No caso da brasileira que agora está sub judice na Suiça, gostaria de ponderar um pouco. Vocês não acham no mínimo estranho que alguém seja capaz de auto flagelação ? Experimentem cortar as pernas, a barriga, o corpo inteiro e me digam se o sentimento é de prazer. Existem adeptos de Sacher Masoch de todos os tipos. No Brasil, parece, eles são incontáveis, dada a eleição dos nossos "dirigentes"e a popularidade de nosso Meçias. Mas o masoquismo de nossa gente não chegou, ainda, aos cortes sem anestesia na pele (ou o próximo passo será indicar que a moça aplicou anestesia em si mesma, utilizando sofisticado aparelho e excelentes quimicas?). As coisas não estão bem explicadas, por mais que notórios partidários do superior europeu tentem concluir, muito apressadamente. A revista calhorda que noticiou a suposta auto flagelação, periódico que pertence ao partido acusado pela jovem, passa, na mesma reportagem, do caso à generalização racista: aqui no Brasil, as mulheres usam engravidar para manter seus namorados ou maridos ou amantes.
Recordo que atos contrários ao direito e à verdade não constituem monopólios das ditaduras. É perfeitamente possível encontrar, em democracias ou aparentes democracias, operações contrárias às leis e à justiça. No Brasil, cidadãos (pouco importa a sua consciência ideológica) foram suicidados. O caso de Vladimir Herzog não é único. Mas ainda em data recente na Europa, e quase sempre devido a processos de corrupção, indivíduos foram suicidados de maneira similar. Estava eu na França em 1993 quando vários suicidios inexplicados em termos policiais vieram a público. Todos tinham raízes em setores corrompidos. Numa simpática loja de roupãs tecidas em lã (Aux laines Ecossaises) de Paris, um ancião, o dono da loja, conversava com frequeses como nós, cujo sotaque lhe garantia não serem da terra. O assunto seguiu para os tempos e os costumes, como sempre ocorre nos diálogos com idosos. "ah, monsieur, ces mysterieux suicides...ils indiquent des choses bien plus compliquées...". E eu: "Mais, cher Monsieur, et les legistes, et la police, et le parquet?". Resposta: um sorriso cansado, um lenço passado pela careca suada, um suspiro. "Au revoir monsieur, rentrez vite chez vous, ici les choses deviennent a chaque jour plus mysterieuses...".
Espero mesmo que o caso seja apenas de insanidade e masoquismo. Espero que a Suiça prove seu caso. Mas não sou criança o bastante para acreditar que num país cujo governo acolhe um partido xenófobo, partido acusado por uma estrangeira, nada tenha a dizer no relativo a coisas misteriosas, mas cuja base é clara como o sol. O incêndio do Reichstag foi vendido como atentado terrorista e lamentado inclusive pelos que tudo perderiam por acreditar na informação oficial.
Uma correta investigação internacional traria luzes menos estranhas ao caso. No momento, temos uma parte (acusada) que toma liberdades com outra parte. Nào vejo isenção nos pronunciamentos e providências oficiais daquele país. Tal é o meu sentimento. Quem pensa diferente, tem todo o direito de me criticar ou de mostrar meu erro. Mas deboche não é argumento, é técnica de manipulação e de propaganda, que atinge apenas os que desistiram de pensar ou pensam segundo os ditames de suas seitas, de direita ou de esquerda pouco importa.
RR
Recordo que atos contrários ao direito e à verdade não constituem monopólios das ditaduras. É perfeitamente possível encontrar, em democracias ou aparentes democracias, operações contrárias às leis e à justiça. No Brasil, cidadãos (pouco importa a sua consciência ideológica) foram suicidados. O caso de Vladimir Herzog não é único. Mas ainda em data recente na Europa, e quase sempre devido a processos de corrupção, indivíduos foram suicidados de maneira similar. Estava eu na França em 1993 quando vários suicidios inexplicados em termos policiais vieram a público. Todos tinham raízes em setores corrompidos. Numa simpática loja de roupãs tecidas em lã (Aux laines Ecossaises) de Paris, um ancião, o dono da loja, conversava com frequeses como nós, cujo sotaque lhe garantia não serem da terra. O assunto seguiu para os tempos e os costumes, como sempre ocorre nos diálogos com idosos. "ah, monsieur, ces mysterieux suicides...ils indiquent des choses bien plus compliquées...". E eu: "Mais, cher Monsieur, et les legistes, et la police, et le parquet?". Resposta: um sorriso cansado, um lenço passado pela careca suada, um suspiro. "Au revoir monsieur, rentrez vite chez vous, ici les choses deviennent a chaque jour plus mysterieuses...".
Espero mesmo que o caso seja apenas de insanidade e masoquismo. Espero que a Suiça prove seu caso. Mas não sou criança o bastante para acreditar que num país cujo governo acolhe um partido xenófobo, partido acusado por uma estrangeira, nada tenha a dizer no relativo a coisas misteriosas, mas cuja base é clara como o sol. O incêndio do Reichstag foi vendido como atentado terrorista e lamentado inclusive pelos que tudo perderiam por acreditar na informação oficial.
Uma correta investigação internacional traria luzes menos estranhas ao caso. No momento, temos uma parte (acusada) que toma liberdades com outra parte. Nào vejo isenção nos pronunciamentos e providências oficiais daquele país. Tal é o meu sentimento. Quem pensa diferente, tem todo o direito de me criticar ou de mostrar meu erro. Mas deboche não é argumento, é técnica de manipulação e de propaganda, que atinge apenas os que desistiram de pensar ou pensam segundo os ditames de suas seitas, de direita ou de esquerda pouco importa.
RR