domingo, 4 de dezembro de 2011

Band.com.br


Falta carisma a pré-candidatos do PSDB em SP

Analistas políticos advertem para o risco de candidatura tucana à Prefeitura de São Paulo ser esvaziada por conflitos internos

A realização de prévias no PSDB para definir o pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo é uma decisão salutar, mas que esbarra em uma série de problemas, a começar pela falta de carisma dos postulantes. A opinião é de analistas políticos ouvidos pelo Portal da Band.



O PSDB anunciou oficialmente, em novembro, que adotará prévias para definir quem será o candidato nas eleições do ano que vem. Até agora, quatro nomes aparecem para concorrer: o secretários estaduais Bruno Covas (Meio Ambiente), Andrea Matarazzo (Cultura) e José Aníbal (Energia), além do deputado federal Ricardo Trípoli.



“A grande verdade é que falta carisma aos quatro candidatos”, explica Roberto Romano, professor titular de política do departamento de Filosofia da Unicamp (Universidade de Campinas). “Faltam novas lideranças, que sejam carismáticas e que tenham uma aproximação maior com o povo”.



“Falta palanque”



Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), endossa o comentário. “Os quatro candidatos são bem distantes da massa eleitoral. A verdade é que o PDSB não tem um candidato, já que o José Serra não pretende se candidatar”.



Segundo Romano, os últimos grandes líderes com este perfil no PSDB foram os ex-governadores Franco Montoro e Mário Covas, falecidos há mais de dez anos. “Os pré-candidatos não têm a força destes dois grandes nomes. Mas este é um problema que também acomete os outros partidos, inclusive o PT”, explica.

De acordo com a professora, o fato destes pré-candidatos terem disputado apenas cargos para o legislativo é um problema a ser contornado. “Eles nunca entraram em uma disputa majoritária e isso dificulta o processo. Falta palanque e exposição para eles”. No entanto, Maria do Socorro acredita que as prévias funcionam como uma estratégia eleitoral. “A intenção é mostrar às pessoas de fora do partido que há bons quadros”.

Divisão


Para os especialistas, outro problema é o conflito interno que pode implodir a candidatura tucana durante a campanha eleitoral. “As escolhas no PSDB já nascem com a marca da divisão. Isso aconteceu com o Serra durante as eleições presidenciais”, explica Romano. “O partido está dividido em muitos grupos e é possível que o pré-candidato escolhido não receba apoio integral”.
Maria do Socorro bate na mesma tecla. “O pré-candidato do PSDB pode não contar com o apoio de todo o partido. Isso também aconteceu no ano passado, quando Serra não obteve o apoio esperado em Minas Gerais”.No entanto, para a professora, o atual quadro pode funcionar como uma arma para o próprio José Serra. “Se for constatado que nenhum dos quatro têm força suficiente para concorrer, o Serra pode aparecer como único nome viável. E isso pode unir o partido e fortalecer seu nome”.
Análise no Canal Livre

O programa Canal Livre, da Band, recebe neste domingo o presidente nacional do PSDB e deputado federal Sérgio Guerra.

No programa, serão debatidos o papel da oposição e a crise nos ministérios do governo Dilma Rousseff, além do futuro do partido e as eleições municipais de 2012.