domingo, 28 de agosto de 2011

Marta Bellini.


domingo, 28 de agosto de 2011



Tenho recebido posts nazistas em meu blog por causa de minha presença no dia da ocupação dos estudantes na reitoria da Universidade Estadual de Maringá na quinta-feira, dia 25 de agosto de 2011. Fui, sim, dar meu apoio às lutas estudantis: a volta do corte de 38% feita pelo atual governo, um restaurante com serviços adequados ao crescimento da universidade (cresceu com cerca de mais de 17 cursos, graduaçao e pós-graduação), banheiros em departamentos como de da psicologia, mais livros na biblioteca e etc. Lutam por causas nobres. Não lutam para benefícios privados. São públicos. Quando cheguei na frente da reitoria deparei-me com 600 alunos tendo experiência de luta política. Logo que cheguei, vi um aluno levar choque de um segurança da Universidade. SEI que isso é ILEGAL, CRIMINOSO ... e fui perguntar ao segurança por que ele havia feito isso. Ele, no alto de sua farda preta e azul, disse-me que não tinha o tal aparelho de tortura policial. Falei mais alto e os outros guardas disseram-me que defendiam a instituição. EPA! Quem EDUCA esses seguranças? Eles nem sabem que nós professores e alunos somos a instituição! E POR QUE ESSES SEGURANÇAS dão choque nos alunos? Isso é permitido por quem? Pelo reitor? Creio que não. Pelo prefeito do campus? Não sei. Não bastasse isso, o mesmo segurança - de preto e azul - chamou um PM para prender a mim e aos alunos que estavam na frente da porta da reitoria. Ora, quem esse segurança pensa que é? O dono da universidade? irá me dar choques quando eu sair da aula, às 23 horas? O PM chegou lá muito peito de pombo. Ameaçou-me. E eu me defendi. perguntei: cadê a ordem do governador? Cadê a ordem do reitor? Ou chegamos a um ponto que o governador nada vale, o reitor nada vale, vale o segurança da Universidade? Estaremos em um estado de falta de hierarquia tanto que um segurança pode trazer violência ao campus? Não duvido. OS ESTUDANTES REVIDARAM E DISSERAM SONORAMENTE: POLICIA PRENDE LADRÃO, ESTUDANTE NÃO! Interessante que nos ultimos anos as salas de aula foram saqueadas. Fomos roubados na UEM: roubaram computadores das salas de aula, de salas de professores, DVDs e esse segurança não chamou a PM. Ora, ora. Não estão defendendo a instituição nesse caso? QUE O REITOR TOME PROVIDÊNCIAS CONTRA ESSE inSEGURANÇA. É perigoso um estado de anarquia assim em que policiais/seguranças fazem o que querem. Tenho medo de ser morta a noite por gente assim.

Um professor disse aos alunos na porta da reitoria: vocês vão ver o que é universidade privada com essa invasão. Eu, que também sou professora, perguntei: o senhor é professor e dono de uma pizzaria na cidade; sabe bem o que é ser privatizado um lugar. Ora, ora. Onde estamos?

Nesse festival de besteira, dei-me conta que estava lá para pedir um documento que já solicitei 4 vezes à reitoria. Estou com um processo administrativo, tenho direito aos documentos para minha defesa e ninguém me fornece. Então aguardei o reitor sair de da reitoria. Saiu escoltado por alguns assessores. Ajoelhei-me pedindo o documento. A procuradora jurídica da Universidade tirou uma foto minha. Pensei: mais um processo administrativo? Logo eu que estou reivindicando meu direito de defesa? Daí é que meu apoio aos estudantes ficou mais forte. O reitor democraticamente eleito não me atende. Quem assinou meu inquérito foi a vice-reitora que está afastada por doença. É sobrinha de uma das professoras que pediu minha sindicância. Parente pode fazer isso? E eu estou me sentindo perdida nessa história. Meus direitos são cassados e eu ainda tenho que ficar quieta? Claro que não. Conversei com vários advogados. Todos são unânimes em dizer que meus direitos estão sendo vilipendiados. Minha percepção é que perdemos o senso de política pública; foi pro brejo. Por que a procuradora jurídica não me atende? O reitor me ignora, por que? Roubei? Não dou aulas? Dou, sim. Não faço meus deveres? Pelo contrário: o reitor disse a um colega professor da matemática, professor E., que a área 46 da CAPES foi extinta por causa do grupo do PCM (pós-graduação) da UEM que pediu esclarecimentos à reitoria da UEM. OU SEJA, EU E MINHAS COLEGAS C., C., O., V. e R. Ora, o presidente da Capes jamais atenderia um pedido de 5 professores de uma universidade do interior do Paraná. Para ele talvez sejamos o brejo dos brejos. Nem fizemos nenhum pedido a ele. Menospreza o PRESIDENTE DA CAPES E EMPODERA A NÓS, MEROS CINCO PROFESSORES , 3 deles na mira de um inquérito administrativo. E antes de proclamar que fizemos isso, é só telefonar ao Presidente da CAPES, professor Jorge Guimarães. Pergunte a ele. É mais fácil, mais polido, mais elegante do que nos acusar de algo absolutamente vazio. Ataquem, não vou deixar de defender a liberdade de expressão, nem o meu direito de defesa. Terei eu que telefonar ao presidente da CAPES? E por mais que os adeptos dessa reitoria entrem em meu blog e alguns professores me agridam, vou reagir. Pra quem não me conhece deixo claro: acredito na democracia e na inteligência. E nesse campo os estudantes mostram mais moral e cultura e inteligência. Os que me acusam têm medo. Sabem que eu continuo reivindicando. Nesses 25 anos de UEM nunca conheci tamanho clima stalinista, maoísta. E penso que os estudantes acabam abrindo uma das feridas mais duras da universidade onde trabalho: a ética e a moral.

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