terça-feira, 12 de abril de 2011

Brickmann...


Brickmann & Associados Comunicação Brickmann & Associados Comunicação - B&A - 12/04/2011 - www.brickmann.com.br




"Suas Excelências", Coluna Carlos Brickmann

Coluna de Quarta-Feira, 13 de abril

1 - O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, do PT gaúcho, está embarcando para a Espanha, onde assistirá ao jogo Barcelona x Real Madrid. Vai em companhia dos deputados Romário, do PSB fluminense, e Eduardo Gomes, do PSDB do Tocantins, e leva o filho Vinícius, 13 anos. Mas toda a população brasileira participa deste tour futebolístico: cabe a nós pagar a conta do passeio.

Maia bem que tentou montar um programa que justificasse a viagem por conta do dinheiro público. Então, vai visitar o presidente da Câmara espanhola, o socialista José Bono Martinez, para discutir energia eólica. Mas a única coisa que nossos parlamentares entendem de ventos é que dinheiro na mão é vendaval.

Maia é o segundo político na linha de sucessão. Caso Dilma se licencie, o substituto é o vice Michel Temer; se Temer não puder assumir, é vez do viajante Maia (e, depois dele, Sarney). Longa vida e muita saúde à presidente Dilma!

2 - Poucos ouviram falar do deputado gaúcho Paulo Roberto Pereira, PTB. Seu mandato passou quase em branco. Só é lembrado pelos funcionários fantasmas de seu gabinete na Câmara Federal. Pereira lutou duramente para escapar do Conselho de Ética, e conseguiu; mas não se reelegeu. Para não ficar ao sol e ao sereno, foi nomeado para cuidar de algo chamado "relações institucionais" no gabinete do deputado distrital brasiliense Evandro Garla, PRB. Salário: R$ 12 mil mensais. Mas Garla, descortês, não o apresentou ao resto do pessoal. Talvez por isso muitos funcionários não se lembrem de tê-lo jamais visto no serviço.

Ela voltou

Depois de longo tempo internada com uma bem-vinda infecção, que a atingiu quando, estressada, estrelou uma gravação em que recebia um dinheirinho não-declarado, a deputada Jaqueline Roriz, do PMN brasiliense, reapareceu na Câmara. Mas ainda se sente mal com a história do vídeo e se recusa a falar sobre ele.

O papel aceita tudo

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, anunciou que a Apple produzirá o IPad no Brasil. Por algum motivo, Mercadante anunciou na China os planos da empresa americana que tem sede em Cupertino, na Califórnia. A Apple não disse nada; mas os chineses de outra empresa dizem que é verdade.

A morte como argumento

Feio, muito feio: muita gente aproveita a tragédia do Rio para inventar histórias e defender interesses próprios. Existem argumentos para pedir a proibição de armas, para acompanhar mais de perto pessoas notoriamente ligadas a organizações terroristas do Exterior, para combater as religiões em geral, para exigir que as escolas tenham mais segurança. Mas não usem a morte da garotada como tema de propaganda. Mesmo que a idéia seja boa, há limites para defendê-la.

Tiros, facadas...

Em Santos, no Litoral paulista, alguém num carro preto circulou por vários bairros, atirando aparentemente a esmo. Uma pessoa morreu, seis ficaram feridas. Imagina-se que houvesse mais de um ocupante no carro, já que as balas saíram de armas diferentes e seria difícil dispará-las e dirigir ao mesmo tempo.

Em São Paulo, na importante Avenida Paulista, um morador de rua, bêbado, esfaqueou um casal. Ambos sobreviveram. O agressor disse que se sentiu perseguido e por isso esfaqueou o casal, que esperava pacificamente o ônibus.

... e que se faz?

Uma das coisas que precisam ser feitas no país é tratar quem tem problemas mentais. Veja a história de uma leitora desta coluna, que sabe o que diz:

"Um dos pontos não abordados pelos meios de comunicação é a falta de acolhimento e assistência pública para esquizofrênicos e outros portadores de transtornos. Tenho um grande amigo com uma filha esquizofrênica. Ele já conseguiu interná-la uma vez, à custa de vender um carro. Ela veio melhor para casa, mas voltou a surtar e não consegue tratamento público decente. Há tratamento público, com paliativos e consultas que não levam a nada. Essa moça, inteligentíssima, que fala várias línguas, surta, reza, prega madrugada afora, sempre com a Bíblia nas mãos. Perdeu bons empregos porque, no meio de aulas, deixa de ensinar inglês e tira a Bíblia da bolsa. Os psiquiatras do serviço público dão remédios e a mandam para casa, mas como ela não se acha doente, não os toma. Até que um dia cometa uma desgraça. Daí virão os especialistas que agora não existem nem avaliam a ameaça para o restante da família e para a sociedade (nos piores surtos, ela é educadamente agressiva e ameaçadora: todos devem morrer para se salvar)".

FH x PSDB

Em entrevista de grande repercussão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que a oposição precisa achar um caminho. Ele tem toda a razão - só que, antes, alguém precisa achar a oposição.

Investigar corretamente

Como dizem os ingleses (mas não cumprem), um cavalheiro não ouve a conversa dos outros. A Polícia às vezes tem de ouvi-la, mas com base em indícios fortes. Uma denúncia anônima deve provocar o início das investigações. Se houver indícios fortes, só então se pede o "grampo". Investigar é mais do que gravar.