Jornalistas voltam a protestar contra senadores de Alagoas
Categoria acusa senadores de fazer uso eleitoral das concessões de rádio e TV
Por Pedro Oliveira no Resumo Político
Diante da falta de negociação e da insistência das empresas de comunicação de Alagoas em não repor as perdas salariais dos jornalistas, a categoria voltou às ruas no último sábado para protestar contra os senadores Fernando Collor de Mello (PTB) e João Tenório (PSDB), proprietários dos principais jornais, rádios, TVs e sites de notícia do Estado.
A manifestação aconteceu novamente em frente aos edifícios onde moram Collor e Tenório, na orla marítima de Maceió. Desta vez, além de usarem uma tenda, faixas e carros de som, os profissionais distribuíram panfletos à população, no qual denunciam os senadores e demais empresários de pagarem baixos salários, obterem altos lucros, usufruírem recursos do Estado e utilizarem as concessões públicas de rádio e TV para atender seus interesses políticos (veja panfleto e fotos ao lado - clique para ampliar).
Em campanha salarial há quase dois meses, os jornalistas reivindicam a reposição da inflação nos últimos doze meses (5,83%) e um aumento real de 5%. Mas as empresas de Collor e Tenório negam até mesmo a reposição da inflação, que representa em média R$ 113,00 por jornalista. A mesma posição foi adotada pelo ex-deputado federal e usineiro João Lyra, dono de O Jornal, e pelo ex-presidente do PDT Geraldo Sampaio, dono da TV Alagoas.
Com zero de reajuste salarial e as negociações suspensas pelas empresas, os jornalistas se viram obrigados a entrar na Justiça com dissídio coletivo para as cláusulas econômicas. A primeira audiência está marcada para quarta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-AL). A categoria ficou de realizar manifestação no local, além de outras que estão sendo programadas.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal), os protestos não vão parar até que as empresas e seus proprietários reabram as negociações e apresentem uma proposta satisfatória de acordo. “Vamos aproveitar o momento não só para reivindicar salário, mas para denunciar várias coisas que acontecem nos jornais, rádios e TVs, como gestão autoritária, censura, jornada excessiva de trabalho, desrespeito à legislação trabalhista e utilização eleitoral dos veículos”, acrescenta a entidade.