sábado, 25 de abril de 2015

J.R. Guedes de Oliveira


                             HOLOCAUSTOS HISTÓRICOS

                                                                                 J. R. Guedes de Oliveira

          São quase idênticas as definições de massacre, extermínio, holocausto e genocídio. Depende, muito, de sua intensidade em termos numéricos e a sua história no universo dos acontecimentos humanos..
          Nesta data de 24, se registra o centenário do Genocídio Armênio, perpetrado pelos turcos, muito embora sistematicamente negado, 1.200.000 pessoas foram sacrificadas, muitas das quais em longas marchas no deserto, sem água, sem alimento, até a exaustão e a morte.
          Contudo, existem outros holocaustos ou genocídios – ou um, ou outro – e não há como negá-los. Os registros históricos são documentos comprobatórios da intolerância e da desumanidade de uns e outros.
          O Holocausto Judeu, perpetrado pelo nazismo alemão, ceifou a vida de 6.000.000 de pessoas principalmente no continente europeu. O registro, entre documentos e fotos, dão provas insofismáveis de uma ação que se chamou de “Solução Final”. Um louco, somado com alguns loucos mais e exercendo poder sobre o seu povo – deu no que deu.
          O Holocausto, agora, a que a comunidade afrodescendente procura reconhecer, foi a da Escravidão Negra, pela qual foram tragadas mais de 4.000.000 de africanos.
         Já se ouve, pelo mundo afora, alguns governos se manifestarem, em documento, pelo reconhecimento do Holocausto Negro. O próprio ex-Presidente Inácio “Lula” da Silva o fez publicamente, quando de uma sua visita à África. Mas apenas ficou em palavras, não assinando e dando público tal documento que caracterizaria o reconhecimento oficial.
          Na Espanha, a comunidade afroiberodescendente, que representa a maioria da minoria étnica do país, vem trabalhando exaustivamente para que seja reconhecido, internacionalmente, o Holocausto Negro. Inclusive, lá, há correntes de políticos e intelectuais desejosos em retirar placas de ruas e praças com nomes de figuras que praticaram o comércio da escravidão negra.
          Destes citados, ainda teríamos a classificar como Holocausto, o extermínio dos índios. O Brasil não ficaria atrás desta infâmia estatística. E os afrodescendentes, aqui em nosso país, pagam pela exclusão social, não obstante alguns certos avanços.
        Diante de tais estatísticas horríveis, a humanidade ainda não se encontrou. Talvez tenha que penar por longos séculos, até que se conscientize de que jamais adiantará calar a boca de um povo ou de uma nação, cuja força representativa seja a de paz e harmonia.
        Os holocaustos ou genocídios tiveram, sempre, a conotação do ódio, da intolerância e do fator econômico. São estas as três palavras que se apresentaram em várias guerras, sendo as mais conhecidas a I e II Guerras Mundiais.
         Por mais que não queiramos, parece-nos que a afirmativa do filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), de que “o homem é o lobo do homem”, reaparece a cada tempo e  espalha a morte e o desespero.