Projeto de nome de rua supera média de 2013
- Paulo Silas
- 01/06/2014
Para professor de
ética da Unicamp,
cenário é 'derrota'
do Legislativo
Número de projetos de lei
apresentados neste ano que dão nome às ruas de Limeira já supera a média
do ano passado. Do início de 2014 até a última segunda-feira, os
vereadores tinham protocolado 47 propostas que dão nomes para ruas,
praças e prédios públicos. O número representa 73,4% do total de
projetos apresentados durante o ano de 2013.
De acordo com balanço feito pela Câmara de Limeira, a pedido do Jornal de Limeira, 20 proposituras já foram aprovadas pelo Legislativo. Ainda 27 projetos aguardam para ser votados.
Até personalidades internacionais e nacionais chegaram a ser homenageadas pelos vereadores. No ano passado, o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, foi lembrado por Farid Zaine (PROS) e, neste ano, pastor Nilton (PRB) resolveu "perpetuar" o nome da apresentadora Hebe Camargo em uma das ruas ou avenidas do município.
Segundo a Assessoria de Imprensa da Câmara, o Regimento Interno impede que um único vereador seja o autor - primeiro signatário - de mais de 15 projetos que tratam deste tipo de homenagem. Recentemente, uma alteração no Regimento Interno também fez com que essas propostas necessitem de, pelo menos, 30 assinaturas.
Os dados mostram que o vereador Lemão da Jeová (PSC) lidera a lista com o número de propostas para denominações de ruas, praças e prédios públicos. Apenas neste ano, o vereador apresentou oito projetos neste sentido, sendo que dois foram retirados.
Já a vereadora Érika Moraes (PT) é a segunda da lista, com seis propostas apresentadas. Totó do Gás (PSC) e Luizinho da Casa Kühl (PSDB) também aparecem com cinco projetos cada.
Professor de Ética e Filosofia da Unicamp, Roberto Romano critica um número elevado de proposituras para nomes de ruas. "Infelizmente, tem se tornado comum no país inteiro esta derrota do Poder Legislativo. Cabe ao eleitor exigir que o Legislativo cumpra suas funções".
Para ele, o número alto de projetos neste sentido oferece um risco ao Poder Legislativo. "É um elemento perigoso e ruim, pois estamos caminhando para que o legislativo se torne um anexo do Executivo", destacou.