23/07/2009 - 10h49
"Não se pode vender tudo como se fosse um crime de pena de morte", diz Lula sobre gravações envolvendo família Sarney
Do UOL Notícias
Em São Paulo
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao ser questionado sobre as gravações telefônicas da Polícia Federal divulgadas ontem, que revelam a atuação direta do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na nomeação de parentes para cargos da Casa, afirmou que "não se pode vender tudo como se fosse um crime de pena de morte". As declarações de Lula foram feitas nesta quinta-feira (23) em entrevista à Rádio Globo AM de São Paulo.
"Eu acho que precisamos fazer as investigações corretas e o Senado tem instrumentos para isso. Não pode vender tudo como se fosse um crime de pena de morte", disse.
Sobre um possível afastamento ou uma cassação de Sarney, Lula disse que "é necessário que se investigue, apure e se puna corretamente" se houver necessidade. "O Senado já cassou senador e presidente da República. Não podemos estabelecer a morte precoce. Temos que estabelecer um julgamento. Não posso entender que cada pessoa que sofra uma denúncia tenha que abandonar o cargo. É necessário que se investigue, apure e puna corretamente", afirmou Lula.
O presidente justificou, ainda na entrevista, a declaração dada ontem, na qual afirmou que o Ministério Público (MP) tem que tomar cuidado com a "biografia" dos investigados. "Eu disse que o MP tem que tomar o cuidado de cumprir a lei ao pé da letra, porque se ceder à pressão da imprensa, do Executivo e do Legislativo, vai condenar antes de investigar", disse.