SÃO PAULO - A aliança com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), o distanciamento da militância e a entrada tardia nas prévias foram apontadas por tucanos como as principais razões para a vitória apertada do ex-governador José Serra na eleição interna para a escolha do candidato do PSDB à sucessão na capital paulista. Na véspera da eleição interna, a expectativa de aliados do ex-governador era a de que ele arregimentasse o apoio entre 70% e 80% dos votos, mas o ex-governador obteve 52,1% do total, seguido pelos pré-candidatos José Aníbal (31,2%) e Ricardo Tripoli (16,7%).
- O ex-governador entrou na disputa eleitoral depois, quando muitos militantes já estavam comprometidos com outros nomes. Ele não teve o mesmo tempo dos demais e, para alguns filiados, foi difícil sair da campanha dos outros pré-candidatos - explicou o presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini, ao lembrar que Serra anunciou que entraria na disputa interna em fevereiro, seis meses depois do início das primeiras articulações em torno das prévias no PSDB.
A falta de traquejo com a militância também pesou no resultado, observou o vice-presidente municipal do PSDB, João Câmara:
- O ex-governador teve dificuldades de se relacionar com a militância, sempre teve. Em nenhum momento ele fez reuniões com a militância quando foi prefeito ou governador de São Paulo. Eu espero que, agora, ele estreite esse relacionamento - afirmou o vice-presidente municipal do PSDB, João Câmara.
A parceria de Serra com Kassab incomoda os militantes não só pelo ensaio de aliança com o PT, suspenso com a entrada do ex-governador na disputa. Na verdade, há também uma resistência antiga ao atual prefeito, cuja gestão vem alcançando índice de reprovação crescente, segundo pesquisas de opinião.
- O que influenciou no voto da militância foi a aliança com o prefeito de São Paulo, já que uma parcela do partido não aceita essa parceria. E não é uma resistência apenas de agora, mas desde a época quando José Serra era prefeito de São Paulo - avaliou uma liderança regional tucana, a qual acrescentou que pesou também na decisão o fato de Serra não ter sido muito generoso com a militância na distribuição de cargos quando assumiu a prefeitura de São Paulo, em 2005.
Aliados de Serra também justificaram o seu fraco desempenho ao que passaram a chamar de "Fator Tripoli". O líder do PSDB na Câmara Municipal, Floriano Pesaro, afirmou que a expectativa inicial era a de que o deputado conseguisse "algo em torno de 10%" dos votos nas prévias:
- A votação esperada do José Aníbal era em torno de 30%, o que se concretizou. O fator surpresa nesse processo foi o Tripoli, que superou os prognósticos iniciais - avaliou o vereador tucano, que brincou com o fato de o deputado federal ter sido uma espécie de Marina Silva do processo de prévias do PSDB. Em 2010, nas eleições presidenciais, a então candidata do PV superou os percentuais estimados nas pesquisas eleitorais.
Para o professor de Filosofia Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Roberto Romano, o resultado das prévias foi a tradução das divisões que existem na militância do partido. Ele considerou que a vitória com pequena margem de diferença serviu como alerta para a necessidade de buscar uma unidade partidária para as eleições municipais. E ressaltou ainda que a aproximação de Kassab com o PT é um fator que explica a reação da militância tucana:
- A tônica dos discursos após o resultado foi de unidade. Ninguém fala muito de unidade quando ela está garantida. Ficou claro que o PSDB não tem núcleos harmônicos.
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