26 de dezembro de 2010 0:01 por Nilton Fukuda
No ano que vem, o Parque Indígena do Xingu, no nordeste no Mato Grosso, completa 50 anos de histórias e mitos. Com 2,6 milhões de hectares, a área foi desbravada pelos irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas Boas. O Estado visitou no início de dezembro a aldeia Moygu, dos Ikpeng, na região central do parque.
Contactados em 1964 pelos Villas Boas na região do Rio Jatobá, fora do parque, os Ikpeng foram levados para dentro da terra indígena porque corriam risco de extinção. Naquela época eram apenas 50. Hoje são cerca de 400 índios que buscam uma reparação: querem reaver a área do Jatobá, onde seus ancestrais nasceram e morreram. Lá, dizem os índios, estão suas “placentas”. Leia matéria. Assista o vídeo.
Texto e fotos: Roberto Almeida
Araka Ikpeng, o cacique da aldeia, caminha em direção à entrada da maloca principal. Foto: Roberto Almeida/AE
Menina Ikpeng à porta de uma das onze escuras malocas da aldeia Moygu. Foto: Roberto Almeida/AE
Entre as crianças Ikpeng, o não-índio ainda é curiosidade – eles olham fixamente para a câmera. Foto: Roberto Almeida/AE
Garotos Ikpeng se preparam para a festa “Moyngo”, que significa “alegria” pelo fim da estação seca. Foto: Roberto Almeida/AE
Pai e filho, já preparados para a festa, esperam o início da dança atrás de uma das malocas. Foto: Roberto Almeida/AE
Kamati Ikpeng, autointitulado “cineasta da aldeia”, registra o início da festa. Foto: Roberto Almeida/AE
A dança acontece no centro da aldeia e no interior da maloca principal. Foto: Roberto Almeida/AE
Os mais velhos da aldeia não deixam de lado as bordunas, como na foto, e o arco e flecha. Foto: Roberto Almeida/AE
Enfileirados, os meninos Ikpeng batem o pé em ritmo contínuo, pontuando a festa com chocalhos de caroço de pequi. Foto: Roberto Almeida/AE
Furigá Ikpeng, um dos líderes da aldeia, assiste à apresentação. Foto: Roberto Almeida/AE
Com filho no colo, jovem Ikpeng grava os cantos do Moyngo para guardá-los no acervo digital da aldeia. Foto: Roberto Almeida/AE
Garotos adornados com algodão e pintados com jenipapo e urucum dançam o Moyngo. Foto: Roberto Almeida/AE
Menina Ikpeng, com algodão no cabelo como parte dos adereços, brinca com um pente de cabelos. Foto: Roberto Almeida/AE
As danças continuam por toda a tarde, formada por jovens casais Ikpeng. Foto: Roberto Almeida/AE
No detalhe, o cabelo pintado de urucum e as listras negras de uma mistura de jenipapo e carvão. Foto: Roberto Almeida/AE
Fantasias dos Ikpeng, feitas de algodão e madeira, emulam animais, como pássaros da região do Xingu. Foto: Roberto Almeida/AE
Futebol não é proibido na aldeia e as meninas também jogam. Foto: Roberto Almeida/AE
Uma cigarra zune na mão fechada do garotinho Ikpeng, que se diverte ao ouvi-la. Foto: Roberto Almeida/AE
Reunidos na mata, os garotos coletam e moldam folhas e galhos para fazer realizar seus desejos. Foto: Roberto Almeida/AE
No final da tarde, após calor sufocante, uma chuva forte cai na aldeia Moygu e refresca o garotinho. Foto: Roberto Almeida/AE
Sem demora, eles saem correndo da maloca para brincar nas poças d’água que se formam no centro da aldeia. Foto: Roberto Almeida/AE
Com seus “desejos” de folhas e galhos amarrados às costas, os jovens Ikpeng voltam a dançar. Foto: Roberto Almeida/AE
O sol ressurge e logo se põe no Xingu: pai e filhos vão descansar em sua maloca. Foto: Roberto Almeida/AE
Do outro lado, um arco-íris aparece por sobre a maloca principal e as crianças saem para brincar. Foto: Roberto Almeida/AE
No dia seguinte, alunos da escola indígena recebem seus diplomas e posam para suas fotos de formatura . Foto: Roberto Almeida/AE
O céu vermelho do Xingu contrasta com a jovem Ikpeng, que leva uma lata d’água na cabeça até sua maloca. Foto: Roberto Almeida/AE