domingo, 28 de agosto de 2011
Stone: sublime!
I. F. Stone. O Julgamento de Sócrates. Cia de Bolso. R$25,50.
Comprei um livro pelo título. O Julgamento de Sócrates. I. F. Stone ou Izzy, o autor. E descobri uma pérola, um diamante ... Fantástico livro. Estou terminando d eler, mas não consigo controlar minha vontade de falar e recomendar o livro de Stone. A apresentação, de Sérgio Augusto, logo fornece quem é Stone. Ou foi. Estudante de filosofia, deixou o curso no terceiro ano e tornou-se jornalista. Mas JORNALISTA e não comensal de patrões. Ironizado pelos colegas que tinham diploma, excuído do Clube dos puxa-sacos dos donos de jornais, Stone, aos 45 anos, pediu demissão do Daily Compass e fez seu próprio jornal. Stone ou como diz Sérgio Augusto, no prefácio do livro, a "pedra no caminhos dos poderosos”, desconfiava das verdades do governo dos EUA. Foi em busca das mentiras sociais dos EUA e revolveu casos de corrupção e abuso de autoridade dos governos e por isso sempre ficando à margem das redações, zombado pelos colegas. Com a indenização do Daily Compass criou uma newsletter: até agora o que ele fez nada se compara na imprensa do mundo. Era o I. F. Stone’s Weeklyque saiu em 17 de janeiro de 1953. "Pouco antes de virar quinzenal, em 1968, o alternativo mais bem informado do planeta ultrapassou a barreira dos 40 mil leitores” segundo Sérgio Augusto. Entre seus assinantes e leitores nada mais nada menos que Bertrand Russel, Albert Einstein e Eleanor Roosevelt. O I. F. Stone’s Weekly fechou quando Stone teve um enfarto. Sua despedida:
“Tenho podido viver de acordo com minhas convicções. Politicamente, acredito que não pode existir uma sociedade decente sem liberdade de crítica: a grande tarefa do nosso tempo é uma síntese de socialismo e liberdade. Filosoficamente, creio que a vida do homem se reduz, em última análise, a uma fé – cujos fundamentos estão além de qualquer prova – e que esta fé é uma questão estética, um sentimento de harmonia e beleza. Acho que todo homem é o verdadeiro Pigmalião de si próprio. E em recriando a si próprio, bem ou mal ele recria a raça humana e o futuro”.
O livro foi escrito no período de sua aposentadoria. Após aposentar dedicou-se aos estudos do grego e de pesquisas sobre a Grécia. Nada preguiçoso. Stone me deixou de queixo caído: mostra um Sócrates que não conhecemos. Sócrates que criticou os sofistas é apresentado como um sofista. Um homem que nunca tomou partido em Atenas, nem dos tiranos, nem dos democratas. Ainda não terminei de ler, mas aquele Sócrates apresentado por Platão e Xenofonte não é o Sócrates de Stone. O Sócrates de Stone tratava os homens comuns e a democracia com desprezo.
O que interessa a Stone é discutir a liberdade de expressão. Até a página que li a questão de Stone é a defesa de expressão, da liberdade. Para ele, Sócrates não fez sua defesa porque não queria comprometer sua crença na não liberdade de expressão. Não quis usar a democracia que tanto combateu, escolhendo, assim, a morte física, mas a imortalidade de seu pensamento.
I. F. Stone, “Izzy”, faleceu em 1989. Era uma lenda viva, como diz Sérgio Augusto. Izzy afirmava: “Não consigo me acostumar com o lado dos vencedores”.
O livro foi escrito no período de sua aposentadoria. Após aposentar dedicou-se aos estudos do grego e de pesquisas sobre a Grécia. Nada preguiçoso. Stone me deixou de queixo caído: mostra um Sócrates que não conhecemos. Sócrates que criticou os sofistas é apresentado como um sofista. Um homem que nunca tomou partido em Atenas, nem dos tiranos, nem dos democratas. Ainda não terminei de ler, mas aquele Sócrates apresentado por Platão e Xenofonte não é o Sócrates de Stone. O Sócrates de Stone tratava os homens comuns e a democracia com desprezo.
O que interessa a Stone é discutir a liberdade de expressão. Até a página que li a questão de Stone é a defesa de expressão, da liberdade. Para ele, Sócrates não fez sua defesa porque não queria comprometer sua crença na não liberdade de expressão. Não quis usar a democracia que tanto combateu, escolhendo, assim, a morte física, mas a imortalidade de seu pensamento.
I. F. Stone, “Izzy”, faleceu em 1989. Era uma lenda viva, como diz Sérgio Augusto. Izzy afirmava: “Não consigo me acostumar com o lado dos vencedores”.
É esse espírito de Izzy que amei. São poucos homens e mulheres que me atraem. Stone agora é mais um da minha vida e esperança. Nem todos os homens se vendem por alguns dinheiros.