Quinta-feira, 9 de Dezembro de 2010
O professor faz a diferença
Devo dizer que esta é a primeira vez que aqui faço referência a um livro sem antes o ter lido. Há uma razão para esta "precipitação": o título - O professor faz a diferença - e a apresentação, de onde tirei o seguinte extracto:"Ao longo destes últimos anos, os autores constataram que a influência do professor é superior a factores como o ambiente familiar do aluno, a sua origem étnica e nível socioeconómico, a sua motivação e potencial intelectual. O que os professores fazem na sala de aula é o principal factor que determina a aprendizagem e o sucesso dos alunos. Nem todas as práticas pedagógicas têm o mesmo efeito na aprendizagem, a diferença está antes relacionada com determinadas características e atitudes dos professores. Que práticas e características dos professores estão então mais directamente
Título e apresentação veiculam uma ideia: (1) que o professor deve ensinar (2) e que deve ensinar com recurso a métodos pedagógico-didácticas que se revelem eficazes em termos de resultados de aprendizagem.
relacionadas com uma aprendizagem eficaz dos alunos?"
Sim, perguntará, o leitor: onde está a novidade!?
De facto, aqui não há novidade nenhuma: tal ideia guia desde aos anos 20 do século XX uma parte substancial da investigação pedagógica que incide na docência (seja ela guiada pelas teorias behaviorista como cognitivistas).
Porém, não é essa a ideia que se encontra bem firmada nos documentos curriculares e programáticos vigentes no nosso sistema educativo (mas não só no nosso), onde a palavra "ensino" é cirurgicamente evitada: o professor, guia, orienta, proporciona... O mesmo acontece com a palavra "método" que tem sido substituída sobretudo pela expressão "experiência de aprendizagem"...
Como se diz na apresentação do livro em questão, a investigação pedagógica corrobora a afirmação que o ensino faz a diferença e que tem sido substancialmente difundida pelo Pisa, mas que não tem sido suficientemente levada em conta entre nós.