domingo, 13 de dezembro de 2009
O discurso, a propaganda e a realidade
Lula jamais desceu do palanque, desde que subiu em um pela primeira vez, isto é fato. Lula discursa sempre fazendo propaganda de si mesmo e de seu governo, Lula mente e é muito hábil neste quesito. O governo petista é exímio propagandista de seus feitos e de feitos que nunca foram realizados, ou mesmo que existem apenas no imaginário lulista. Lula proclama que o Brasil nunca esteve em crise e que estamos ótimos em tudo, quem vive no Brasil sabe que se trata de uma mentira. Prova disto está nas reduções de impostos sobre produtos industrializados (IPI) realizada pelo Planalto para manter setores estratégicos da economia ativos. Neste mesmo blog postei na sexta a notícia sobre o aumento em 143% nos pedidos de recuperação judicial (moratória para empresas em vias de falência) feitos por pequenas empresas. Isto é um sinal claro que a economia não vai nada bem. Hoje há uma matéria no jornal Folha de São Paulo que choca a realidade vivida no Brasil com os discursos oficiais do presidente:
da Folha Online
Para especialistas, descompasso em relação à capacidade de pagamento deve gerar uma elevação na inadimplência em 2010 Governo avalia que aumento no crédito para o consumo foi fator importante para tirar o país da recessão verificada na virada do ano. O número de brasileiros com dívidas acima de R$ 5.000 mais que dobrou nos últimos cinco anos, segundo dados do Banco Central. Para algumas dessas pessoas, isso significou o acesso, pela primeira vez, a crédito para aquisição da casa própria ou do primeiro veículo.Outros, no entanto, entraram nas estatísticas oficiais devido ao acúmulo de dívidas e a prestações não pagas.
Os dados oficiais sobre o sistema bancário confirmam essas duas interpretações. Por um lado, mostram que o aumento no crédito para pessoa física ocorreu, principalmente, nos segmentos imobiliário e consignado, aqueles que têm juros menores e desequilibram menos o orçamento familiar, quando bem planejados.
Também mostram, no entanto, que o valor total da dívida dos brasileiros cresceu mais do que a renda dos trabalhadores. Além disso, a inadimplência continua próxima dos patamares recordes alcançados no período mais agudo da crise.
Em setembro deste ano, aproximadamente 23 milhões de pessoas físicas tinham empréstimos, ou dívidas, que somavam R$ 5.000 ou mais, de acordo com dados do SCR (Sistema de Informações de Crédito do BC). Isso representa mais de 10% da população brasileira. Há cinco anos, eram menos de 10 milhões de pessoas.
Apenas lembrando que a crise econômica, que teve origem nos Estados Unidos e que atingiu o mundo todo, foi exatamente pela criação de bolhas, ou seja, créditos distribuídos sem critérios para mau pagadores ou para pessoas que nitidamente não tinham condições de arcar com as dívidas (patrimônio e ganhos inferiores aos valores emprestados). No Brasil esta prática é corriqueira há mais de uma década, seja em financiamento de carros, casas, cartões de créditos e até mesmo e parcelamento e crediários em eletro-eletrônicos ou eletrodomésticos.
Em contrapartida o presidente, na semana passada em visita ao Peru, disse que as nações ricas "sentem inveja da solidez econômica" demonstrada por seus respectivos países nos últimos anos. (fazendo referência ao Brasil e Peru, repectivamente). Lula continuou: “Hoje, muitos países ricos sentem inveja por não terem a mesma solidez econômica que nós, embora tenham mais tecnologia, mais patrimônio e mais dinheiro”.
O que ocorre de fato no mundo é: as nações mais ricas já demonstram sinais de recuperação, começando pelos Estados Unidos e Japão (os mais afetados pela crise), enquanto no Brasil, apesar de toda a propaganda oficial, os efeitos da recessão econômica ainda são sentidos. Trata-se de uma análise muito simples: quando empresas médias e pequenas lutam desesperadamente para evitar a falência e a população deve muito mais do que arrecada, existe uma recessão na econômia.