quarta-feira, 14 de julho de 2010
Mau trato é viver no Brasil
Quando estou furioso não escrevo, evito escrever, pois neste estado não raciocino com clareza e apenas jogo toda a raiva para fora. Ando furioso, portanto quase não escrevo. Os motivos são os mesmos que me fizeram a abrir este blog, são os mesmo que fizeram perder a fé na humanidade e são os mesmos que me fazem desprezar esta nação e o povo que nela habita.
Estou cansado da hipocrisia, do descaso, do ódio e da completa falta de honra que marcam os comportamentos reinantes nesta nação. Estou farto desta babaquice politicamente correta ao ponto que algumas vezes tenho o desejo de possuir o poder para varrer este planeta e tudo o que há nele da face da galáxia, como disse ando furioso. Um amigo, certa vez, me disse que quando estou neste estado fico a uma explosão de laboratório para me tornar um super vilão. Achei graça na piada, mas começo a temer que ele esteja correto em sua observação.
Na semana que passou fiquei atônito com cinismo da imprensa em se mostrar surpresa com desfecho e com o caso Bruno (ex-goleiro do Flamengo). Jogadores de futebol, com raríssimas exceções, possuem relação estreitíssima com bandidos e traficantes, o time do Flamengo com Adriano, Vagner Love e Bruno era presença constante em festas de traficantes cariocas, vários jogadores, que hoje moram na Europa, financiavam e financiam criminosos, Bruno ser um criminoso e ter relação com um, francamente não deveria causar espanto algum, o que causa espanto é a leniência da justiça e passividade bovina da sociedade em aceitar relações como esta como “normais”.
A morte da amante de Bruno também é um caso comum, infelizmente, em um país extremamente violento onde se mata por R$ 10, 00 reais e por um par de tênis, onde sucesso na vida é correr atrás de uma bola e aproveitar-se deste sucesso é engravidar de um Midas moderno destes. O pior é escutar um jurista em entrevista a uma revista famosa dizendo que temos que parar com esta vingança de colocar bandidos na cadeia. Ou seja, cometer um crime e pagar pelo mesmo é um ato de vingança. A impunidade é marca registrada do Brasil, por isto que vemos pessoas se portando e andando como animais pelas cidades.
A hipocrisia é tamanha, neste país onde o respeito não existe mais, que o sujeito que ocupa a cadeira da presidência, é aquele que adora ditadores, terroristas e é corrupto até os ossos, apoiou o projeto de lei que prevê a proibição de palmadas em crianças e adolescentes, a medida autoritária que diz como os pais devem educar seus filhos é defendida como fim da banalização da violência dentro de casa. Seria uma piada se fosse engraçado. Paulo Vannuchi, sim um daqueles que deseja acabar com a imprensa livre, disse que a medida é evitar castigos corporais. Já o São Lula, aquele que não deixou por menos e emprenhou a ‘galega’ entre outras tantas peripécias, afirmou que nunca bateu em seus filhos.
Já vi adolescente xingando seus pais em público e os mesmos abaixarem a cabeça, já vi crianças pequenas batendo em mães e estas abaixando a cabeça também, vejo uma geração que acredita na impunidade, não poderia ser diferente, sem limites e sem um pingo de educação se portando como animais nas ruas.
Palmadas não são maus tratos, mau trato é viver em um país onde o trânsito e a violência urbana (seja por conta de um par de tênis, um carro, uma discussão, um filho indesejado ou uma separação) mata mais que qualquer conflito ou guerra. Este ranço hipócrita e autoritário sempre pensando em “nosso bem” não cabe em um governo que rouba e deixa roubar, que se alia com todas as porcarias autoritárias, psicóticas e terroristas do mundo. Para Lula, Paulo Vannuchi & Cia um governo pode prender e executar quem lhe faz oposição, jornais devem ser silenciados, uma bomba atômica deve ser entrega a quem prega abertamente o genocídio de duas nações, mas uma palmada no traseiro deve ser combatida. Morrer por nada nas ruas de um país que não previne e pune mal o crime é aceitável, mas educar o filho deve ser assunto do governo.
Como disse ando furioso, continuo furioso e há um passo de me tornar um super vilão em um acidente de laboratório.