domingo, 19 de julho de 2009

No It's abouth Nothing....

Domingo, 19 de Julho de 2009

No Brave New World

Toda vez que leio uma notícia sobre o Brasil bater algum recorde de participação nos famigerados sites de relacionamento eu lamento.

Não me tome como um ‘neanderthal’ avesso a tecnologia, mas ao invés do alarde todo feito pelo ‘Brasil’ liderar o acesso e o número de membros de serviços como Orkut, MSN, Twitter, Facebook, MySpace entre outros, deveríamos nos perguntar, porque nossa população, em especial os jovens, perdem tanto tempo na frente de um computador, em serviços que pouco (ou nada) acrescentam em suas vidas, ou mesmo contribuem para desinformação, a péssima educação e o péssimo uso da língua?

O Orkut, por exemplo, é um antro de inutilidades, futilidades e expressões da péssima educação e do grau de instrução miserável em a maioria da parcela dos jovens brasileiros se encontram (e pessoas com mais de trinta anos, também, já que elas correspondem a uma grande fatia dos usuários do serviço). As comunidades quando não são ofensivas, com odeio isto e odeio aquilo, destilando toda a sorte de mentalidade tacanha, preconceitos e falta de inteligência mesmo, são um verdadeiro poço de analfabetismo e pensamentos toscos.

É o reflexo de um país onde não há leitura. Não existe incentivo para tanto e tão pouco recursos. Os livros são caros no Brasil, isto já sabemos, mas o mercado editorial no Brasil é uma porcaria. Basta entrar em uma livraria qualquer ou em uma megastore para encontrarmos livros sobre auto-ajuda, esoterismo, literatura infanto-juvenil e livros que já tiveram suas adaptações para o cinema. Faça um exercício tolo. Procure uma obra da literatura clássica mundial. Fatalmente você terá muita, mas muita dificuldade em encontrar. Muitas destas obras sequer foram traduzidas para o português ainda.

Hoje ainda acompanho a febre histérica de se preocupar com a aparência. Cirurgias, remédios, tratamentos, dietas, enfim, um universo de coisas para maquiar a idade. Vejo pessoas que têm verdadeira fobia de aparentar sua idade real, talvez porque só possam ostentar as rugas, os cabelos brancos e as marcas do tempo com o passar dos anos de tão vazias que são. Vejo agora moças de vinte e sete anos na histeria de aparentar dezoito. Talvez isto explique o comportamento de grande parte de nossa população que age como menores de idades (no âmbito civil da questão), que entregam seus direitos e suas obrigações nas mãos dos tais ‘representantes’ sem questioná-los. Por isto, assistem todas as incoerências do presidente e de seu partido, toda a moral torta que rege noventa por cento da classe política nacional sem se incomodarem, como quem diz: “Isto é coisa de adultos!”

Por estas e por muitas outras que qualquer processo no Brasil será penoso. Enquanto adolescentes e jovens se recusam cada vez mais a atingir a maioridade, nossos adultos correm para infância perdida, renunciando a sua. Enquanto isto, as ratazanas das seitas, dos partidos, das malditas oligarquias comandam o país com pouquíssimo incomodo.

Enquanto ainda não se criam: cirurgias estéticas, dietas, suplementos, anabolizantes, botox, spas, clínicas ou mesmo softwares para melhorar a moral, sofreremos. Resta saber, se um dia tal tratamento existir, quem irá se submeter e qual será a procura, teremos também uma histeria coletiva?