Aldeias declaram estado de guerra em protesto contra a prisão de indígenas
Presos foram acusados de matar três homens em dezembro do ano passado no sul do Amazonas
31 de janeiro de 2014 | 16h 04
José Maria Tomazela - O Estado de S. Paulo
Indígenas de várias aldeias das etnias tenharim e
juiahui declararam-se em estado de guerra em protesto contra a prisão de
cinco indígenas da etnia tenharim na quinta-feira, 30. As lideranças
alegam que os índios são inocentes.
Veja também:
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Conflito em reserva vai além da questão indígena
Os presos foram acusados de matar os três homens que desapareceram na
rodovia Transamazônica, no dia 16 de dezembro do ano passado em
Humaitá, no sul do Amazonas. Os índios, entre eles dois filhos do
cacique Ivan Tenharim, tiveram a prisão preventiva decretada pela
Justiça Federal por trinta dias e foram levados para a superintendência
da Polícia Federal em Porto Velho (RO).
A suspeita da polícia é que os três desaparecidos - o professor Stef
Pinheiro, o representante comercial Luciano Freire e o técnico Aldeney
Salvador - foram mortos em retaliação à morte do cacique. De acordo com o
delegado Alexandre Alves, peças de um carro encontradas na reserva e
depoimentos de várias testemunhas indicam que os homens foram
sequestrados e assassinados pelos índios.
A força-tarefa, com integrantes do Exército, Polícia Federal e
Polícia Rodoviária Federal permanece em alerta na região e controla a
Transamazônica no trecho que corta a reserva. O serviço de balsa no rio
Madeira, suspenso na quinta-feira, foi retomado na manhã desta
sexta-feira.