domingo, 27 de março de 2011

Ética e Jornalismo

Em recente programa de TV, o "Saia Justa", uma jornalista comentou os eventos de Fukushima. Ela indicou que todos os recursos jornalísticos brasileiros estavam preparados para dar a notícia sobre o pior. Segundo ela, "foi muito frustante" a não ocorrência da catástrofe. Alertada por outra jornalista, de que foi menos ruim sem a hecatombe esperada, ela insistiu: "mas foi uma frustração jornalística".

Deus ! Em livro polêmico sobre o jornalismo e o terror, L. Dispot se perguntava sobre o dia em que veríamos na TV a execução de seres humanos. Hoje, é possível assistir estupros, assassinatos, tortura, etc. on line, em tempo real. A TV treina as pessoas para aceitar o inaceitável como se ele fosse "natural" ou mesmo "desejável", criando expectativas tremendas. É bom reler o texto de L. Dispot, mesmo dele discordando em alguns pontos :
La Machine à Terreur (Paris, Grasset, 1978). E a leitura de Karl Kraus segue como exigência de rigor ético...

RR