Dando seqüência ao ciclo de palestras Constituição 25 anos: República, Democracia, Cidadania, que acontece no IHU desde o início do mês de outubro, a conferência do próximo dia 6/11 (quarta-feira) trará o Prof. Dr. Roberto Romano (Unicamp) para proferir o evento intitulado Ética, Política e Constituição no Brasil: 25 anos de avanços .
Em entrevista concedida à Revista IHU On-Line, edição nº 428, Romano analisou a gênese da Constituição Federal de 1988,
“Ela não resultou de um movimento que expressasse a soberania popular.
No meu entender (muito pessoal) ela resultou de um golpe de Estado dado
pelo Congresso Nacional que se autoinstituiu como constituinte, reunindo
parlamentares que passaram o período ditatorial servindo ao governo
autoritário. Portanto, parlamentares acostumados à servidão, mas que
foram escolhidos precipuamente para redigir a Constituição. A Carta,
portanto, desde o início tem uma história pouco edificante do ponto de
vista republicano e da soberania popular”, afirmou o professor.
Roberto Romano (foto) cursou doutorado na École des Hautes Études en Sciences Sociales — EHESS, França, e é professor de filosofia na Universidade Estadual de Campinas — Unicamp. Escreveu, entre outros, os livros Igreja contra Estado. Crítica ao populismo católico (São Paulo: Kairós, 1979), Conservadorismo romântico (São Paulo: Ed. UNESP, 1997) e Moral e Ciência. A monstruosidade no século XVIII (São Paulo: SENAC, 2002).
O local do evento, que acontecerá das 20h às 22h, será a Sala Ignácio Ellacuría e Companheiros, no IHU.
Para ler mais.
- “Somos absolutistas anacrônicos. Vivemos sempre sob o regime do favor, dos privilégios, da não república”, Revista IHU On-Line, edição 398.
- Niilismo e mercadejo ético brasileiro, Revista IHU On-Line, edição 354.
- “O Renan não é corrupto porque é mau, mas porque essa é a única forma de fazer política no Brasil”. Entrevista com Roberto Romano