segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Algumas reflexões sobre a ditadura na América do Sul.


Quanto ao ditador Chavez, recordo que 54% é práticamente a metade do eleitorado (o voto não é obrigatório). Admirável o empenho dos estudantes, cuja valentia e lucidez ultrapassa, em muito, a pequena estatura de seus colegas brasileiros, imersos em trotes selvagens e no comercialismo venal da UNE, instituição fantasma.

É bom recordar que certo Herr Hitler foi eleito na civilizada Alemanha, e subiu legalmente ao poder. Ditaduras são males que assolam povos com medo ou acostumados à plena arrogância diante dos "inferiores". E a tendência à ditadura volta na Europa, onde fascistas buscam se eternizar no poder político, pois recebem apoio da midia (no caso de Berlusconi, a sua midia). Quem assiste os programas de TV da Itália, percebe que o nível intelectual e emotivo é pior (e não exagero) do que o exibido nos palcos da Sra. Hebe Camargo. É de chorar (de vergonha) diante da miséria humana. A França, supostamente intelectualizada, segue rumo semelhante e também a Inglaterra.

Somada a volúpia que move os políticos e a tolice, em parte pré fabricada, em parte efetiva, de povos inteiros, o campo é fértil para ditaduras no mundo todo.

É justificada, portanto, a raiva de todos os autoritários do planeta diante dos EUA. Alí, apesar de todas as tentativas de golpes, existe alternância no poder. Dirão os opacos cérebros da esquerda e da direita: "existe alternância das pessoas, mas os dirigentes ( a plutocracia) é a mesma". Falso. Mesmo as oligarquias norte americanas são dinâmicas, sobem e descem com a oscilação econômica, geo política, religiosa, cultural e mesmo ideológica. Alí se mostra a vitalidade do sistema, que se regenera infalivelmente após crises que fariam países outros desaparecer. No Irã, uma ditadura clerical passa a enfrentar dias sombrios, com inflação alta, economia frágil e inconsistente, fechamento comercial aos "não iguais". A Venezuela de Chavez, aliada do Irã, também passa por algo similar, agora piorado com a ditadura perene. O preço do petróleo cai e breve, sem produção econômica significativa, virá o terror (à cubana) e depois um golpe, contra golpe, etc.

Em vez de ficarmos detidos na acerba invectiva contra pessoas que lutaram para evitar uma ditadura, passemos, rápido, a lutar aqui no Brasil. O exemplo é contagioso e nos quartéis petistas a "solução"da Venezuela é a predileta. E sejamos realistas: o populismo federal tem armas poderosas como os "programas sociais"e as bençãos da classe política, na sua maioria. Restam poucos democratas que não foram tragados pela cooptação. É preciso pensar e agir logo. Em política não existe o "mais tarde", pois este significa apenas um "nunca". Leiam Maquiavel, pois ele sabe das coisas.

RR