segunda-feira, 8 de junho de 2009

No Blog da CUT/RJ.

Meu comentário, antes da leitura do texto abaixo:
O autor esquece, "apenas", que argumentos como os seus são reversíveis.
Por ex. : "louvar o governo" ? Disk Dirceu, etc.
Dar razões filosóficas para asseverar os ditos de Lula? Disk Marilena Chaui

Entoar lôas ao funcionamento dos movimentos e ONGs ligados ao governo? Disk Emir Sader, etc.

De fato, existem jornalistas (de todas as ideologias e posições políticas ou partidárias) preguiçosos e arrogantes. Para eles, o mais fácil é tentar conseguir um nome conhecido em determinado setor do saber, da ordem política, da economia, etc. que endosse suas opiniões ou, o que é ainda pior, a opinião dos redatores. Assim, eles tentam "pautar" os supostos entrevistados. Se estes se recusam a desempenhar o papel de papagaios das redações, suas falas são postas no lixo, na gaveta ou em qualquer outro recanto. As desculpas para não publicar declarações "inconvenientes" , no entender dos senhores do periódico, TV, Rádio, raramente são claras e honestas. Elas se escondem em razões "técnicas" (a mais usada, é "não deu espaço").

Em vez de demonizar os entrevistados ou supostos entrevistados, seria melhor ao autor indicar a situação, que é mais ampla dos que a definida por ele, mais complexa e envolvendo tanto a esquerda quanto a direita; os que apoiam o governo e seus críticos. Trata-se de uma relação delicada entre jornalistas/redações/interesses sociais, políticos, econômicos, religiosos, etc/ intelectuais.

Em anos e anos de vida pública, tenho experiências (e provas delas) que mostram à saciedade o quanto o trato entre acadêmicos e jornalistas passa pela censura (de direita, centro e de esquerda). Como diz o autor no começo, não existe imparcialidade, pois ninguém é Lobo Mau ou Chapeuzinho Vermelho. Assim, nem os críticos do governo são infalíveis ou mal intencionados, nem os defensores exalam olor de santidade. Todos são entes humanos, falíveis. Este é o pressuposto da vida pública, da democracia e da política. Como sabemos, deuses não precisam daquelas formas de relacionamento. E não existem deuses dentro ou fora dos Palácios.

Um abraço para o autor e seus leitores.

Roberto Romano


Disk entrevistados
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Escrito por Leonardo Sakamoto, da Repórter Brasil
01/06/2009
Quer fazer uma reportagem fast food e sem sabor? Veja aqui as dicas do blog do Sakamoto

Não existe imparcialidade jornalística. Qualquer estudante de jornalismo aprende isso nas primeiras aulas. Quando você escolhe um entrevistado e não outro está fazendo uma opção, racional ou não, por isso a importância de ouvir a maior diversidade de fontes possível sobre determinado tema. Fazer uma análise ou uma crítica tomando partido não é o problema, desde que não se engane o leitor, fazendo-o acreditar que aquilo é imparcial.

Infelizmente, muitos veículos ou jornalistas que se dizem imparciais, optam sistematicamente por determinadas fontes, sabendo como será a análise de determinado fato. Parece até que procuram o especialista para que legitime um ponto de vista. Ou têm preguiça de ir além e fugir da agenda da redação, refrescando suas matérias com análises diferentes. Dois amigos, grandes jornalistas com anos de estrada, ajudaram a fazer uma lista exemplar do que estou falando.

Vale ressaltar que boa parte destas fontes são especialistas sérios, reconhecidos em seus campos de atuação e que já deram importantes contribuições à sociedade. Como disse um desse amigos, terem posições conservadoras ou liberais não os descredencia. É um direito que eles têm. O problema são as mídias que sempre, sempre, sempre procuram esses mesmos caras para repercutir. Sempre eles. E somente eles.

Façam um teste e procurem esses nomes no seu jornal, revista, rádio, TV, site preferidos.

Questões trabalhistas? Disk Pastore
(O sociólogo José Pastore, mas sem dizer que ele dá consultoria para a Confederação Nacional da Indústria e a empresários que têm interesse direto no assunto)

Constitucionalismos? Disk Ives Gandra
(O respeitável jurista do Opus Dei não vacila jamais)

Ética? Disk Romano
(O professor de filósofia Roberto Romano)

Questões sindicais? Disk Leôncio
(O cientista político Leôncio Martins Rodrigues)

Ética na política? Disk Gabeira
(O deputado federal Fernando Gabeira, que viaja bastante de avião...)

Ética dos juros? Disk Eduardo Giannetti
(O professor do Ibmec é quase um gênio)

Pau no governo Lula? Disk Marco Antônio Villa
(Historiador. Tiro e queda. Mais pau no governo Lula? Disk Lúcia Hippólito - com a vantagem de ser uma das meninas do Jô)

Relações internacionais? Disk Rubens Barbosa
(Ex-embaixador. Precisa diversificar? Disk Celso Lafer, o ex-chanceler)

Mercado financeiro? Disk Arminio Fraga, o ex-BC
(Não rolou? Disk Gustavo Loyola? Ocupado? Ah, então vamos no Disk Maílson mesmo)

Mercado financeiro mundial? Disk Paulo Leme
(O cara está em Wall Street, pô, sabe tudo...)

Segurança pública? Disk Zé Vicente
(Ele é durão, estava lá dentro, mas fala como sociólogo. E com a vantagem de não ficar falando em direitos humanos para qualquer "resistência seguida de morte". É o coronel esclarecido...)

Partidos? PT especificamente? Disk Bolívar
(O cientista político Bolívar Lamounier, mas, por favor, não diga que ele é filiado ao PSDB)

Geografia? História? Demografia? Sociologia? Socialismo? Política? Geopolítica? Raça? Relações internacionais? Coréia? Pré-sal? Cotas? Mensalão? América Latina? MST? Pugilistas cubanos? Liberdade de imprensa? Farc? Tarso Genro? Disk Demétrio Magnoli
(Se te ocorrer algum outro assunto, ligue para ele também)