O que resulta dessa política digna dos atenienses que cercaram a ilha de Melos ? De tanto apoiar ditadores e ditaduras, diminuem drasticamente no interior dos coletivos dominados as diversidades democráticas, laicas, modernas. As populações são empurradas para os templos (sejam eles católicos, como na Irlanda, na América do Sul, ou islamitas, como na África e no Oriente Médio, ou para os pagodes, como no Vietnã). Daí, um passo para o domínio clerical. Apenas um passo.
Eis o que se passa hoje na Tunísia, no Egito, no Yemen, na Jordania. Se os povos passarem a seguir os clericais, não os culpem. Culpem melhor os estrategistas anti-democráticos que pensam em termos de geopolítica vantajosa para a Europa e os EUA. É covardia dizer que as populações "naturalmente" tenderão ao fundamentalismo fanático, caso as ditaduras mais canalhas sejam afastadas.
Entre os povos do Chile e de muitos países sul-americanos, entre os povos da Africa e do Oriente e os sábios da CIA, do Pentágono, do Departamento de Estado, fico com os povos.
Roberto Romano
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05/02/2011 - 10h46 / Atualizada 05/02/2011 - 19h10
12º dia de protestos: Mubarak deve seguir no poder durante transição, diz enviado dos EUA
Do UOL NotíciasEm São Paulo
Segundo a AFP, um funcionário de Washington disse que o enviado ao Egito, Frank Wisner, "falava em seu nome e não em nome do governo dos Estados Unidos", ao afirmar que Hosni Mubarak deve permanecer no cargo durante a transição de governo.
Enviado dos EUA diz que Mubarak deve chefiar transição
(16h19) O presidente egípcio Hosni Mubarak, um "velho amigo" dos Estados Unidos, deve seguir em seu posto durante a transição democrática, disse neste sábado Frank Wisner, enviado especial para o Egito do presidente americano Barack Obama. Segundo Wisner, o presidente egípcio tem "a oportunidade de escrever seu próprio legado. Ele dedicou 60 anos de sua vida a serviço do país, este é o momento ideal para ele mostrar o caminho a seguir".
Protestos no Egito
Patrimônio de Mubarak pode chegar a US$ 70 bilhões
(14h43) O patrimônio da família do presidente do Egito, Hosni Mubarak, deve variar de US$ 40 bilhões a US$ 70 bilhões, segundo estudos feitos pela IHS Global Insight - empresa que faz análises econômicas e financeiras. A família de Mubarak tem propriedades em Londres (Reino Unido), Paris (França), Madri (Espanha), Frankfurt (Alemanha), Dubai (Emirados Árabes), além de Washington e Nova York (Estados Unidos).