising political circumstances?

Xenophon does so in is "Memorabilia" by quoting an unnamed "accuser." This accuser has been variously identified as one of the accusers at the trial or as a contemporary prodemocratic orator named Polycrates whose "pamphlet" on the trial of Socrates has since disappeared. In any case, Xenophon’s quotations from this accuser and his answer to these accusations provide us with some of the prosecution’s case against Socrates. In so doing, Xenophon discloses much that Plato hides.

Where do you find the political issue in Xenophon?

In his "memorabilia," Xenophon reports that "the accuser" said Socrates "taught his pupils to look down upon the established laws’ by deriding the egalitarian method of filling many minor offices in Athens by lot, and by teaching them that government should be left to experts instead of being determined by popular debate and vote in the assembly.

The "accuser" said Socrates thus led the young "to despise the established constitution and made them violent." It is significant, but not often noticed, that Xenophon denies only the last part of this indictment. He could hardly deny the first two counts, since elsewhere in his memoirs of Socrates he frequently quotes the old philosopher’s contempt for the assembly and for election by lot. Xenophon passes over these accusations in silence. But he does deny that Socrates taught his pupils to use violence against established institutions. Xenophon insists he taught them it was wiser to proceed by persuasion.

But Critias in power was hardly a model of persuasion.

Xenophon does not deny it. After all, our main source of knowledge about the misdeeds of Critias is Xenophon’s own history of his time, the "Hellenica." Xenophon quotes the accuser as declaring that "none wrought so many evils" to the city of Athens as Critias and Alcibiades, the two most famous pupils of Socrates. The accuser said that in the terrible days of the Thirty Tyrants, Critias "bore the palm for greed and violence,’ while Alcibiades ‘exceeded all in licentiousness and insolence" under the democracy.

What defense did Xenophon offer?

"I have no intention," Xenophon replies in the "memorabilia," of excusing the wrong these two men wrought the state." But he claims they sought out Socrates as their teacher "only to attain the utmost proficiency in speech and action." And "as soon as they thought themselves superior to their fellow disciples, they sprang away from Socrates and took to politics." With that answer most Socratic scholars have been satisfied.

But you are not?

No. The question left open is what kind of politics Socrates taught them. Clearly from everything we learn elsewhere in Plato and Xenophon, it was an antidemocratic politics. Xenophon’s silence on the point admits what he cannot deny.

Does the "accuser" in Xenophon link the Socratic teachings with aristocratic attempts at tyranny, as in 411 and 404 B.C.?

Yes, but in a curious, indirect way. He alleged "that Socrates, selecting the worst passages of the most celebrated poets, and using them as arguments, taught those who kept him company [i.e. his pupils], to be unprincipled and tyrannical."

Just what exactly did those terms mean?

A tyrant was someone who used violent and lawless methods to seize and maintain power. The term "unprincipled" is one translation of the adjectival form of the Greek word kakourgos, which means, literally, an evil-doer. An Athenian would of course apply both terms to such men as Critias and the Thirty Tyrants.

Does Xenophon deny that Socrates used quotations from the poets that might encourage such behavior?

He doesn’t enter an explicit denial. Instead Xenophon, who is ordinarily such a clear writer, gets fuzzy. This provoked my curiosity. In trying to find out why, I stumbled on some fresh material. I found that Xenophon made some striking omissions in discussing this accusation, and the omissions obscured its significance.

What were the omissions?

First of all, in giving us examples from the poets to show what the accuser meant, Xenophon limits himself to two poets. We know from another source, the "Apology" of Libanius, a fourth-century A.D. orator, that the "accuser" of Socrates cited four poets, not two, in this accusation. The two Xenophon omits are Theognis and Pindar. Both were aristocratic poets, notorious for their contempt, not only of the common people but of the new middle class of merchants and traders who had begun to rival the old landed aristocracy. Pindar wrote his lovely odes to celebrate some of the outstanding tyrants of his time. By omitting Theognis and Pindar, Xenophon was omitting the most obvious examples of what the accuser meant.

Who are the two poets Xenophon does quote?

Homer and Hesiod. But the quotations he gives seem to bear little, if any relationship to the charge.

What do the quotations say?

The one from Hesiod says, "Work is no disgrace, but idleness is a disgrace." Hesiod was a farmer poet, and this is from his "Works and Days," a kind of farmer’s almanac. That line is his expression of the work ethic. I will not bore you with my fruitless efforts to find any sense in which this trite but wholesome homily could possibly be interpreted as teaching tyrannical conduct. Hesiod was no aristocrat but a hard-working Boetian peasant who hated tyranny. I think the Hesiod quote has been screwed up for evasive purposes.

What of the quotation from Homer?

Here we come to pay dirt. At first, the quotation from Homer, as given by Xenophon in the "memorabilia," also seems to bear little relationship to the accusation. It long puzzled me. I went to the commentators on the "Memorabilia" without finding any enlightenment. Then I did what none of the commentators I read had done: I went back to Homer and took a look at the context of the quotation. There I found Xenophon had made two omissions, and suddenly I saw what the accuser was driving at. Here I believe I have found fresh insight.

Is this a "scoop" – if I may use so unscholarly a word?

I believe so. But to appreciate it, one must understand what Homer meant to the Greeks. He was their Bible. And with them as with us, the devil could quote Scripture to his purpose. A quotation from Homer was effective as Holy Writ, and the two omissions Xenophon makes are of two passages which would have infuriated an Athenian democrat, but would have delighted an anti-democratic aristocrat – because they would seem fully to justify violent methods in putting down the democracy.

Can you tell us what was the Homeric episode referred to by the "accuser" in Xenophon?

It is in the second book of the "Iliad." The siege of Troy has been going on for nine years. The homesick and weary troops, just recently devastated by a plague, make a mutinous rush for the ships, determined to set sail for home. Odysseus, the man of many wiles, intervenes to stem the panic.

How does Xenophon handle the episode?

He makes his quotations so minimal and selective as to blur the point of the accusation, and make it easier for Socrates to evade it. Xenophon quotes lines 188 to 191, and then skips to lines 198 to 202 from Book II of the "Iliad."

In lines 188 to 191, Homer describes how Odysseus spoke "with gentle words" to the chieftains and aristocrats, while he tells us in lines 198 to 202 how differently he dealt with the common soldiers. When the angry hero encountered "a man of the people," Odysseus "struck him with his staff," calling him "a worthless fellow" and ordering him to turn back from the ships.

How would an Athenian react to this scene?

Very negatively. He was not used to being treated as an inferior either in peace or war. Xenophon’s account in the "Anabasis" of how he led his 10,000 mercenary Greek troops across Persia has been justly called a picture of "a democracy on the march."

Was anything important omitted in quoting these lines?

Yes. Xenophon omitted the last four lines of the speech made by Odysseus as he struck and reviled the common soldiers. In those four omitted lines Odysseus attacked the idea of democracy altogether. Homer in these lines sets forth for the first time in Western literature the doctrine of the divine right of kinds. Here are the lines, in literal translation. Odysseus tells the common soldiers:

We Achaeans can’t all be kings here
It is not good for the many to rule.
Let one man rule, one man be king,
To whom the son [Zeus] of wily Cronos
Has given the sceptre and the judgments
That he may take counsel for you.
That’s the doctrine of one man rule, and that’s just what Critias tried to impose on Athens. Xenophon could have denied that Socrates used these lines, or approved them. Instead Xenophon omitted them. The omission is a confession. These famous lines on kingship were too obviously anti-democratic teaching.

What was the third of the significant omissions to which you referred?

Xenophon omitted any mention of the assembly called by King Agamemnon to deal with the near mutiny. Assemblies are frequent in the "Iliad." This one turned out to be unique. It was the only assembly in all of Homer where a common soldier spoke up in the debate. His name was Thersites, or The Brash One. To an Athenian, as to us, he thus represents the first stirrings of democracy in the Homeric assemblies.

What happened to Thersites?

Odysseus beat the bold commoner until he bled, humiliated him in front of the army and threatened to kill him if he ever spoke up again.

How does Homer treat this scene?

With approval. Homer sang his great lays in the halls of the rich and powerful, and clearly shows whose side he is on. Homer does not make Thersites a hero, but a shrill and vulgar upstart. Few peoples have been as sensitive to beauty in form and in speech as the ancient Greeks. Homer paints Thersites as bandy-legged, lame, hunchbacked and bald. One wonders how such a cripple ever got into the army at all. The words Thersites uses are made as repulsive as his appearance. Homer calls them akosma. This is the negative of kosmos, whence our words "cosmetics" and "cosmos" derive. The word implies disorder and lack of grace.

So what do you make of these omissions?

The accuser had charged that Socrates used certain passages from Homer to teach his young aristocratic followers to be violent and tyrannical. In dealing with this mutinous episode, Xenophon omitted what the Athenian democrats would have regarded as the most subversive part of it: the four lines on the divine right of kings, and Odysseus’s use of violence to suppress free speech in the assembly.

Homer was saying that the common people had no right to be heard. There could be no more sensitive point with the Athenian democrats. The right to speak freely in the assembly was the foundation stone of Athenian democracy. Until the reforms of Solon, two centuries before the trial of Socrates, the common people of Athens could neither speak nor vote in the assembly. And again, just five years before the trial of Socrates, they had been forcibly deprived of this precious right by the dictatorship of Critias. In their eyes, this episode in Homer would seem to justify the violent tyranny they had so recently overthrown. I think that is why Xenophon omitted it from his defense of Socrates. They were too damaging a part of the prosecution’s case.

So you think Socrates was condemned because the Athenians believed his teachings had helped to produce such tyrants as Critias?

No, not exactly. The case is more complicated. Socrates was protected from such a prosecution by the amnesty instituted by those who overthrew and killed Critias. The dictatorship was crushed by a coalition of the democrats with moderate oligarchs who had been driven into opposition by the lawless extremism of the thirty. They took an oath to forget past offenses. The amnesty covered everybody but the remaining Thirty and their leading officials. To prosecute Socrates as the teacher of Critias would have been a violation of that solemn oath.

How do you know the oath was always honored?

All the surviving sources attest to it, and nowhere do Plato or Xenophon charge, as they otherwise would, that the prosecution of Socrates was a violation of the amnesty. The most striking testimonial to this is in Aristotle’s treatise on the Constitution of Athens where he says that the Athenians, after restoring their democracy, "blotted out recriminations with regard to the past" and behaved both "privately and publicly toward those past disasters" in ‘the most completely honorable and statesmanlike manner of any people in history." That was written a generation after the trial of Socrates.

So what conclusion do you draw?

When Xenophon discusses the charge that Socrates used certain passage from Homer and other poets to teach his pupils to be lawbreakers and tyrannical, he had to be referring to teachings which continued after the restoration of the democracy. Athens felt that Socrates was still inculcating disrespect for its democratic institutions, and feared an attempt to overthrow the democracy again.

Do you think this justified the condemnation of Socrates?

No. the 510-man jury itself was deeply troubled and reached its verdict of guilty only by a narrow margin. But these fresh insights give us a glimpse of the political realities and extenuating circumstances which Plato, who hated democracy, did his best to hide – and which his "Apology" has so successfully obscured for 2,500 years.


Aeschines Against Timarchus 173 (Loeb Classical Library)

Did you put to death Socrates the sophist, fellow citizens, because he was shown to have been the teacher of Critias, one of the Thirty who put down the democracy, and after that, shall Demosthenes succeed in snatching companions of his own out of your hands, Demosthenes, who takes such vengeance on private citizens and friends of the people for their freedom of speech?


Xenophon Memorabilia 1.2.9 (from Perseus Project)

But, said his accuser, he taught his companions to despise the established laws by insisting on the folly of appointing public officials by lot, when none would choose a pilot or builder or flautist by lot, nor any other craftsman for work in which mistakes are far less disastrous than mistakes in statecraft. Such sayings, he argued, led the young to despise the established constitution and made them violent.


Xenophon, Mem.1.2.13.Now I have no intention of excusing the wrong these two men wrought the state; but I will explain how they came to be with Socrates.


Xen., Mem, 1.2.56. Again, his accuser alleged that he selected from the most famous poets the most immoral passages, and used them as evidence in teaching his companions to be tyrants and malefactors:

Blog da Mary

Quarta-feira, Novembro 30, 2011

Na prova de Filosofia...

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terça-feira, 29 de novembro de 2011

RAC. A "sabedoria"popular, que consiste em linchamento. E viva o jornalismo à moda de Datena.

Ladrão se finge de morto e populares agridem vítima


Ao ser seguido por homem que teve retrovisor furtado, ele jogou sua bicicleta contra o carro e fingiu estar morrendo atropelado


29/11/2011 - 19h32 . Atualizada em 29/11/2011 - 20h17
Renê Moreira Especial para o Portal RAC













Um ladrão se mostrou um excelente ator nesta segunda-feira (28) em Franca ao fingir estar morrendo e evitar uma surra que tomaria da vítima. Pelo contrário, o homem que foi lesado é que acabou apanhando de populares.

A situação surreal começou na vila Raycos, mais especificamente na rua Cavalheiro Petraglia, onde o dono de um carro viu quando um rapaz arrancou o retrovisor de seu veículo e saiu em disparada numa bicicleta. Ele chamou um amigo e ambos saíram de carro no encalço do ladrão.

Já na rua Tibúrcio José da Silva, na vila Nossa Senhora de Fátima, o ladrão jogou sua bicicleta contra o veículo danificando o mesmo novamente. E na queda fingiu ter sido atropelado alegando que a roda teria passado sobre o seu corpo.

A partir daí começou a simular um ataque e apagou como se tivesse desmaiado ou mesmo morrido. Pessoas que viram a cena se revoltaram e partiram para cima do dono do carro, que somente não apanhou mais porque a Polícia Militar chegou rápido no local.

Policiais contaram que se demorassem um pouco mais poderia ter ocorrido uma tragédia. Já o motorista disse que tentou contar que ele era a vítima, mas ninguém deu atenção.

O ladrão é que foi socorrido por uma Unidade de Resgate até o Pronto Socorro, porém, no local foi constatado que não tinha sofrido nada. Ele foi levado à delegacia e autuado por furto -crime que não dá mais cadeia, então acabou liberado.

Marta Bellini.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ato contra abuso no aumento de salários dos vereadores da Má-ringa. HOJE!

A foto é de Madrid, mas vale a lembrança
Via facebook
de Edson Pilattipublicado emAluísio Stuani
ATENÇÃO! O ATO NA CÂMARA DE VEREADORES É HOJE! 16HS! VEJA MATÉRIA NO ODIÁRIO DE HOJE! http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/515912/discussao-de-salarios-tem-nova-adesao/

Estado. Capitalismo à brasileira...

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Armadilhas sobre rodas

29 de novembro de 2011 | 3h 07

O Estado de S.Paulo

São de arrepiar as conclusões do teste de avaliação da segurança dos automóveis populares mais vendidos no Brasil. Na maioria deles, colisões a velocidades moderadas representam um alto risco de lesões fatais para motoristas e acompanhantes, pois esses veículos não dispõem de bolsas infláveis (air bags) e suas cabines têm estrutura deficiente. Numa escala de 1 a 5, sete modelos básicos das principais montadoras em operação no País receberam a nota mais baixa. São armadilhas sobre rodas.

De acordo com a ONU, o Brasil registra em média, por ano, 19 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes. É um índice quatro vezes maior do que o detectado na Europa, de cerca de 5 mortes por 100 mil habitantes por ano. São vários os fatores que explicam o alto número de acidentes de trânsito registrados no País, entre os quais os efeitos da ingestão do álcool ocupam posição destacada. Também a má qualidade das pistas e a sinalização insuficiente contribuem para essas ocorrências. Mas o alto índice de letalidade tem muito a ver com a má qualidade dos veículos no que se refere à segurança das pessoas que os utilizam.

Esta é uma clara conclusão dos resultados dos testes dos veículos novos fabricados e vendidos na América Latina - onde o índice de acidentes com mortes é o mais alto do mundo - realizados pelo braço latino da New Car Assessment Programme (NCAP). Os testes de impacto a média velocidade (64 quilômetros por hora) contra uma barreira deformável, que simulam uma colisão com outro veículo, mostraram que os veículos vendidos na região são frágeis, não dispõem de itens hoje essenciais em outros países para proteger as pessoas, cujas vidas, por isso, são colocadas em risco. Esses carros estão atrasados 20 anos em relação aos modelos comercializados na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo.

A NCAP é uma organização apoiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) que realiza testes independentes para alertar os consumidores e os governos sobre a segurança dos modelos comercializados no país e orientar os fabricantes, desde que estes estejam dispostos a receber orientações desse tipo.

No Brasil, eles resistem. Já no ano passado, a Anfavea, associação que representa as montadoras instaladas no País, disse que os veículos aqui fabricados atendem às especificações legais e, por isso, seus fabricantes nada tinham a comentar sobre os resultados dos testes da NCAP. Repetiram a resposta neste ano. De fato, a despeito de colocarem em risco a vida de seus usuários, os veículos comercializados no mercado interno respeitam as regras do governo.

Essas regras têm sido muito favoráveis às montadoras, desde que elas começaram a se instalar no País, na metade do século passado. Nos últimos anos, elas ganharam apoio explícito dos governos do PT, pois, na década de 1980, o partido deu seus primeiros passos na região onde se concentravam as montadoras e onde, não por acaso, surgiu politicamente sua figura mais popular, o ex-presidente Lula.

Desde essa época, em várias ocasiões, interesses do PT e das montadoras se confundiram. O episódio mais recente ocorreu em setembro, com a escandalosa proteção dada a elas, mediante a imposição de alíquota de 30% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aos veículos importados fora do Mercosul e do México. Assim protegidas, e agindo como uma espécie de "oligopólio consentido", as indústrias têm assegurada uma imensa fatia do mercado doméstico. Desse modo, impõem preços muito altos - mesmo descontados os impostos, que são muito pesados, os carros brasileiros chegam a custar o dobro do modelo equivalente vendido nos Estados Unidos - e amealham grandes lucros. De acordo com publicações especializadas do mercado de automóveis, nos oito primeiros meses deste ano, elas remeteram para suas matrizes no exterior cerca de US$ 4 bilhões como pagamento de lucros e dividendos. É o setor que mais remete lucros para o exterior.

Mas elas quase nada investem em tecnologia e, sobretudo, em segurança dos veículos. O resultado não poderia ser diferente daquele constatado pela NCAP.

Duas vozes, na greve dos funcionários da Unicamp.

Responsabilidade orçamentária em defesa da Unicamp

Nas últimas semanas, a administração da Unicamp vem chamando a atenção para o imperativo da responsabilidade orçamentária e financeira como prerrogativa na gestão de recursos públicos. Mais do que uma contrapartida implícita ao modelo de autonomia implantado em 1989, uma administração responsável garante a necessária segurança à comunidade universitária, na medida em que permite a aplicação dos recursos de forma planejada e eficiente.

Por outro lado, movimentos fora da realidade e de origens claramente política, implicam em riscos para os próprios servidores, que sofreriam os efeitos de uma situação orçamentária adversa no futuro. Não se trata, portanto, de discutir ou não uma reivindicação extemporânea, mas de agir com responsabilidade a fim de preservar a instituição, os recursos oriundos da sociedade e os próprios servidores.

Dados objetivos demonstram que a isonomia salarial com a USP não se sustenta na prática. As reestruturações de carreira dos funcionários PAEPE, feitas pela Unicamp em 2000 e 2003, por exemplo, não foram acompanhadas pela USP e Unesp. Além disso, o percentual de funcionários do segmento superior na Unicamp corresponde a praticamente o dobro do verificado na USP. Isso significa que o aumento da despesa com pessoal na folha, para praticar isonomia com os níveis salariais da USP, seria de R$ 170 milhões de uma só vez. Com os reflexos automáticos, esse montante chegaria próximo a R$ 200 milhões, comprometendo o orçamento com salários a índices próximos de 100%.

É evidente que uma medida como essa implicaria em conseqüências graves para a instituição, com sérios riscos para todo o quadro funcional, como já ocorreu no passado, a exemplo da suspensão de contratações de docentes e funcionários, além de contingenciamento nas despesas de custeio. A Unicamp tem o dever de alertar a comunidade universitária para esse cenário, ao mesmo tempo que apela para o bom senso e a maturidade que sempre caracterizaram seus servidores.

Necessário destacar, ainda, que a política de valorização salarial adotada nos últimos anos tem resultado em ganhos sucessivos para os profissionais da Unicamp. Nos últimos dez anos, por exemplo, os salários foram reajustados em 137,93%, contra uma inflação de 90,14 %, medida pelo IPC-Fipe no mesmo período. Só 2011, o reajuste concedido na data base, que ocorre em maio, foi de 8,4%, índice 2% acima da inflação medido pelo IPC-Fipe no período de maio de 2010 a abril de 2011, que foi de 6,4%. Como resultado das políticas adotadas, os salários médios têm se mantido sempre acima da média de mercado.

Além disso, o sistema de avaliação de desempenho implantado pela Unicamp tem se revelado um importante fator de valorização profissional. Na avaliação efetuada em maio, referente a 2010, dos 5.570 funcionários participantes do processo, 43,2% (2.408) foram contemplados com uma referência a mais na carreira, o que representa adicional de 5% no salário. No atual processo avaliatório estão habilitados 5.330 funcionários e os resultados apurados permitem afirmar que aproximadamente 3.200 (60%) serão contemplados com uma referência a mais. Desse total, cerca de 2.700 não haviam sido contemplados no processo anterior. No total, mais de cinco mil funcionários foram beneficiados.

É fundamental destacar que as projeções para o próximo ano (2012) indicam que, para preservar o salário dos servidores da Unicamp nos níveis atuais, o comprometimento do orçamento com a folha de pagamento será de aproximadamente 87%. Estes dados confirmam que a administração tem o dever de atuar de maneira responsável, no sentido de preservar a Unicamp e a remuneração de seus funcionários no futuro.

Finalmente, a Reitoria reafirma o seu compromisso com o diálogo maduro e reitera a necessidade de manter o indispensável equilíbrio financeiro e a devida responsabilidade na gestão dos recursos públicos.

Reitoria da Unicamp

E agora o STU, Unicamp.

A GREVE CONTINUA! em frente ao CONSU. Todos lá!

Depois de realizar um grandemutirão de coleta de assinaturas ao abaixo-assinado que reivindica ao Conselho Universitário manifestação de apoio às reivindicações dos trabalhadores, os funcionários técnico- administrativos da Unicamp se concentram hoje às 9 horas para um grande ato em frente ao Consu (reitoria). O objetivo é sensibilizar os conselheiros a se manifestarem no sentido de por um fi m ao impasse nas negociações com a reitoria Fernando Costa, que após 40 dias de greve se recusa a apresentar propostas concretas ao movimento.

Do lado de dentro, estarão presentes o STU e conselheiros das bancadas dos trabalhadores, dos estudantes e dos professores que apóiam a luta dos técnico-administrativos. O STU irá apresentar o abaixo-assinado com apoios de toda a comunidade
universitária e os conselheiros farão defesas favoráveis a um posicionamento do Consu. Do lado de fora, os trabalhadores farão muito barulho para vencer a intransigência e dar
um passo decisivo rumo à vitória. A concentração começa às 9 horas, no acampamento da greve, em frente á reitoria. Se você ainda tem folhas do abaixo-assinado, leve para o ato.

Terça-feira, 29 de novembro de 2011
9h - Concentração para o ato, no acampamento
14h - Comando de greve, na Praça da Paz.
Programação
GRANDE ATO
Amanhã tem assembleia geral!
Às 9 horas, na Praça da Paz
Todos os trabalhadores estão chamados a participar da discussão sobre os rumos da greve.