segunda-feira, 7 de março de 2011

A classe média, e seu modo cinico e arrogante de ser.

Acabei de ter mais uma experiência com a classe média ordinária do Brasil. Estavamos na entrada do Empório Santa Luzia, reduto dos fascistas da referida classe. Quando ia pegar um carrinho de compras, entra um senhor da minha idade, ou mais, me empurra e pega dois carrinhos. E os empurra, passando por cima do pé de minha mulher, machucando-a. Um adolescente (!) que estava ao nosso lado, sorriu sem graça, envergonhado pela truculência do homem que deveria ser um exemplo para ele. "É ruim quando as pessoas agem assim", murmurou para mim o menino. Fui até o mastodonte e lhe perguntei se ele tinha notado o que fizera. Ele começou a me pedir desculpas, em tom polido (e falso). A sua mulher, agressiva, berra na minha direção: "o senhor pensa que alguém faz ´aquilo´ de propósito ?". Ela não quis confessar o que seria "aquilo". Disse que sim, pois o propósito era atingir seus próprios fins, ignorando as demais pessoas. "O senhor é doente !". E a filha do casal, mais cínica do que a mãe, diz-me ser eu "revoltado, com o coração cheio de fel" e outras sandices semelhantes. O aparente genro, ou filho, pede que todos saiam do local, porque "ele (eu) está mal-humorado". E andam todos com garbo dos que, com certeza, marchariam em 1964. Indignada com o xingatório ("o senhor é doente"), minha mulher (a agredida e ferida) tomou satisfações pela covardia da mulher (xinga um homem e se julga indene). Enfim, mais uma pequena mostra da dominação de certas mulheres, na família brasileira.

Sou defensor dos direitos femininos. E dos direitos individuais. Mas não sou cego para certas formas de controle : na classe média as mulheres, aparentemente dominadas, mandam não raro à socapa, sobre seus maridos. E são as mais arrogantes e violentas. Não admira que o grande apoio à ditadura tenha sido dado por elas. E que as delações mais covardes, delas vieram.
Triste família mononuclear, patriarcal e matriarcal. Um horror.
RR