Texto Anterior | Próximo Texto | Índice ENTREVISTA DA 2ª ANTONIO FERNANDO SOUZA "Não queiram amordaçar o Ministério Público" Antonio Fernando, procurador-geral da República, que deixa o cargo após quatro anos, afirma que não há riscos de prescrição de crimes no inquérito do mensalão
ALAN GRIPP DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A PÓS QUATRO anos como procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, 60, concede sua entrevista de despedida do cargo. Discreto, sobe o tom apenas quando o tema é o projeto de lei do deputado Paulo Maluf (PP-SP) que prevê punição para procuradores que propuserem ações motivadas por "questões políticas": "Não queiram amordaçar o Ministério Público!" Antonio Fernando instaurou 141 inquéritos, o triplo da média dos antecessores. No do mensalão, tornou réus 40 acusados de integrar um esquema de compra de apoio ao governo. "Ao menos parte do dinheiro é de natureza pública", diz, pela primeira vez de forma assertiva. FOLHA - O sr. deixa o cargo com mais amigos ou inimigos? ANTONIO FERNANDO SOUZA - Amigos continuam os de sempre, e não considero que tenho inimigos. Mesmo as pessoas que, por dever de ofício, adotei alguma providência [contra]. Pode alguém me considerar inimigo, mas eu não me considero inimigo de ninguém. FOLHA - Já sofreu pressão de autoridade investigada? FOLHA - O sr. acredita que algum réu será condenado por envolvimento com o mensalão? FOLHA - Há 600 testemunhas só de defesa. Não há o risco de crimes prescreverem? FOLHA - Por prescrição, então, ninguém será absolvido? FOLHA - O sr. sofreu críticas por ter usado termos como "organização criminosa" e "quadrilha". Está convencido da compra premeditada de apoio político? FOLHA - Então, há indícios claros de compra de apoio? FOLHA - Afinal, houve dinheiro público no mensalão? FOLHA - O sr. já declarou não ter visto indícios da participação do presidente Lula. Acha que ele sabia? FOLHA - Surpreendeu-se ao ser reconduzido pelo presidente Lula ao cargo em 2007 [o Ministério Público Federal faz uma eleição interna, que pode ou não ser seguida pelo presidente]? FOLHA - O que o sr. pensa sobre a hipótese de terceiro mandato para presidente? FOLHA - Fugindo ao seu estilo, o sr. comprou uma briga pública com o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, quando ele criticou a falta de ação do Ministério Público no combate a ações ilegais dos sem-terra. Acha que ele foi desleal? FOLHA - O presidente do Poder Judiciário pode estar tão presente na mídia? FOLHA - O Supremo é capaz de conduzir investigações criminais? O foro privilegiado protege autoridades? FOLHA - O Ministério Público corre o risco de ter seu poder de investigação limitado? FOLHA - O sr. está se referindo à chamada Lei da Mordaça? FOLHA - Em sua opinião, o Ministério Público deve fazer grampo? FOLHA - O expediente do sigilo de Justiça é exagerado no Brasil? FOLHA - Que efeito educativo pode ter essa série de cassação de governadores? FOLHA - E por que no Congresso os escândalos não param? FOLHA - O sr. então vê esse processo com otimismo? FOLHA - Acha que programas como o Bolsa Família são usados como moeda eleitoral? FOLHA - Preocupa o fato de a campanha de 2010 já estar nas ruas? FOLHA - O que fará após deixar o cargo? FOLHA - E depois? |
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Está bem, com todo meu apoio. Mas os senhores do MP deveriam cuidar para que sua função nobre, não caia na arrogância. Só isto.
São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009