terça-feira, 29 de novembro de 2011

Duas vozes, na greve dos funcionários da Unicamp.

Responsabilidade orçamentária em defesa da Unicamp

Nas últimas semanas, a administração da Unicamp vem chamando a atenção para o imperativo da responsabilidade orçamentária e financeira como prerrogativa na gestão de recursos públicos. Mais do que uma contrapartida implícita ao modelo de autonomia implantado em 1989, uma administração responsável garante a necessária segurança à comunidade universitária, na medida em que permite a aplicação dos recursos de forma planejada e eficiente.

Por outro lado, movimentos fora da realidade e de origens claramente política, implicam em riscos para os próprios servidores, que sofreriam os efeitos de uma situação orçamentária adversa no futuro. Não se trata, portanto, de discutir ou não uma reivindicação extemporânea, mas de agir com responsabilidade a fim de preservar a instituição, os recursos oriundos da sociedade e os próprios servidores.

Dados objetivos demonstram que a isonomia salarial com a USP não se sustenta na prática. As reestruturações de carreira dos funcionários PAEPE, feitas pela Unicamp em 2000 e 2003, por exemplo, não foram acompanhadas pela USP e Unesp. Além disso, o percentual de funcionários do segmento superior na Unicamp corresponde a praticamente o dobro do verificado na USP. Isso significa que o aumento da despesa com pessoal na folha, para praticar isonomia com os níveis salariais da USP, seria de R$ 170 milhões de uma só vez. Com os reflexos automáticos, esse montante chegaria próximo a R$ 200 milhões, comprometendo o orçamento com salários a índices próximos de 100%.

É evidente que uma medida como essa implicaria em conseqüências graves para a instituição, com sérios riscos para todo o quadro funcional, como já ocorreu no passado, a exemplo da suspensão de contratações de docentes e funcionários, além de contingenciamento nas despesas de custeio. A Unicamp tem o dever de alertar a comunidade universitária para esse cenário, ao mesmo tempo que apela para o bom senso e a maturidade que sempre caracterizaram seus servidores.

Necessário destacar, ainda, que a política de valorização salarial adotada nos últimos anos tem resultado em ganhos sucessivos para os profissionais da Unicamp. Nos últimos dez anos, por exemplo, os salários foram reajustados em 137,93%, contra uma inflação de 90,14 %, medida pelo IPC-Fipe no mesmo período. Só 2011, o reajuste concedido na data base, que ocorre em maio, foi de 8,4%, índice 2% acima da inflação medido pelo IPC-Fipe no período de maio de 2010 a abril de 2011, que foi de 6,4%. Como resultado das políticas adotadas, os salários médios têm se mantido sempre acima da média de mercado.

Além disso, o sistema de avaliação de desempenho implantado pela Unicamp tem se revelado um importante fator de valorização profissional. Na avaliação efetuada em maio, referente a 2010, dos 5.570 funcionários participantes do processo, 43,2% (2.408) foram contemplados com uma referência a mais na carreira, o que representa adicional de 5% no salário. No atual processo avaliatório estão habilitados 5.330 funcionários e os resultados apurados permitem afirmar que aproximadamente 3.200 (60%) serão contemplados com uma referência a mais. Desse total, cerca de 2.700 não haviam sido contemplados no processo anterior. No total, mais de cinco mil funcionários foram beneficiados.

É fundamental destacar que as projeções para o próximo ano (2012) indicam que, para preservar o salário dos servidores da Unicamp nos níveis atuais, o comprometimento do orçamento com a folha de pagamento será de aproximadamente 87%. Estes dados confirmam que a administração tem o dever de atuar de maneira responsável, no sentido de preservar a Unicamp e a remuneração de seus funcionários no futuro.

Finalmente, a Reitoria reafirma o seu compromisso com o diálogo maduro e reitera a necessidade de manter o indispensável equilíbrio financeiro e a devida responsabilidade na gestão dos recursos públicos.

Reitoria da Unicamp

E agora o STU, Unicamp.

A GREVE CONTINUA! em frente ao CONSU. Todos lá!

Depois de realizar um grandemutirão de coleta de assinaturas ao abaixo-assinado que reivindica ao Conselho Universitário manifestação de apoio às reivindicações dos trabalhadores, os funcionários técnico- administrativos da Unicamp se concentram hoje às 9 horas para um grande ato em frente ao Consu (reitoria). O objetivo é sensibilizar os conselheiros a se manifestarem no sentido de por um fi m ao impasse nas negociações com a reitoria Fernando Costa, que após 40 dias de greve se recusa a apresentar propostas concretas ao movimento.

Do lado de dentro, estarão presentes o STU e conselheiros das bancadas dos trabalhadores, dos estudantes e dos professores que apóiam a luta dos técnico-administrativos. O STU irá apresentar o abaixo-assinado com apoios de toda a comunidade
universitária e os conselheiros farão defesas favoráveis a um posicionamento do Consu. Do lado de fora, os trabalhadores farão muito barulho para vencer a intransigência e dar
um passo decisivo rumo à vitória. A concentração começa às 9 horas, no acampamento da greve, em frente á reitoria. Se você ainda tem folhas do abaixo-assinado, leve para o ato.

Terça-feira, 29 de novembro de 2011
9h - Concentração para o ato, no acampamento
14h - Comando de greve, na Praça da Paz.
Programação
GRANDE ATO
Amanhã tem assembleia geral!
Às 9 horas, na Praça da Paz
Todos os trabalhadores estão chamados a participar da discussão sobre os rumos da greve.