sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sobre ditabrandas ou duras.

Sobre a querela iniciada pela Folha (na verdade, por um editorialista anônimo, mas em opinião referendada, visto ter sido posta em página oficial do periódico), sobre a ditadura ou ditabranda, reafirmo minha posição de sempre: não existe justificativa para nenhuma ditadura. Sou contra o ditador Chavez, mas não aplaudi os que o golpearam, justamente porque definiram normas ditatoriais de censura à imprensa e outras normas contrárias à democracia. Mostraram que equivaliam ao bolivariano tirânico. Em toda minha vida fui contra as ditaduras de esquerda, direita, centro ou alto. A democracia, penso, é o único regime que permite oportunidades e livre debate para todos. Deste modo, não aceitei nunca números ou adjetivos para qualificar um governo ditatorial. Uma só pessoa morta para garantir o poder de um grupo ou setor político é algo injustificável. Se os bandidos que assumiram o mando no Chile, Argentina, Uruguai, mataram mais do que os que no Brasil mandaram torturar, matar, exilar, é resultado. Quem é democrata luta contra os pressupostos dos golpes. Perdoem os que medem ditaduras : trata-se de um regime que merece recusa liminar e nunca justificativas.
Roberto Romano