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Subsidiariedade Texto publicado em 10 de Fevereiro de 2011 - 02h47 | ||||||
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por Hermann Gonçalves Marx * | ||||||
Quando se procura nos dicionários russos não se acha a definição de subsidiariedade. A razão pode ser religiosa, porém, de fato, são representações que não fazem parte da regulação da vida civil como em países mais evoluídos e mais democráticos do Ocidente. No início, havia a autocracia czarista, depois o totalitarismo soviético e, agora, novos modelos totalitários. O mesmo acontece na maioria dos países árabes, onde agora a população se revolta por não mais suportar os modelos lá impostos, onde não se deixa espaços para a sociedade civil. Segundo esse princípio, uma sociedade superior não deve interferir na vida interna de uma sociedade inferior, privando-a das suas competências, mas, ao contrário, deve apoiá-la em caso de necessidade e ajudá-la a coordenar a sua ação com outros componentes sociais, em vista do bem comum. Ainda completando que tudo deve contribuir para que os indivíduos assumam responsabilidades pessoais para sua própria auto-realização. Muitos confundem com a sub rogação, onde as várias formações sociais deveriam ser deixadas apenas aquilo que as entidades públicas não conseguem fazer. O que acontece é que dessa forma se afasta a sociedade menor e o indivíduo particularmente do cumprimento pessoal de preservação, de fazer-se crescer e de realizar uma obra social, como seria de se esperar pela sua própria natureza. Encontrei outro dia um prefeito de uma cidade do interior de São Paulo. Ele me disse que não dava para fazer quase nada de melhoria para o povo, pois o dinheiro do Governo Federal, via FPM, era insuficiente. Esse é um retrato do modelo de subserviência do menor – população – para o maior – entidade pública e assim sucessivamente até o governo da Nação. A contrapartida é que ficam todos esperando as tomadas de decisão de cima para baixo, para o seu viver diário. Usando colocação de Soljenistisin: o povo e a nação nunca se sobrepõem ao indivíduo, nem sequer o absorvem, devendo, ao contrário, responder e realizar as leis e o destino que orientam a vida da pessoa porque a nação nada mais é do que a pessoa do povo. É preciso que ao indivíduo seja dada a liberdade de pensamentos e ações e cobrada a sua responsabilidade.
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