segunda-feira, 29 de junho de 2009

Voltaire e a Sátira...final.

E por falar em trabalhos publicados e não citados pelos coleguinhas, veja-se o trecho final do meu artigo "Voltaire e a Sátira" (link abaixo), hoje tão comum na escrita acadêmica nacional:

"O medo da impopularidade soma-se à demagogia e temos o falso pudor dos pensadores. A fala politicamente correta deixa impune o charlatanismo mais escandaloso. Os cérebros pensantes, em grande parte, são coniventes com as novas infâmias. Não se critica, nas rodas intelectuais, os milagreiros cujas anedotas fariam as delícias de Luciano, Rabelais, Erasmo, Voltaire, Diderot. Em plena São Paulo moderna já estão sendo vendidos, nos lucrativos escritórios das seitas, apartamentos paradisíacos. O seu preço aumenta se eles estiverem próximos à morada de Jesus Cristo. As chaves são entregues pelos pastores
com honestidade, depois da fatura paga... Esta história, como a de Luciano, é verdadeira. Como é efetiva a ignorância em nosso país. Aqui, as universidades são asfixiadas criminosamente pelos governos e astrólogos norteiam as mentes incultas. No Brasil, quem não acredita em milagre perde eleições. Urge purificar a fé pública e imprimir os iluministas franceses. Antes de escurecer os cérebros dos estudantes com o lero-lero irracionalista, ponha-se diante de seus olhos a saudável irreverência das Luzes, a razão satírica que atenua a loucura séria do fanatismo."