terça-feira, 30 de agosto de 2011

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Dos últimos 4 prefeitos de Campinas, 3 não terminaram mandato


Dos quatro últimos prefeitos eleitos em Campinas, três não terminaram os mandatos por diferentes motivos


28/08/2011 - 10h18 . Atualizada em 28/08/2011 - 10h24
Rogério Verzignasse Agência Anhangüera de Notícias

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Romano sugere acabar com figura do vice
(Foto: Divulgação/Unicamp)

O campineiro ficou atordoado com o noticiário da semana. O prefeito sofre impeachment, o vice assume, a Câmara o afasta, uma decisão judicial o devolve o cargo. A cidade segue mergulhada em uma crise política interminável. Mas a tempestade de incertezas não é uma novidade. Dos quatro últimos prefeitos eleitos, três não terminaram os mandatos. Magalhães Teixeira (PSDB) e Antonio da Costa Santos (PT), o Toninho, morreram. Hélio de Oliveira Santos (PDT) foi cassado. Em seus lugares, assumiram vices. Eles passaram a ocupar a cadeira mais importante do Palácio dos Jequitibás, com poder para interferir no destino de 1 milhão de habitantes. Azar? Maldição? Certo mesmo é que, nos últimos 15 anos, o destino pregou peças nos eleitores campineiros, mudando a decisão das urnas.

E existe explicação para isso. A sociedade paga pelas deficiências do modelo eleitoral que permite ao vice (ainda que um desconhecido) assumir um cargo estratégico, administrar verbas, nomear secretários. Viciado, o sistema privilegia quem possivelmente nunca seria eleito e que, mesmo assim, recebe de graça, no colo, as benesses do poder.

O cientista político Roberto Romano, professor do Instituto de Filosofia e Ciência Humanas da Unicamp (IFCH), afirma que o Brasil precisa de uma reforma política radical, que elimine a figura do vice.

Com o impeachment de Hélio (PDT) no último sábado, tomou posse o vice Demétrio Vilagra, petista, que tem reconhecimento político dentro do partido. Mas que, para a população em geral, é um desconhecido. Envolvido nos escândalos de corrupção que derrubaram Hélio, Demétrio também foi afastado um dia depois de tomar posse. Mas uma liminar judicial o devolveu ao cargo. Ninguém sabe por quanto tempo. Nem com quais consequências. Cientistas políticos que se manifestaram durante a semana anunciaram que Campinas pode estar diante de uma nova Izalene: surpreso e despreparado para um cargo de tal envergadura.