Guerra aos jornalistas 1
A pressão contra os jornalistas e o jornalismo vem crescendo - discretamente, mas de maneira constante. Não é apenas a censura, como a que atinge O Estado de S.Paulo, normalmente imposta por meios judiciais. É também a pressão de outros setores, que sabem perfeitamente que estão errados mas fazem o que podem para incomodar quem divulga as notícias que prefeririam ver ocultas.
O repórter Allen de Abreu, do Diário da Região, de São José do Rio Preto, SP, foi indiciado criminalmente pela Polícia Federal, a pedido do procurador da República Álvaro Stipp (será parente do grande Stipp Jr., repórter que por décadas cobriu a região do Vale do Paraíba para O Estado de S. Paulo? Se for, que tristeza teria causado a seu falecido parente!) O delegado José Eduardo Pereira de Paula promete também indiciar o editor-chefe do jornal, Fabrício Carareto.
E qual foi o hediondo crime que os levou ao indiciamento? Allan de Abreu publicou reportagens sobre a Operação Tamburutaca, sobre irregularidades que teriam sido cometidas por fiscais do Ministério do Trabalho. As informações estavam sob segredo de Justiça e por isso o indiciaram. Só que até o rio Preto, que corta a cidade, sabe que Supremo Tribunal Federal já tem jurisprudência sobre casos desse tipo: quem tem guardar o segredo de Justiça são as partes e os agentes públicos. Jornalista não está submetido a segredo de Justiça. E, na Constituição, está expressamente garantido ao jornalista o direito de preservar o sigilo da fonte. Não pode ser obrigado a revelar quem lhe deu a informação.
Traduzindo: querem intimidar o jornalista (e não conseguirão: Allen de Abreu já demonstrou que é duro) e incomodá-lo ao máximo, impondo-lhe a chateação como pena. Só que isso não faz parte da legislação brasileira. Alô, Conselho Nacional do Ministério Público! Qual sua posição a respeito deste caso?
Guerra à imprensa 2
Outro tipo de pressão, mais antigo e sem-vergonha, é a pressão política sobre a empresa jornalística, para que demita os repórteres mais incômodos. É o caso do jornalista Ricardo Filho, do Metrô News, de Guarulhos: ele revelou um escândalo de nepotismo na Secretaria de Energia do Estado de São Paulo, comandada pelo deputado federal José Aníbal (que quer ser candidato a prefeito da Capital).
O caso: o secretário-adjunto de Energia, Ricardo Achilles, mantém um sobrinho, Matheus Achilles Gomes, em outra área da mesma Secretaria, a Emae, Empresa Metropolitana de Águas e Energia. Matheus Achilles Gomes, o sobrinho, acompanha José Aníbal desde quando o hoje secretário era vereador.
Publicada a reportagem, começou a guerra. Dois deputados tucanos exigiram que fosse demitido - e a exigência foi imediatamente aceita. Até o aeroporto internacional de Guarulhos sabe que nenhum repórter publica nenhuma reportagem em nenhum jornal sem que passe pelos editores. Mesmo assim, o repórter foi afastado, sem que qualquer falha fosse apontada em sua reportagem.
Malhar é ótimo para quem frequenta academia.
A pressão contra os jornalistas e o jornalismo vem crescendo - discretamente, mas de maneira constante. Não é apenas a censura, como a que atinge O Estado de S.Paulo, normalmente imposta por meios judiciais. É também a pressão de outros setores, que sabem perfeitamente que estão errados mas fazem o que podem para incomodar quem divulga as notícias que prefeririam ver ocultas.
O repórter Allen de Abreu, do Diário da Região, de São José do Rio Preto, SP, foi indiciado criminalmente pela Polícia Federal, a pedido do procurador da República Álvaro Stipp (será parente do grande Stipp Jr., repórter que por décadas cobriu a região do Vale do Paraíba para O Estado de S. Paulo? Se for, que tristeza teria causado a seu falecido parente!) O delegado José Eduardo Pereira de Paula promete também indiciar o editor-chefe do jornal, Fabrício Carareto.
E qual foi o hediondo crime que os levou ao indiciamento? Allan de Abreu publicou reportagens sobre a Operação Tamburutaca, sobre irregularidades que teriam sido cometidas por fiscais do Ministério do Trabalho. As informações estavam sob segredo de Justiça e por isso o indiciaram. Só que até o rio Preto, que corta a cidade, sabe que Supremo Tribunal Federal já tem jurisprudência sobre casos desse tipo: quem tem guardar o segredo de Justiça são as partes e os agentes públicos. Jornalista não está submetido a segredo de Justiça. E, na Constituição, está expressamente garantido ao jornalista o direito de preservar o sigilo da fonte. Não pode ser obrigado a revelar quem lhe deu a informação.
Traduzindo: querem intimidar o jornalista (e não conseguirão: Allen de Abreu já demonstrou que é duro) e incomodá-lo ao máximo, impondo-lhe a chateação como pena. Só que isso não faz parte da legislação brasileira. Alô, Conselho Nacional do Ministério Público! Qual sua posição a respeito deste caso?
Guerra à imprensa 2
Outro tipo de pressão, mais antigo e sem-vergonha, é a pressão política sobre a empresa jornalística, para que demita os repórteres mais incômodos. É o caso do jornalista Ricardo Filho, do Metrô News, de Guarulhos: ele revelou um escândalo de nepotismo na Secretaria de Energia do Estado de São Paulo, comandada pelo deputado federal José Aníbal (que quer ser candidato a prefeito da Capital).
O caso: o secretário-adjunto de Energia, Ricardo Achilles, mantém um sobrinho, Matheus Achilles Gomes, em outra área da mesma Secretaria, a Emae, Empresa Metropolitana de Águas e Energia. Matheus Achilles Gomes, o sobrinho, acompanha José Aníbal desde quando o hoje secretário era vereador.
Publicada a reportagem, começou a guerra. Dois deputados tucanos exigiram que fosse demitido - e a exigência foi imediatamente aceita. Até o aeroporto internacional de Guarulhos sabe que nenhum repórter publica nenhuma reportagem em nenhum jornal sem que passe pelos editores. Mesmo assim, o repórter foi afastado, sem que qualquer falha fosse apontada em sua reportagem.
Malhar é ótimo para quem frequenta academia.