A oposição deve pedir nesta semana convocação de diretor do Departamento de Documentação do Itamaraty na CPI da Petrobras. Documentos "reservados" seriam alterados para "secretos" após pedido de consulta com base na Lei de Acesso à Informação. Em memorando, João Pedro Corrêa Costa diz que a solicitação foi feita por um repórter que produziu matérias ligando o ex-presidente Lula à Odebrecht.

Para o senador tucano, Álvaro Dias, a convocação do diplomata é necessária para que o episódio seja totalmente esclarecido. “A convocação do responsável é importante e deve ocorrer. É preciso que se ouça o Itamaraty e se possível especialmente quem já possa ser indicado como responsável por esse fato”, pondera.


O professor de Ética e Política da Unicamp, Roberto Romano, afirma que quanto mais documentos secretos existem, menos democracia há no país. No entanto, diz não causar estranheza a tentativa de impedir o acesso a papeis que poderiam comprovar alguma irregularidade. “O Itamaraty é um agente do Estado, não é uma instituição ligada a esse ou àquele partido. No entanto, desde que a política do Itamaraty passou a ser definida a partir de parâmetros de uma ideologia de um partido evidentemente a tentativa de blindar esse partido ocorreu”, avalia.
Na semana passada, a CPI aprovou a convocação do ex-tesoureiro de campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. O atual secretário de Saúde de São Paulo, José de Filippi Júnior, afirma a Tiago Muniz que teve as contas aprovadas e que está à disposição. “Uma pessoa que exerce cargo público não pode ter nenhuma preocupação de ser fiscalizado, de comprovar e de mostra a lisura de seus atos”, afirma.

Após a polêmica, o Itamaraty decidiu liberar o acesso aos documentos sobre a empreiteira Odebrecht, investigada na Operação Lava-Jato. O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que as denúncias são uma tentativa de atingir o partido e o ex-presidente Lula.

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