HOLOCAUSTOS HISTÓRICOS
J. R. Guedes de Oliveira
São quase idênticas as
definições de massacre, extermínio, holocausto e genocídio. Depende, muito, de
sua intensidade em termos numéricos e a sua história no universo dos
acontecimentos humanos..
Nesta data de 24, se
registra o centenário do Genocídio Armênio, perpetrado pelos turcos, muito
embora sistematicamente negado, 1.200.000 pessoas foram sacrificadas, muitas
das quais em longas marchas no deserto, sem água, sem alimento, até a exaustão
e a morte.
Contudo, existem outros
holocaustos ou genocídios – ou um, ou outro – e não há como negá-los. Os
registros históricos são documentos comprobatórios da intolerância e da
desumanidade de uns e outros.
O Holocausto Judeu,
perpetrado pelo nazismo alemão, ceifou a vida de 6.000.000 de pessoas
principalmente no continente europeu. O registro, entre documentos e fotos, dão
provas insofismáveis de uma ação que se chamou de “Solução Final”. Um louco,
somado com alguns loucos mais e exercendo poder sobre o seu povo – deu no que deu.
O Holocausto, agora, a
que a comunidade afrodescendente procura reconhecer, foi a da Escravidão Negra,
pela qual foram tragadas mais de 4.000.000 de africanos.
Já se ouve, pelo mundo
afora, alguns governos se manifestarem, em documento, pelo reconhecimento do
Holocausto Negro. O próprio ex-Presidente Inácio “Lula” da Silva o fez
publicamente, quando de uma sua visita à África. Mas apenas ficou em palavras,
não assinando e dando público tal documento que caracterizaria o reconhecimento
oficial.
Na Espanha, a comunidade
afroiberodescendente, que representa a maioria da minoria étnica do país, vem
trabalhando exaustivamente para que seja reconhecido, internacionalmente, o
Holocausto Negro. Inclusive, lá, há correntes de políticos e intelectuais
desejosos em retirar placas de ruas e praças com nomes de figuras que
praticaram o comércio da escravidão negra.
Destes citados, ainda
teríamos a classificar como Holocausto, o extermínio dos índios. O Brasil não
ficaria atrás desta infâmia estatística. E os afrodescendentes, aqui em nosso
país, pagam pela exclusão social, não obstante alguns certos avanços.
Diante de tais
estatísticas horríveis, a humanidade ainda não se encontrou. Talvez tenha que
penar por longos séculos, até que se conscientize de que jamais adiantará calar
a boca de um povo ou de uma nação, cuja força representativa seja a de paz e
harmonia.
Os holocaustos ou
genocídios tiveram, sempre, a conotação do ódio, da intolerância e do fator
econômico. São estas as três palavras que se apresentaram em várias guerras,
sendo as mais conhecidas a I e II Guerras Mundiais.
Por mais que não
queiramos, parece-nos que a afirmativa do filósofo inglês Thomas Hobbes
(1588-1679), de que “o homem é o lobo do homem”, reaparece a cada tempo e espalha a morte e o desespero.