Para Roberto Romano da Silva, a missão das editoras universitárias é a de servirem de elo entre o saber acadêmico e outras partes interessadas da sociedade.
por Vinícius Gaiger
A
crítica severa ao mercado editorial foi pauta da conferência de
abertura da XXVIII Reunião Anual da ABEU, a Associação Brasileira de
Editoras Universitárias. O doutor em filosofia e professor da
Universidade Estadual de Campinas, Roberto Romano da Silva, foi o
convidado do evento para discutir a produção editorial "Do
renascimento aos nossos dias: as letras e suas formas". Contemplando de
Sócrates ao universo tecnológico dos nossos dias, o professor da
UNICAMP criticou duramente as formas de conhecimento (e desconhecimento)
existentes na contemporaneidade.
Romano da Silva criticou o que chamou de pedantismo, uma prática adotada desde o advento da imprensa, que popularizou as publicações mas provocou o exibicionismo do saber. "Vivemos em uma época de fundamentalismo, em que a letra em si supera o espirito", afirmou. O conferencista definiu o pedante como aquele que não tem capacidade de inventar e apenas reproduz, apropria-se de conhecimentos sem digeri-los, apenas nutrindo-se dele.
Ao falar da missão das editoras universitárias destacou a necessidade de servirem de elo entre o saber acadêmico e outras partes interessadas da sociedade, além de auxiliar a pesquisa, buscando esse saber inventivo. "A produção universitária" - afirma - "precisa diminuir as estranhezas acadêmicas, deve propor uma naturalização do meio acadêmico aliado com a interdisciplinaridade".
O docente ainda criticou o produtivismo acadêmico e a pressa das instituições de pesquisa em qualificar mestres e doutores, o que, segundo ele, gera teses com pouca relevância editorial. Para ele, essa é mais uma das funções das editoras universitárias, oxigenar o pensamento produtivista que se cultiva nas universidades.
Roberto Romano condenou as políticas editoriais de grandes empresas, como a Amazon. Fazendo referência ao best seller "Cinquenta tons de cinza", o palestrante denominou as atuais obras mais vendidas como "Cinquanta tons de lucro". Na seqüência, criticou a fragilidade do saber que circula pela internet. Para Romano da Silva, "nos tempos online são poucas pessoas produzindo e muitas apenas consumindo, tratando de apenas mastigar o conhecimento".
Por fim, tratou de refletir sobre a cultura brasileira. Segundo o palestrante, criou-se o hábito de consumir sem se conhecer a técnica. Gosta-se dos programas, usam-se as ferramentas, mas não há dedicação em conhecer, em apropriar-se do modo de fazer.
A palestra encerrou-se com um pedido de desculpas pelas duras críticas apresentadas, que logo se mostrou desnecessária, pois os aplausos e sentimentos de admiração mostraram que as criticas do professor foram assimiladas e aprovadas, e podem contribuir com os temas abordados. Principalmente com o universo das editoras universitárias.
Romano da Silva criticou o que chamou de pedantismo, uma prática adotada desde o advento da imprensa, que popularizou as publicações mas provocou o exibicionismo do saber. "Vivemos em uma época de fundamentalismo, em que a letra em si supera o espirito", afirmou. O conferencista definiu o pedante como aquele que não tem capacidade de inventar e apenas reproduz, apropria-se de conhecimentos sem digeri-los, apenas nutrindo-se dele.
Ao falar da missão das editoras universitárias destacou a necessidade de servirem de elo entre o saber acadêmico e outras partes interessadas da sociedade, além de auxiliar a pesquisa, buscando esse saber inventivo. "A produção universitária" - afirma - "precisa diminuir as estranhezas acadêmicas, deve propor uma naturalização do meio acadêmico aliado com a interdisciplinaridade".
O docente ainda criticou o produtivismo acadêmico e a pressa das instituições de pesquisa em qualificar mestres e doutores, o que, segundo ele, gera teses com pouca relevância editorial. Para ele, essa é mais uma das funções das editoras universitárias, oxigenar o pensamento produtivista que se cultiva nas universidades.
Roberto Romano condenou as políticas editoriais de grandes empresas, como a Amazon. Fazendo referência ao best seller "Cinquenta tons de cinza", o palestrante denominou as atuais obras mais vendidas como "Cinquanta tons de lucro". Na seqüência, criticou a fragilidade do saber que circula pela internet. Para Romano da Silva, "nos tempos online são poucas pessoas produzindo e muitas apenas consumindo, tratando de apenas mastigar o conhecimento".
Por fim, tratou de refletir sobre a cultura brasileira. Segundo o palestrante, criou-se o hábito de consumir sem se conhecer a técnica. Gosta-se dos programas, usam-se as ferramentas, mas não há dedicação em conhecer, em apropriar-se do modo de fazer.
A palestra encerrou-se com um pedido de desculpas pelas duras críticas apresentadas, que logo se mostrou desnecessária, pois os aplausos e sentimentos de admiração mostraram que as criticas do professor foram assimiladas e aprovadas, e podem contribuir com os temas abordados. Principalmente com o universo das editoras universitárias.