domingo, 17 de outubro de 2010
Reinaldo Azevedo, e dizendo coisas muito corretas.
17/10/2010
às 18:01Ética superior!
O blog Coturno Noturno lembrou, muito apropriadamente, uma entrevista que Mônica Bergamo, colunista da Folha, concedeu à revista Imprensa em dezembro de 2007. Ali, ela faz uma declaração curiosa desde que as palavras façam sentido: “Olha, sou tudo, menos serrista.” É claro que sinto coceira na ponta dos dedos para especular o sentido da palavra “tudo”, excetuando-se, como ela quer, o “serrismo”. Tudo pode significar, por exemplo, tudo mesmo…
A entrevista enveredava pelo caminho do que é e do que não é ético publicar. Leiam esta pergunta e esta resposta:
Imprensa - Então você não colocaria na coluna a notícia sobre um político ter uma amante ou uma filha fora do casamento, mesmo que esse político fosse o presidente?
Mônica Bergamo - Jamais… Não há interesse público nisso. Meu pai casou cinco vezes. Alguns desses casamentos foram concomitantes. Eu sei o que é isso. Esse assunto só interessa ao núcleo familiar. (…)
Mônica Bergamo jamais publicaria a informação sobre o amante de um político, mas dá curso à afirmação de uma fulana que acusou Mônica Serra de ter feito aborto, embora a “repórter” não tenha a menor evidência disso. Viu “interesse público” na fofoca, certamente. Qual? Ora, a mulher de Serra se diz contra o aborto, e há alguém afirmando que ela o praticou. Sem ter como verificar minimamente a veracidade da afirmação, a ética de Bergamo a leva a publicar o texto. Notável! Acusação de amante, jamais! Afinal, o pai dela teve “casamentos concomitantes”, e ela sabe “o que é isso” (!!!). Já acusação de aborto, aí tudo bem! Entenderam? Mônica Bergamo só consegue se solidarizar com as dores e as dificuldades que também lhe dizem respeito. É o chamado “egoísmo solidário”. Que coisa comovente!
Uma outra resposta merece destaque:
Imprensa - Você já foi chamada de petista?
Mônica Bergamo - Já me chamaram de tucana e de petista. Em época de campanha as coisas ficam muito burras. Ou você é petista ou é tucana.
Como se nota, as coisas ficam “burras” na proporção em que o jornalismo de Mônica Bergamo se mostra ético e inteligente. Sem contar que há um norte moral embutido nessa resposta: se o jornalista não quiser que o acusem de vinculação com este ou com aquele lado, basta que seja aético com todo mundo. Todos ficarão zangados, e o amoral pode posar (Emir Sader e Zé Dirceu escreveriam “pousar”) de pessoa independente!
Sem dúvida, estamos diante de um norte moral revolucionário! Se você quiser acusar uma pessoa pública de ter praticado aborto ou condescendido com ele, fique à vontade. Lance a acusação na chamada rede social. Mônica Bergamo levará para a “imprensa séria”. Em nome da transparência, do interesse público e do rigor jornalístico. História de amante é outra coisa. Aí é uma questão muito pessoal, que também faz sofrer a jornalista. Deus do céu! É o fundo do poço!
‘Tudo! Menos serrista!”
Registrado.
AGORA, TENHO CERTEZA.
TEM TODA RAZÃO REINALDO AZEVEDO (QUE POSTOU O VIDEO) É DIGNA DA SA NAZISTA. AS AMEAÇAS, O TOM DE VOZ, OS ROSNADOS, TUDO MOSTRA CHEIRO POLICIALESCO, MAS NÃO FORMAL.
EU ESTAVA NA DÚVIDA SE DENUNCIAVA OS INDIVÍDUOS (NA LINGUAGEM DELES, "ELEMENTOS").
AGORA TENHO CERTEZA: TAL SERÁ A NOSSA SORTE SE FOR VITORIOSA A CANDIDATURA DE QUEM USA TAIS ESBIRROS, OU MEGANHAS, DISFARÇADOS DE JORNALISTAS.
RR
O Psol e assemelhados são apenas, e tão somente, linha auxiliar (e hipócrita) do PT.
| ||||
| ||||
|
Reinaldo Azevedo
17/10/2010
às 17:20Cuidado! A “SA” de petistas e “jornalistas” está nas ruas; moça disfarçada de repórter compara Igreja Católica ao PCC! PT gosta tanto que leva o vídeo ao ar
Who let the dogs out?
Abaixo há um vídeo feito pelo próprio PT, como indica a estrela calcada no canto superior direito. Jornalistas e petistas — em muitos casos, são as mesmas pessoas — deram ontem uma “blitz” (!?) na gráfica Pana, em Cambuci, na região central de São Paulo, e trataram como crime o que crime não é, num caso evidente de constrangimento ilegal. Vamos começar do começo.
A Comissão de Defesa da Vida, um grupo formado por bispos e padres, redigiu um documento intitulado “Apelo a Todos os Brasileiros”. O texto recomenda que os católicos não votem em candidatos comprometidos com a defesa da descriminação do aborto. Por amor aos fatos, lembra qual tem sido a atuação do PT e do governo nesse assunto. Pela ordem: a) ao pregar que católicos não votem em políticos pró-aborto, a mensagem nada mais faz do que se adequar à orientação oficial da Igreja; b) ao lembrar a militância do PT e do governo, faz apenas um pouco de história. O documento recebeu o apoio do Regional Sul I da CNBB, o que deixou o governo zangado. E começou, então, o trabalho de satanização dos religiosos, especialmente de d. Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Diocese de Guarulhos (ver post desta manhã).
Atenção: Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus e concessionário de um serviço público, já que é dono da Rede Record de rádio e TV, declarou apoio aberto a Dilma Rousseff. Ninguém quis saber se ele ou sua empresa mantém relações especiais com o governo. A declaração de voto foi considerada muito natural. Já setores da Igreja Católica não podem nem mesmo se manifestar contra o aborto — porque isso, pode prejudicar Dilma… Edir Macedo pode apoiar a petista, mas um grupo de bispos não pode “desapoiá-la” — dado que os religiosos nem mesmo pedem voto em Serra.
Voltemos ao vídeo
A Diocese de Guarulhos encomendou a impressão do “Apelo a Todos os Brasileiros” à gráfica Pana. O PT armou uma verdadeira blitz ilegal à porta da empresa para tentar saber quem encomendou o panfleto. Ao assistir o vídeo, vocês constatarão o enorme esforço de petistas e jornalistas para tratar como ILEGAL o que é absolutamente LEGAL. Paulo Ogawa, contador da empresa, exibe o pedido, tudo devidamente documentado. Não bastou. Prestem atenção ao comportamento daquele barbudo aos 4min51s: ele quer entrar na empresa. Ainda que fosse um policial, teria de ter mandado judicial para isso. Como sua entrada é vedada, acusa a vítima de estar colaborando com um crime — quando criminosos, ali, são todos os que praticam constrangimento ilegal. Ao berros, ele diz: “Já chamou a Polícia? Nós vamos todo mundo pra delegacia; o senhor vai junto”. No grupo, há alguém que se identifica como deputado. É um senhor ali que exagerou na tinta do cabelo. Não sei quem é.
É pouco? Ainda é, acreditem.
Uma moça, cujo rosto não aparece, disfarçada de jornalista — já que carrega um bloco e faz anotações — pergunta se o gráfico imprimiria panfletos apócrifos do PCC. Esta senhora compara um pedido feito por bispos católicos, que têm nome e sobrenome, com uma facção do crime organizado.
Esse clima de criminalização do que não é crime foi parar nos grandes portais. Afinal, os “jornalistas” se deixaram contaminar pela justiça feita com as próprias mãos… do PT!
Estamos na Alemanha do início dos anos 30. A Sturmabteilung, a tropa de assalto conhecida por “SA”, está nas ruas. Vejam o vídeo e fiquem enojados.
17/10/2010
às 17:20Cuidado! A “SA” de petistas e “jornalistas” está nas ruas; moça disfarçada de repórter compara Igreja Católica ao PCC! PT gosta tanto que leva o vídeo ao ar
Who let the dogs out?
Abaixo há um vídeo feito pelo próprio PT, como indica a estrela calcada no canto superior direito. Jornalistas e petistas — em muitos casos, são as mesmas pessoas — deram ontem uma “blitz” (!?) na gráfica Pana, em Cambuci, na região central de São Paulo, e trataram como crime o que crime não é, num caso evidente de constrangimento ilegal. Vamos começar do começo.
A Comissão de Defesa da Vida, um grupo formado por bispos e padres, redigiu um documento intitulado “Apelo a Todos os Brasileiros”. O texto recomenda que os católicos não votem em candidatos comprometidos com a defesa da descriminação do aborto. Por amor aos fatos, lembra qual tem sido a atuação do PT e do governo nesse assunto. Pela ordem: a) ao pregar que católicos não votem em políticos pró-aborto, a mensagem nada mais faz do que se adequar à orientação oficial da Igreja; b) ao lembrar a militância do PT e do governo, faz apenas um pouco de história. O documento recebeu o apoio do Regional Sul I da CNBB, o que deixou o governo zangado. E começou, então, o trabalho de satanização dos religiosos, especialmente de d. Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Diocese de Guarulhos (ver post desta manhã).
Atenção: Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus e concessionário de um serviço público, já que é dono da Rede Record de rádio e TV, declarou apoio aberto a Dilma Rousseff. Ninguém quis saber se ele ou sua empresa mantém relações especiais com o governo. A declaração de voto foi considerada muito natural. Já setores da Igreja Católica não podem nem mesmo se manifestar contra o aborto — porque isso, pode prejudicar Dilma… Edir Macedo pode apoiar a petista, mas um grupo de bispos não pode “desapoiá-la” — dado que os religiosos nem mesmo pedem voto em Serra.
Voltemos ao vídeo
A Diocese de Guarulhos encomendou a impressão do “Apelo a Todos os Brasileiros” à gráfica Pana. O PT armou uma verdadeira blitz ilegal à porta da empresa para tentar saber quem encomendou o panfleto. Ao assistir o vídeo, vocês constatarão o enorme esforço de petistas e jornalistas para tratar como ILEGAL o que é absolutamente LEGAL. Paulo Ogawa, contador da empresa, exibe o pedido, tudo devidamente documentado. Não bastou. Prestem atenção ao comportamento daquele barbudo aos 4min51s: ele quer entrar na empresa. Ainda que fosse um policial, teria de ter mandado judicial para isso. Como sua entrada é vedada, acusa a vítima de estar colaborando com um crime — quando criminosos, ali, são todos os que praticam constrangimento ilegal. Ao berros, ele diz: “Já chamou a Polícia? Nós vamos todo mundo pra delegacia; o senhor vai junto”. No grupo, há alguém que se identifica como deputado. É um senhor ali que exagerou na tinta do cabelo. Não sei quem é.
É pouco? Ainda é, acreditem.
Uma moça, cujo rosto não aparece, disfarçada de jornalista — já que carrega um bloco e faz anotações — pergunta se o gráfico imprimiria panfletos apócrifos do PCC. Esta senhora compara um pedido feito por bispos católicos, que têm nome e sobrenome, com uma facção do crime organizado.
Esse clima de criminalização do que não é crime foi parar nos grandes portais. Afinal, os “jornalistas” se deixaram contaminar pela justiça feita com as próprias mãos… do PT!
Estamos na Alemanha do início dos anos 30. A Sturmabteilung, a tropa de assalto conhecida por “SA”, está nas ruas. Vejam o vídeo e fiquem enojados.
Tags: Dilma, PT, Sucessão 2010
It´s about nothing.
domingo, 17 de outubro de 2010
Por trás da mente psicótica militante
Acredito que alguém que não tenha percebido ainda todo mal que o populismo, caudilhismo, autoritarismo e a centralização de idéias e poderes fazem trata-se de um completo alienado ou de um mero tolo. O mal da vez na América Latina e no Brasil é a esquerda, está aliada com todas as forças do atraso, inclusive a direita que é direita por ter se aliado antes com governos militares, mas na verdade não passam de oportunistas com viés conservadores que se aliam com quem detém o poder.
O problema principal da esquerda no mundo e especialmente em nosso continente (e sobretudo no Brasil) é o domínio que seus agentes possuem na cultura de massa e educação. Mitos são transformados em fatos pela repetição exaustiva e pelo isolamento e ostracismo de quem não corrobora a mentira ou que ousa se opor as igrejinhas ideológicas, isto nada mais é do que a espiral do silêncio que intimida quem pensa de maneira diferente e força muitos a se calarem para não ficarem marginalizados e isolados. Quem enfrenta a esquerda sofre isto e uma série de perseguições e ataques morais das hordas.
A doutrinação ideológica massiva presente em quase todos os discursos e contaminando 90% das obras de cultura de massa (cinema, televisão, música e obras literárias) acaba construindo frases de indivíduos que não conseguem mais discernir a realidade do mito ou cria mentes psicóticas que começam a acreditar nas próprias mentiras.
sábado, 16 de outubro de 2010
Chico de Oliveira na Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Sociólogo afirma que "Lula é mais privatista que FHC" Para Francisco de Oliveira, um dos fundadores do PT, é "ilusão de ótica" achar que o presidente é estatizante Professor emérito de sociologia da USP diz que atual segundo turno obriga eleitor a escolher entre o "ruim e o pior" UIRÁ MACHADO
Folha - Qual a sua avaliação sobre o debate eleitoral no primeiro turno? Francisco de Oliveira - Fora o horror que os tucanos têm pelos pobres, Serra e Dilma não têm posições radicalmente distintas: ambos são desenvolvimentistas, querem a industrialização... O campo de conflito entre eles é realmente pequeno. Mas, por outro lado, isso significa que há problemas cruciais que nenhum dos dois está querendo abordar. Que tipo de problema? Não se trata mais de provar que a economia brasileira é viável. Isso já foi superado. O problema principal é a distribuição de renda, para valer, não por meio de paliativos como o Bolsa Família. Isso não foi abordado por nenhum dos dois. A política está no Brasil num lugar onde ela não comove ninguém. Há um consenso muito raso e aparentemente sem discordâncias. Dá a impressão que tanto faz votar em uma ou no outro... É verdade. É escolher entre o ruim e o pior. Qual a sua opinião sobre a movimentação de igrejas pregando um voto anti-Dilma por causa de suas posições sobre o aborto? É um péssimo sinal, uma regressão. A sociedade brasileira necessita urgentemente de reformas, e a política está indo no sentido oposto, armando um falso consenso. O aborto é uma questão séria de saúde pública. Não adianta recuar para atender evangélicos e setores da Igreja Católica. Isso não salva as mulheres das questões que o aborto coloca. O sr. foi um dos primeiros a romper com o PT, em 2003, e saiu fazendo duras críticas ao presidente. Lula, porém, termina o mandato extremamente popular. Na sua opinião, que lugar o governo Lula vai ocupar na história? A meu ver, no futuro, a gente lerá assim: Getúlio Vargas é o criador do moderno Estado brasileiro, sob todos os aspectos. Ele arma o Estado de todas as instituições capazes de criar um sistema econômico. E começa um processo de industrialização vigoroso. Lula não é comparável a Getúlio. Juscelino Kubitschek é o que chuta a industrialização para a frente, mas ele não era um estadista no sentido de criar instituições. A ditadura militar é fortemente industrialista, prossegue num caminho já aberto e usa o poder do Estado com uma desfaçatez que ninguém tinha usado. Depois vem um período de forte indefinição e inflação fora de controle. O ciclo neoliberal é Fernando Henrique Cardoso e Lula. Só que Lula está levando o Brasil para um capitalismo que não tem volta. Todo mundo acha que ele é estatizante, mas é o contrário. Como assim? Lula é mais privatista que FHC. As grandes tendências vão se armando e ele usa o Estado para confirmá-las, não para negá-las. Nessa história futura, Lula será o grande confirmador do sistema. Ele não é nada opositor ou estatizante. Isso é uma ilusão de ótica. Ao contrário, ele é privatista numa escala que o Brasil nunca conheceu. Essa onda de fusões, concentrações e aquisições que o BNDES está patrocinando tem claro sentido privatista. Para o país, para a sociedade, para o cidadão, que bem faz que o Brasil tenha a maior empresa de carnes do mundo, por exemplo? Em termos de estratégia de desenvolvimento, divisão de renda e melhoria de bem-estar da população, isso não quer dizer nada. Em 2004, o sr. atribuiu a Lula a derrota de Marta na prefeitura. Como o sr. vê como cabo eleitoral de Dilma? Ele acaba sendo um elemento negativo, mesmo com sua alta popularidade. O segundo turno foi um aviso. Essa ostensividade, essa chalaça, isso irrita profundamente a classe média. É a coisa de desmoralizar o adversário, de rebaixar o debate. Lula sempre fez isso. |
Jornal O Estado de São Paulo. Existe um livro, "Brasil Igreja contra Estado", que analisa o ponto...
Polêmica do aborto faz bispos racharem
Seja qual for o resultado no 2º turno, discussão deixará sequelas na Igreja e poderá ter reflexos na eleição da CNBB
A discussão da questão do aborto na campanha eleitoral, que está dividindo os católicos por causa do veto de alguns bispos à candidata petista Dilma Rousseff, provocou um racha no episcopado em nível nacional e deverá deixar sequelas na vida da Igreja, seja qual for o resultado do segundo turno, em 31 de outubro.
A polêmica terá também reflexos na eleição para a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em maio do próximo ano, quando um grupo conservador, contrário à atual linha de diálogo, tentaria tomar o poder para adotar uma posição mais dura de oposição ao governo. Pelo menos, na hipótese de Dilma vir a ser a vencedora.
A confusão foi armada pelo apoio dado pela direção do Regional Sul 1, que reúne as 41 dioceses de São Paulo, em 26 de agosto, a uma nota intitulada Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras, da Comissão em Defesa da Vida, que recomendava aos eleitores que "independentemente de suas convicções ideológicas ou religiosas", dessem seu voto "somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalização do aborto".
O autor ou inspirador do texto foi o padre Berardo Graz, da diocese de Guarulhos, cujo bispo, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, encampou o manifesto e citou, entre os vetados, o nome de Dilma. Passado o primeiro turno, d. Luiz Gonzaga reiterou sua posição, alegando que, embora a petista tenha feito uma profissão de fé em defesa da vida, não se podia acreditar nela. "Dilma, que se faz agora de santinha para dizer que é contra o aborto, já mudou de opinião três vezes."
Artigos e entrevistas de d. Luiz Gonzaga irritaram outros membros do episcopado paulista, principalmente porque grupos de católicos contrários ao aborto e à candidatura Dilma distribuíram milhares de cópias da nota do Regional Sul 1 de apoio ao manifesto da comissão coordenada pelo padre Berardo. A distribuição do material em paróquias de outras dioceses, à revelia de seus bispos, pôs mais lenha na fogueira. O texto se multiplicou também em mensagens pela internet, espalhando-se por todo o País.
Na Paraíba, o arcebispo de João Pessoa, d. Aldo Pagotto, gravou um vídeo, postado do YouTube, que encampava a nota do Regional Sul 1 e condenava explicitamente a candidata petista. Procurado na quinta-feira por telefone, d. Aldo mandou dizer por sua assessoria de imprensa que não falaria mais sobre o assunto. O arcebispo de Brasília, d. João Braz de Aviz, também criticou a petista.
Limites. A direção da CNBB não gostou da chancela do Regional Sul 1 ao manifesto, pelo fato de o texto dirigir um apelo "a todos os brasileiros e brasileiras", quando se deveria restringir aos eleitores paulistas. Segundo a CNBB, quem fala em nome dos bispos em nível nacional é a presidência, a assembleia-geral ou o conselho permanente da entidade. Assim, em relação às eleições, vale a posição tomada na última assembleia realizada em Brasília, em maio, quando o episcopado recomendou que os católicos votassem em candidatos comprometidos com a defesa da vida, com os valores éticos e com a dignidade humana.
"Foi uma posição coerente com tradição da Igreja, que sempre falou em princípios, sem tomar partido por esse ou aquele candidato", observou d. Pedro Luiz Stringhini, bispo de Franca. A maioria das dioceses se alinha com essa orientação, conforme lembrou o bispo de Registro, d. José Luiz Bertanha. É essa a posição adotada, por exemplo, pelo cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, pelo arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta, e pelo de Belo Horizonte, d. Walmor Oliveira de Azevedo, em entrevistas e artigos na imprensa.
O bispo de Limeira, d. Vilson Dias de Oliveira, responsável pelo setor de comunicação do Regional Sul 1, não gostou de d. Luiz Gonzaga Bergonzini ter vetado explicitamente a presidenciável e todos os candidatos do PT, porque em sua opinião ele poderia condenar defensores do aborto sem citar nomes.
No caso do apoio do Regional Sul 1 ao apelo da Comissão em Defesa da Vida - em nota assinada por d. Nelson Westrupp, bispo de Santo André (presidente), d. Benedito Beni dos Santos, de Lorena (vice-presidente), e d. Airton José dos Santos, de Mogi das Cruzes (secretário-geral) -, argumenta-se que deveria ter reafirmado a declaração Votar Bem, aprovada por todo o episcopado paulista em 29 de junho. O texto apresenta aos eleitores um decálogo com orientações para "participação consciente e responsável no processo eleitoral".
As divergências levantadas pela nota contra Dilma e sua distribuição à porta de igrejas, sem autorização, como aconteceu na Festa da Padroeira, no Santuário Nacional de Aparecida, no dia 12, foram mais acirradas entre d. Luiz Gonzaga e d. Luiz Demétrio Valentini, de Jales.
Os dois trocaram cartas violentas, cujas cópias foram enviadas ao episcopado de São Paulo e a outras dioceses. Irritado com a publicação de uma entrevista no jornal Diário de Guarulhos, o que considerou invasão de seu território, d. Luiz Gonzaga protestou contra as críticas, afirmou ter sido ameaçado de morte e prometeu reclamar de d. Demétrio com o papa Bento XVI. Da troca de correspondência, a questão se estendeu à assembleia do Regional Sul 1, que se reuniu este fim de semana no Mosteiro de Itaici, município de Indaiatuba. D. Demétrio cancelou uma viagem a Buenos Aires para participar da reunião, na certeza de que a questão da defesa da vida e do veto a Dilma seria debatida.
Reflexos. Unânimes em condenar o aborto, mas divididos em relação à nota divulgada com apoio da presidência do Regional Sul 1, os bispos estão preocupados com os reflexos dessa discussão no clima de fraternidade que deveria existir no episcopado. "Esse maniqueísmo que está dividindo os católicos em bons e maus, conforme suas opções eleitorais, vai deixar marcas", prevê o petista Toninho Kalunga, vereador de Cotia, na região metropolitana de São Paulo.
Dirigente do movimento Encontro de Casais com Cristo e interlocutor da campanha de Dilma na área religiosa, ele vem percorrendo dioceses paulistas para conversar com os bispos e aparar possíveis arestas com os católicos.
"O embate ideológico que existiu nos primeiros anos da CNBB, mas estava ausente nas últimas décadas, ameaça voltar após as eleições de 2010", adverte d. Pedro Luiz Stringhini, prevendo uma ofensiva de grupos mais conservadores na disputa pelo controle da entidade. Segundo assessores da CNBB, em Brasília, esses grupos seriam formados por bispos do Rio, de Minas e de São Paulo que tentariam eleger um presidente mais disposto a enfrentar um governo eventualmente do PT. D. Demétrio discorda dessa análise, pois acredita na reeleição de d. Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana, "homem equilibrado e firme". Para os conservadores, uma alternativa capaz de somar votos para a presidência seria d. Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo.
TRECHOS
Carta de d. Luiz Gonzaga Bergonzini aos bispos :
"Como é de conhecimento de todos, em 1/7/2010, iniciei uma campanha contra os candidatos favoráveis ao aborto, de todos os partidos, a qualquer cargo. O PT é o principal articulador dessa ação no Brasil e, também, do "casamento" de homossexuais."
"O meu comportamento é baseado em minha consciência e no Evangelho. E visa à discussão de valores com a sociedade. Seja qual for o resultado das eleições, filósofos, sociólogos, antropólogos, religiosos e a população já começaram a debater o que chamam de "agenda de valores". O relativismo na sociedade e na Igreja Católica, sempre lembrado pelo papa Bento XVI, também tem sido questionado: o meu sim é sim e o meu não é não."
"Ocorre que, no dia 7/10/2010, tive uma grande surpresa. D. Demétrio Valentini, da Diocese de Jales, publicou uma matéria de meia página, no jornal Diário de Guarulhos, editado em minha diocese, com uma acusação de crime eleitoral. Um bispo acusando outro de crime, pela imprensa. É algo muito grave e inadmissível. Anteriormente, recebi uma carta anônima com velada ameaça à minha vida, que já está nas mãos da polícia."
Resposta de d. Demétrio Valentini
"Em primeiro lugar, alguns esclarecimentos:
1 - Não invadi Guarulhos, coisa nenhuma! Foi o jornal daí, através de um repórter, que me procurou, e fez a reportagem que ele quis fazer. Não fui eu que pedi para ele escrever o que ele escreveu.
2 - Não fui eu que levantei a questão do "crime eleitoral". Ao ser perguntado sobre isto, disse que esse assunto cabe à Justiça Eleitoral."
"Agora, com calma, outra observação: fiquei triste vendo como interpreta de maneira tão preconceituosa o que escrevi no meu artigo que o sr. cita, achando que tive a intenção de confundir os cristãos, levando-os a serem a favor do aborto, e tantas outras coisas mais que o sr. escreve, interpretando tão erradamente o que escrevi."
"De maneira muito injusta me acusa de ser um soldado do Partido dos Trabalhadores, e ainda por cima declara que não está fazendo política. Ora, D. Bergonzini, o Brasil inteiro está vendo que é o sr. que está fazendo política, e muita gente está escandalizada com sua atitude de invocar sua condição de bispo e de "sacerdote do Altíssimo", para pedir que não se vote no Partido dos Trabalhares, e em especial na candidata do partido para a Presidência. Ora, existe atitude mais política do que esta?"
Nota Oficial. A ignominia do "jornalismo", da Folha e do PT, ainda vai se revelar mais.
“Diante de matéria publicada hoje, a campanha de José Serra esclarece: Monica Serra nunca fez um aborto. Essa acusação falsa, que já circulava antes na internet, repete o padrão Miriam Cordeiro de que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima na eleição de 1989. E dá continuidade ao jogo sujo que tem caracterizado a presente campanha desde que um núcleo do PT, montado para fazer dossiês contra o candidato tucano à Presidência, foi descoberto em Brasília. Primeiro eles atacaram a filha de José Serra. Depois atacaram o seu genro. Agora eles agridem a sua mulher, Monica, que tem a irrestrita solidariedade, amor e respeito de seu marido, de seus filhos, netos e de milhões de brasileiros.”
Prof. Carlos Figueredo (Filosofia do Direito, Venezuela) : aviso para os "libertários" dos campi brasileiros.
Veja on line
Brasil
Eleições 2010
Privatização volta a ocupar espaço na campanha eleitoral
Às vésperas do segundo turno, assunto foi mencionado em debate e explorado na propaganda de TV
A entrada da sede da BM&FBovespa se transformou em uma pequena réplica de uma plataforma de extração de petróleo (Vanessa Carvalho / AE)
Francisco Anuatti, economista: “O crescimento da participação privada nos serviços públicos ainda é repudiado na opinião da sociedade. Não podemos simplesmente nos alinhar com a maioria e deixar de usar o debate para esclarecimento”
Na campanha deste ano, o tema voltou com força na propaganda petista para o segundo turno. Na peça publicitária veiculada na televisão esta semana, a candidata Dilma Rousseff sustenta que o voto em José Serra seria “a volta do passado, das privatizações, do desemprego e do arrocho salarial”. No programa, o petróleo é usado para reforçar o posicionamento do PT. “É justo privatizar a Petrobras e o pré-sal?”, pergunta o narrador.
Para os especialistas ouvidos pelo site de VEJA, o PT utiliza a mesma estratégia da campanha anterior porque, no Brasil, a privatização é geralmente associada a demissões e à elevação de preços dos serviços. “Há uma forte campanha de natureza ideológica que procura salientar os aspectos negativos do tema”, avalia João Paulo Peixoto, professor de ciência política da UnB. “O Brasil sempre foi muito acostumado à ideia de estado. Toda nossa história republicana foi a de construção do estado. A ideia de mercado nunca foi predominante”, completa.
Nacionalismo - Para Roberto Romano, professor de ética e política da Unicamp, essa conotação pejorativa da privatização é uma herança getulista, que o PT tenta resgatar porque a estratégia foi bem sucedida contra Alckmin em 2006. “Há uma dose de nacionalismo embutido nisso, por isso a Petrobras entra no debate”, pontua. “Se o Serra não responder à altura, essa questão de ‘o petróleo é nosso’ vai tomar proporções maiores”, completa.
Na avaliação do economista Francisco Anuatti, um dos autores do estudo “Os efeitos da privatização sobre o desempenho econômico e financeiro das empresas privatizadas”, de 2005, o debate sobre privatizações ainda é simplista. “O crescimento da participação privada nos serviços públicos ainda é repudiado na opinião da sociedade. Não podemos simplesmente nos alinhar com a maioria e deixar de usar o debate para esclarecimento”, reclama.
Consequências – Tanto Anuatti como Roberto Macedo, também responsável pelo estudo, avaliam que as privatizações foram benéficas. “O estado é falho na gestão de empresas, principalmente em governos em que impera o loteamento político de cargos. Há ainda muitas empresas que poderiam ser privatizadas e ter a gestão aprimorada, como os Correios e a Infraero”, avalia Macedo.
Para o PT, o pré-sal torna o tema novamente relevante. Segundo o líder do governo na Câmara, deputado federal Cândido Vaccarezza (SP), a discussão sobre qual sistema de exploração seria melhor para o país (de partilha ou concessão) está diretamente relacionada à concepção de estado de cada partido. “A oposição se manifestou o tempo inteiro contra o sistema de partilha, mas o sistema de concessão é a entrega das nossas reservas para as multinacionais. Você privatizar o pré-sal é um desserviço à população brasileira”, afirma.
Desta vez, o PSDB não desconversou. No debate da Band, Serra afirmou que, ao contrário do que afirmam os petistas, ele pretende fortalecer a Petrobras. O candidato saiu em defesa das privatizações durante a gestão tucana, reforçando as consequências positivas para o setor de telefonia. “Se o PT tivesse mudado isso, o Brasil estaria falando ainda no orelhão. O governo Lula só seguiu a política do presidente Fernando Henrique”, disse o presidenciável. Em seu programa, argumentou que outros governos também privatizaram: “No Brasil nos últimos 25 anos, todos os presidentes privatizaram. Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique e Lula. Em cada época por necessidades diferentes”.
O senador tucano Álvaro Dias fez coro à avaliação de Serra. “O PT também privatizou. Só não o fez mais porque o que deveria ter sido privatizado sob a ótica do desenvolvimento do país já havia sido”, defendeu. De acordo com o Ministério do Planejamento, foram privatizadas dez estatais na gestão de FHC e duas durante o governo Lula. . No quadro abaixo:
SIGLA NOME DA EMPRESA DATA DE EXCLUSÃO
BEC Banco do Estado do Ceará S.A. e uma subsidiária (BEC-DTVM),
adquirida pelo Bradesco. 21.12.2005
BEM Banco do Estado do Maranhão S.A. e três subsidiárias (BEM-SG, BEM-
VTV, BEM-DTVM), adquirida pelo Bradesco. 10.02.2004
BEA Banco do Estado do Amazonas S.A. 24.01.2002
BEG Banco do Estado de Goiás S.A. e duas subsidiárias (BEG/DTVM e
Sisplan) 04.12.2001
BANESPA Banco do Estado de São Paulo S.A. e cinco subsidiárias 20.11.2000
DATAMEC Datamec S.A. - Sistemas de Processamento de Dados 23.06.1999
GERASUL Centrais Geradoras do Sul do Brasil S.A. 15.09.1998
TELEBRÁS 12 novas controladoras, abrangendo todas as empresas que compunham
o Sistema TELEBRÁS (EMBRATEL, 27 empresas de telefonia fixa e 26
de telefonia celular)
29.07.1998
MERIDIONAL Banco Meridional do Brasil S.A. (e cinco subsidiárias) 04.12.1997
CVRD Companhia Vale do Rio Doce (e 13 subsidiárias) 06.05.1997
LIGHT Light Serviços de Eletricidade S.A. 21.05.1996
ESCELSA Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. 11.07.1995
EMBRAER Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. 07.12.1994
EAC Embraer Aircraft Corporation 07.12.1994
EAI Embraer Aviation International 07.12.1994
NEIVA Indústria Aeronáutica Neiva S.A. 07.12.1994
CARAÍBA Mineração Caraíba Ltda. 28.07.1994
PQU Petroquímica União S.A. 25.01.1994
AÇOMINAS Aço Minas Gerais S.A. 10.09.1993
COSIPA Companhia Siderúrgica Paulista 20.08.1993
ULTRAFÉRTIL Ultrafértil S.A. Indústria e Comércio de Fertilizantes 24.06.1993
CSN Companhia Siderúrgica Nacional 02.04.1993
FEM Fábrica de Estruturas Metálicas S.A. 02.04.1993
ACESITA Companhia. Aços Especiais Itabira 23.10.1992
ENERGÉTICA Acesita Energética S.A. 23.10.1992
FASA Forjas Acesita S.A. 23.10.1992
GOIASFÉRTIL Goiás Fertilizantes S.A. 08.10.1992
FOSFÉRTIL Fertilizantes Fosfatados S.A. 12.08.1992
CST Companhia Siderúrgica de Tubarão 23.07.1992
CNA Companhia Nacional de Álcalis 15.07.1992
ALCANORTE Álcalis do Rio Grande do Norte 15.07.1992
COPESUL Companhia Petroquímica do Sul 15.05.1992
PETROFLEX Petroflex Indústria e Comércio S.A. 10.04.1992
AFP Aços Finos Piratini S.A. 14.02.1992
SNBP Serviço de Navegação da Bacia do Prata 14.01.1992
COSINOR Companhia Siderúrgica do Nordeste 14.11.1991
COSINOR DIST. DIST. Cosinor Distribuidora S.A. 14.11.1991
MAFERSA Mafersa S.A. 11.11.1991
CELMA Companhia Eletromecânica 01.11.1991
USIMINAS Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. 24.10.1991
USUMEC Usiminas Mecânica S.A. 24.10.1991
EMPRESAS ESTATAIS FEDERAIS PRIVATIZADAS DESDE 1990
MP/SE/DEST 04/01/2010
It´s about nothing.
sábado, 16 de outubro de 2010
A Petrobás é "nossa"... às vezes dá vontade de pegar o povo brasileiro... deixa para lá.
Merval Pereira, no Blog República de Sebastião Loureiro, via Noblat.
Sábado, Outubro 16, 2010
Do blog do Noblat
16.10.2010
Conspirações
Com todas as pesquisas de opinião convergindo para o estreitamento da diferença entre os candidatos – a mais recente, do Datafolha, mantém a redução da diferença do primeiro para o segundo turno de 14 para 8 pontos – o comando da campanha petista sofreu uma intervenção branca, determinada pelo presidente Lula, que deu ao deputado federal Ciro Gomes, do PSB, e ao candidato petista derrotado para o governo, Aluizio Mercadante, plenos poderes para elevar o tom da campanha no rádio e televisão. Também José Dirceu ampliou seu grau de influência nas decisões da campanha, e segundo informações é dele a orientação para que Dilma escolha com maior seletividade os debates de que participará nesse segundo turno.Ontem o SBT anunciou o cancelamento do debate programado por “dificuldades de agenda dos candidatos”. O debate de amanhã na Rede TV/Folha está confirmado, mas ainda há dúvidas quanto ao da TV Record. Em 2006, o debate da Record no segundo turno não foi realizado, e a campanha tucana atribuiu o cancelamento a uma interferência da campanha petista.
A teoria da conspiração, que já surgira no primeiro turno quando começou a se consolidar a idéia de que a eleição poderia não ser resolvida no dia 3 de outubro, ressurgiu com a queda da diferença entre os dois candidatos, indicando que a dianteira de Dilma pode estar dentro do empate técnico.Como as pesquisas erraram no primeiro turno, dando para Dilma uma votação maior do que as urnas revelaram, o empate parece ser o resultado que melhor espelha a situação atual.
O governador eleito do Rio Grande do Sul pintou com tintas fortes o quadro político atual, ao falar na noite de quinta-feira em uma reunião partidária em Porto Alegre.Segundo ele, está havendo "uma campanha de golpismo político só semelhante aos eventos que ocorreram em 1964 para preparar as ofensivas" contra o governo estabelecido.Sem esquecer-se de culpar a imprensa pelo clima de golpismo que denunciava, Tarso Genro não deixou por menos: avaliou que a situação pode "redundar em uma eleição ilegítima", na qual um candidato quer se eleger "com base na mentira, na inverdade, na calúnia e na difamação".
Esse Tarso Genro eleito governador que fala de golpismo nesses termos é o mesmo que, dias depois da reeleieção de Fernando Henrique em 1998, publicou um artigo pedindo seu "impeachment". Ontem, depois que a pesquisa Datafolha mostrou uma estabilidade em relação ao primeiro levantamento do segundo turno, a direção petista comentou que seus levantamentos internos demonstram uma recuperação de Dilma.O que significa uma admissão de que a candidatura petista esteve em queda em algum momento deste segundo turno.
Levantamentos internos da campanha de Serra indicam uma situação oposta, mais favorável ao candidato tucano, e apontam a agressividade dos programas eleitorais da adversária como a maior prova de que a tendência de estreitamento da diferença está se mantendo. A campanha tucana decidiu também entrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com vários pedidos de direito de resposta aos programas de rádio e televisão dos petistas.
A análise feita na campanha tucana é que a propaganda petista está arriscando muito nas acusações, o que seria mais uma demonstração de que eles estão flertando com os limites da legislação eleitoral. Um dos direitos de resposta será para o programa de ontem à noite, que acusa o então governador José Serra de ter mandado a polícia invadir a Universidade de São Paulo (USP) durante uma greve de professores.
Na verdade, foi a reitora da USP quem pediu na Justiça a reintegração de posse, e a polícia foi enviada para executar a ordem. Também a insistência na acusação de que o ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) David Zilberstein quer privatizar o pré-sal é alvo de um pedido de resposta. Zilberstein é identificado pela propaganda petista como “principal assessor da área energética” da campanha de Serra, quando na verdade ele não exerce nenhuma função.
Zilbertein já divulgou uma nota desmentindo Dilma e esclarecendo que ele apenas defende o sistema de concessão na exploração do petróleo, que foi implantado pelo governo Fernando Henrique, em vez da partilha que o governo Lula quer adotar na exploração do pré-sal.Se concessão fosse igual a privatização, como acusam os petistas, então o governo Lula já “privatizou” várias áreas do pré-sal, que foram licitadas pelo sistema que estava em vigor até a mudança da legislação.
Há também a acusação de que Serra privatizou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), quando a empresa foi privatizada no governo Itamar Franco, onde Serra não exerceu função.Ao mesmo tempo, Dilma tentar se livrar do impasse em que está desde que o tema “descriminação do aborto” surgiu na campanha, tomando conta do debate político.
Ontem, depois de muito relutar, ela divulgou uma carta em que se diz “contra o aborto”, mas não nega diretamente que seja contra a “descriminação do aborto”, e deixa para o Congresso decisões sobre esse e outros temas polêmicos, apenas prometendo que, eleita presidente, não enviará nenhuma lei que seja “contra a família”.
É uma tentativa de encerrar uma discussão que tem prejudicado muito seu desempenho. O tom mais agressivo, a crítica de que o debate sobre o aborto foi provocado por setores atrasados da oposição, e a campanha centrada na acusação de que os tucanos entregam o patrimônio público para investidores privados, tudo isso faz parte de uma estratégia para recuperar a parte dos votos da esquerda partidária que foi para Marina Silva no primeiro turno.
Em 2006 deu certo.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Merval Pereira, por sugestão de Alvaro Caputo e do Blog República, de Sebastião Loureiro.
Sexta-feira, Outubro 15, 2010
Do blog do Noblat
15.10.2010
Acertando contas
Já escrevi aqui diversas vezes que considero que o governo Lula promoveu um retrocesso institucional no país que talvez seja a verdadeira herança maldita que legará a seu sucessor.A esterilização da política, com a cooptação dos partidos políticos para formar uma base parlamentar à custa de troca de favores e empregos; o mesmo processo de neutralização dos movimentos sociais e sindicais com financiamentos generosos. Em consequência, o aparelhamento da máquina estatal, dominada pelo PT e alguns partidos aliados; a leniência com os companheiros que transgrediram a lei em diversas ocasiões, todos perdoados e devidamente protegidos.Por fim, a própria postura do presidente Lula durante a campanha eleitoral, desprezando a legislação e menosprezando as advertências e multas do Tribunal Superior Eleitoral como se elas não tivessem significado.Tudo isso levou o país a ficar anestesiado durante esses oito anos, num processo de centralização da liderança carismática de Lula que continua predominando na campanha eleitoral.O quadro estava montado para que a campanha transcorresse de maneira anódina e sem debates, com a automática transferência de votos de Lula para a homologação da vitória no primeiro turno de sua "laranja" eleitoral, a candidata Dilma Rousseff que, segundo definição do próprio Lula, aparece na máquina de votar porque ele está impossibilitado de concorrer à Presidência da República pela terceira vez consecutiva.
Nas últimas semanas, dando a fatura por liquidada, o presidente Lula resolveu "acertar umas contas" com adversários escolhidos, segundo revelou a assessores próximos.E lá se foi ele pelo país a falar mal da imprensa e fazendo campanha contra candidatos específicos: alguns, como os senadores Marco Maciel, do DEM de Pernambuco, Heráclito Fortes, do DEM do Piauí, ou Arthur Virgílio, do PSDB do Amazonas, conseguiu derrotar.Outros, não. Exortou o eleitorado a "extirpar" o Democratas em Santa Catarina e o partido elegeu o governador e os dois senadores da oposição. Tentou evitar a reeleição de Agripino Maia para o Senado no Rio Grande do Norte, e o DEM não apenas o elegeu como também a governadora Rosalba Ciarlini. Deve-se a esse "acerto de contas" do presidente boa parte do clima que levou inesperadamente a eleição para o segundo turno.
A figura do presidente raivoso e rancoroso, a buscar vingança de inimigos que deveriam ser meros adversários políticos, politizou uma campanha morna e fez surgir a dúvida entre parcela de eleitores, juntamente com questões específicas como as recorrentes denúncias de corrupção no governo, com o caso de Erenice Guerra no Gabinete Civil se destacando, e o debate religioso sobre o aborto. Mas Lula parece que não aprendeu com a lição das urnas. Ontem, em meio a uma campanha que periga transformar-se em uma guerra religiosa, teve a ousadia de dizer em cima de um palanque que foi Deus quem derrotou os políticos que acabaram com a CPMF. Nomeou-se, assim, um intermediário divino no seu "acerto de contas".
O fato é que a 15 dias da eleição o resultado é imprevisível, e a média das pesquisas, embora mantenha uma ligeira vantagem para Dilma Rousseff, mostra que as curvas estão se aproximando e o empate técnico é o resultado que melhor reflete a situação atual. Com uma desvantagem para a candidata oficial: ela vem perdendo posições em praticamente todas as regiões do país, e só ganha no Nordeste, que representa 29% do eleitorado brasileiro, por uma boa diferença, de cerca de 30 pontos (60,1% a 31,1%).Mas o resultado do primeiro turno foi melhor para ela: 61,63% contra 21,48% de Serra e 16,14% de Marina. Isso quer dizer que Serra cresceu 10 pontos na região, e ainda existem cerca de 6 pontos de Marina sendo disputados.
No Norte-Centro-Oeste, que representa 15% dos votos, Serra vence Dilma por 5 pontos (45,7% contra 40,7%). Mas no primeiro turno, a petista venceu por pequena vantagem — 38,89%, contra 37,97% de Serra e 20,94% de Marina. No Sudeste, onde estão concentrados 44% dos votos brasileiros, Serra já vence por 1 ponto, tendo perdido na apuração do primeiro turno, quando Dilma obteve 40,88%, contra 34,58% de Serra e 23,18% de Marina. Dilma cresceu menos de 3 pontos na região, e está agora com 43,3% enquanto Serra foi a 44,7%, um crescimento de 10 pontos. Restam cerca de 13 pontos dos eleitores de Marina que ainda não se definiram, segundo a pesquisa CNT/Sensus. No Sul, que representa 14% do eleitorado, Serra teve 43,01% no primeiro turno e hoje tem 56%, enquanto Dilma caiu para 36,4% contra os 42,10% que obteve no primeiro turno.
Com relação à pesquisa do Ibope, que deu uma vantagem de 6 pontos para Dilma, há uma questão a constatar: na pesquisa de 02 de outubro para o primeiro turno, o Ibope deu Dilma com 51%, Serra com 31% e e Marina com 17%.A realidade das urnas no dia seguinte foi Dilma 47%, Serra 33% e Marina 19%, o que demonstra que o Ibope estava com uma defasagem de 6 pontos na diferença entre Dilma e Serra, apontando para uma diferença de 20 pontos que se transformaram em 14 pontos no resultado oficial.
It´s about nothing.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Liberty, once lost, is lost forever
A sigla não é mesmo PT, mas PB PARTIDO DA BOÇALIDADE.
Lula não "vai ficar batendo boca" com FHC, diz presidente do PT
Do UOL Notícias
Em Brasília
O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, afirmou nesta sexta-feira (15) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não vai ficar batendo boca" com o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas avaliou como “interessante” que, durante a campanha presidencial, as duas gestões fossem comparadas.
“Nós sempre propusemos fazer essa comparação e temos feito isso na campanha”, justificou o líder petista ao sair da gravação de mais um programa eleitoral acompanhado de presidente Lula, em um estúdio em Brasília. A declaração é uma resposta ao "desafio" proposto ontem por FHC para uma conversa após o fim do mandato.
Apesar de não haver registro em sua agenda oficial, presidente abriu uma brecha em suas atividades e participou das gravações do programa de Dilma Rousseff (PT) antes da viagem para o Paraná. Na agenda oficial, constavam apenas despachos internos no Palácio da Alvorada pela manhã.
Lula saiu do estúdio, sem falar com a imprensa, ao lado do ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins.
Dutra declarou que a estratégia da presidenciável petista para o próximo debate (neste domingo (17), na Rede TV), ainda não está definida. Porém o tom utilizado por ela no último domingo (10) pode ser mantido. “Desde meados de setembro, ela [Dilma] está sofrendo uma bateria de ataques. Primeiro com a Erenice, depois com o episódio religioso (...) Ela passou foi uma postura de firmeza contra a difamação que vem ocorrendo”, disse.
Dilma tem agenda em São Paulo, onde deve participar de um ato pela educação, juventude, ciência e tecnologia, no centro da capital e outro à noite, no bairro de São Miguel Paulista. Do Paraná, Lula segue à noite para São Paulo, onde deve se participar do comício de sua ex-ministra-chefe da Casa Civil.
Diario do Comércio, trágico, no mínimo.
| ||||
| ||||
|
Diario do Comércio. Engraçado, no mínimo...
| ||||
| ||||
|