Em Berkeley, onde estive tempos atrás, costumava frequentar os excelentes "sebos"da cidade, como o Black Oak. Alí, não raro, bibliotecas inteiras de pesquisadores falecidos eram acumuladas e postas ao dispôr de leitores ávidos de saber.
Ao comprar vários livros que pertenceram ao respeitável pensador Gregory Vlastos, encontrei no interior do volume um pedaço de papel datilografado, no qual o colega anônimo de Vlastos se queixava dos alunos e colegas.
Vale a pena reler o fragmento, pois ele traz a verdade sobre a pretensa "comunhão acadêmica". Hegel dizia que o mundo universitário é o "reino animal do espírito". Topei com muitas hienas, algumas exibiam risos e graçolas como se fossem inteligentes, mas na verdade apenas mostravam podridão e carniça sob as gargalhadas dirigidas aos colegas. Alexandre Kojève deduz, da tese hegeliana, que os integrantes dos campi constituem o "reino dos ladrões roubados". Bem dito.
Vamos ao fragmento:
Dear Gregory: it was nice to have your letter last month. I have been encouraged by the tone of several replies to my inquiries to hope that something will turn up in N.E. before too long. It is a change that I look forward too, though I assure you I have no illusions about the thought-patterns of either faculty or students in N.E. colleges. I know well that they are quite as you describe them. I learned long since to live (philosophically) like a bear, by sucking my own paws. But I would be a good deal happier sucking them in an environment ––a physical environment, at least–– more suitable for bears. As for may writing, you are quite right; it will not be anything is to come only. I keep thinking of.....a small book......
Fragmentos de um náufrago de faculdade? De um desencantado? Não sabemos. Só é possível imaginar. Mas a figura do urso sem meio ambiente é feliz descrição do que sentem os "colegas"todos,
Esperar algo bom e belo de tal comunidade, é um tan ilório......to....ridi....