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Condições financeiras » Candidaturas tucanas já receberam doações de cerca de R$ 1,4 milhão PSDB lidera arrecadação estadual; Petistas aparecem em segundo, com R$ 867 mil

André Shalders - Correio Web
Publicação: 08/08/2014 08:16 Atualização:
Delcídio é o candidato a governador com a maior arrecadação até agora: R$ 8,6 milhões, segundo o TSE. Foto: Instagram/Reprodução (Instagram/Reprodução)
Delcídio é o candidato a governador com a maior arrecadação até agora: R$ 8,6 milhões, segundo o TSE. Foto: Instagram/Reprodução     

A primeira prestação parcial de contas dos candidatos, divulgada na última quarta-feira pelo TSE, revela uma desigualdade de condições financeiras entre os postulantes aos governos estaduais. Levantamento elaborado pela reportagem mostra que os 12 candidatos do PSDB a governador arrecadaram, somados, R$ 17,6 milhões. Em média, cada candidatura tucano dispõe até o momento de R$ 1,472 milhão. Em seguida aparecem os petistas, que somaram R$ 14,7 milhões, ou cerca de R$ 867 mil para cada um dos 17 concorrentes. Os 11 nomes do PSB aos governos estaduais, por sua vez, arrecadaram R$ 8,2 milhões, ou R$ 749 mil para cada um, em média. O levantamento leva em conta os partidos dos cinco presidenciáveis melhor posicionados nas pesquisas até agora.

No outro extremo da moeda estão os candidatos a governador do PSol, representados na disputa presidencial por Luciana Genro. Embora a legenda tenha lançado concorrentes a governador em todas as 27 unidades da Federação, o partido declarou ter arrecadado R$ 179.314 até o momento, obtendo uma média de R$ 6,6 mil para cada. Já o PSC do candidato Pastor Everaldo lançou apenas dois candidatos a governador: o ex-senador Mão Santa (PI), e o senador Eduardo Amorim (SE). Os dois declararam receber até agora R$ 141 mil, cerca de R$ 70 mil em média.

Entre os 69 candidatos dos cinco partidos, é um petista que tem a maior arrecadação até agora: Delcídio do Amaral, que disputa o governo do Mato Grosso do Sul, informou ter arrecadado cerca de R$ 8,661 milhões. É mais que o dobro dos R$ 4,071 milhões declarados pelo presidenciável do PSB, Eduardo Campos. Curiosamente, a declaração de Delcídio abarca dois depósitos em espécie, de R$ 100 mil cada, cujo doador é descrito como “não identificado” pelo TSE, o que é vedado pela legislação eleitoral.

Minas e São Paulo

No outro extremo está a candidata capixaba Camila Costa Valadão (PSol), que declarou ter obtido apenas R$ 550. Em relação ao PT, os tucanos levam a melhor em termos de captação nos dois maiores colégios eleitorais. Em Minas, Pimenta da Veiga (PSDB) arrecadou até agora cerca de R$ 3,8 milhões, ante R$ 1,1 milhão de Fernando Pimentel (PT). Em São Paulo, a diferença é ainda maior: Alckmin soma até o momento mais de R$ 5,7 milhões, enquanto o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) amealhou R$ 188 mil.

Para o professor de Ética e Filosofia da Unicamp Roberto Romano, as diferenças na arrecadação refletem os interesses dos doadores. “Existem partidos que representam interesses econômicos e sociais muito poderosos, e outros que não, que são minoritários. Se você é um empresário, ou mesmo uma pessoa com interesses econômicos importantes no governo estadual, é evidente que você não vai apostar no pastor e nem no trotskista, você vai apostar em quem lhe dê retorno e garantias”, disse. “Norberto Bobbio já dizia que o jogo eleitoral é um empreendimento de risco, mas com potencial de rendimento muito alto. Tanto para os que se elegem quanto para quem os apóia. Hoje, no grande negócio que se tornaram as eleições, os agentes buscam maximizar as suas chances”, completou.

Nos estados

Confira a média de doações por candidato das legendas mais citadas nas pesquisas de intenção de voto da disputa presidencial

Partido Total arrecadado Candidatos Média

PSDB R$ 17.668.516 12 R$ 1.472.376
PT R$ 14.750.690 17 R$ 867.687
PSB R$ 8.243.850 11 R$ 749.440
PSC R$ 141.714 2 R$ 70.857
PSol R$ 179.314 27 R$ 6.641