terça-feira, 11 de Dezembro de 2007
A FÍSICA DO MENINO JESUS
Como estamos quase no Natal recupero uma das minhas crónicas do "Sol" alusivas à época, e que foi publicada no Natal passado quando ainda não havia "De Rerum Natura". Na figura, o quadro "O Menino Jesus entre os Doutores", de Albrecht Duerer, 1506, Museu Thyssen, Madrid).
De facto, é uma coisa extraordinária que o Pai Natal, no seu trenó puxado por renas voadoras, consiga entregar tantos presentes numa só noite. Será que viola as leis da Física?
O assunto tem sido bastante debatido e, se o leitor perguntar ao Google por “The Physics of Santa Claus” encontrará 1860 entradas. Está na Internet uma prova, com base nas leis da Física, da inexistência do Pai Natal. Um dos argumentos é que um trenó tão carregado e tão rápido sofreria no ar uma fricção maior do que a do Space Shuttle na reentrada na atmosfera. Mas já doutos físicos se pronunciaram em favor do Pai Natal: um propôs uma protecção magnético-iónica para o trenó enquanto outro, com mais imaginação, disse que o Pai Natal vem do pólo Norte por um túnel no espaço-tempo, usando dimensões escondidas.
E o Menino Jesus? Em Portugal o Pai Natal veio, nos tempos recentes, tirar o lugar ao Menino Jesus, que era quem entregava as prendas no sapatinho. As crianças ficavam umas ao pé coxinho, outras todas descalças e outras ainda de pantufas, à espera que o Menino Jesus lhes viesse entregar as merecidas prendas. Os que já estavam na “idade dos porquês” interrogavam-se justamente sobre como seria possível que um menino tão pequenino pudesse trazer tanta coisa!
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Se formos ao Google não encontramos nada sobre “A fìsica do Menino Jesus” Mas há, de facto, uma relação entre o Menino Jesus e a física: e esta encontra-se na Internet num texto sério, na Universidade de Minnesota (“Jesus at School”). É sabido que o Menino Jesus fugiu aos pais para se ir encontrar com os doutores. Está no Evangelho de São Lucas, o evangelho canónico que descreve a infância de Jesus. Mas há evangelhos apócrifos, como o Evangelho Árabe da Infância de Jesus, que dão pormenores sobre o episódio. O primeiro doutor perguntou-lhe se Ele lia livros. Sim, lia. O segundo se Ele sabia astronomia. Sim, sabia. E o terceiro, um filósofo, perguntou-lhe se Ele tinha conhecimentos de física. Sim, tinha. Perante a sapiência de Jesus, logo o filósofo se declarou seu discípulo. É a vantagem de saber física!