quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Duas sociedades machistas e canalhas, além de covardes. Éticamente, lixos.


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Afegã acusada de 'adultério forçado' é solta

Mulher estuprada pelo primo do marido é perdoada pela Presidência após permanecer cerca de dois anos presa

Governo do Afeganistão passou a sofrer pressão internacional após caso ser divulgado à imprensa por ativistas

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Autoridades do Afeganistão libertaram a mulher de 21 anos que havia sido presa sob acusação de "adultério forçado" -por ter sido estuprada pelo primo de seu marido.

"Ela está feliz e em um lugar seguro", disse sua advogada Kimberley Motley.

Gulnaz, que não teve o sobrenome revelado, foi estuprada em 2009 e condenada a dois anos de prisão. Ela deu a luz a uma filha na cadeia.

No Afeganistão o sexo fora do casamento -inclusive em caso de estupro- é um "crime moral" para mulheres, passível de condenação.

Tentando recorrer, ela acabou tendo a sentença aumentada para 12 anos. Durante o processo, teria recebido da Justiça a proposta de se casar com o homem que a violentou como condição para ser libertada da cadeia.

Ele foi preso logo após o crime e sentenciado a sete anos de detenção.

Em novembro deste ano, após novo recurso, a pena dela foi reduzida para três anos. O casamento com o estuprador também deixou de ser condição para sua liberdade.

Grupos de direitos humanos divulgaram o caso internacionalmente e o governo passou a ser pressionado.

No início deste mês, o presidente Hamid Karzai concedeu o perdão para Gulnaz, porém divulgou que ela se casaria com o estuprador.

Após a mulher ser libertada anteontem, sua advogada disse que por enquanto a possibilidade de casamento não está sendo discutida. Afirmou, porém, que sua cliente não gostaria de se casar com o agressor. O caso pode abrir precedente e ajudar outras afegãs na mesma situação.



Índice geral São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 2011Cotidiano
Cotidiano



Mulher está algemada há 51 dias em maca

Paciente, que sofre de esquizofrenia, é suspeita de furtar um aparelho de telefone fixo

DO "AGORA"

Acusada de furtar um aparelho de telefone fixo em Diadema (ABC), em 23 de outubro, uma mulher com esquizofrenia avançada está há 51 dias algemada em um hospital sob escolta da PM.

Ela não se lembra de nada. Não sabe dizer o nome, o endereço e a idade.

No boletim de ocorrência registrado no 1º DP de Diadema, a mulher indiciada é identificada como "Fulana de Tal". Segundo a Polícia Civil, ela entrou na casa do vendedor William Lúcio da Silva, 24, e furtou o aparelho.

O rapaz a dominou e a PM foi chamada. A mulher estava agressiva e dizia-se possuída. Ela foi levada à delegacia e autuada em flagrante.

A mulher foi transferida para a cadeia pública de São Bernardo (ABC), mas acabou sendo levada ao hospital para passar por avaliação médica e para que ficasse lá até conseguir vaga em hospital penitenciário, o que ainda não ocorreu.

A algema só é retirada durante o banho e as refeições e também quando ela precisa ir ao banheiro.

A polícia tenta identificá-la por meio das impressões digitais. O delegado titular da Seccional de Diadema, Godofredo Bittencourt Filho, disse que a mulher tem problemas mentais e, para preservação de sua integridade, está algemada e sob escolta da PM.

(JOSMAR JOZINO)