Procurador-geral pede a condenação de 36 réus do mensalão
DE SÃO PAULO
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou nesta quinta-feira (7) ao STF (Supremo Tribunal Federal) o pedido de condenação de 36 pessoas por envolvimento no esquema do mensalão com penas máximas que, se somadas, chegam a mais de 4.700 anos de prisão, revela reportagem de Felipe Seligman, Breno Costa e Matheus Leitão publicada na Folha desta sexta-feira (íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
O documento de 390 páginas, ao qual a Folha teve acesso, é a última peça a ser enviada por Gurgel antes do julgamento final sobre o caso, denunciado em 2006 por seu antecessor, Antonio Fernando Souza.
Folha Imagem |
No sentido horário: José Genoino, José Dirceu, Roberto Jefferson e Marcos Valério, que são réus no processo do mensalão |
Se o caso for julgado procedente pelos ministros do Supremo e nenhum dos crimes prescreverem, o publicitário Marcos Valério de Souza, por exemplo, poderá ser condenado a até 527 anos de prisão. Já o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pegariam, no máximo, 111 anos.
O suposto esquema foi revelado em 2005 pelo ex-deputado Roberto Jefferson, em entrevista à Folha, quando contou pela primeira vez sobre um suposto esquema de pagamentos mensais a deputados. O caso foi denunciado pela Procuradoria Geral da República em 2006 e acolhido pelo STF no ano seguinte.
O julgamento dos 38 réus do processo ainda não tem prazo para acontecer, mas o relator do caso no Supremo, ministro Joaquim Barbosa, já abriu prazo para as alegações finais das partes, pedindo esclarecimentos sobre fatos novos que surgiram já com a ação penal em andamento.