quinta-feira, 31 de março de 2011

Marta Bellini...

Sublime, Joana!


Síndrome do lacaio por Joana Lopes, Portugal, Blog ENTREAS BRUMAS DA MEMÓRIA AQUI


A síndrome do lacaio é uma doença do século XXI, que explica o embrutecimento das multidões, a inércia face ao aumento das injustiças e a generalização do egoísmo social.


O lacaio tem um comportamento patológico que o faz defender sempre as classes mais favorecidas, com prejuízo daquela a que pertence. Não tem consciência política e age sempre a favor dos que o exploram, na esperança de atrair benevolência.


O lacaio não escolhe gostar dos ricos (gosta deles precisamente porque é lacaio) e considera que o dinheiro que lhe faz falta é muito mais útil nos cofres de quem os tem já cheios. O lacaio ou herda a sua condição (depois de tantos séculos de escravatura e de feudalismo, pode ser que exista já uma transmissão genética...) ou sofre de uma patologia que se desenvolve desde a infância mas se agrava quando o sujeito toma consciência da mediocridade da sua condição.


O lacaio desenvolve estratégias inconscientes para estabelecer um equilíbrio cognitivo que ajude a justificar a aceitação da subordinação e a sublimar a desilusão.


O lacaio tem um vago sentimento de injustiça, mas convence-se que está do lado correcto da barricada e encaixa maravilhosamente medidas de austeridade ou restrições de liberdades. É a favor da existência de câmaras de vigilância, mesmo que estas não o protejam do que quer que seja.


O lacaio sente-se perfeitamente seguro pela pertença a uma classe social a que é perfeitamente estranho e considera-se integrado no conjunto de 1% dos cidadãos privilegiados do seu país – tal como 20% dos seus compatriotas, lacaios como ele. (A partir daqui)

Esperemos as apurações e o juízo da Unicamp. É o que manda a prudência.

São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2011 http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/images/cienc.gif

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/images/ciebar.gif

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Químico da Unicamp é acusado de fraudar 11 estudos científicos

Acusação contra Claudio Airoldi, 68, é provavelmente a mais séria de má conduta científica registrada no país

Professor é um dos principais cientistas da universidade e também membro da Academia Brasileira de Ciências

RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA

Uma investigação internacional apontou fraude em 11 artigos científicos de um respeitado professor titular de química da Unicamp.


Tudo indica que se trata da denúncia mais séria de má conduta científica da história da ciência brasileira, apesar da escassez de levantamentos sobre o tema. Em geral, os casos envolvem plágio, e não invenção de resultados.


Os trabalhos que conteriam fraude saíram em várias revistas científicas da Elsevier, multinacional que é a maior editora de periódicos acadêmicos do mundo.


Os estudos da Unicamp foram retratados (ou seja, "despublicados", não tendo mais validade para a comunidade científica). A Elsevier afirmou que os sinais de manipulação são "conclusivos".


Claudio Airoldi, de 68 anos, é um dos pesquisadores mais experientes da Unicamp: está na universidade paulista desde 1968.


NO TOPO

Na classificação do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, principal órgão federal a financiar ciência no país), ele é bolsista de produtividade nível 1A, o mais elevado, e membro da Academia Brasileira de Ciências. É o associado nº 17 da Sociedade Brasileira de Química.

Ele teria falsificado imagens de ressonância magnética que servem para estudar características de novas moléculas. Um dos artigos dizia que uma delas delas, por exemplo, tinha uma estrutura que serviria para absorver metais tóxicos da água.


Os trabalhos foram publicados entre 2008 e 2010 em colaboração com um aluno de pós-graduação, Denis Guerra, hoje professor adjunto na Universidade Federal de Mato Grosso.


A Elsevier diz que o procedimento de investigação envolveu três cientistas revisores independentes, e que todos eles concluíram que "estava claro que os resultados tinham sido manipulados". A editora diz ter pedido e recebido uma defesa dos cientistas brasileiros, mas, segundo ela, o material enviado não prova nada.


"Estava previsto que algo assim ia acontecer. Ia ser muito difícil segurar isso porque a pressão para publicar é muito grande e existe leniência em relação a esse comportamento", diz Sílvio Salinas, físico da USP que segue de perto os casos de má conduta científica no país.


De fato, diferentemente dos Estados Unidos, que contam com uma agência federal para investigar casos assim, o Brasil deixa o acompanhamento dos casos e possíveis punições nas mãos das instituições onde ocorrem.


Não existem estatísticas consolidadas sobre o tema por aqui. Mas, num clima de competição científica acirrada e globalizada, com pesquisadores cada vez mais pressionados para mostrar sua produção em números, mais casos são esperados.


Nos próprios EUA, em 16 anos as fraudes científicas cresceram 161%. Em países como China e Brasil, onde a publicação bruta de artigos científicos tem crescido muito sem que a qualidade acompanhe esse ritmo, o fenômeno deve aparecer mais.

"As universidades e as agências de fomento precisam tomar providências quanto a isso. Nunca tinha tido conhecimento sobre algo dessa dimensão no Brasil - a ordem de grandeza é similar a casos de fraude que ocorrem na China", diz Salinas.


A Unicamp instaurou uma sindicância interna para apurar o caso. Segundo a universidade, ela deve ser concluída em 30 dias.


São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2011




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OUTRO LADO

Colaborador diz que não houve manipulação

DE SÃO PAULO

Procurado pela Folha, Airoldi desligou o telefone assim que a reportagem se apresentou, dizendo não ter tempo para falar. Ele foi contatado também por e-mail, mas não respondeu até o fechamento desta edição.

Guerra disse já ter entrado em contato com a Elsevier. "Mandamos toda uma defesa dos trabalhos, apresentando provas de que as imagens são verdadeiras, mas não recebemos nenhuma posição."

Ele diz que a retratação da Elsevier "incomoda seriamente". "Pode acontecer de você nunca mais conseguir publicar um trabalho. Um editor vê uma coisa dessas e vai pensar o quê? Somos do Terceiro Mundo, a verdade é essa, sem dúvida nenhuma contra pesquisadores do Primeiro Mundo a crítica teria uma peso menor."
(RM)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Que vergonha colegas de Coimbra! Sua tese mais importante, caros colegas, agora, tem um nome "Ei, me dá um dinheiro aí!".




O carnaval dos sem prudência, o carnaval do ridículo, o desfile das tristes academias. O Brasil pode ajudar, caros colegas portugueses, na crise de vosso país, sem tal demonstração folclórica. Shame on you...

Quarta-feira, 30 de Março de 2011

Clique aqui, para sentir a face corada, pelos colegas de Portugal.

O CORTEJO DE DOUTORAMENTO DE LULA DA SILVA HOJE EM COIMBRA

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De Rerum Natura...

Quarta-feira, 30 de Março de 2011

O PROBLEMA DOS TRÊS CORPOS E O CAOS


Meu artigo no número da "Gazeta de Matemática" que acaba de sair (n.º 163):

A obra maior do físico inglês Isaac Newton intitula-se Princípios Matemáticos de Filosofia Natural (1687) pois nela a matemática está omnipresente. Surgiu aí a expressão matemática da força da gravitação universal, uma força inversamente proporcional ao quadrado da distância entre dois corpos, com a qual se consegue descrever o movimento da Lua em volta da Terra ou o movimento da Terra em volta do Sol. Mas, embora o génio de Newton tivesse intuído a universalidade da força gravitacional (é com base nessa universalidade que, por exemplo, simulamos hoje choques de galáxias num supercomputador), e embora as poderosas ferramentas do cálculo infinitesimal tivessem ficado disponíveis, muitos problemas da chamada “mecânica celeste”, o estudo do movimento dos corpos celestes, ficaram em aberto. Desde logo o movimento conjunto do Sol, da Terra e da Lua, um exemplo do chamado “problema dos três corpos”. Essa questão tem desafiado os matemáticos e os físicos até à actualidade e está, de certo modo, na base da moderna teoria do caos. A aparente regularidade do movimento dos três corpos esconde uma insuspeita complexidade, que se manifesta quando se quer conhecer o futuro com precisão.

O poder da teoria newtoniana era enorme: ela conseguia descrever e explicar tanto a órbita aproximadamente circular da Lua em torno da Terra como a órbita, também aproximadamente circular, da Terra em volta do Sol, com base apenas na fórmula da força e na indicação das condições iniciais, isto é, a posição e a velocidade da Terra e da Lua. Cada um desses problemas diz-se um “problema de dois corpos”. De facto, pode mostrar-se que esses problemas de dois corpos se reduzem com facilidade ao problema de um só corpo: por exemplo, o sistema Terra-Sol pode ser substituído pelo movimento de um astro com a massa reduzida da Terra e do Sol (que é praticamente a massa da Terra, tal é a desproporção entre as duas) em torno do centro de massa (que coincide praticamente com o centro do Sol, pela mesma razão). Na mecânica de Newton, o problema de um corpo tem solução analítica, isto é, a equação diferencial de segunda ordem no tempo que descreve o movimento pode ser integrada para dar uma função conhecida, a função que descreve uma órbita elíptica.

Os matemáticos apreciam o maior grau de generalidade possível, pelo que alguns preferem tratar, em vez do problema de três corpos, o problema de n corpos e depois fazer n = 3. Em geral, o problema de n corpos consiste na resolução do seguinte conjunto de equações diferenciais:



em que m_j é a massa de cada um dos corpos (partículas), q_j são os seus vectores posicionais (os dois pontos por cima de q_j no primeiro membro significam segunda derivada em ordem ao tempo) e G é a constante de gravitação universal, uma vez dadas as posições iniciais e as velocidades iniciais dos n corpos (j = 1,..., n).

No entanto, o problema de três corpos celestes (Eq. (1) com n = 3), que interagem por meio da força de gravitação universal, cedo se revelou muito mais complicado do que o problema de dois corpos. Foi resistindo aos vários ataques que os sucessivos desenvolvimentos do cálculo infinitesimal permitiam. Métodos habilidosos, que apesar do seu engenho conduziam a resultados apenas aproximados, conduziram à descrição dos movimentos dos planetas do sistema solar tendo em conta não apenas a interacção com o astro-rei, mas também as suas interacções recíprocas: a coroa de glória da mecânica de Newton foi, sem dúvida, a descoberta do planeta Neptuno efectuada apenas com “a ponta do lápis”: os cálculos, na altura apenas manuais, necessários para descrever a órbita conhecida do planeta Urano implicavam a perturbação por um planeta então desconhecido, precisamente Neptuno. O astrónomo alemão Johann Galle que olhou pelo telescópio em 1846 para o sítio que tinha sido indicado, independentemente, pelo inglês John Adams e pelo francês Urbain Le Verrier (há alguma controvérsia sobre a primazia da descoberta), limitou-se a confirmar a previsão teórica.

O sucesso só foi possível porque a perturbação planetária era pequena. Casos mais intrincados estavam longe de ser simples. Um dos grandes herdeiros da mecânica de Newton, o matemático suíço Leonard Euler, mostrou em 1760 o seu génio ao propor certas soluções particulares para um modelo simplificado do problema de três corpos, chamado problema de três corpos restrito: nesse modelo, dois dos corpos, de maior massa, consideram-se fixos enquanto o terceiro corpo está móvel. O modelo, que admite algumas soluções analíticas, é, em boa verdade, um problema de um corpo no campo criado por dois centros de força. Apesar de ser interessante do ponto de vista matemático (o matemático italiano Joseph-Louis Lagrange deu, logo a seguir a Euler, uma outra importante contribuição), não tem correspondência física exacta: é impossível, na prática, “congelar” as posições e as velocidades dos dois astros de maior massa, por estes estarem sujeitos a atracção mútua.

O problema de três corpos tornou-se foco das atenções. Como os grandes problemas atraem os maiores génios, não admira que o grande matemático francês Henri Poincaré tenha, no final do século XIX, trabalhado nele. Em 1887, respondeu a um concurso do reino da Suécia e da Noruega que atribuía um prémio chorudo por ocasião da comemoração dos 60 anos do rei Óscar II. Pedia-se uma resposta à questão de encontrar uma solução na forma de uma série convergente para o problema de três corpos, o que seria um importante passo para conhecer a estabilidade a longo prazo do sistema solar. Poincaré não resolveu completamente o problema proposto, mas o seu trabalho sobre o problema de três corpos restrito foi distinguido. Um dos membros do júri, o matemático alemão Karl Weierstrass, afirmou: “Este trabalho não pode ser considerado realmente como fornecedor da solução completa para a questão proposta, mas o que de mais importante tem esta publicação é que ela inaugura uma nova era na história da mecânica celeste“. Com efeito, Poincaré, ao embrenhar-se na complexidade do problema considerado, tornou-se, sem ter consciência disso, o pai da moderna teoria do caos...

Vendo bem, não admira que o problema geral de três corpos não tenha solução analítica. Os físicos sabem que os problemas de mecânica se podem simplificar quando há quantidades físicas que se conservam. O problema gravitacional de dois corpos reduz-se ao problema de um corpo e este tem solução analítica graças à conservação de um certo número de grandezas, como a posição e o momento linear do centro de massa, o momento angular e a energia. É fácil verificar que o problema geral de três corpos tem muito mais variáveis do que grandezas que se mantenham constantes: provou-se um teorema segundo o qual só há dez grandezas que se conservam, as grandezas indicadas, ao passo que o problema de três corpos no espaço tridimensional tem 3 x 3 x 2 = 18 variáveis. Hoje em dia, depois do advento dos modernos computadores, problemas sem solução analítica têm solução numérica graças a técnicas de integração numérica. Dadas apenas as forças e as condições iniciais dos corpos em causa, podem conhecer-se todas as trajectórias em qualquer momento. Dizemos que o sistema é determinista, no sentido de que é possível conhecer o futuro a partir do passado: consegue-se calcular todas órbitas dos astros intervenientes a partir das suas posições e velocidades.

No entanto, tanto os físicos como, principalmente, os matemáticos gostam de dispor de soluções analíticas. Os métodos numéricos são eficazes, mas o resultado não é mais do que uma longa tabela de números, que, apesar de se poderem representar sob a forma gráfica, não fornecem necessariamente uma compreensão geral da dinâmica. E foi assim que o problema de n corpos, incluindo o caso n = 3, continuou até aos nossos dias a ser objecto de investigação dos que preferem teoremas e expressões analíticas a listas de números ou desenhos de curvas. Os tratamentos analíticos são dificultados por existirem na mecânica celeste as chamadas singularidades, correspondentes a aproximações mútuas muito grandes, choques mesmo, de dois corpos quaisquer, quando a distância é muito pequena e a força gravitacional é, por isso, muito alta. Um teorema notável a respeito do problema gravitacional de três corpos foi provado em 1912 pelo matemático finlandês Karl Sundman: ele mostrou que, excluindo as singularidades, existe uma solução na forma de uma série de potências da raiz cúbica do tempo, t^1 / 3 , série essa que é convergente para todos os valores reais de t. O problema geral acabou também por não resistir aos porfiados esforços dos matemáticos. Em 1991, o matemático norte-americano de origem chinesa Qiudong Wang generalizou o resultado de Sundman para valores arbitrários de n.

Os métodos analíticos e numéricos são complementares, já que iluminam o problema de maneira diferente. No caso do problema de n corpos, o cálculo de numerosos termos de séries (séries de convergência muito lenta) não é mais fácil do que a integração numérica directa, que hoje se faz trivialmente, se se dispuser de um computador pessoal e de um algoritmo adequado (um dos algoritmos mais simples de integração de equações diferenciais tem o nome de Euler: o método de Euler é demasiado grosseiro, mas uma sua modificação simples tem grande valor pedagógico, dando resultados muito razoáveis).

O que revelaram os computadores, de uma maneira muito mais clara e directa do que os métodos analíticos? Pois revelaram que o sistema de três corpos celestes, apesar de ser determinista (as equações são bem conhecidas, não havendo nenhum elemento de acaso), mostra um comportamento caótico, no sentido em que duas condições iniciais muito próximas conduzem a órbitas que se tornam rapidamente muito diferentes. A palavra “caos”, que é de uso corrente, tem em física e matemática um significado preciso: extrema sensibilidade às condições iniciais, quer dizer, divergência de soluções inicialmente próximas. A teoria do caos surgiu, muitos anos após o caos ter sido entrevisto por Poincaré quando, em 1963, um meteorologista do MIT, o norte-americano Edward Lorenz, estudava numericamente as soluções de um problema de três equações diferenciais não lineares de primeira ordem que descreve um fluxo de uma camada de fluido sujeita a um aquecimento por baixo. Não foi sem surpresa que verificou que duas entradas de dados muito próximas correspondiam a resultados que a prazo eram muito afastados. O interesse pelo caos explodiu com a democratização dos computadores que se verificou no início dos anos 80 do século passado. Pode mesmo dizer-se que o novo instrumento possibilitou o aparecimento de uma “ciência nova”. Aproximações numéricas e analíticas fertilizaram-se mutuamente, seja em questões de meteorologia (uma tempestade no Brasil pode ser provocada por um bater de asas de uma borboleta na China, o chamado “efeito borboleta”), seja em questões de vários outros domínios. A descoberta do caos na mecânica celeste é, de certo modo, paradoxal: pois não é a descrição do sistema solar que hoje possuímos um triunfo dos métodos analíticos devidos a Newton e uma confirmação da extraordinária capacidade de previsão da física-matemática? Sim, mas, há quase cinco mil milhões de anos, no início do sistema solar, este, em vez de ser essencialmente ordenado como hoje, era caótico e só uma “selecção natural” das órbitas “mais aptas” levou à situação de ordem actual (e, já agora, esse “darwinismo cósmico” esteve na base da selecção natural que se seguiu ao aparecimento da vida no terceiro planeta a contar do Sol). Os choques cósmicos levaram à perda de muitos corpos celestes. E, mesmo hoje, de posse de computadores muito sofisticados que permitem cálculos astronómicos a muito longo prazo, sabemos que o sistema solar exibe um comportamento caótico. O físico-matemático francês contemporâneo Jacques Laskar verificou mesmo que, a longo prazo, a órbita do nosso planeta não é tão estável como esperamos.

Pois os céus que eram, no tempo de Newton, o reino da ordem, são, no tempo de Laskar, o reino da desordem. Como que a prová-lo, aparecem inesperadamente asteróides, alguns dos quais podem constituir um perigo para a Terra (ou, mais propriamente, para a vida na Terra). Poincaré permanece actual, pois alguns dos problemas que estudou continuam nos nossos dias, agora aligeirados por progressos substanciais de compreensão: o matemático francês não conseguiu progredir mais apenas porque lhe faltava na época o computador digital. Hoje, esse é um instrumento para observar o céu tão importante como o telescópio. O telescópio permite observar o céu o presente, ou melhor, o passado, pois a luz, com velocidade constante, demora tempos diferentes a vir de astros a distâncias diferentes. Mas o computador permite “observar” tanto o futuro como o passado, é uma verdadeira máquina de viajar no tempo. Porém, com a incerteza intrinsecamente associada à noção de caos, estamos condenados a desconhecer com precisão o futuro astronómico, mesmo que conheçamos muito bem as condições actuais dos astros à nossa volta. O nosso futuro, mesmo do ponto de vista astronómico, é incerto!


Marta Bellini.


Apontamento malaguenho

por Rui Bebiano, Portugal, Blog A terceira noite AQUI


Queridisimos intelectuales (del placer y el dolor) é um documentário que obviamente não vi, estreado ontem no Festival de Cinema de Málaga no qual certamente não estive. Dele retenho, por isso, apenas os ténues ecos, frases soltas, que chegam com as leituras em roda livre das três da madrugada. Eles contam que o filme cola intervenções avulsas, aparentemente incoerentes, de intelectuais espanhóis contemporâneos. Guardo duas. A primeira é de Carlos Moya, não o ex-tenista de sucesso mas o sociólogo emérito, que declara ter sido o haxixe, durante os anos sessenta, «a quinta coluna do Islão» no Ocidente. Fica a boutade, para reflexão eventual e memória futura da mesma.


A segunda intervenção que retenho é a de Santiago Carrillo, e nela o velho resistente, o antigo secretário-geral do PCE, afirma que durante a Guerra Civil espanhola teve lugar «uma explosão de liberdade sexual». Esta «liberdade sexual» nas diversas frentes de combate deve ser relativizada mas foi real. Ela serviu à propaganda do franquismo, aliás, para mostrar a «imoralidade» dos republicanos, apresentados por vezes como vivendo em permanência entre Sodoma e Gomorra. Veja-se, como exemplo, a descrição dos republicanos «bolcheviques e jacobinos» traçada no conhecido filme de propaganda L’assedio del’Alcazar, rodado em 1940 por Augusto Genina.


Sem querer ser simplista, julgo no entanto poder dizer, em abono da frase de Carrillo, que uma moral sexual mais rígida, fundada na condenação de ligações múltiplas, descomprometidas e fora do casamento, foi sinal, apenas sentido a partir dos anos quarenta, de uma regressão do franquismo em relação a práticas anteriores, historicamente comprováveis, que admitiam realmente uma menor rigidez no campo da sexualidade. Algo de semelhante se passou aliás em Portugal, com o recuo imposto durante o salazarismo de uma vivência social, sob este aspecto razoavelmente aberta, que havia sido posta em prática em determinados ambientes durante a Primeira República.


Por outro lado, e esta é uma constante intemporal, a guerra intensa, e a guerra civil é uma guerra de elevadíssima intensidade, funciona sempre – como sabe quem alguma vez a viveu e os livros nos contam vezes infinitas – como um poderoso afrodisíaco. Debaixo da sua influência, os «factos da vida» acontecem então por si, mais naturalmente, por vezes violentamente, quase sempre com urgência. E nem entre os franquistas ela esteve ausente, como o comprovam diferentes testemunhos. Por isso a frase de Carrillo só pode admirar quem ande um tanto distraído ou esteja, com falta de tempo, à procura de um título para uma breve nota de reportagem. Provavelmente foi isto que aconteceu. Com êxito, pois foi ela que me chamou a atenção durante a leitura-relâmpago desta noite.

Se o articulista também criticasse a tolice dos jornalistas, o texto seria mais do que perfeito. Como está, é perfeito.


Observatório da Imprensa






"O jornalismo dos especialistas", Carlos Brickmann, para o Observatório da Imprensa

Edição de 29 de março


"Especialista é quem sabe cada vez mais sobre cada vez menos, e no fim acaba sabendo tudo sobre nada".

A definição de George Bernard Shaw hoje é incompleta: especialista também é aquele sujeito que aparece na TV com os botões do paletó explodindo, braços cruzados no peito, olhando bravo para os telespectadores (ou, pior ainda, com condescendência) e dizendo tudo, de lugares-comuns a bobagens, com ar professoral, como se fossem pensamentos originais e profundos.

Outro dia, na TV, um desses especialistas com o armário cheio de diplomas e pós-graduações pontificava a respeito da Líbia. Em sua opinião, melhor do que atacar as tropas de Kadafi seria armar os civis rebeldes, para que pudessem defender-se. Claro: e qualquer cavalheiro que até o mês passado era advogado, jornalista ou professor saberia pilotar um caça supersônico, não é verdade? Ou até mesmo dirigir um tanque pesado. Pois, se fosse para dar-lhes fuzis e revólveres, a coisa seria diferente:

1 - eles têm fuzis e revólveres, comprados no mercado negro, ou apreendidos nos quartéis que, no inicio da rebelião, conseguiram tomar;

2 - armas leves não adiantam nada, enfrentando blindados e ataques aéreos.
Essa história de chamar os universitários funciona bem no Show do Milhão. Mas sem o Sílvio Santos, fica mais difícil, perde o charme. Outro dia, uma especialista, professora numa das mais conceituadas universidades do país, disse que o problema da Líbia eram os soldados da vizinha Arábia Saudita que lá estavam para derrubar Kadafi e evitar que os xiitas dominassem os sunitas. Seria uma boa explicação, se pudéssemos esquecer alguns fatos:

1 - Na Líbia, se houver xiitas, são pouquíssimos;

2 - lá não há soldados sauditas;

3 - a Arábia Saudita tem fronteiras com Iraque, Jordânia, Omã, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen e Kuwait, não com "a vizinha" Líbia;

4 - a Líbia fica na África e a Arábia Saudita na Ásia

É ótimo quando o pessoal deixa de inventar e faz apenas o que deve. As explicações de William Waack são normalmente claras e precisas. E, ao contrário de alguns especialistas, não confunde Líbia e Líbano. O Diário de S.Paulo apresentou duas páginas impecáveis sobre a crise líbia - feitas por jornalistas.

Durante algum tempo, este colunista achou que talvez estivesse implicando demais com os universitários. Afinal de contas, entre eles há um Mário Sérgio Cortella, divertido, culto, sorridente, capaz de esclarecer sem ser prepotente.

Mas eis que Ricardo Kotscho, sempre direto, matou a charada: ele também não aguenta mais ouvir frases feitas como se fossem gotas de suprema sabedoria distribuídas aos boquiabertos telespectadores. E cita Ivan Lessa, que também não aguenta: a praga da sapiência chegou ao Reino Unido.

As equivalências

Há pouco tempo, ainda irritado com a decisão brasileira de apoiar as investigações sobre direitos humanos no Irã, um Mestre (dos mais antiimperialistas) desferiu aquela frase que imagina definitiva, comparando a situação iraniana àquela coisa horrorosa da PM, que jogou spray de pimenta numa criancinha.

Claro, a situação de direitos humanos no Brasil é terrível; só que o desrespeito aos direitos humanos não é política de Governo. Pode haver, e há, agressões a gays - mas não há leis que determinem a pena de morte aos homossexuais. Também não há, entre nossas autoridades, quem diga aquela besteirada iraniana de que lá não existem homossexuais. Pode haver, e há, assassínios cometidos por agentes governamentais, mas são crimes, e não estão amparados pela lei. Os idiotas bárbaros que jogaram spray de pimenta na criancinha (bem como os selvagens que atiraram no garoto, em Manaus) são criminosos, sujeitos a processo, e não heróis nacionais. Há mulheres agredidas (e a Lei Maria da Penha, para vergonha nossa, é ainda recente), mas Sakineh é um evento iraniano, não brasileiro. Aqui não existe pena de morte nem de lapidação. E sexo entre adultos, de comum acordo, não é um assunto de Estado.
Talvez alguém despreparado possa confundir as situações. Mas um professor universitário, com todos os MBAs e PhDs que as universidades podem oferecer?

As profissões

O problema é que os meios de comunicação estão confundindo as coisas: professores e especialistas têm de ser utilizados sempre que possível, mas para que o jornalista ganhe precisão e conteúdo na matéria que está preparando. Não pode haver uma substituição. Repórter não é o sujeito que sabe tudo: ele precisa apenas ter o telefone de quem sabe e dispor de cultura geral suficiente para entender as explicações técnicas. Raríssimo é o repórter que pode escrever sobre física quântica sem assessoria especializada; e mais raro ainda é o especialista em física quântica que consegue traduzir seu conhecimento para que seja entendido pelos consumidores de informação.

E é preciso tomar cuidado para evitar que o espaço noticioso seja monopolizado por quem sabe tudo sobre o Kama-Sutra, mas nunca viu gente pelada.

A ficha do Supremo

Muita gente ficou indignada com a decisão do Supremo segundo a qual a Lei da Ficha Limpa não poderia ter entrado em vigor nas últimas eleições, por desrespeitar o artigo da Constituição que impede que modificações nas leis eleitorais entrem em vigor a menos que a eleição seguinte ocorra no mínimo um ano depois.

Há dois fatos a analisar: primeiro, o dispositivo constitucional; segundo, a tentativa de tutelar o voto da população. Acusa-se o Supremo de, por um voto de vantagem, desrespeitar a vontade do eleitorado. Só que o Supremo não tem de respeitar ou desrespeitar a vontade do eleitorado: tem de verificar se a lei está ou não de acordo com a Constituição. Segundo, que história é essa de desrespeitar a vontade do eleitorado? O eleitor votou em Jader Barbalho, sim; esta foi sua vontade. A opinião deste colunista sobre Jader Barbalho não tem a menor importância: importante é a opinião da maioria do eleitorado do Pará. João Capiberibe, no Amapá, teve mais votos do que Gilvan Rocha; a vontade do eleitorado local, certa ou errada, é tê-lo no Senado, enquanto Gilvan perdeu as eleições.

Os meios de comunicação jogaram para a arquibancada. Colocaram-se como paladinos do combate à corrupção, com a Constituição ou contra a Constituição. Faltou noticiar o fato principal: havia, na Constituição, desde 1988, um dispositivo que provavelmente faria com que a Lei da Ficha Limpa fosse viável apenas nas eleições de 2012. Esquecer este fato foi faltar ao compromisso jornalístico com Sua Excelência, o consumidor de informações.

Perguntar não ofende

1 - Por que, numa manifestação pacífica, com ampla presença de crianças, a PM fluminense tinha à disposição sprays de pimenta?

2 - Por que, no caso de barbárie explícita ocorrido em Manaus, a notícia de que um jovem de 14 anos sem qualquer antecedente foi alvejado várias vezes, ficou alguns meses na gaveta? Por que o caso escandaloso demorou tanto tempo a ser divulgado?

3 - Por que os meios de comunicação, até o momento em que esta coluna era escrita, não levantaram as estatísticas de "mortes por resistência à prisão", diante da evidência de que, pelo menos no caso deste garoto, a alegação era falsa?

4 - Em outubro do ano passado, a Rota, polícia de choque da PM paulista, distribuiu títulos de Amigo da Rota a uma série de empresas, "por sua colaboração". Entre elas, quatro grandes cervejarias: Ambev (Brahma, Antarctica, Skol e outras), Schincariol (Schincariol e Devassa), Femsa (Kaiser) e Heineken.

Esta coluna perguntou, várias vezes, que colaboração foi essa que mereceu um gesto público de gratidão. Terá sido alguma doação em dinheiro? Tudo bem: faz parte do jogo, desde que esteja legalizada. Fardamento, armas, veículos? A Secretaria de Segurança Pública paulistana, a Polícia Militar e a Rota jamais responderam. Agora, que a Secretaria tem um serviço eficiente de assessoria de imprensa, profissional e bem-feito, que tal contar que colaboração foi essa?

Tarda mas não falha

Embora, como dirá qualquer especialista, Justiça que tarda já falhou. Veja este caso, que interessante: o Superior Tribunal de Justiça decidiu por unanimidade que as alíquotas da Resolução CIEX 02/79 podem ser adotadas para o cálculo do crédito-prêmio do IPI. Até aí, tudo bem. Mas a questão foi levada à Justiça em 1969 e resolvida em 2011. A definição demorou 42 anos!

A propósito, este colunista certamente fez uma pesquisa falha. Não encontrou nenhuma crítica nos meios de comunicação à demora em decidir o caso.

Loucura geral

Um anúncio via Internet chama a atenção: uma empresa chamada ImportBR oferece "o melhor programa de gravação de conversas em celulares", em que "nada fica registrado ou aparece no celular espionado". A empresa aponta, como CNPJ, o número 00.873.512/0001-62.

Anúncio falso ou não? Este colunista não tem a menor idéia e não vai colocar seu computador em risco de vírus tentando comprar um programa ilegal. Mas anunciar isso é uma pouca vergonha, na melhor das hipóteses. Alô, Polícia!

Enxerimento

Mais uma reportagem inteiramente baseada nos rendimentos de um técnico de futebol - e o técnico palmeirense, Luís Felipe Scolari, explosivo, diz que vai caçar "até no inferno" quem divulgar seu salário.

Os colegas jornalistas que desculpem este colunista, mas Scolari está coberto de razão. Ele não recebe dinheiro público. Como cidadão, fez um acerto com uma entidade privada e, tirando ele, o clube e as autoridades da Receita, ninguém tem nada com isso.

Se ganha mais do que o time inteiro do Xaxupiranga, isto não é problema nem do consumidor de informação nem do repórter: no máximo, do Xaxupiranga e seus jogadores. Felipão, campeão do mundo com a Seleção brasileira, técnico com boa campanha na Seleção portuguesa, amplamente vitorioso na profissão, é um astro, e tem de ganhar mais do que quem não é astro. Quanto? Quanto conseguir; quanto um clube ou federação estiver disposto a pagar.

Ninguém é obrigado a contratar um técnico do nível salarial de Felipão, ou de Mano Menezes, ou de Muricy Ramalho, ou de Vanderlei Luxemburgo. Há outros técnicos no mercado que, por uma série de circunstâncias (até por não terem ainda atingido o estrelato, custam menos. O Corinthians já foi bicampeão paulista com Rato, técnico dos juvenis, no comando do time profissional; e também com o estreante Eduardo Amorim. O Flamengo foi campeão com o estreante Andrade. É questão de opção, apenas isso.
Quanto às matérias sobre salários, além da invasão da intimidade do assalariado, trazem um risco extra: expô-lo, e expor sua família, à ação de criminosos. E para que: para defender uma tese ridícula a respeito de custos, tão científica quanto aquelas que provam que determinado time perde sempre que enfrenta outro cujo goleiro tem o nome iniciado pela letra M?

Não esqueçamos: a mãe de Robinho foi sequestrada exatamente quando a imprensa começou a divulgar que os salários do jogador estavam crescendo.

Gringo é rei

A imprensa deu quase sem críticas o estupro à soberania brasileira que foi a ação dos seguranças americanos na visita do presidente Obama. Mas aí ainda se pode encontrar alguma explicação - esdrúxula, mas existente. Duro mesmo é o caso Shakira: a Polícia brasileira, em massa, protegendo o hotel paulistano em que se hospedava a cantora colombiana. E protegendo do que? De quinze ou vinte fãs que queriam vê-la e pedir autógrafos, essas coisas perigosíssimas. OK, a gente entende, é mais confortável ficar parado na porta de um hotel de luxo do que fazer ronda nas perigosas ruas da cidade. Mas isso tem de mudar. São Paulo, imagina-se, é uma cidade cosmopolita. Se a cada gringo ilustre que a visitar a população tiver de mudar seus hábitos e evitar lugares bloqueados, as coisas na cidade vão ficar cada vez mais difíceis.

Como...

De um grande jornal:

"Eagle que caiu na Líbia lançou antes duas bombas de 500 toneladas".

O problema é que o peso máximo de decolagem do Eagle é de 31 toneladas - o que inclui armamento, o avião, o combustível, os pilotos. Como colocar mil toneladas de bombas aí dentro é um mistério!

...é...

De uma nota oficial do Ministério da Justiça:

"Prorrogado prazo para participação em prêmios sobre tráfico de pessoas"
Antigamente essas coisas não davam prêmio, não: davam é cadeia.

...mesmo?

De um grande jornal regional:

"Teve início nesta terça-feira as aulas do curso em malha para bebê"

Lembra quando havia concordância e o predicado concordava com o sujeito?

Mundo, mundo

É uma notícia inacreditável: trata normalmente de uma tentativa de burla à lei do país, como se nada houvesse de estranho; e, como o título não cabia, foi cortadinho até entrar no espaço. Mais ou menos como o Crime da Mala.

Primeiro, o título:

"Primeira-dama Guatemala pede divórcio para disputar presidência"

Agora, a tentativa de burla:

Como esposa é parente, a primeira-dama não poderia ser candidata à Presidência da República. Então, forja-se um divórcio e, como ex-primeira-dama, talvez consiga convencer o Judiciário de que está agindo de boa-fé.

Não parece um país mais ao Sul, que conhecemos tão bem?

E eu com isso?

Maremoto, tsunami, Líbia, terrorismo - tudo pesado demais. É preciso saber de coisas mais leves. De Maísa, por exemplo, ou de Charlie Sheen (Charlie Sheen, leve? Vá lá). Ou ainda de um vídeo de casamento que rendeu processo.

1 - Menina Maisa cozinha brigadeiro na TV e fala da carreira

2 - Ex-namorada de Lindsay Lohan é vista aos beijos com outra garota

3 - Fotógrafo flagra casal de sapos em ato sexual

4 - Cinegrafista é condenado após fazer "pior vídeo de casamento do mundo"

Ele caprichou: todo mundo de costas, filmados da cintura para baixo. Até que vai pagar pouco: R$ 1.600 de multa.

5 - Revista italiana flagra beijo de Pato e filha de Berlusconi

Se ela puxou o pai, ele não terá preparo físico para jogar bola.

6 - Amy Winehouse é clicada descalça na rua em Londres

7 - Croatas esquiam montanha de cueca

8 - Ivete Sangalo vai casar com pai de seu filho em abril

9 - Charlie Sheen perdeu a virgindade com prostituta

10 - Eu fazia sexo 20 vezes por semana", diz Russell Brand

Dizem que ele também mentia muito.

O grande título

Há dois excelentes títulos nesta semana - mas o vitorioso é óbvio. É impossível concorrer com ele. Comecemos pelo segundo lugar:

Comida:
País deve passar EUA em consumo de café


Este colunista é do tempo em que café se bebia.

E o grande, imbatível título:

Embaixador dos EUA requerido pré-posicionado de Armamento para ajudar golpistas; Reconhecido operações encobertas apoio as manifestações de rua, as forças cívicas e grupos de resistência

Eis uma legítima Tradução do Google Doido, só que foi publicada como título normal. Haverá alguém que consiga entender o que está dito?

(e-mail: carlos@brickmann.com.br)

Marta Bellini...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Libia


REBELDE por Leonardo Ferrari, psicanalista, Curitiba aqui

Fotografia Reuters in The Telegraph, Londres, 29/3/2011.


No meio do caminho em Wadi al Hamra, na Líbia, ele, um rebelde descalço, se ajoelha e ora. Lá de cima, o satélite aliado congela a imagem, a reproduz e ela vira o centro da missão. Há que substituir urgente o objeto da adoração, pagão. Que este homem seja logo convertido, ba-ti-za-do, e vire chapeiro do McDonald's. Ou como aquele brasileiro matuto cantou, empacotador das Casas Bahia. Irmão, a liberdade está chegando. Você será salvo.

terça-feira, 29 de março de 2011

Jornal do Terra. Entrevista com Maria Lins.

No Blog abordagem policial...

29mar2011 Em: Imprensa

Ações policiais equivocadas costumam ser amplamente divulgadas pela imprensa, que muitas vezes comete abusos em suas publicações, fazendo julgamentos precipitados ou mesmo omitindo informações imprescindíveis para o perfeito entendimento do fato. Neste ambiente, o papel da grande mídia na questão da segurança pública sempre é questionado por policiais, que se vêem sempre desfavorecidos e desabonados.

É preciso que se diga que é ilegítima qualquer tentativa por parte das polícias (institucionalmente) ou dos policiais (individualmente) de esconder abusos cometidos por nós, de novo, institucional ou individualmente. As polícias são instituições públicas, DEVEM satisfação à população, e se cometem erros, eles precisam ser demonstrados com a devida clareza, ou retornaremos aos tempos em que o controle social sobre o Estado era quase nulo, não obstante não possuirmos o melhor dos cenários neste sentido.

Por outro lado, precisamos de iniciativas que diminuam e eliminem os casos em que as sensações superam o fato, ou que o fato é desviado e escondido. Não se pode admitir que existam semi-verdades na imprensa. Quando existem questões por esclarecer em uma informação, é perfeitamente possível que ela seja divulgada admitindo esta carência. Mas muito se vê a ânsia pelo “furo” pautando as matérias.

Outro ponto é a perda do foco por parte da imprensa. Exibir questões cotidianas da incidência da criminalidade é necessário e admissível, se há responsabilidade, sem exaltação do sangue, como muitos folhetins fazem, com larga audiência dos que procuram a morbidez hollywoodiana em suas realidades. Com isso, adia-se a discussão séria das causas, e os efeitos continuam intactos.

Mas nem esses desvios cometidos pela imprensa justificam a sonegação de informação, ou a defesa irracional de algum tipo de controle coercitivo. A existência da imprensa é indispensável à democracia, não obstante, algumas vezes, se preste ao cometimento de ditaduras, tratando de causas empresariais ou governamentais de acordo com seus interesses.

Os policiais militares sabem bem o quanto é incômodo se submeter a limitações à liberdade de expressão, de modo que a defesa da extensão desse cerceamento aos demais cidadãos passa a ser inaceitável. Antes, cabe lutar para que os princípios que devem nortear a atividade da imprensa cheguem às instituições policiais, ao tempo em que discutimos como tornar a imprensa cada vez mais um vetor de regulação responsável da segurança pública no Brasil.

Para pensar. E pensar e pensar. Brasil...



Brickmann & Associados Comunicação Brickmann & Associados Comunicação - B&A - 29/03/2011 - www.brickmann.com.br




"Decoro, senhores, decoro", Coluna Carlos Brickmann

Coluna de Quarta-feira, 30 de março

Incitação ao racismo? Sim. Homofobia? Sim. Ofensa a pessoas de bem? Sim. O deputado federal Jair Bolsonaro, do PP fluminense, já tinha sido responsável por alguns desses malfeitos; agora, em rede nacional de TV, ampliou a gama de ofensas a parcelas ponderáveis da população. O deputado Jair Bolsonaro pode pensar o que quiser (como talvez exista quem ache que os problemas do mundo estariam resolvidos se todas as mulheres casassem virgens); mas incitar ao crime é outra coisa. A Câmara Federal, que o abriga, tem de cuidar do decoro parlamentar; do comportamento de seus integrantes. Tem de cuidar de Bolsonaro.

Jair Bolsonaro, falando ao programa CQC, da Rede Bandeirantes, disse que seus filhos "não correm o risco" de namorar uma mulher negra, "porque foram muito bem educados"; também não correm o risco de "virar gays". Em seguida, fez uma acusação pesada à cantora Preta Gil (e aos artistas em geral): "Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o seu".

O ambiente de Bolsonaro tem seus momentos de, digamos, leveza. Fotos em poder desta coluna mostram, por exemplo, que ele tem o hábito de se depilar. O caro leitor já imaginou o que alguém maldoso diria de macho que se depila?

Bolsonaro disse, em outra ocasião, que o pai cujo filho manifestar "tendências gays" deve espancá-lo, até que mude de idéia. Como ninguém se importou, voltou a propagar idéias desse tipo. Alô, Comissão de Ética! Vocês ainda existem?

O depilado

Ninguém é obrigado a aprovar o comportamento dos outros. Ninguém é obrigado, seja por que motivo for, a gostar de alguém, mas é obrigado a respeitá-lo. Dizer que um rapaz não namoraria uma negra por ser bem educado é desrespeitoso. Todos podem pensar o que quiserem, mas não precisam ser idiotas.

O homem invisível

No show de truculência proporcionado pela segurança de Barack Obama no Brasil, um ministro escapou ileso: Pedro Novaes, do Turismo. Ninguém o revistou. Explica-se: esqueceram de convidá-lo. Nem o Governo lembrou dele. O caro leitor se lembra? É aquele que gastou um monte de verba pública no motel.

A bola rola

Atenção: uma lei que passou meio despercebida muda muito a relação entre jogadores de futebol, clubes e empresários, reforçando o poder dos clubes. Veja em www.brickmann.com.br o artigo do excelente portal jurídico Espaço Vital.

A ponte que partiu

A notícia não foi publicada e a Infraero a nega. Mas Cláudio Humberto, um dos mais bem-informados colunistas do país (www.claudiohumberto.com.br), dá a informação - e ele merece crédito: "Após um estalo, a operadora da ponte de embarque do Terminal 1 do aeroporto de Guarulhos (SP) empurrou uma mãe e filha, salvando-as da tragédia: a geringonça, conhecida por finger, despencou, segundo testemunhas. E levou junto a porta do Boeing 777 da United.

Ocorrido há um mês, o caso foi mantido sob sigilo e indica falta de manutenção na Infraero, que nega até o desabamento. Por sorte, ninguém se feriu. O prejuízo ficou com a United, cujo avião foi retido por três dias para consertar a porta e ainda voou aos EUA, vazio, para fazer manutenção".

Genro? Não, uma mãe

Depois de passar toda a campanha eleitoral criticando os gastos da governadora Yeda Crusius, o novo governador Tarso Genro, do PT, já criou em três meses 500 novos empregos públicos no Rio Grande do Sul. Destes, 330 podem ser preenchidos sem concurso. A festa da companheirada gaúcha não é acompanhada pelo Governo Federal: a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, baixou portaria suspendendo a nomeação de novos funcionários já concursados e adiando a realização de novos concursos. Motivo: economia. Pelo jeito, o Governo Federal é mais pobre que o Governo do Rio Grande do Sul.

Crime premiado

Não há nenhuma dúvida sobre o fato nem sobre a autoria. Um adolescente de 17 anos, sem habilitação, guiando o carro do pai, atropelou três pessoas em Guarulhos, SP. Duas morreram: uma menina de 11 anos, uma moça de 18. A terceira vítima, uma mulher de 44 anos, teve fratura nas duas pernas e foi internada, em estado grave. Dois dias depois do atropelamento, o adolescente e o pai se apresentaram à Polícia. O garoto, réu confesso; o pai, que segundo o carona do filho autorizou-o a pegar o carro, mesmo sem habilitação, foram ouvidos e liberados. Devem responder aos processos em liberdade.

Alguém acredita que o rapaz ficará algum dia sem dirigir? Ele escapou, com o pai, de ser privado da liberdade. Duas meninas, que foram privadas da vida, mais suas famílias, privadas das filhas, ficam esperando - até quando?

Relembrando

Para que não haja dúvidas quanto aos prazos, o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, réu confesso do assassínio a sangue frio de sua ex-namorada Sandra Gomide, já condenado à prisão, continua livre, dez anos depois do crime.

BBC News

Jordan battles to regain 'priceless' Christian relics

Book found in Jordan

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They could be the earliest Christian writing in existence, surviving almost 2,000 years in a Jordanian cave. They could, just possibly, change our understanding of how Jesus was crucified and resurrected, and how Christianity was born.

A group of 70 or so "books", each with between five and 15 lead leaves bound by lead rings, was apparently discovered in a remote arid valley in northern Jordan somewhere between 2005 and 2007.

A flash flood had exposed two niches inside the cave, one of them marked with a menorah or candlestick, the ancient Jewish religious symbol.

A Jordanian Bedouin opened these plugs, and what he found inside might constitute extremely rare relics of early Christianity.

That is certainly the view of the Jordanian government, which claims they were smuggled into Israel by another Bedouin.

Start Quote

As soon as I saw that, I was dumbstruck”

End Quote Philip Davies Sheffield University

The Israeli Bedouin who currently holds the books has denied smuggling them out of Jordan, and claims they have been in his family for 100 years.

Jordan says it will "exert all efforts at every level" to get the relics repatriated.

Incredible claims

The director of the Jordan's Department of Antiquities, Ziad al-Saad, says the books might have been made by followers of Jesus in the few decades immediately following his crucifixion.

"They will really match, and perhaps be more significant than, the Dead Sea Scrolls," says Mr Saad.

"Maybe it will lead to further interpretation and authenticity checks of the material, but the initial information is very encouraging, and it seems that we are looking at a very important and significant discovery, maybe the most important discovery in the history of archaeology."

Detail from the Jordanian relic The texts might have been written in the decades following the crucifixion

They seem almost incredible claims - so what is the evidence?

The books, or "codices", were apparently cast in lead, before being bound by lead rings.

Their leaves - which are mostly about the size of a credit card - contain text in Ancient Hebrew, most of which is in code.

If the relics are of early Christian origin rather than Jewish, then they are of huge significance.

One of the few people to see the collection is David Elkington, a scholar of ancient religious archaeology who is heading a British team trying to get the lead books safely into a Jordanian museum.

He says they could be "the major discovery of Christian history", adding: "It's a breathtaking thought that we have held these objects that might have been held by the early saints of the Church."

He believes the most telling evidence for an early Christian origin lies in the images decorating the covers of the books and some of the pages of those which have so far been opened.

Mr Elkington says the relics feature signs that early Christians would have interpreted as indicating Jesus, shown side-by-side with others they would have regarded as representing the presence of God.

"It's talking about the coming of the messiah," he says.

"In the upper square [of one of the book covers] we have the seven-branch menorah, which Jews were utterly forbidden to represent because it resided in the holiest place in the Temple in the presence of God.

"So we have the coming of the messiah to approach the holy of holies, in other words to get legitimacy from God."

Location clues

Philip Davies, Emeritus Professor of Old Testament Studies at Sheffield University, says the most powerful evidence for a Christian origin lies in plates cast into a picture map of the holy city of Jerusalem.

"As soon as I saw that, I was dumbstruck. That struck me as so obviously a Christian image," he says.

"There is a cross in the foreground, and behind it is what has to be the tomb [of Jesus], a small building with an opening, and behind that the walls of the city. There are walls depicted on other pages of these books too and they almost certainly refer to Jerusalem."

Book found in Jordan The books were bound by lead rings

It is the cross that is the most telling feature, in the shape of a capital T, as the crosses used by Romans for crucifixion were.

"It is a Christian crucifixion taking place outside the city walls," says Mr Davies.

Margaret Barker, an authority on New Testament history, points to the location of the reported discovery as evidence of Christian, rather than purely Jewish, origin.

"We do know that on two occasions groups of refugees from the troubles in Jerusalem fled east, they crossed the Jordan near Jericho and then they fled east to very approximately where these books were said to have been found," she says.

"[Another] one of the things that is most likely pointing towards a Christian provenance, is that these are not scrolls but books. The Christians were particularly associated with writing in a book form rather than scroll form, and sealed books in particular as part of the secret tradition of early Christianity."

The Book of Revelation refers to such sealed texts.

Another potential link with the Bible is contained in one of the few fragments of text from the collection to have been translated.

It appears with the image of the menorah and reads "I shall walk uprightly", a sentence that also appears in the Book of Revelation.

While it could be simply a sentiment common in Judaism, it could here be designed to refer to the resurrection.

It is by no means certain that all of the artefacts in the collection are from the same period.

But tests by metallurgists on the badly corroded lead suggest that the books were not made recently.

The archaeology of early Christianity is particularly sparse.

Little is known of the movement after Jesus' crucifixion until the letters of Paul several decades later, and they illuminate the westward spread of Christianity outside the Jewish world.

Never has there been a discovery of relics on this scale from the early Christian movement, in its homeland and so early in its history.

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Vocês acham que é apenas no Brasil que os "colegas" fazem das suas? Nãããooo" Também na "polida" Alemanha as coisas vão como o diabo gosta!

Professor Resigns Over Misconduct Scandal

A German anthropology professor has resigned after a Frankfurt university panel ruled he made up data and plagiarized works of colleagues. Experts said knowledge about human evolution has to be revisited as a result.

According to the commission's findings, Reiner Protsch von Zieten lied about the age of human skulls by dating them back thousands of years. He is also accused of trying to sell specimens that belonged to the university and plagiarizing the work of colleagues.

"The commission finds that Prof. Protsch has forged and manipulated scientific facts over the past 30 years," a university statement read.

The report also said Protsch was unable to properly employ methods to date specimens. He allegedly presented skulls that he said were tens of thousands of years old even though they belonged to people who died just a few hundred years ago.

One of the skulls, which might be much younger than orignally thoughtBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: One of the skulls, which might be much younger than orignally thought"Anthropology now has to revise its picture of modern man between 40,000 and 10,000 BC," Thomas Terberger, an archaeologist at the University of Greifswald in eastern Germany told reporters.

Protsch denies misconduct

While Protsch, 66, did not comment on the commission's findings after they were publicized, he already attacked the investigation in an interview with Frankfurter Neue Presse on Jan. 14.

"This was a court of inquisition," he said. "They don't have a single piece of hard evidence against me."

Protsch has also said that the questionable dating of skulls was not done by him but by an assistant instead. He said that skulls claimed by the university as its property belonged to him and said that he always credited colleagues appropriately in his publications.

Consisting of several university professors, the commission did not recommend any further investigation into the matter, but suggested university officials should consider revoking Protsch's pension. State prosecutors said they were still investigating embezzlement allegations against the anthropologist.

University to blame as well

The commission also blamed university officials for failing to act earlier on tips about Protsch's misconduct. Even when Protsch, who received a doctorate from the University of California, Los Angeles, was first hired, the university's self-control mechanisms failed as experts had warned officials about the candidate's lacking credentials.

A sculpture outside a building belonging to Frankfurt UniversityBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: A sculpture outside a building belonging to Frankfurt UniversityFrankfurt University's president, Rudolf Steinberg, on Thursday apologized to "all those harmed by" Protsch and acknowledged that the institution's administration had ignored the professor's misconduct for decades despite existing proof for his mistakes.

"A lot of people looked the other way," Rudolf Steinberg, the university's president, told Frankfurter Allgemeine Zeitung. He added that students and new university employees would be informed about the basics of appropriate scientific research behavior in the future.

DW staff (win)