quarta-feira, 27 de maio de 2009

"Eu não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz". De como ficamos sabendo que não existe crime de terror no Brasil.

Como as "autoridades" brasileiras não sabem, e também os jornalistas ignoram, existem resoluções da ONU contra o terrorismo. Cito apenas uma delas, abaixo. Como é possível dizer que no Brasil "não existe o crime de terrorismo" ? É bem a declaração de que no poder do petismo federal, o Brasil não pertence ao planeta, mas a uma galáxia distante, algo cifrado em alguns bilhões de kilometros. Dizer que os dirigentes brasileiros são autistas é um insulto aos autistas. Eles são, a palavra é mesmo assim, alienados. E podem conceder a significação rousseísta, marxista, psiquiátrica ou a que bem desejarem ao termo. Quando um Ministro da Justiça diz que não existe nada parecido no Brasil, ou ele se engana ou nos engana. Simples assim. E basta!
RR


United Nations A/RES/62/272
General Assembly
Distr.: General
15 September 2008
Sixty-second session
Agenda item 118

07-48003
Resolution adopted by the General Assembly
[without reference to a Main Committee (A/62/L.48)]
62/272. The United Nations Global Counter-Terrorism Strategy


The General Assembly,

Reaffirming the United Nations Global Counter-Terrorism Strategy, contained
in General Assembly resolution 60/288 of 8 September 2006, which called for, inter
alia, an examination in two years of progress made in the implementation of the
Strategy and for consideration to be given to updating it to respond to changes, as
provided for in paragraph 3 (b) of that resolution,

Recalling the pivotal role of the General Assembly in following up the
implementation and the updating of the Strategy,

Renewing its unwavering commitment to strengthen international cooperation
to prevent and combat terrorism in all its forms and manifestations,
Recognizing that international cooperation and any measures undertaken by
Member States to prevent and combat terrorism must fully comply with their
obligations under international law, including the Charter of the United Nations and
relevant international conventions and protocols, in particular human rights law,
refugee law and international humanitarian law,

Convinced that the General Assembly is the competent organ with universal
membership to address the issue of international terrorism,
Mindful of the need to enhance the role of the United Nations and the
specialized agencies, within their mandates, in the implementation of the Strategy,

Stressing that the Counter-Terrorism Implementation Task Force shall carry
out its activities within the framework of its mandate, with policy guidance offered
by Member States through interaction with the General Assembly on a regular basis,

Recognizing the importance of institutionalizing the Task Force within the
Secretariat,

1. Reiterates its strong condemnation of terrorism in all its forms and
manifestations, committed by whomever, wherever and for whatever purposes, as it
constitutes one of the most serious threats to international peace and security;

2. Reaffirms the United Nations Global Counter-Terrorism Strategy and its
four pillars, which constitute an ongoing effort, and calls upon Member States, the
United Nations and other appropriate international, regional and subregional
A/RES/62/272 organizations to step up their efforts to implement the Strategy in an integrated
manner and in all its aspects;

3. Takes note of the report of the Secretary-General entitled “United
Nations Global Counter-Terrorism Strategy: activities of the United Nations system
in implementing the Strategy”;1

4. Also takes note of the measures that Member States as well as
appropriate international, regional and subregional organizations have adopted
within the framework of the Strategy, as presented at the first biennial review of the
Strategy, on 4 and 5 September 2008, all of which strengthen cooperation to fight
terrorism, in particular through the exchange of best practices;

5. Reaffirms the primary responsibility of Member States to implement the
Strategy while further recognizing the need to enhance the important role the United
Nations plays, in coordination with other international, regional and subregional
organizations, as appropriate, in facilitating coherence in the implementation of the
Strategy at the national, regional and global levels and in providing assistance,
especially in the area of capacity-building;

6. Encourages non-governmental organizations and civil society to engage,
as appropriate, on how to enhance efforts to implement the Strategy, including
through interaction with Member States and the United Nations system;

7. Calls upon the United Nations entities involved in supporting counter-
terrorism efforts to continue to facilitate the promotion and protection of human
rights and fundamental freedoms while countering terrorism;

8. Calls upon States that have not done so to consider becoming parties in a
timely manner to the existing international conventions and protocols against
terrorism, and upon all States to make every effort to conclude a comprehensive
convention on international terrorism, and recalls the commitments of Member
States with regard to the implementation of General Assembly and Security Council
resolutions relating to international terrorism;

9. Notes with appreciation the continued contribution of United Nations
entities and subsidiary bodies of the Security Council to the Counter-Terrorism
Implementation Task Force;

10. Reaffirms the need to enhance international cooperation in countering
terrorism, and in this regard recalls the role of the United Nations system in
promoting international cooperation and capacity-building as one of the elements of
the Strategy;

11. Urges the Secretary-General to make the necessary arrangements to carry
out the institutionalization of the Task Force, in accordance with resolution 60/288,
in order to ensure overall coordination and coherence in the counter-terrorism
efforts of the United Nations system;

12. Decides to interact with the Task Force on a regular basis, in order to
receive briefings and reports on its current and future work, assess the work being
undertaken on the Strategy implementation efforts, including the work of the Task
Force, and to offer policy guidance;
_______________
1
A/62/898.
2
A/RES/62/272

13. Requests the Secretary-General to submit to the General Assembly at its
sixty-fourth session a report on progress made in the implementation of the Strategy,
which could contain suggestions for its future implementation by the United Nations
system, as well as in the implementation of the present resolution;

14. Decides to include in the provisional agenda of its sixty-fourth session
the item entitled “The United Nations Global Counter-Terrorism Strategy” in order
to undertake in two years an examination of the report of the Secretary-General
requested in paragraph 13 above, as well as the implementation of the Strategy on
the part of Member States and to consider updating the Strategy to respond to
changes.

120th plenary meeting
5 September 2008
3




São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009



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PF investiga estrangeiro por racismo na internet
Janio de Freitas informou ontem na Folha que um membro da Al Qaeda foi preso no Brasil


Procuradora afirma que investigação não comprova que libanês preso em São Paulo é membro de grupo; advogado vê confusão da PF


DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal manteve preso por 21 dias o libanês K., comerciante de equipamentos de informática que mora em São Paulo, sob suspeita de que ele propagava na internet material com conteúdo racista.

Na edição de ontem da Folha, o colunista Janio de Freitas informou que um integrante da alta hierarquia da Al Qaeda tinha sido preso no Brasil.

O jornalista escreveu que, para preservar o sigilo, a PF atribuiu a prisão, inclusive internamente, a uma investigação sobre células de neonazistas.
O comerciante nasceu no Vale do Bekaa, no Líbano, é considerado "estrangeiro permanente" no Brasil e tem mulher e filha brasileiras. Ele foi preso em 25 de abril por ordem do juiz da 4ª Vara Federal Criminal, Alexandre Cassettari.
A ordem de soltura foi dada pelo mesmo juiz no último dia 18, por entender que a prorrogação da prisão já não era mais necessária para o andamento das investigações no Brasil.
Em nota divulgada ontem, a procuradora federal Ana Letícia Absy informou que as investigações "não comprovaram que o preso em São Paulo é membro da Al Qaeda".
A procuradora relatou, na nota, que o libanês foi alvo de um inquérito aberto pela PF com base em informações do FBI, o equivalente norte-americano da PF, "sobre a existência de um fórum fechado da internet, publicado em língua árabe, com mensagens discriminatórias e anti-americanas".
Em decisão contrária a um habeas corpus impetrado por K., o desembargador do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região Baptista Pereira citou, de modo genérico, que as investigações da PF vinculavam esse fórum da internet a "grupos como Al Qaeda".
"Consta dos autos que o paciente está sendo investigado pela Polícia Federal, na denominada Operação Imperador, originada de interceptações telefônicas, com a finalidade de investigar a existência de suposta organização denominada "Jihad Media Battalion", que propagaria material de cunho racista e de intolerância e discriminação religiosa pela rede mundial de computadores, internet, visando à incitação do ódio aos ocidentais e o fomento de ideologia antissemita, colaborando com grupos como Al-Qaeda", escreveu Pereira.
O advogado do investigado, Mehry Daychoum, disse que houve "uma completa confusão da Polícia Federal" e uma "precipitação". "O meu cliente não tem qualquer vínculo com qualquer organização paramilitar ou terrorista", disse.
"Ele [cliente] cometeu a infelicidade de emitir comentários na internet, jamais imaginando que isso pudesse ser crime no Brasil", disse Daychoum. Segundo seu advogado, K. "mora nos fundos de uma casa", tem um pequeno comércio e conserta aparelhos de informática.


Outros países

Na decisão que libertou K., o juiz Cassettari informou que o caso interessa a "autoridades estrangeiras". Ele fez crítica indireta à demora desses países em se manifestar no processo.
"Mesmo considerando que investigações feitas em outros países podem ainda estar em andamento (o que está totalmente demonstrado nestes autos), não pode a prisão deste feito ser mantida somente para sustentar ou auxiliar investigações estrangeiras, já tendo as autoridades estrangeiras 20 dias desde a prisão do investigado para as providências cabíveis", escreveu o juiz.
Em nota, a PF em Brasília informou que o libanês foi preso por suposta "propagação de mensagens com conteúdo racista pela internet. O estrangeiro foi indiciado no artigo 20, parágrafo segundo, da Lei 7.716/89 (crime de racismo). A PF não se manifestará sobre a investigação, que corre sob segredo de Justiça".
A PF pretendia mantê-lo preso por mais tempo, para aprofundar a investigação e conhecer o alcance de seus eventuais contatos estrangeiros.
No Brasil, não existe o crime de terrorismo. Assim, ainda que se comprove a ligação de um investigado com grupos extremistas, só poderá ser preso se praticar algum crime previsto na legislação nacional ou mediante algum pedido de extradição encaminhado por um país estrangeiro ao STF (Supremo Tribunal Federal).
A ideia da PF era expulsar K. do país, prática legal permitida quando um estrangeiro comete crime dentro do território nacional. Mas isso não foi possível porque ele é casado com uma brasileira, situação que proíbe a expulsão. (RUBENS VALENTE, ANDREA MICHAEL e LUCAS FERRAZ)


São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009



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Não existe foco terrorista no país, diz Tarso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que "não há nenhum foco terrorista organizado" no Brasil e que o libanês K. foi preso por racismo. Segundo Genro, o governo não trabalha com a possibilidade de que ele tenha relações com a Al Qaeda.
"Esse é um dos tantos inquéritos que a Polícia Federal tem, de investigação de crimes através da internet, e que esse cidadão estava cometendo. Não se trata de ações terroristas, mas de crimes comuns", afirmou Tarso.
Mais tarde, em conversa com jornalistas, o ministro afirmou que K. foi preso porque "cometia racismo pela internet. Essa foi a motivação do inquérito e a motivação da prisão."
Em Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou irritação com o vazamento da notícia da prisão. "Parece que as denúncias não partiram do Brasil, parece que a notícia vem de fora. E eu quero dizer que acho desrespeitoso alguém de fora dar um palpite sobre um cidadão, independentemente de sua origem, que foi preso, e está sendo processado sob segredo de Justiça. Essa não é uma boa política e o Brasil não tem o hábito de dar palpite sobre as coisas dos outros países. Eu queria que o Brasil fosse respeitado nisso", disse.
O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) disse ontem que pedirá a realização de uma audiência pública conjunta das comissões de Segurança Pública e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados com representantes do governo para discutir a prisão do libanês.

"O sistema de controle de entrada de terroristas no país é um verdadeiro queijo suíço. O Brasil passou a atrair esses elementos em razão da política externa do governo de aproximar-se de regimes autoritários do mundo árabe", disse Jungmann.

São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009



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Grupo divulga ideias radicais pela internet

DA REPORTAGEM LOCAL

O "Jihad Media Battalion" é uma organização virtual que propaga na internet um islã radical baseado na nostalgia de uma suposta idade de ouro que precisa ser revivida. Os responsáveis defendem a volta do califado que sucedeu Maomé, no qual, segundo eles, prosperava uma sociedade pura e honrosa.

Os inimigos a serem combatidos são os EUA, Israel e os governos árabes aliados das grandes potências.

Usado como uma espécie de relações públicas on-line da Al Qaeda, o "Jihad Media Battalion" abastece com ideias extremistas fóruns de discussão frequentados por muçulmanos e dissemina sua versão sobre o noticiário internacional, além de divulgar vídeos com discursos de clérigos radicais e imagens de ataques antiamericanos no Iraque e no Afeganistão. Não há uma home page fixa.
Existem milhares de fóruns de discussão sobre o islã, a maioria deles voltados apenas para debates teológicos. Mas os sites islâmicos são constantemente rastreados pelos serviços de inteligência de vários países, que tentam identificar membros de organizações ultrarradicais. (SAMY ADGHIRNI)