domingo, 14 de agosto de 2011

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Investidores aceitam juro negativo para evitar risco

Por MIN ZENG

Uma taxa iminente sobre certos depósitos bancários, a ser imposta pelo Bank of New York Mellon Corp., dos Estados Unidos, está canalizando mais fundos dos mercados monetários do país de volta para as notas de curto prazo do Tesouro americano, com a forte demanda baixando o juro para zero e, em alguns casos, para uma fração negativa.

A demanda por títulos do Tesouro americano com vencimento em um ano ou menos, conhecidos como T-bills, disparou nos últimos três pregões. Um acordo feito no início desta semana por parlamentares para reduzir o déficit fiscal e evitar uma moratória da dívida dos EUA incentivou muitos investidores a voltar para as T-bills.Em paralelo, as restrições à oferta e o aumento da aversão ao risco, associados aos problemas com as dívidas da zona do euro, estimularam a demanda por ativos seguros.

A bolsa também foi afetada pela aversão ao risco, com a Média Industrial Dow Jones caindo mais de 4% e o índice FTSE 100, de Londres, 3,2%.

A corrida por investimentos mais seguros também ajudou a derrubar a Bovespa, que estava caindo quase 6% no fim da tarde.

Agora, aumentando o incentivo para essa procura, veio o surpreendente anúncio do grande banco de custódia Bank of New York Mellon de que na próxima semana começará a cobrar uma taxa dos clientes que aumentaram muito seu saldo no mês passado, em meio a um ambiente nervoso dos investimentos e maior preferência por dinheiro.

O Bank of New York anunciou que vai cobrar 0,13%, mais uma taxa adicional se o juro das notas do Tesouro para um mês ficar abaixo de zero, dos depositantes que têm saldo médio mensal de US$ 50 milhões "por relacionamento com o cliente". A iniciativa, que equivale a uma taxa de juros negativa, visa repassar parte do custo aos clientes, já que os bancos de depósitos devem pagar cerca de 0,1% para a Federal Deposit Insurance Corporation, a agência de seguro-depósito dos EUA, para que esta garanta os depósitos.

"Ganhar juro zero com as T-bills ainda é melhor que pagar 13 pontos base, na opinião de muitos fundos do mercado monetário", disse Jerome Schneider, chefe de financiamento e curto prazo da Pacific Investment Management Co., em Newport Beach, Califórnia, uma das maiores firmas mundiais de gestão de recursos, com mais de US$ 1 trilhão em ativos sob gestão.

"A demanda por ativos de curto prazo vai aumentar em consequência dessa taxa, e haverá movimentos semelhantes se outras instituições seguirem o exemplo", disse Schneider. Disse ainda: "Simultaneamente, a oferta de dinheiro no mercado monetário está caindo, o que continuará a empurrar os juros de curto prazo a níveis próximos de zero".

Até agora o State Street Corp., outro grande banco de custódia, informou que não vai seguir o exemplo do seu rival.

O juro de muitas T-bills que vencem no final deste mês e em setembro está sendo negociado hoje numa faixa de 0,003% até 0,003% negativos. O valor de referência da T-bill de três meses rendeu 0,008%, caindo de um pico recente de 0,12% na segunda-feira. O preço dos títulos tem movimento inverso ao rendimento.

A rentabilidade negativa significa que os investidores estão dispostos a pagar uma pequena taxa para possuir T-bills, que são vendidas originalmente pelo departamento do Tesouro com desconto. A disposição de renunciar ao juro ressalta a grande ansiedade sobre as perspectivas econômicas mundiais.


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